Impulsos De Uma Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 5
Vila Do Som


Notas iniciais do capítulo

Capítulo postado, pessoal!Beijos!



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Dias depois...

Fiz o máximo que pude para chegar à Sede Hogake. Tsunade-sama convocou uma reunião de última hora com o Time Sete e nada tinha falado a respeito, até aquele momento.
Olhando a cara de Naruto, tenho certeza que ele logo faria um chilique. Ao contrário dele, Sasuke estava distante, muito pensativo, e mal me olhou desde o momento que eu tinha chegado.

–Bem, acho que podemos começar a reunião agora.

–Como você acha? – perguntou Naruto chateando a sensei. –Viemos pra cá correndo! Eu nem tive tempo de tomar banho direito!

–Naruto! – gritou a sensei batendo as mãos na mesa. –Você vai escutar ou vai me interromper de novo?

Ele torceu o bico, cruzando os braços, e resmungou baixinho enquanto observava a Hogake.

–Então prossiga, por favor, vovó.

–Não me chame assim! – relaxou inclinando as costas na cadeira e respirou contendo-se. –Bem, para começar, gostaria de comunica-los que a missão nível B que foi designada ao Time Sete, ficará com o Time Nove.

–Assim, tão de repente? – indaguei observando-a.

–Kakashi está de acordo com a mudança e o Gai também.

–E o que houve? – perguntou Naruto no ápice da curiosidade.

Tsunade-sama enlaçou os dedos na altura do queixo, servindo-lhe de apoio, e olhou a porta entreaberta.

–Entre, Karin!

Todos nós olhamos para trás para vê a pessoa anunciada, especialmente eu, e com a expressão séria a garota ruiva fechou a porta e se pareou a nós.

–O que ela faz aqui?

Perguntei a mesma coisa que Naruto, em silêncio.

–Ela precisa de ajuda, mas isso vai depender de vocês.

A resposta da sensei deixou a todos calados e pensativos. Sem mais resistir olhei Sasuke ao meu lado. Ele agia com naturalidade, embora estivesse pensativo.

–Eu já falei com Sasuke ontem à noite...

O quê? Olho-o de novo, surpresa.

–Juugo está desaparecido há três dias e ninguém sabe nada sobre ele, nem mesmo o viu pelas redondezas. – disparou ela, ainda séria. –Suigetsu já o procurou nas vilas vizinhas ou lugares próximos à vila do som, mas ele, simplesmente, desapareceu.

Tornei o caso preocupante, em particular. Com o fim da guerra os integrantes do Time Hebi permaneceram em Konoha por algum tempo. Suigetsu foi o primeiro a deixar Konoha. Juugo ficou por mais tempo, porém decidiu voltar para a antiga vila do Som, e de vez em quando fazia uma breve visitava a aldeia do fogo. Karin ficou por mais tempo, pois acreditava que, se insistisse mais com Sasuke-kun, ele acabaria cedendo. Mas ela logo se cansou e voltou para a vila natal.
Eu nunca criei amizade com um deles, mas Juugo era diferente de todos, e talvez seja por isso que eu fui simpática com ele sempre que podia, além de admirar sua amizade com Sasuke-kun.

–Eu preciso encontra-lo logo. – disse ela, chamando minha atenção. –Não que eu me preocupe tanto com ele, mas sim com a paz na vila do som.

Como sempre... Karin ainda pensava somente nela.

–Kakashi-sensei, o que você acha disso?

O sensei nada disse de imediato, parecia estudar o problema.

–Sasuke, acho que isso diz respeito mais a você do que nós.

Aguardamos uma resposta sua, pois somente dessa forma poderíamos tomar a nossa.

–Juugo iria me procurar se eu estivesse em algum lugar... – Karin sorriu observando-o. –Eu vou com você, Karin.

–Se isso é uma missão, podem contar comigo. – Naruto sorriu confiante.

–Bem, acho que ele merece nossa atenção. – Kakashi-sensei também concordou.

–Sakura?

Sasuke-kun me olhava esperando uma resposta e consequentemente todos os olhares estavam voltados para mim. Discretamente olhei Karin, a poucos passos, e senti vontade de dizer Não. Mas eu não podia misturar minha vida pessoal com minha vida ninja. Eu fui chamada para realizar uma missão e era assim que eu deveria pensar.

