JAMES POTTER

–Lily eu errei em dar atenção a Vallery quando ela disse ter uma fofoca de Amos contigo.

–Eu sei que você e ele não tem nada e nunca vão ter, mas eu não sei o que deu em mim.

Ela me encarou enquanto bebericava um pouco de sua cerveja amanteigada. Estávamos no Três Vassouras, sentados numa mesa um pouco distante das demais.

–Eu não estou com raiva por você ter ido falado com. Quer dizer, não é só por isso. James nós temos que esclarecer algumas coisas. Não tivemos uma discussão tipo “Não quero que você fale com ela” tivemos uma discussão que envolvia muito mais pessoas e não somente ela.

–Eu sei, não devia ter metido Amos ou Brad na história. Mas é que antes de estarmos juntos, eles eram os tipos de caras para quem você dava atenção. Eu era seu saco de pancadas. Não consigo suportar essa ideia que a qualquer momento você vai perceber que eu sou um grande idiota e voltar a dar atenção para esses caras.

–Perceber que você é um idiota. Serio que esse é seu problema James? Bom, sinto em ti informar mais sua idiotice não são bem um segredo. Na verdade, eu gosto de você apesar dela, ou quem sabe por causa dela.

Dei um sorriso triste.

–Eu sei que você sabe que sou um idiota e que você gosta de mim, mas sei lá Lily, eu me sinto inseguro quando se trata de você.

–Eu sei é isso. James você acha que eu não sinto essa mesma insegurança cada vez que você se senta e fica aquele bando de garotas ao seu redor, urubuzando? Ou quando as garotas estão falando sobre garotos e o seu nome é um dos primeiros de todas? James eu também sinto isso. Por isso eu disse que tinha raiva de estar apaixonada por você, porque antes eu não tinha esses sentimentos que agora me fazem perder o sono.

–James quando eu ti vi naquela sala sozinho com a Vallery eu me sentir traída, e quando você pegou o pomo e me beijou em seguida a princípio em fiquei muito feliz, em êxtase eu diria. Mas então minha cabeça ficou remoendo essa ideia de que você tinha feito alguma coisa com ela naquela sala e que sua declaração nada mais era que culpa. Sabe como me senti passando o final de semana inteiro contigo, te beijando, te abraçando.... Com essa ideia na cabeça, com medo de perguntar e meus temores se tornarem verdade?

–Sinto muito que você tenha tido esses pensamentos. Sinto muito mesmo Lily. Eu agi como um estúpido. Eu queria realmente falar para todo castelo que estávamos juntos, mas o motivo da minha declaração não foi por culpa, foi mais porque eu queria que os garotos que estavam de olho em você tirassem o cavalo da chuva. Sei que esse é um motivo razoável para fazer a declaração que fiz. Mas eu sou apaixonado com você e ainda não consigo lidar com o sentimento de ciúmes.

Ela não me respondeu rapidamente como antes, ela respirou fundo e deu vários goles em sua bebida. Seus olhos brigavam com as lagrimas que queriam descer. E tudo que eu conseguia pensar era o quanto eu era um merda. Mas era o certo a ser feito, Lily cobrara sinceridade para que assim tanto eu e ela coloquemos um ponto final em algumas histórias mal resolvidas.

–Não sou uma propriedade sua James, não gosto de ser tratada como tal. Se você souber de uma história que alguém deu em cima de mim, ou que alguém quer dar em cima de mim, você terá que confiar em mim. Me virei muito bem durante sete anos sem você acho que sei me defender. Eu sou apaixonada por você, mas não quero ser sua. Gosto da minha independência, na verdade prezo muito ela. Você não é um cachorro para ficar em disputas idiotas de marcar território, odeio isso James, odeio muito isso.

–Eu sei que você não é minha propriedade, e sei que você sabe se defender fui seu saco de pancadas durante esses sete anos. Mas fui ciumento e agi sem pensar. Desculpa. Não prometo que isso não vai nunca mais acontecer, porem vou tentar. Não quero tirar sua independência, Merlim sabe o quanto amo isso em você, porem você não pode me pedir que eu não a proteja, porque não importa o quanto você seja boa em feitiços eu sempre vou te defender seja de quem for. Porque é isso que eu sei fazer de melhor. Cuidar das pessoas que são especiais para mim.

–Acho que seria pedir demais para um maroto não me proteger não é mesmo?

Perguntou ironicamente.

–Você conquistou os marotos. Principalmente o mais gostoso deles.

