Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 5
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei para postar um novo capítulo, mas aí está ;)



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Capítulo Quatro

    Foi tudo super estranho, aquela lembrança... tinha esquecido completamente dela, eu não sei, ela simplesmente sumiu da minha mente, e agora me lembrando, o que aconteceu naquele dia do coelho? Por que estava com aqueles olhos e quem era aquela pessoa com quem minha avó conversava? Não tenho ninguém para responder a essas minhas perguntas. E aquela árvore é exatamente a mesma do meu pesadelo de hoje mais cedo no colégio, e eu não tinha a recordação dela na fazenda da minha avó, como pude esquecer? Ai meu Deus, são tantas perguntas que não sei como responder, porque não posso ter uma vida normal como de qualquer outra pessoa? E tem essa minha marca no pulso também, ela estava ardendo e com um leve brilho, o que isso quer dizer? 

    - Ei, garota, espere - ouço o "garoto que não sei o nome" dizer. 

    Ele vem para o meu lado e para para tomar um pouco de ar como se tivesse corrido e acho que foi isso mesmo que aconteceu. Olho ao redor e já estou na pracinha, cheguei aqui tão rápido que nem me liguei. 

    - Você anda tão rápido, não faz nem cinco minutos que você saiu da clínica e já chegou aqui na praça, estranho...mas, enfim, eu te acompanho até em casa, quero ter a certeza de que não vai desmaiar na rua de novo - ele diz dando um sorrisinho - Eu sou o Pierre, já que nem me apresentei. 

    Ele me olha ali com expectativa de eu dizer o meu nome, mas esse cara é um estranho para mim, estou grata por ele ter me ajudado, mas é só isso, não quero ninguém me perseguindo. 

    - Eu posso ir sozinha - digo andando na frente. 

    - Qual é seu nome? 

    - Por que você quer saber? Não é da sua conta - eu sei que fui grossa, mas não estou afim de ficar de bom humor depois de tudo que aconteceu. 

    O Pierre parece ressentido com a minha resposta e eu fico com pena e acabo sedendo. 

    - Me chamo Alyssa, satisfeito agora? 

    - Sim, e você bem que podia andar um pouco mais devagar, não consigo te acompanhar. 

    - E que disse que quero sua companhia? - eu não consigo não ser grossa e me sinto culpada com isso. 

    Para que eu fui vir pela praça? Por aqui o caminho é mais longo para chegar na minha casa, estava tão imersa em pensamentos que não vi que caminho tomei, nem sei como atravessei as ruas, ainda bem que não fui atropelada. 

    O Pierre continua me seguindo e eu diminuo um pouco o passo. 

    - Ok, se você não quer ajuda eu vou embora - ele diz meio sem saber se fez a coisa certa e depois se vira. 

    Que saco, não queria dar o braço a torcer, mas coitado dele, só queria ajudar e eu fui toda grossa, tenho que me comportar melhor. 

    - Se quiser pode me acompanhar - digo olhando para o lado menos para a cara dele. - E foi mal ter sido tão grossa com você, eu só não consigo ser uma pessoa muito simpática. 

    - Notei isso, mas então já que você quer que eu te acompanhe, eu faço isso - ele diz com um sorriso no rosto. 

    Ele conseguiu o que queria, que era me acompanhar, agora eu só não entendo o por quê disso, não sou uma pessoa simpática e nem fui legal com ele, e fora que não sou uma pessoa bonita - eu pelo menos acho isso - e mesmo assim ele quis me acompanhar,algumas pessoas são legais por natureza, o que não é muito o meu caso. 

----****----

    O caminho até a minha casa foi longo e cheio de perguntas feitas pelo Pierre, ele me entuchava de perguntas e eu não respondia quase nenhuma, tem coisas na minha vida que prefiro não responder que tenho certeza de que assustaria muitas pessoas. 

    - Obrigada por me acompanhar e até algum dia, não sei se vamos nos encontrar novamente - digo assim que chego ao portão familiar da entrada da minha casa. 

    - Não precisa agradecer, eu quis vir por conta própria, e quanto ao assunto de quando vamos nos ver, espero que seja em breve, eu já sei onde você mora, então se quiser te ver é só passar aqui, mas se quiser o número do meu telefone eu posso te dar. 

    - Não precisa, agora você já pode ir embora, tchau. 

    Entro em casa e nem olho para trás, não quero me sentir culpada por ter batido a porta na cara dele. 

    Noto um clima meio diferente na minha casa, está tudo muito quieto de uma forma sombria, nenhuma sombra, nenhum som estranho, tudo muito parado. Subo as escadas com um certo receio, a última vez que senti um clima estranho assim foi na noite do incêndio na casa da minha avó. Eu tremo com o pensamento do acidente e tento tira-lo da cabeça. 

    Abro a porta do meu quarto, jogo a mochila na cama e começo a vasculhar o meu quarto todo em busca de algo fora do normal, mas não acho nada.

    Ligo a televisão para quebrar um pouco o silêncio e vou para o banheiro tomar um banho. Na TV está tocando uma música da Avril Lavigne e eu me empolgo cantando no chuveiro, nem noto quando a porta do banheiro é empurrada, só sinto um vento gelado entrando pelo vão da porta do chuveiro.  

    - Laura, é você? - pergunto com medo de meter a cabeça para o lado de fora. 

    Nenhuma resposta, só um silêncio assustador, a televisão não está mais ligada. 

    Pego a minha toalha e me enrolo saindo do banheiro cheia de medo. Será que o Pierre entrou na minha casa? Eu não vi ele indo embora, mas se foi ele, como entrou se estava tudo trancado? 

    Olho o meu quarto todo de novo e quando chego embaixo da cama, noto que tem uma pena negra ali e com um bilhete escrito no papel "Estou de volta". 


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