–Por mim, tudo bem.

O semblante confiante dela desapareceu e seu olhar arrogante caiu sobre mim. Karin nunca trocou muitas palavras comigo, muitas vezes procurou me ignorar, e fazia isso porque sentia que eu era uma ameaça, mesmo mantendo-se segura.

–Podemos partir daqui uma hora. – disse ela olhando o relógio na parede. –Tudo bem pra vocês?

Quem a colocou como líder?

–Daqui uma hora, em frente ao portão de Konoha. – confirmou o sensei.



Naruto e Kakashi-sensei seguiram caminhos diferentes que Sasuke-kun e eu. Apesar de estar a sóis eu não me sintia à vontade com ele. Não sei... a presença de Karin sempre foi desconfortável para mim. Não que eu a via como uma inimiga ou sentia insegurança quando ela estava perto de Sasuke-kun, mas... Eu não conseguia vê-la com bons olhos.

–O que pode ter acontecido?

Indaguei observando-o de esguelha.

–Juugo tem se controlado todo esse tempo, mas não sei se ele pôde fazer a mesma coisa sem minha ajuda.

–Uh.

O que eu devia fazer? Será que era necessário perguntar o porquê de ele não ter falado sobre a visita de Karin à noite? Droga! Não queria bancar a garota chata, mas também eu não queria deixar as coisas prosseguirem como se eu não me importasse.

–Sasuke-kun... – perdi a ênfase ao ter sua atenção. –Não... – infernos! O que há com você, Sakura? Diga que você não gostou de saber que Karin foi vê-lo à noite! –Eu... – não! Eu não quero ser uma garota irritante logo agora! –Tenha cuidado.

Foi tudo o que consegui dizer.

–Você também.

Gentilmente ele passou a mão no topo da minha cabeça e saltou em cima de um telhado, desaparecendo.

*

A viagem prosseguia, em silêncio. O céu estava encoberto por nuvens cinza, mas possivelmente não ia nevar durante a viagem, talvez pela noite. O frio era intenso, desanimava nossos passos, mas nos conformamos com a pouca distância que havia pela frente.

–Qual foi a última vez que você viu Juugo, Karin?

A ruiva pensou na pergunta feita por Sasuke-kun e o olhou incerta do que diria.

–Terça-feira, talvez. Ele não tinha nada programado para fazer, que eu me lembre, mas... Acho que ele disse que precisava achar uns pássaros...

–QUÊ? – gritou Naruto. –Tanta confusão por causa de pássaros?

–Juugo tem essa estranha obsessão por pássaros, principalmente os domesticados. – zombou ela. –Mas isso é de menos. O problema é que ele pode ter atacado alguém por aí e sido capturado.

–Pensando por esse lado, é provável. No entanto, Juugo não é um ninja fácil de ser apreendido.

–O que você está pensando, Sasuke?

Lancei um olhar enraivecido nela, por que estava se achando tão importante.

–Juugo pode ter caído numa armadilha.

Ele analisava todas as possibilidades calmamente, embora sua expressão fosse de seriedade.

–Uma armadilha? – indagou o sensei, pensativo. –Mas por quê?

–Por que ele só pensa em matar quando o selo amaldiçoado se apossua dele. – respondeu Sasuke-kun. –Ele é uma ameaça.

Chegamos na vila do som. Andamos sob o olhar curioso de algumas pessoas, outros nos ignoravam, mas havia aqueles que nos via como uma possível ameaça.

–Para um Otokage como Orochimaru, até que essa vila tem progredido um pouco.

Naruto riu com o comentário do sensei.

–Eu não esperava que ele fosse cuidar dessa vila, aliás, eu não esperava por coisas boas se tratando de um homem como ele.

–As pessoas daqui gostam dele. – disse Karin chamando a atenção. –Agora que ele é um homem do bem, está empenhado a ajudar os outros.

Ela se aproximou de Sasuke-kun, que olhava tudo como se não quisesse perder um único movimento, e suas bochechas coraram.

–Apesar da decadência dessa vila, tivemos bons dias nela.

Apertei os punhos enquanto a fuzilei, pronta para descarregar meu chacra se ela fizesse algo suspeito.

–Você não sente vontade de morar aqui de novo?

