Efeito Borboleta escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 1
#1




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Tudo era tão bobo para Blaine. Ele tinha apenas 8 anos quando descobriu o poder que tinha diante suas próprias mãos. Tudo o que aquele jovem garoto de Westerville queria era ser normal, não ter responsabilidades, sair para brincar com os amigos e ter como única preocupação voltar para casa antes de anoitecer. Porém a vida não é como queremos.

O menino de cabelos negros acabava de chegar no parque com sua mãe, que sentava no banco e se punha a ler um livro. Blaine corria até o balanço, aonde encontrara sua melhor amiga, Nic, e seu melhor amigo, David.

– Vocês trouxeram? - David se sentou na grama, seguido dos amigos. Suas mãos foram até os bolsos, de onde tirou uma quantidade de balas que se sua mãe visse, estaria encrencado. Sorte do menino que a Sra. Thompson estava mais entretida em conversar com outras mães.

Nicole também tirou algumas balas do bolso de seu vestido, não tantas como David.

– E você, Blaine?

Blaine havia esquecido. O pequeno menino fechou os olhos, diante os olhares de desaprovação dos amigos e tentou se lembrar o motivo de ter esquecido as balas. Assim que abriu seus olhos novamente, se encontrou em casa. Olhou para os lados, procurando alguma explicação. Nada.

– Blaine, querido. Você ainda não está pronto? - Sra. Anderson entrou no quarto do menino. Se aproximou de Blaine, que ainda não entendia nada e começou a lhe colocar uma gravata borboleta.

– Eu fico ridículo assim. - Soltou o menino.

– Você acaba se acostumando.

Um sentimento estranho entrou em Blaine. Um sentimento de que ele já esteve naquele lugar, fazendo aquela mesma coisa, ouvindo aquelas mesmas palavras.

– Nic e David estão te esperando no parquinho, você não vem? - Sra. Anderson estendeu a mãe e Blaine assentiu, ainda não entendendo a complexidade da situação.

Ambos desceram as escadas juntos. Assim que a Sra. Anderson girou a maçaneta, Blaine lembrou o motivo de ter se lembrado de tudo. Já havia acontecido. Naquele mesmo dia, horas antes, tudo isso já havia acontecido.

– Espera, mãe. - O garoto largou a mão de sua mãe e subiu as escadas correndo. Assim que chegou em seu quarto, levantou o travesseiro, revelando seu esconderijo de doces e colocou alguns no bolso.

– Isso tem que dar certo... - Blaine fechou os olhos.

– Você trouxe ou não trouxe, Blaine? - Perguntou Nicole, abalando Blaine que estava de olhos fechados. O garoto de cabelos negros abriu seus olhos novamente, se encontrando no parque mais uma vez.

Receoso, levou as mãos até o bolso da calça, de onde tirou algumas balas. Balas que ele não havia levado. Bom... Não da primeira vez que saíra de casa. Nicole e David sorriram, e os três amigos passaram a manhã toda chupando balas, mascando chicletes e se divertindo juntos.

Depois desse dia, Blaine descobriu um benefício muito bom. Momentos como quando perdia a lição de casa, ou esquecia de arrumar o quarto... Ou até mesmo perdia algo. Blaine nunca fez nada que afetasse o futuro tão drasticamente como estava prestes a fazer.

ATUALMENTE

Era uma manhã ensolarada de sábado e Blaine acabara de estacionar seu carro na frente de uma casa branca, um pouco coloquial. A campainha foi tocada e em alguns segundos, a porta foi aberta.

– Blaine! - Kurt falou em surpresa, se jogando nos braços do namorado. - Pensei que você só viria mais tarde.

– Resolvi vir agora e passar mais tempo com você... - Continuaram abraçados. - Posso entrar?

Kurt assentiu com a cabeça, abrindo mais a porta e deixando Blaine passar por ele. Uma vez que os dois estavam dentro de casa, a porta fora fechada.

– Bom dia, Blaine. - Disse Burt. Ele não estava no cômodo, porém sua voz vinha da cozinha. Segundos depois o pai de Kurt aparece com um avental e uma frigideira, e um sorriso no rosto. Gostava de ter o filho ao lado de Blaine. Sabia que o moreno protegeria Kurt independente do que acontecesse. - Vai almoçar aqui?

– Na verdade, eu vim chamar Kurt para almoçar fora.

Kurt soltou um olhar sugestivo ao pai.

– Podem ir. Bom almoço. - E então Burt já estava de volta à cozinha. Carole e Finn provavelmente haviam saído de casa, uma vez que não estavam ali.

– Vou me arrumar.

Kurt subiu as escadas lentamente e Blaine foi atrás. Passando por um corredor um pouco estreito, chegaram a última porta dele. Assim que entraram, a porta foi fechada. Blaine se sentou na cama enquanto Kurt escolhia algumas roupas no armário.

– O que acha dessa? - Perguntou mostrando um sobretudo nude em uma das mãos, e em outra, uma gravata lilás listrada.

– Tudo em você fica bom. - Blaine falou, sorrindo. Kurt abriu um sorriso maior do que o rosto também, agradecendo pelo namorado que tinha, e deslizou suas mãos pelo rosto do rapaz. - Vou tomar banho. Volto em alguns minutos. - Antes que o moreno pudesse responder alguma coisa, seus lábios estavam prensados em um selinho rápido.

Kurt caminhou, segurando suas roupas, até o banheiro e trancou a porta. Enquanto isso, Blaine deixava seu casaco sob a cadeira e procurava algo para se distrair enquanto o namorado estava no banho. Conhecia Kurt como ninguém e sabia que seria mais provável irem jantar do que almoçar, se dependesse do castanho.

Seus olhos passavam pela estante na parede do quarto. Haviam algumas sagas como Harry Potter, Crepúsculo... Também alguns filmes, como a coletânea de contos clássicos da disney. Continuou passando seus olhos, encontrando alguns porta-retratos.

Lá haviam fotos de Kurt quando criança com seu pai, uma foto de uma mulher, que deveria ser tua mãe, fotos de Mercedes e ele. Uma foto do clube glee com apenas poucos membros, e no maior porta-retrato, uma foto de Blaine e Kurt na formatura.

Continuando a rolar os olhos, Blaine chegou nos livros de capa de fotos. Alguns intitulados com idades, outros por momentos. Blaine passava o dedo por todos...

– Kurt 8 anos... Formatura Prima Katie... - Blaine sussurrava ao passar o dedo pelos cadernos. - Diário... Diário?

Olhou para os lados, certificando-se de que Kurt ainda estava no chuveiro. Olhou para o outro, esperando que Burt não entrasse no quarto. Então, com um sorriso sacana no rosto, Blaine pegou o diário em suas mãos e voltou a se sentar na cama.

O moreno não sabia se abria ou não. Era errado, mas a curiosidade estava o matando. Ele mesmo não tivera nenhum diário, mas se tivesse, lá estariam escritas as coisas mais vergonhosas de sua vida. Sorriu novamente e deslizou seus dedos até onde o marcador indicava, era o último dia que havia sido escrito. Respirou fundo e pois se a ler.

"Querido diário..."


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Notas finais do capítulo

SIM, FANFIC NOVA. ♥