–Nada a ver. Sirius e eu somos só amigos.

–Você acha Sirius mais gostoso que esse cervo lindo aqui.

Pergunto fazendo cara triste.

–Ele tem que ser o mais gostoso. Longe de mim ficar dizendo essas coisas de você. Sua fama já é bem grande sem mim.

–Ciúmes Evans?

–Mais do que você pode imaginar Potter.

–Lírio, não vou mais dar atenção as fofocas que rolarem sobre você e outros garotos, ou, qualquer fofoca que envolver nós.

–É bom mesmo porque segundo as fofocas hoje nós terminamos.

–Como?

–Não ouviu essa?

–Na verdade não.

–Pois bem segundo Remo alguém viu nossa discussão hoje mais cedo e deduziu que tínhamos terminado.

–Só porque estávamos discutindo?

–Exatamente.

–Eu gosto de discutir contigo.

Declaro. Na verdade, eu amo discutir com Lily, esse é o tipo de coisa que me fez ama-la tão rápido. Porque quase nunca concordávamos com algo de primeira, mas sempre conseguíamos dar um jeito de agradar aos dois. Mesmo que muitas vezes esse fosse um detalhe tão pequeno que quase ninguém ou ninguém notava. Exceto nós.

–Eu também. Adoro isso em nós. Na verdade, acho que discussão foi o fato que sempre nos uniu, desde o primeiro dia no trem.

–Você sempre disposta a defender seus amigos contra tudo e contra todos. Mesmo que eles fossem errados. Admiro isso de você desde aquele dia.

–Serio? Não me pareceu.

–Eu era um moleque lírio. Você acha mesmo que eu ia admitir naquela época que isso era algo louvável?

–Irônico é que você sempre agiu da mesma forma quando se tratava dos marotos.

–A diferença era que quando eles erravam eu dizia “Cara você errou feio, mas estou do teu lado” enquanto você só passava a mão na cabeça.

Ela encara suas mãos por um tempo.

–Se eu pudesse voltar no tempo e ter mudado algumas de minhas atitudes eu...

–Cada um faz suas escolhas Lily. Você não pode se culpar pelas escolhas que ele tomou.

Digo tomando sua mão.

–É, mas as vezes penso que se eu tivesse sido um pouco mais dura em minhas críticas ele teria percebido o caminho que estava tomando.

–Acho que o fim da amizade de você era motivo suficiente para ele avaliar as atitudes dele. Eu nunca trocaria você por um ser imundo como Voldemort.

–Obrigada. Sempre pensei que se tinha um assunto que nunca poderia falar contigo com clareza seria Severo.

–Não posso te culpar por achar isso, mas eu gosto de você. E por mais que não seja agradável eu tenho que aceitar que ele foi uma peça muito importante em sua vida. Se eu não o aceitasse, não aceitaria uma parte de você. E eu te quero por completo.

Ela me beijou.

–Foi ele que me apresentou a esse mundo. Ele que ficou ao meu lado quando Petúnia me xingava a cada cinco minutos. Não se esquece duma amizade assim. Eu só tenho essa ideia de que tenho que contribuir de alguma forma. E essa forma seria fazendo com que ele veja o quão insano é esse ideal que ele acredita.

–Era sobre isso que vocês falavam mais cedo?

Pergunto tentando demonstrar desinteresse, quando na verdade estou morrendo de curiosidade. Na biblioteca só ouvir a parte que ele disse “Pessoas como você não deveriam falar isso”

–Ele veio falar de você.

–De mim?

–Sim, coisas como você é um babaca, estúpido. Essas coisas de sempre.

–Você foi apaixonada por ele?

Essa pergunta me corrói desde sempre.

–Não. Quer dizer ouve um tempo que eu achei que sim, mas não. Nunca fui apaixonada por ele. Quase fui.

–Quase?

–Houve um tempo, depois que nos tornamos amigos e antes dele virar um seguidor de comensal, que eu pensei seriamente que podíamos ter sido mais que amigo. Mas ele mesmo fez com que eu pensasse o quão idiota era meu pensamento.

–Sente falta dele?

–Antes eu sentia às vezes, agora raramente.

–Devo me preocupar com ele?

–Ciúmes Potter?

–Mais do que você pode imaginar Evans.

–Tenho uma pergunta também.

–Faça.

–Com que garotas eu tenho que me preocupar?

–Nenhuma.

–Qual é Jamie, tantas garotas e nenhuma delas mexeu contigo nenhum pouquinho?