O que diabos era aquilo? Agora ela queria que ele sentisse saudades daquele tempo de obscuridade?

–Minha vila é Konoha, sempre foi.

–Err... Claro.

Se Karin virasse para trás, viria meu sorriso escancarado.

–Mas, se um dia você quiser voltar, a vila do som lhe receberá de braços abertos.

–Sasuke-kun teve todo tempo do mundo para escolher entre Konoha ou a vila do som. – falei fazendo todos parar e olhar para trás. –Konoha é o lar dele e seus verdadeiros amigos estão lá.

Sei que eu poderia ter me contido e ignorado, mas estava se tornando difícil cada vez mais com ela por perto.

–Eu só...

–Sakura está certa. – Sasuke-kun deu meio sorriso enquanto me observava.

–Ei! – Naruto cutucou o ombro de Karin. –Eu te aconselho a maneirar suas palavras.

–E por quê? – indagou em tom desafiador.

–Apenas siga o conselho dele. – sorriu Kakashi-sensei. –Onde passaremos essa...

–Seus amigos são bem barulhentos, Sasuke.

Suigetsu pulou na nossa frente.

–Onde você estava seu rato?

Karin o recebeu com uma pancada, mas a cabeça dele se transformou em água.

–Eu estava à procura de Juugo. Bem diferente de você que usou o sumiço dele para ir atrás de Sasuke.

–C-como? Eu fui buscar ajuda!

Outra pancada, mas dessa vez ela conseguiu acertá-lo.

–Não dê ouvidos a ele, Sasuke. – ajeitou os óculos. –Vou hospedá-los na minha casa.

–Como você vai fazer isso se sua casa é minúscula? – debochou Suigetsu. –Além do mais, Sasuke não parece está interessado em você.

–Suigetsu, eu juro que faço seu funeral essa noite!

–Não discutam. – interviu o sensei. –Vamos ficar em uma pousada. – era o melhor a fazer. –Karin, Suigetsu, tentem se lembrar dos lugares que Juugo costuma ir com frequência.

–Sim.

–Amanhã nos encontraremos aqui.

Dia seguinte...

Ajeitei a capa novamente, tentando me proteger do frio. Estávamos andando há um bom tempo, sem pistas, vasculhando lugares que há muito tempo deixaram de ser habitados.
Naquela época do ano ficava muito difícil saltar os galhos das árvores, porque a neve se acumulava e pouco a pouco começava a derreter. Mas, em compensação, a floresta não era muito fechada, o que nos proporcionava uma visão melhor.

–Ali! – Suigetsu gritou, fazendo todos parar. –É uma caverna.

Apontou para o buraco rodeado de arbustos e neve.

–Karin, veja se há pessoas lá.

Imediatamente ela o agradou.

–Sim, estou sentindo a presença de chacras e... – abriu os olhos abruptadamente. –, Juugo está lá dentro!

Sasuke-kun sacou a espada com agilidade e ativou o sharingan.

–Estavam nos esperando.

Diversas kunais foram jogadas contra nós, ao mesmo tempo em que uma imensa bola de fogo nos surpreendeu. Saltamos longe das árvores, atentos a novos ataques.

–Quem é vivo sempre aparece.

Um homem alto, cheio de cicatrizes, sorria nos observando. De dentro da caverna dezenas deles se agruparam em volta do homem que parecia liderar.

–Ouvimos histórias sobre vocês. – disse ele com o tom de voz sarcástico. –Depois da guerra, resolveram se redimir. – todos riram descontrolados. –Mas como se esquecer da época que éramos capturados como animais por vocês, e entregues às mãos de Orochimaru?

–Ainda assim, eram produtos descartados. Não serviam para o lixo!

–Sua vadia desgraçada!

O homem berrou encarando Karin e o selo amaldiçoado se apossou de todos eles.

–Você tinha que provoca-los? – perguntou Suigetsu fuzilando-a.

–Para que entrar em pânico se Sasuke está aqui, como nos velhos tempos?

Soquei a terra com toda a força, imaginando fazer o mesmo nela.

–O que você é? Um monstro? – indagou Suigetsu se segurando nas árvores para não cair.

–MATEM TODOS!

–Naruto, cuidado!

Gritei fazendo-o olhar para trás, bem a tempo de impedir o inimigo de acertá-lo por trás.

