JAMES POTTER

Quando vou para o salão comunal já é tarde da noite. No momento que entro vários rostos se viram na minha direção e começam a cochichar. Provavelmente viram Lily desolada mais cedo e concluíram que terminamos. Que seja.

Subo as escadas rumo ao meu dormitório.

E me surpreendo quando vejo Marlene, Dorcas e Alice junto com meus companheiros de quarto (exceto Sirius).

Merlim eles preparam uma emboscada para me matar.

Levanto as mãos em sinal de rendição

–Eu mereço qualquer coisa que vocês quiserem fazer comigo.

Digo.

–Cadê a Lily?

Dorcas pergunta preocupada.

Cadê a Lily? Como assim? Ela não tinha aparecido. Merlim!

–Ela disse que viria para cá. Ela não apareceu.

–Não depois que saiu com o Sirius depois da bronca da professora Minerva.

Remo me explicou.

Eu o encaro sem entender.

–Bronca da professora Minerva? Do que vocês estão falando?

–Jay, você ainda não sabe?

Frank perguntou sem acreditar.

–Ele não sabe.

Pedro afirmou.

–Como ele não pode estar sabendo. Todo mundo está sabendo.

Marlene exclamou.

–Da para alguém me explicar o que diabos está acontecendo?

Pergunto já irritado.

–A Lily caiu em cima da Claire no tapa.

Pedro me disse entre risos.

–Não é engraçado Pedro.

Ralhou Dorcas.

Os dois começaram a discutir, mas eu já não os escutava.

Lilian Evans tinha entrado em uma briga. E por minha causa? Merlim!

–Pontas!

Remo falou estalando seus dedos na minha frente.

–Eu não acredito nisso. A Lily? Vocês têm certeza?

–Aham. Eu estava com ela. Sirius e eu tentamos segura-las, mas quando vimos ela já estava tacando a cara da Claire contra a parede. Depois a professora McGonnal chegou mandou Claire para a Enfermaria e levou Lily. Ela vai ficar de detenção e perdemos 80 pontos.

Merlim. Ok a Claire até merecia isso, mas era difícil acreditar que a Lily, o meu Lirio, tinha realmente feito isso. Sorte dela que a tia Mimme gostava dela. 80 pontos é muito pouco para os padrões Minerva McGonnal.

–Onde está a Lily?

Pergunto.

–Não sabemos. Ela falou para a Lene que ia na cozinha com Sirius e até agora nada. Pensamos que ela tinha pedido ajuda dele para te encontrar, mas você está aqui e ela nada.

Alice explicou.

–Ainda tem mais. A tia Mimme veio aqui agora pouco e nos mandou avisar a Lily que é para ela está amanhã depois do café na sala dela. Só que não temos ideia de onde Lily se meteu.

Maldita hora para não ter o mapa do maroto.

Pensei em ir procura-los, mas Remo disse que eles tinham feito uma vistoria em todos os andares e nada. Me joguei na minha cama.

–Não acredito que fui o causador de manchar o curriculum perfeito de Lilian Evans.

–Você é um idiota Jay. Se tivesse sido sincero logo com a Lily nada disso teria acontecido.

Lene me disse.

–Eu sei. Se eu tivesse um maldito vira-tempo.

–Eu não consigo lembrar disso que começo a rir.

Pedro disse gargalhando.

–Pedro! Sua amiga se ferra e você fica rindo.

Dorcas ralhou.

–Sinceramente. Foi até um pouco engraçado quando a Lily pulou em cima da Claire. Ela nem esperava e merecia.

–É meu caro. Ruivas são realmente esquentadas. Boa sorte.

Remo falou me dando tapinhas no ombro.

–Graças a Merlim que já me garanti com uma morena.

Frank falou conseguindo um beijinho de Alice.

Ficamos até bem tarde esperando Sirius ou Lily, mas nada. Por duas vezes arrastei Pedro para procurarmos castelo a fora, e nada.

Cansados resolvemos dormir.

.....................

Eu acordei, mas não queria abrir os olhos. Não queria enfrentar o dia, se eu pudesse ficar aqui deitado sofrendo em paz, mas Lily já devia ter aparecido e ia precisar de mim. Mesmo que nós estejamos dando um tempo acho que eu podia estar ao lado dela. Até porque eu fui um grande causador disso tudo.

Eu sabia disso tudo, mas minha cama não ajudava. Ali deitado, com os olhos fechados eu podia sentir o cheiro dela. Como eu gostava do cheiro dela. Mas aquele cheiro estava vívido demais.

