James Potter

A ideia era somente dar uma volta na motocicleta e voltar para o jantar que a senhorita Evans estava fazendo. Até aí tudo bem, mas quando abro a garagem vejo Lilian no portão e não consigo evitar o sorriso que surge em meus lábios, somente quando observo seus olhos assustados e suas mãos afastando outras mãos de seu rosto que percebo que ela não está sozinha.

O cara que estava com ela mais alto que eu, mais musculoso, tinha cabelos bem castanhos e sorria para ela com interesse. Aproximei-me deles, e encarei o cara que me encarou de volta, minha vontade era de dar um soco na cara daquele patife para ele aprender a mexer com a garota dos outros, mas não fiz, dei um sorriso forçado.

–Não vai nos apresentar, amor?

Pergunto dando bastante ênfase em “amor” e sem tirar os olhos do cara.

–Jamie, esse o Richard. Richard esse é James meu namorado.

Apertamos as mãos como os bons costumes mandam.

–É um prazer.

Digo apertando a mão dele com uma força desnecessária, mas ele entendeu o recado, e fez o mesmo com a minha mão.

–É um prazer, nunca tive a oportunidade de conhecer outro namorado da ruivinha.

Outro? Isso significava mesmo o que eu estava pensando? Espero que não.

Mas o riso pretencioso em seu rosto confirmava meus temores.

James não bata nesse cara, ele não aguentaria.

James não bata nesse cara.

Repetia inúmeras vezes para mim, até que depois de um tempo digerindo sorri novamente para ele.

–Bom, nesse caso aproveite porque essa será a primeira e última vez que conhecera outro namorado do meu lírio, pois não pretendo cometer a estupidez de deixa-la escapar.

Ele me encara surpreso assim como Lily eles provavelmente esperavam que eu partisse para a briga, mas não hoje, não com ele.

–Eu também não pretendia, mas a escola dela é complicada... Só tem como falar com ela através de cartas...

–Eu sei estudo com ela. E não sei qual o problema com as cartas.

–Pensei que era o internado só para mulheres.

Ele diz bravo para a Lily, mas eu não a deixo responder.

–Creio que não importa mais para um mero conhecido que um dia namorou ela onde ela estuda ou deixa de estudar muito menos se tem garotos ou não.

Digo pela primeira vez sendo grosseiro. Não iria admitir que ninguém ralhasse com Lily na minha frente.

–Olha só seu carinha de merda, eu não fui somente um namoradinho dela, eu fui o melhor namorado dela, o mais sério que ela teve...

–Até começar a namorar comigo.

Completo para ele.

–Você? Por Deus, não sei o que Lily tem na cabeça, mas você não faz o estilo dela. Ela prefere homens de verdade sabe? Mais altos, mais fortes, mais bonitos...

–Richard...

Lily ia dizendo, mas novamente a interrompi.

–Conheço a Lily desde quando ela tinha 11 anos, ela e eu sempre fomos afim um do outro, e eu posso garantir com toda certeza que ela nunca foi tão afim de você como diz. Digo ainda mais, acho que vocês brigavam muito por isso, não é? Brigavam pela falta de comprometimento dela. Ela nunca entrou de cabeça na relação com você não foi. Se você foi tão sério como diz, ela já te apresentou para os pais dela?

–Isso não importa, eu fui o primeiro da Lily, isso é o quão serio nós fomos, satisfeito? E não foi só uma vez foram várias uma melhor que a outra. E ainda teve uns amassos no verão...

Então eu dei um soco bem no meio da cara dele, e quando ele caiu no chão continuei batendo.

–James!

Lilian gritou me puxando de cima dele.

–Isso é para você aprender a ter respeito com as mulheres e não sair falando que transou com ela muito menos na frente do namorado dela.

...

Lilian e eu estávamos num parque perto da casa dela, após a “briga”, subimos na moto e fomos fazer o test-drive nela.

Eu estava sentado em um banquinho de mateira, as arvores ao nosso redor estavam todas enfeitas com luzes coloridas, o que deixava o parque mais lindo.

–Um dia teremos que vim aqui de dia, se esse lugar já bonito de noite, de dia então...

–Pode ser, mas tem certeza que não está machucado.

Ela perguntou.

–Não, já disse para estar machucado ele teria que ter me batido, coisa que ele não fez.

–Sobre Richard...

–Não precisa falar nada, mas me diga que o próximo ex-namorado seu que conhecer será pelo menos um pouco mais homem de verdade.