–Por que você tá dando moleza, idiota? – perguntei.

–Não vale a pena usar todo o meu poder contra esses caras. – e ele acertou em cheio o rosto de um deles, logo depois que seus clones provocaram uma enorme explosão.

–Você não devia subestimá-los tanto. – Sasuke-kun apareceu por trás de Naruto, golpeando dois homens que tentaram surpreendê-lo. –Eles podem ser inferiores a nós, mas estão em maior número, e isso é desgastante.

–Ouvi você reclamar, Sasuke? – provocou Naruto.

Em resposta Sasuke-kun derrubou vários dele agilmente.

–Eu nunca reclamo de uma luta. – sorriu animando Naruto.

–Vamos detonar!

Ambos invadiram a caverna e segundo depois algo explodiu lá dentro fazendo o chão tremer.

–Ah! – Kakashi –sensei suspirou cheio de tédio. –Eles não estão lutando pra valer, mas disputando o título de melhor shinobi.

–Parecem até dois inimigos. – comentou Suigetsu dando um passo adentro da caverna.

O lugar era mal iluminado, às vezes estreito, largo demais, mas ao chegar ao centro deste nos deparamos com a luminosidade.

–Então eles se refugiaram aqui. – disse Karin, pensativa.

–Sakura! Karin! Tirem Juugo daqui! – falou Sasuke-kun com Juugo apoiado em seu ombro. –Suigetsu, dê cobertura a elas.

–Mas que saco!

Juugo estava tão exausto que acabou desmaiando, mas desconfiei que ele tinha passado por algum tipo de experiência , além de ter sofrido lesões pelo corpo.

–Como ele pôde ter sido pego com tanta facilidade?

–Você não viu a quantidade de homens? – Karin virou o rosto rejeitando a pergunta de Suigetsu. –Eu vou vê se está tudo bem por lá, mas estarei por perto.

–Desapareça! – gritou ela.

Não perdi cada reação no rosto dele enquanto meu chacra começava a percorrer seu corpo. A respiração começava a se normalizar e as feridas estavam se fechando.

–Controle de chacra... – levantei a cabeça olhando Karin rapidamente. –Isso não é fácil para qualquer um fazer e você faz muito bem.

Voltei os olhos para o corpo adormecido de Juugo.

–Se você não tivesse lá para me ajudar, eu não teria sobrevivido naquele dia.

Era a primeira vez que ela falava do atentado comigo.

–Eu teria ajudado qualquer pessoa que estivesse na sua situação.

–Como médica, eu não duvido disso, mas, por outro lado, você estava salvando a vida de uma garota bem próxima de Sasuke, e que estava perdidamente apaixonada por ele.

O que ela queria?

–Todas as vezes que você me olha, sinto como se você quisesse me dizer alguma coisa.

–Não é nada demais, eu apenas fico um pouco confusa com sua relação com Sasuke.

Notava-se o quanto isto a incomodava.

Uma grande explosão nos pegou de surpresa. A terra tremeu com o impacto e a entrada da caverna sumiu nos escombros. Não sobrou nada dela, apenas rochas e árvores em meio ao entulho de terra.

–Cadê eles? – indaguei olhando fixamente para os escombros.

Uma cobra gigantesca surgiu do nada e de sua boca saíram Sasuke-kun, Naruto, e Kakashi-sensei, ambos cansados.

–SASUKE!

Karin gritou correndo até eles e o mesmo eu fiz sabendo que Juugo não corria perigo.

–Vamos! – ela se ajoelhou diante de Sasuke-kun e desabotoou a blusa, deixando o ombro à mostra. –Morda-me! Você precisa de chacra!

–Ele não é vampiro para morder alguém, ainda mais você!

Ela me olhou possessa de raiva.

–Meta-se nos seus assuntos!

Bati o pé com toda a força contra o chão, fazendo um barulho estrondoso.

–Ele é meu noivo. E se você não tirar seu corpo mordido de cima dele, eu vou tirá-lo da pior maneira possível.

Estatelada com a notícia, seus olhos se arregalaram.

–Noivo? – indagou observando Sasuke-kun que em silêncio assistia à cena. –Sasuke prestes a se casar com... – olhou-me de cima abaixo. –, com uma garota sem sal como você? Não, isso é uma piada sem graça!