–Não. De verdade. A única garota que mexia comigo era a que vivia brigando comigo. Ou seja, você.

–Sua lista, era verdadeira?

Perguntou se referindo a lista de garotas com quem eu já tinha transado.

–Não. Mas em minha defesa também acho que a sua foi verdadeira também.

–Não era.

–Ficou brava por eu ter mentido?

–A princípio sim, mas também tinha mentido. Não podia reclamar.

–Fiquei com medo da tua reação se soubesse a verdade. Mas se quiser saber...

–Não esquece. Não quero saber quantas já levou para a cama.

–Brad está na sua lista?

–Não. E nunca vai estar minha lista só cabe mais um nome.

–Sua alma gêmea?

Ela fez uma careta.

–Não sou tão romântica ao ponto de acreditar nisso. Já te falei.

–Ainda tenho esperança de colocar isso na tua cabeça.

–Boa sorte. Meus pais tentam colocar isso na minha cabeça desde que nasci.

–E eu vou passar resto das nossas vidas, até que quando você tiver velhinha gagá, nossos netos vão fazer uma roda aos seus pés, então eles iram perguntar de mim, e você tirar a eles olhando em meus olhos, seu avô foi o amor da minha vida. Aí mesmo velho, vou dar um pulo da cadeira e foi gritar “Aleluia, Aleluia” aí nossa filha virar em meu socorro perguntando o que tinha acontecido e eu vou dizer orgulhoso “Nada meu amor, só uma velha piada, tão velha quanto eu e sua mãe” E assim como você ela vai revirar os olhos e voltar a fazer o que estava fazendo.

–Você quer ter uma filha?

–Vários, mas nesse dia vai ser natal, e vamos esperar os outros filhos chegar.

–Já imaginou todo nosso futuro.

–Planejei, mas não me importo se as coisas não saírem como que quiser, eu sei que não importa o quanto eu dure minha vida terá valido a pena. Por causa de você.

–James? Lily? Por Merlin o que vocês fazem aqui?

–Oi Hagrid.

–Voltem para o castelo agora. O diretor Dumbleodore está vindo para cá.

–OK. Obrigada pelo aviso.

Lily disse dando-lhe um beijo no rosto. Embora ela tenha tido que ficar na ponta dos pés e ele tenha tido que se abaixar um pouco.

–Vão, vão.

....

–Estamos de bem né?

Perguntei receoso quando chegamos há alguns metros do quadro da Mulher Gorda.

–Acho que sim. Mas ainda temos muito mais que conversar.

–Não podemos resolver isso de outro jeito?

Disse pressionando-a contra a parede.

–Você deixou para perder o controle agora Potter?

–Venho me controlando a noite toda...

–Não estou reclamando.

Disse me puxando para si.

O beijo tinha certa urgência, nossos lábios passaram o dia longe um do outro, agora que se uniram eles tinham a necessidade um do outro. Suas mãos passaram os meus cabelos os bagunçando.

–Acho que eles se resolveram Lene e você?

Sirius disse, fazendo com que nós nos separássemos.

–Acho que você é bem observador Sirius.

–Boa noite seus estraga-prazeres.

Digo.

–Talvez se vocês procurassem um quarto...

–Que quarto Lene, no fogo que eles tão uma moita serve.

Sirius argumentou.

–Vão arranjar alguém para darem uns amassos e nos deixe dar os nossos.

–Senhoras E senhores palavras de nossos monitores

Sirius fala.

–James, olha que amigos superengraçados temos não?

–Obrigada Lily, você sabe que não curto muito elogios, mas mesmo assim muito obrigada.

Lene agradeceu irônica.

–Bom eu vou entrar... antes que eu perca minha paciência.

–Em outros momentos Lily nunca evitaria o motivo para bater em alguém, mas é só James pegar ela de jeito que a ruiva fica calminha, calminha.

Sirius disse.

Lily avançou para cima dele, mas segurei ela.

–Mas que droga, me solta James. Deixa eu dar uma lição nesse cachorro.

–Solta a fera James, não tenho dessa pimentinha.

Soltei Lily. E em menos de três segundos os perdi de vista.

–Pegou a varinha dela?

Lene me perguntou.

Puxei a varinha de Lil das minhas vestes, havia pegado quando a segurei.

–Estou muito novo para perder um amigo para a morte e minha garota pra Azkaban.

Digo sorrindo.

(Se James ao menos soubesse que essa não seria bem a ordem que as coisas funcionariam)