–Desculpe... E obrigada por dar um murro nele, eu já estava quase para fazer isso. Na verdade, eu ia fazer isso na hora que você apareceu. E sobre isso, você me surpreendeu.

Lilian diz me olhando nos olhos, com orgulho, admiração...

–Te surpreendi como?

–Eu imaginei que você sendo James Potter iria chegar logo batendo e que iriamos ter uma briga, ficar dias sem nos falar, ficar saudade, mandar o orgulho se mandar e depois voltarmos.

–Eu pensei em fazer isso, mas sei lá.... Eu não sou seu dono e nem quero ser, não posso impedir que algum homem dê em cima de você, eu tenho que confiar em você, aprendi isso com o Brad. Eu fiquei com raiva é claro, mas não o machucaria por isso, não posso culpa-lo por te desejar porque você é linda, mas não posso perdoa-la por lhe difamar, por lhe desrespeitar.

Digo juntando nossas mãos.

–Quanto mais o tempo passa, mas percebo que ainda há muita coisa para conhecer em você.

–Você diria uma vida?

–É eu diria uma vida.

–Se você dissesse logo sim você teria uma vida para conhecer todos os meus lados e quando esse acabarem eu me reinvento, para que você nunca canse de mim.

Eu digo lhe olhando nos olhos...

–Eu não me cansaria de você.... Não me cansei em sete anos de tortura e não cansarei com a eternidade de amor... E umas torturas aqui e acola por força do habito.

–Então quer ser minha até a eternidade?

–Você não perde uma oportunidade não é mesmo?

Lily fala sorrindo.

–Não vai responder minha pergunta?

–Jamie, meu amor, eu sou sua, mas somos muitos jovens.

Dou um grande sorriso, porque ela não disse “sim”, mas também não disse que “não”.

–Não tem problema, eu tenho até o fim do ano para te convencer a casar comigo. Não faço o estilo que desiste fácil.

Ficamos nos beijando, curtindo o momento a sós naquele parque com as estrelas brilhando bem forte lá no céu.

...

–Vamos falar que a culpa foi sua, eu fiquei dizendo para que a gente viesse logo, mas você foi teimosa e queria ficar no parque mais um pouco, eu como sou um ótimo namorado acabei ficando.

Digo quando estamos na porta da casa dela. O porquê da minha preocupação? Porque eu disse que só iria dar uma voltinha na moto e voltaria o mais rápido possível para o jantar, porém não esperava ver Lily, e sinceramente? Ela me faz perder toda a noção do tempo.

–Não sei por que de tanto nervosismo. Até parece que estávamos fazendo algo errado.

–Eu estou atrasado para jantar com seus pais. E sua mãe já não vai muito com minha cara se pensar que não cumpro com minha palavra que tipo de homem ela vai pensar que eu sou?

–James, relaxa, meus pais te amam.

–Há controvérsias.

E entramos, os pais de Lilian estavam na cozinha, o senhor Evans na mesa enxugando os pratos, e a senhora Evans lavando louças.

–Cheguei.

–Demorou tanto James que até poderia imaginar que estava com uma garota.

Célia Evans insinuou.

–Acertou em cheio mamãe.

(Ela estava de costas por isso não viu Lily)

Lilian disse fazendo com que a mãe dela deixasse as louças e abraçasse.

–Meu amor!

–James foi te buscar na moto?

Bernard Evans perguntou indo abraçar a filha.

–Não, quando ele estava saindo eu estava chegando. Então fomos testar a moto.

–Ela funcionou bem?

–Muito bem, amanhã volto com Lily para cá só para pôr os feitiços.

–Seu amigo vai ficar bem feliz.

–Eu espero.

–Porque os rapazes não vão conversar sobre motos na sala enquanto Lilian e eu arrumamos as coisas aqui.

A senhora Evans disse depois que Lily e eu terminamos de jantar.

–Se não nos quer aqui diga diretamente meu amor não precisa usar desculpas.

–Ok, saiam os dois daqui vocês não são bem-vindos.

–Mais uma dessas e vou ter que colocar a senhora para dormir no sofá, que é lugar de gente malcriada.

Meu sogro disse recendo uma colher na sua cabeça.

–Ok, estamos indo. Vamos James deixar essa ruiva louca aí.

...

Lilian Evans

–O que foi Lily? Pode ir desembuchando.

–Como assim?

–Eu sei que você quer me fazer uma pergunta, faz logo.

–Porque a senhora insinuou que James tinha ido se encontrar com uma garota?