–Deixa de teatro, Karin. Acabou seu espetáculo. – Suigetsu sorriu. –E você não tem nível para ser um Uchiha!

–DESGRAÇADO!

Ela correu para cima dele, tentando acertá-lo com chutes e soco, mas não percebeu que estava se embrenhando na mata; até sumir.

–Então... – Naruto quase murmurou um pouco constrangido. –Sakura-chan, qual é a situação dele? – apontou para o corpo adormecido de Juugo.

–Ele está bem, mas ainda é cedo para isolar seus ferimentos internos. Parece que tentaram fazer um tipo de experiência à base de antídotos com ele.

–Antídotos? – indagou o sensei.

–É como se eles quisessem reverter o selo amaldiçoado sem a ajuda de jutsus.

Naruto apertou os punhos enquanto encara o aterro da caverna.

–Eles queriam se livrar da maldição, mas agora estão mortos.

–É melhor assim. – Sasuke-kun ficou de pé. –Dessa forma ninguém mais vai sofrer ou se isolar do mundo.

*

Meu chacra reluziu sobre seu corpo... Estava concentrada no que fazia, mas os olhos negros dele repousam com suavidade sobre mim. Tentei ser segura e estava conseguindo, mas a intimidade naquele quarto às vezes me apavorava. Sei que era bobagem, porque estava apenas curando seus ferimentos, mas... O que eu podia fazer se perto dele me sentia ridícula?

–Está se sentindo bem?

Perguntei entretendo a mente.

–Estou bem agora, não se preocupe.

Olhei seu rosto, sua expressão era serena, então encerrei o tratamento.

–Acho que começou a nevar.

Comentei ouvindo o sopro do vento, mas o pequeno vidro da janela estava embaçado, impossibilitando a vista lá fora.

–Juugo está se recuperando bem... Logo vamos voltar pra Konoha.

Por que eu não consiguia parar de falar?

–Obrigado por ter vindo.

–Não me agradeça, afinal eu faço parte do time, não é? – sorri.

–Mas você hesitou. Todos perceberam.

Sentia-me constrangida e acho que eu estava ficando corada.

–É que... Bem...

–Karin não te agrada em nada. Estou certo?

Será que ele percebeu que eu estava com ciúmes? Céus! Não sei o que devia responder!

–Ok. Não precisa dizer nada, eu sei que você estava com ciúmes. – olho-o com certo espanto. –Isso é um pouco infantil, mas não nego que me senti confortável com a situação.

–A culpa é sua por encontra-la de noite e de repente decidiu ajuda-la! – disparei fazendo-o achar graça.

–Então eu estava certo. – o tempo todo ele queria que eu confessasse. –Você fica engraçada quando está com ciúme.

–Você não acha graça de nada!

Ele se sentou e eu lhe entreguei a blusa. Enquanto ele se vestia, admirei sua forma física, mas logo respirei fundo e esqueci o momento.

–Será que um dia, por menor que seja a demonstração, tomarei conhecimento do grau do seu ciúme?

Ele pensou na pergunta.

–Costumo ser racional e não ajo através das emoções, mas... Se eu sentir muito ciúme, a ponto de ficar louco, será muito desastroso.

–Então, tenho que adverti-lo sobre alguns pacientes. – disse com vontade de rir da expressão séria dele. –Há sempre um mais desinibido que outro.

–Devo me preocupar com eles?

–De forma alguma. – sua pergunta soou ameaçadora, embora sua expressão seja descontraída. –Tenho certeza de que ninguém gostaria de tê-lo como inimigo.

Sorri enquanto sentia sua mão acariciar minha nuca, mas logo perdi o sorriso ao sentir seus lábios se aproximar dos meus, em necessidade de contato. E eles, aquecidos pelo calor do desejo, roçavam levemente nos meus. Suspirei ao sentir seu toque... Carente... Vulnerável... Sensual, e me entreguei ao momento. Seu gosto era bom... Sua necessidade atiçava às minhas... Não desejei parar de beijá-lo... Nunca. Mas ele parou, de repente, com as mãos em volta da minha cintura, e eu senti o desejo que havia nele. Tão tentador.

–Você... Quer comer alguma coisa?

Notava-se um breve desconforto nele e urgência para sair do quarto.

–Uma sopa quente cairia bem agora.

















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