Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 3
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, não reparem se eu demorar um pouco para colocar os outros capítulos, vou entrar em época chata de prova e aí já viu né? Tenho que estudar :/



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Capítulo Dois

    Tento ignorar o frio gélido que está na minha perna, tenho medo de olhar e ter a certeza do que estou vendo, mas não passa. Olho para baixo da minha mesa e lá está uma criatura horrível e assustadora, é um cachorro preto com presa enormes e olhos negros que emanam uma tremenda raiva.

    Eu não acredito nisso, esses animais assustadores antes só apareciam de noite e poucas vezes, o que esse cachorro faz aqui então enrolado na minha perna? Estou com medo, e o pior disso tudo é que ninguém mais vê, só eu, e assim não dá para compartilhar o medo com ninguém. 

    Fico chutando a forma do animal, mas isso o deixa com mais raiva e seus dentes parecem crescer. Por favor, vai embora, vai embora, vai embora começo a pensar desesperada. 

    - Sua louca, o que você está fazendo chutando o nada embaixo da mesa? - a Brianna pergunta me olhando confusa. 

    - Nada...é que...bom...me deu uma câimbra na perna - digo a primeira coisa que me vem na cabeça. 

    - Mas parecia que você chutava algo com força...ah, deixa para lá - minha amiga diz e se volta para seu celular escondido no estojo. 

    Olho para baixo da mesa e noto que - ainda bem - que o cachorro sumiu, sem deixar nenhum rastro de que já esteve ali, e o que me assusta nessas sombras animais é que eles tem formas iguais dos animais originais, e as sombras normais que vejo, não tem rosto nem nada, então dá menos medo e já me acostumei. Não quero voltar a ver esses animais, não quero mais ver essas coisas, não aguento mais. 

    Uma enorme árvore no meio de um campo verde é a única coisa que consigo observar ao longe, preciso chegar nela, estou fraca e sem forças, elas me perseguem onde quer que eu vá, mas naquela árvore sagrada sei que não podem tentar nada comigo, morreriam as mais fracas e as mais fortes ficariam imunes. 

    A minha corrida está cada vez mais lenta, meus passos pesam, já posso vê-las se formando ao meu redor, uma segura a minha perna e eu caio no chão, se eu conseguisse me soltar e desse mais dois passos já estaria salva, mas a sombra foi mais esperta, começa a me arrastar para longe, para a escuridão. 

    - Srta. Pettyfer, o que está fazendo? - ouço a voz ao longe do professor falando.

    Olho ao redor confusa. O que aconteceu comigo? Eu nem me lembro de ter deitado a cabeça para cochilar na aula. O que foram aquelas visões? E eu tenho certeza de que estava gritando na sala de aula, que vergonha.  

    - Me desculpe professor - digo ainda vermelha de vergonha. 

    - A maluca estava tendo um surto. Foi o quê? Sonhou com a sua cara no espelho - a Violetta diz e todo o seu grupinho de patricinhas metidas começam a rir e como os alunos não gostam de descordar dela, começam todos a rir. 

    - Quietas as senhoritas também - o professor diz já furioso por mim ter gritado na aula dele e ter dormido, apesar de eu não me lembrar dessa última - O próximo aluno que falar uma palavrinha sequer, vai sair de sala. 

    Ele diz e depois se senta na sua mesa para anotar no caderno da turma que eu não estava prestando atenção na aula.

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    - O que foi aquilo,Lyssa, que eu ainda não entendi - a Brianna diz assim que saímos da sala e fomos para a cantina depois de três longos tempos de física e dois de geografia. 

    - Eu não sei, eu acho que cochilei e tive um pesadelo. 

    - Mas eu vi, você estava acordada e com os olhos parados, parecia em transe, e na hora que te sacudi você começou a gritar. Isso foi louco.

    - Eu não sei mesmo o que foi aquilo, amiga, mas não foi nada de mais - digo mentindo na parte do "nada de mais", foi algo assustador, e ninguém merece duas coisas estranhas no mesmo dia, primeiro aquele cachorro e depois a visão de que não me lembro da onde veio, nunca estive naquele lugar antes e é melhor me lembrar para nunca ir nesse lugar, caso eu ache onde é. 

    Nós nos sentamos em uma das mesas perto do lixo, onde é o lugar dos impopulares sentarem, os populares tem mesas especiais no cento do refeitório onde todos os outros alunos sonham em sentar ali, todos menos eu, não ligo para essa palhaçada de popularidade e odeio todos os que se sentam naquela mesa idiota. 

    A Brianna vai até a cantina e me deixa sentada ali sozinha com um bando de alunos impopulares me olhando e comentando sobre eu ter gritado na sala, e minha amiga não vai voltar tão cedo, pois a fila da cantina está maior do que a Muralha da China e eu tenho que ficar aqui completamente desconfortável com todos olhando para minha cara. 

    Noto uns cochichos na mesa de centro e uns olhares para mim, depois vejo a Violetta junto com a Karmin se aproximando da mesa que estou sentada. Que saco, as coisas não poderiam ficar bem para mim por pelo menos uma vez? 

    - Nossa, coitada de você, eu realmente fiquei com pena do que aconteceu - a Violetta diz se fazendo de solidária, como se eu fosse acreditar - E por isso eu vim aqui, toma - ela me entrega um papel com um número - , esse é o número do trabalho do meu pai, ele é psiquiatra e acho que faria bem você ter uma consultinha com ele. 

    A Violetta diz e ouço o pessoal da mesa dos populares rindo. 

    - E calma, se você não tiver dinheiro, eu peço para você ter uma consulta de graça, acho que ele não ia te negar isso...

    - Até porque você está realmente precisando, e ia te fazer bem, talvez deixando de ser maluca passe a se cuidar melhor e fique até um pouquinho bonita, não que isso fosse realmente acontecer - a Karmin diz e depois saí de perto da minha mesa rindo junto com a Violetta. 

    Rasgo o papel com o número e jogo no lixo, não estou afim de arranjar confusão indo até lá e fazendo as lâmpadas explodirem na cabeça delas. Tenho que me controlar, mas até que estourando aquela garrafinha de suco de uva que a Violetta segura não seria tão ruim... 

    - Mas que droga é essa! - ouço a Violetta gritando e toda suja de suco de uva, seu uniforme todo manchado, a Karmin vai ajudar e acaba suja com suco também. 

    - Esses sucos da escola devem estar estragados, como eles estouram do nada?! - a Karmin diz gritando e indo em direção a cantina para arranjar confusão. 

    Vejo a Brianna vindo na minha direção tentando segurar o riso. Ela se senta ao meu lado e repara o tumulto de gente em volta da mesa dos populares como de tivesse tido uma cena de crime.     

    - O que foi aquilo? - ela começa a rir - Até que foi bem engraçado ver aquelas ridículas levando um banho de suco. 

    - Pois é, essas coisas acontecem com quem mexe com as pessoas erradas - digo levantando uma sobrancelha. 

    - Perai, foi você que fez aquilo? Como? 

    - Não fui eu quem fiz, como eu faria aquilo? - digo me fazendo de sínica. 

    Até que foi bem divertido fazer aquelas duas pagarem, e essa foi a primeira vez que uso meus dons com a minha própria vontade, pois das outras vezes as coisas aconteceram sem eu querer, e cá para nós, é bem legal poder controlar os meu poderes, se é que se pode dizer esse nome, não sei se o que acontece comigo é uma maldição ou não, mas é bem estranho. 

    

  


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Notas finais do capítulo

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