Como se tivesse tido uma epifania notei um peso sobre o meu peito, e acordei para a perna em cima das minhas. Agarrei uma mão que estava em cima do meu ombro. Abri os olhos. Era ela.

Ela estava ali. Deitada sobre mim. Com a mesma roupa que estava ontem.

–Lily!

A chamei carinhosamente. Ela não se mexeu. A empurrei para o lado e nada.

–Lily!

Chamei novamente.

Ela geme e afunda mais ainda seu rosto sobre meu peito.

–Meu amor. Lily! Acorda! Lily!

Ela continua dormindo.

....

Lilian Evans

Minha cabeça dói. Meu corpo todo dói. Escuto vozes alteradas, mas não consigo entender nada. Afundo minha cabeça em algo macio tem o cheiro dele. Do James.

Estou dirigindo uma nuvem junto com Sirius, ele está indo me mostrar a estrela que tem o nome dele. James está logo atrás em cima da sua vassoura junto com a Claire, ela tenta beija-lo e eu pulo da nuvem e a derrubo da vassoura dele. Ele me chama. “Lily, meu amor”. Eu sinto o beijo dele e sorrio. Então aquele cheiro me invade de novo.

De repente James some e eu estou sozinha pulando em cima das nuvens. Olho lá embaixo e escuto Lene me gritando irritada. “Lene me deixa”. Penso em dizer, mas sorrio e me deito na nuvem com o cheiro dele.

Então começa a chover e eu estou caindo, caindo... e agora voando, mais alto. Minha cabeça começa a girar. Sinto-me enjoada. Sinto o vomito vindo.

Acordo assustada. Lene está apontando sua varinha em minha direção. Eu a olho sem entender. Ela abaixa a varinha e eu estou na cama. Não paro para assimilar o que está acontecendo. Simplesmente corro para o banheiro e vomito.

Minha cabeça lateja. Meu corpo dói. Lá fora escuto James e Lily discutindo. Remo abre a porta com uma poção nas mãos.

–Sirius está de ressaca. Imaginei que estivesse também.

Tomo a poção toda só em um gole.

Meu corpo parou de doer um pouco, mas a discursão lá fora ainda me causava dores. Minha ânsia de vômito se foi. Porém ainda me sentia grogue.

–Acho que não funcionou.

–Não é minha melhor porção.

Se desculpa;

–Porque eles estão brigando?

Pergunto ainda um pouco grogue.

–James não queria que você fosse acordada brutalmente, ele tentou de acordar de todas as formas.

–Por favor, se calem.

Falo voltando para o quarto.

–ME CALAR. EU PASSEI A NOITE PREOCUPADA COM VOCÊ, E VEM AGORA MANDAR EU ME CALAR.

–Lene, por favor, mais baixo.

Sirius suplicou. E eu sorri com compreensão, minha cabeça quase explodiu com os gritos da Lene.

–Falar baixo? Vocês que não bebessem a noite toda.

Gritou ela novamente. Mas graças a Merlim em um tom mais moderado.

–Desculpe a Lene, mas Lily ficamos preocupadas. E dorme aqui no quarto dos garotos além de acordar com ressaca.

Alice explicou.

–Tudo bem. Eu não quis subir ir para o dormitório porque não sabia se a Claire estava lá. Não queria dar de cara com aquela vadia.

Digo.

–Ela não dormiu lá. E acho que ela vai pedir para sair de lá.

Dorcas disse.

–Menos mal.

Digo me jogando na cama do James novamente.

–Pode ir levantando.

–Lene eu quero dormir. Por favor.

–Lily, não. A tia Mimme quer te ver depois do café e você tem que bancar a melhor aluna que Hogwarts já viu.

James diz sentando-se na cama e me puxando. Fiquei sentando apoiando minha cabeça nos ombros dele.

–Eu sou a melhor aluna que Hogwarts já viu.

–Não depois de ontem.

Rabicho diz.

–Rabicho!

....

Mesmo morrendo (nem tanto graças a poção que Remo me deu) levantei e fui para o chuveiro (Lene tinha levado minhas roupas) em 20 minutos estava pronta. Sirius e James demoraram menos de 10 minutos (Sirius não ficou nem cinco minutos no “banho”) para se arrumarem.

Sim Sirius não podia ficar dormindo, mesmo que estivesse tão morto quanto eu. Lene não permitiu. Porquê? Simples. Porque ele me ajudou a beber e por isso não vai matar nenhuma aula. Para aprender as consequências.

–Só fiquei chateada por você ter ido com Sirius e não comigo. Sou sua melhor amiga. –Dorcas e Alice “tossem” –uma das suas melhores amigas –Lene se corrige.