Ela sorriu.

–Pensei que lá vinham outras perguntas sobre amor..., mas essa é mais fácil... Porque queria deixa-lo sem jeito. Você precisava ver quando seu pai sai hoje e nos deixou a sós coloquei tanto terror no coitado que pensei que ele ia sair a qualquer momento correndo daqui.

–Pensei que a senhora gostasse dele.

–E eu gosto, você não ouviu a parte que quase faço ele defecar nas causas de medo?

–Mãe...!

–Ok, eu gosto dele, por isso sou firme com ele. Porque quando eu morrer não quero que minha filha fique com o moleque que você descreveu desses anos de Hogwarts, quero que você fique com o homem que eu vejo por trás desse moleque.

–Valter não é o melhor que sua irmã poderia encontrar, mas ela a ama e sei que quando eu vou junto com seu ele vai cuidar bem dela. James é mais ou menos a mesma coisa, só que sinto que ele merece um pouco de medo de mim por ter demorado tanto para fazer você ver que estava afim dele.

–Então a senhora só quer brincar?

–Exatamente. É o papel dos pais, seu pai faz isso com Valter imaginei que faria com James, mas não, então eu faço. Porque casamento é cumplicidade. Você que seu pai nos deixou sozinho por tinha que sair? Não ele saiu para eu fazer meu joguinho.

–Vocês são dois doidos.

–Acredite vocês farão pior com suas noras e genros.

–Até parece.

–Serio? Porque James não me parece o tipo de cara que vai aceitar que sua filha namore facilmente.

–Pior, e ainda tem os marotos.

Digo imaginando a cena...

Eu e James sentado na mesa de jantar acompanhados de Remo e sua esposa, de Sirius e mais uma de suas novas namoradas (afinal o cachorro não vai tomar jeito), Pedro com sua esposa, Alice com Frank, Marlene e seu terceiro marido, Dorcas com seu marido. Todos nós estaremos velhos sentados à mesa, sorrindo por algo idiota que um dos marotos provavelmente irá contar, nossos filhos estarão nos jardins aproveitando a própria festa deles. O tempo parecerá não passar quando de repente nossa filha (minha e de James) irá chegar anunciando que está namorando e pior o namorado estará com ela.

Posso imaginar James junto com os outros marotos tentando pular em cima do garoto enquanto eu e suas respectivas esposas os acalmamos e quando eles estiverem mais ou menos às meninas como sempre darão dicas para minha filha fazendo os marotos ficarem morrendo de ciúmes...

–Lily! Eu estou falando com você...

Minha mãe me sacudia.

–Desculpe mãe, eu estava longe.

–Bem longe.

–O que a senhora estava dizendo?

–Eu estava falando que James faz bem para você... Acabei de insinuar que vocês irão se casar e não ouvi nenhuma objeção, mas sim um sorriso acompanhado de um “pior e ainda tem os marotos”.

–Desculpe interromper...

James disse.

–Mas já interrompendo.

Minha mãe completou.

Revirei os olhos e ela sorriu.

–Desculpe, mas é que já passou das nove da noite, achei que seria melhor nós irmos.

Despedimo-nos dos meus pais, me agarrei a James, mas não aparatamos em casa. Estávamos nos Três Vassouras.

–Pensei que iriamos para casa.

Digo curiosa.

–E vamos, mas antes quero falar sobre o meu dia para você.

–Não acredito que quero falar sobre como você concertou a moto. Já que estamos aqui poderíamos aproveitar para falar menos não acha?

Perguntei sedutora.

Aproximo-me de sua boca mordo seu lábio inferior.

–Lily...

Ele geme.

James não se faz de rogado e enquanto nos beijamos sinto suas mãos nas minhas coxas (infelizmente eu estava de calça jeans).

–Será que tem alguém usando a Casa dos Gritos hoje?

Pergunto sugestiva.

–Você ainda vai me levar à loucura senhora Evans, mas tomei uma decisão só vamos voltar a ter relações depois que aceitar se casar comigo.

Diz ele passando a mão entre minhas pernas e mesmo por cima da calça seu toque mexia comigo.

–Isso é chantagem senhor Potter, um jogo muito baixo se quer saber.

–Você casar comigo, eu quero me casar com você, porque só não diz sim e facilita nossas vidas?

–Porque nunca facilitei nada para você. Além disso gostei da sua chantagem vamos ver quem vai aguentar mais.

Eu aperto sua ereção por cima do seu short tirando dele um gemido...

...