–Era você ou Sirius, mas ele sabe as passagens para sair daqui você não.

Explico. –Se não seria você com certeza.

–Obrigada pela parte que nos toca.

Dorcas diz.

–Desculpa, mas Remo não iria me levar para fora daqui. Dorcas, você não ia me deixar beber, muito menos Alice. Frank e Pedro tem medo do James.

–Eu não tenho medo do Jay, tenho amor a vida é diferente.

Pedro diz nos fazendo rir.

...

Sirius e eu estamos caminhando abraçados indo em direção ao Salão Principal. As vezes tropeçávamos nos nossos pés, mas ainda estávamos de pé.

–Me lembre de nunca mais te ajudar a fugir de Hogwarts. Poxa como estou com sono.

Ele diz baixinho no meu ouvido. Mas sei que James que está atrás da gente escutou.

–E eu não estou? Pelo menos dormir é uma opção pra ti. Eu tenho que bancar a boa aluna.

Ele ri.

–Minha desgraça é engraçada?

–Um pouco.

–Antes que eu me esqueça. Escutei sua conversa com as meninas. Obrigado por me deixar como última opção.

–Que nada cachorro. Você foi minha primeira opção, mas eu tinha que fazer a “média” com elas.

–Você não me engana Lilian Ev...

Ele tropeçou.

–Evans.

Concluiu.

Fiquei rindo da sua quase queda e ele me empurrou. Nem percebi que estávamos no salão principal. Todos se viraram para nos olhar. As pessoas apontavam.

James que estava atrás de mim se postou ao meu lado agarrou minha mão e me levou para junto dos nossos amigos que estavam sentados numa mesa afastados.

Graças a Merlim que ele fez isso. Eu estava com vergonha. Todos ainda nos olhavam.

–Cuidado com os olhares para essa mesa garota. Lilian Evans é ciumenta.

Sirius diz ao se sentar. E as garotas começam a virar os rostos.

–Merlim! Isso vai ser legal. Todo mundo está com medo de você ruiva.

Sirius diz com um grande sorriso no rosto.

–Aposto se alguém vai querer dar em cima do Jay agora.

Frank fala entrando no pique do Sirius.

–Pelo menos isso.

Digo.

James me olha com um ar culpado. Ele está me olhando assim desde que acordei.

Seguro suas mãos por baixo da mesa.

Mas me arrependo e as puxo. Nós não voltamos. Não queria confundi-lo. Acho que ele entendeu porque sorriu.

–A melhor parte foi quando Lily jogou ela no chão e começou a dar só na cara dela. “Ele é meu namorado sua vadia”. M-EM-O-R-A-V-E-L.

Sirius contava sua versão da briga.

–Ele vai contar isso para o filho de vocês.

Frank diz assim que parou de rir.

Ano passado se alguém falasse isso eu teria batido, negado... Hoje.. Eu sorri e comentei:

–Merlim, não basta tê-lo como tio?

Sirius rir.

–Não. Claro que não.

...

James me acompanha até a sala da professora Minerva. Não conversamos no caminho.

–Você está entregue.

Diz ele passando as mãos no cabelo.

–Obrigada.

Digo lhe dando um beijo na bochecha. Mas quando me afasto vejo sua boca entreaberta e não resisto, o beijo. Ele me puxa pela cintura para aprofundar mais.

–Eu tenho que entrar.

Falo saindo dos seus braços. Ele sorriu timidamente.

–Nos encontramos na sala. Eu vou ser o idiota com um sorriso enorme te admirando. Torcendo para que você se sente ao meu lado. Juro que não vou te deixar dormir.

–Ok. Eu vou ser aquela que vai se sentar do teu lado.

...

–Os pais da Claire vieram pessoalmente a Hogwarts pedir uma explicação e uma punição para o que aconteceu com sua filha. –A professora Minerva me olha severamente por trás dos seus óculos- A senhorita ficará de detenção até o final do ano e será com o diretor Dumbleodore. Essas foram as condições que os pais dela aceitaram já que não queríamos expulsa-la.

–Certo, professora.

–Suas detenções irã começar amanhã depois das aulas. Tenha um bom.

...

Cheguei na aula de feitiços e começou a baboseira de ficarem me encarando de novo. Sentei ao lado do James que como tinha me dito estava com um sorriso no rosto.

Os cochichos se tornaram altos. O professor pediu silencio e começou a aula.

“Como vai ser a detenção? ”

“Até o fim do ano. Com o diretor Dumbleodore”

James sorriu.

“Ele é legal”

“Você passou dias sem aprontar nada depois da detenção com ele. Estou com medo”

Admiti.

“Eu precisava mostrar que o diretor era durão. Ele é legal, acredite”

...

“Porque dormiu na minha cama? ”

“Porque você é meu. ”

Ele sorri com minha resposta.

“Para todo o sempre”

...

“Ela beija bem? ”

Não conseguia aguentar de curiosidade.

“Horrível. Mas acho que depois que eu experimentei seu beijo todos os outros automaticamente se tornaram horríveis”.

Potter filho da mãe. Como, me digam, como ficar com raiva dele.

“Sempre com suas cantadas idiotas, Potter”

“Sempre fingindo que não gosta, Evans. ”

...

Fiquei trocando bilhetinhos com James por tanto tempo que nem percebi quando a aula acabou. Nem ele percebeu. Quem nos avisou foi Alice. No restante das aulas foi do mesmo jeito.

...

Juro que estava tentando me concentrar nas palavras da Lene. Juro, mas veja bem eu estava com sono, muito sono. No máximo eu tinha dormido por três horas. TRÊS HORAS!. Me digam vocês que tipo de ser humano consegue dormir durante três horas e ainda sim de noite ter pique para alguma coisa? Mesmo que essa coisa envolva fica sentada, calada ouvindo sua melhor amiga falando da sua maior paixão.

Não, não é o Simon. Esse ficou no passado há algum tempo, depois dela descobrir que ele não sabe beijar Lene não perdeu tempo e começou a investir no Philip Parsons. Um ruivo de olhos verdes da Grifinória, um ano mais novo e aluno modelo.

Era sobre ele que Lene estava falando. E como já disse estava tentando me concentrar, mas meus olhos lutavam, esperneavam, gritavam até, para eu deixo se fechar, meu corpo também pedia arrego e eu sentia cada célula do meu corpo implorando para descansar.

Quando levantei da mesa de jantar e resolvi vim para a torre da grifinoria, meu desejo era subir para o dormitório feminino e dormir. Eu podia escutar minha cama me chamando, no entanto, Marlene resolveu subir comigo. Logo quando eu já tinha gasto toda minha saliva e paciência explicando para o James porque ele devia continuar na mesa já que ele estava morrendo de fome.

Marlene me levou para o canto mais distante da sala comunal e estávamos ate agora conversando sobre seu amor, Philip.

Não sei em que ponto da conversa foi que eu finalmente desistir de lutar contra meus instintos naturais e dormir.

Só notei ter dormido quando sinto alguém me colocando em um local macio. Abri os olhos com bastante esforço, e o James estava lá me encarando com um sorriso largo. Tentei sorri em resposta, mas meu corpo queria voltar a dormir.

James sorriu mais uma vez e fechou as cortinas da cama.

Mesmo cansada com sono, eu soube que era a cama dele. Agarrei o travesseiro e apoiei minha cabeça, porem o travesseiro era macio demais, faltava alguma coisa, alguma coisa estava fora do lugar.

Foi quando escutei uma porta fechando que percebi o que era. James. James faltava.

–Jamie.

O chamei institivamente.

–Precisa de mais alguma coisa, meu lírio?

Ele perguntou já ao lado da cama.

Meu coração deu cambalhotas quando ele disse “meu lírio” naquele tom doce que só ele conseguia fazer.

–Sim. Preciso. Preciso de você. Deita aqui comigo.

Ele me dar aquele sorriso largo novamente, e dessa vez meu corpo sozinho o responde com um sorriso.

Afasto um pouco lhe dando espaço na cama. James tira a camisa. E só essa visão me faz meu corpo se lamentar por estar tão cansado. Maldito uísque de fogo.

James se deita ao me lado. Eu coloco minha cabeça em seu peito. E aí sim tem a maciez perfeita. James era tudo que eu precisava.

Antes de dormir, eu ainda tento me convencer de que o fato de estar dormindo pela segunda vez consecutiva com james mesmo estando “dando um tempo” não quer dizer nada, e que continuamos “dando um tempo”.

Mas quem eu quero enganar. James sabe e eu sei que não consigo dar um tempo dele, porque mesmo brava e magoada com ele. James Potter é e sempre será meu.

Eu simplesmente não conseguia me afastar dele, não mais. Não agora que o tinha conseguido conhecido de verdade e me apaixonado por cada pedacinho da sua personalidade.

Eu não conseguia deixa-lo, não após ele ter penetrando mais profundamente na minha alma que qualquer outra pessoa.

Eu o amava. Ele me amava. E isso era o que bastava.

Como se pudesse ler meus pensamentos James beija o alto da minha cabeça e sussurra “bons sonhos”. E só basta isso para meus pensamentos cessarem e dormir novamente.