Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 26
Capítulo Vinte e Cinco


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todos o comentários que vocês deixam, valeeeu gente, é por vocês que a fic ainda está de pé, consegui chegar no capítulo 25! Isso graças a vocês, me lembro do primeiro capítulo que coloquei e achava que ninguém fosse ler e comentar, sim, demorou um pouco para isso, mas eu consegui, nunca desisti de tentar.
Vou parar por aqui e deixar vocês lerem agora ♥



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Capítulo Vinte e Cinco 

    

             

    

    Olhei ao redor e não estava acreditando no que estava acontecendo, não tinha cela nenhum ali, só um campo enorme cheio de lápides, estávamos num cemitério e fora daquele lugar que fiquei presa, o tempo já estava escuro e dava uma aparência mais assustadora naquele lugar, mas qualquer coisa é melhor do que a cela que fiquei. 

    - Como assim...não estou entendendo - falei embasbacada. 

    - Não entendeu? Está livre do maníaco do meu pai...Pelo menos por enquanto - ele falou me lançando um sorriso que eu a muito tempo não via. 

    Então quer dizer que ele não era um doido que sempre me enganou? Nossa, ele me fez cair direitinho nesse plano, mas eu me sinto muito aliviada pelo Vicent ainda ser o mesmo de antes e não cair na lábia do pai dele, só não entendia ainda o motivo de estamos num cemitério, como chegamos ali? 

    - Você não sabe como me sinto aliviada! Isso não é mais um plano do Mitzcael não, né? - perguntei desconfiada mesmo achando que não seria um plano do pai dele. 

    - Não, pode ficar tranquila. Agora é melhor darmos um fora daqui antes que meu pai descubra que essa tal cela 17 ainda está trancada. 

    O Vicent disse isso e depois colocou um dos braços sobre meus ombros e me guiou até um carro preto parado na entrada do cemitério. Entrei no carro e me sentei no banco de passageiro. 

    - Eu não entendi, por que saímos num cemitério? - perguntei quando o carro já estava em movimento. 

    - Na minha casa, aliás, na casa do meu pai,  tem uma passagem que leva para o escritório dele que é embaixo da terra e lá ele trata de alguns assuntos e existem várias outras passagens que dão lá, o cemitério é só uma delas... Você sabe, ele é um anjo caído do mal, trabalha com demônios, e bom, acho que consegue imagina por onde aquelas passagens podem dar.

    Sim, eu imaginava e não queria estar naquela cela de novo com aquele homem morto. Foi horrível, aquela imagem nunca mais vai sair da minha cabeça. 

    - E essa cela 17, o que tem de tão especial nela que deixou o Mitzcael tão empolgado com a possibilidade dela estar aberta? 

    - É uma cela com o pior que existe no mundo, meu pai quer que ela seja aberta, mas ainda não conseguiu autorização para isso. Tem muito trabalho pela frente e ao meu ver, muitos nefilins para serem subordinados.     

    - Espero que eu não esteja entre eles - disse me encolhendo. 

    - Pode deixar, você não vai estar. 

----****----

    O carro parou na entrada da minha casa, o Vicent desligou o motor e saiu, abriu a porta para mim e eu saí também. Não sabia que ele ia querer entrar, nem sei se a casa está arrumada. 

    - Não sabia que ia entrar - falei. 

    - Preciso tirar aquele Catruser do seu quarto, ou se esqueceu que não está completamente salva? 

    Abri a porta e por dentro a casa ainda estava escura, a Laura ainda não tinha voltado do trabalho, não sei onde ela está trabalhando, mas pelo visto demora, eram dez e meia, fiquei tanto tempo fora, mas ainda bem que a Laura não vai saber dessas coisas que aconteceu comigo, é mais seguro assim. 

    - Posso ir até o seu quarto? - ele pergunto e não sei porque essa pergunta me fez ficar vermelha. 

    Balancei a cabeça positivamente e ele foi em direção as escadas, ia subir também, quando o Vicent se virou e disse: 

    - Fique aí embaixo, é melhor, mais seguro. 

    - É a segunda porta meu quarto - comuniquei. 

    Estava tentando se lembrar do meu quarto e saber se deixei ele muito arrumado ou com roupas jogadas no chão, o que é bem provável, tenho preguiça de arrumar as coisas, só espero que não tenham roupas íntimas jogadas por lá.  

    Olhei para o telefone e ele tinha uma luz vermelha piscando, tinha uma mensagem na secretária eletrônica. Cliquei para ouvir:

    Aly, não sei o motivo de não estar me atendendo, mas vou deixar essa mensagem para avisar que depois do trabalho vou sair com uns amigos, mas fique tranquila, é só um restaurante e não vou beber feito louca. É isso, beijos florzinha. 

    Por um segundo achei que a Laura iria para uma boate dançar até tarde, espero que ela esteja falando a verdade mesmo sobre ir para um restaurante com amigos e espero que eles sejam civilizados e não aqueles que vieram na festa que ela deu aqui em casa. 

    Escutei um barulho de gente descendo as escadas e vi o Vicent, ele segurava uma sacolinha pequena marrom que deveria ter a esfera vermelha dentro. 

    - Foi tão rápido - falei espantada, achei que fosse demorar mais. 

    - Pois é, já sei como essas coisas funcionam...Aliás, eu gostei daquele sutiã de renda preta jogado em cima da cama - ele disse com um sorrisinho malicioso. 

    - Idiota! - disse vermelha igual a um pimentão. 

    - Brincadeira, nem reparei nele. 

    - Sei, sei... 

    Estávamos ali, os dois, sem assunto parados na sala da minha casa. O certo seria eu oferecer para ele alguma coisa para beber, mas não o queria ali quando a Laura chegasse, não quero que ela pense que sou como ela era, sempre trazendo homens aqui para casa, mesmo o Vicent sendo só meu amigo, se é que ele ainda me considera isso mesmo. 

    - Acho que eu já vou - ele disse. 

    - Ok...e obrigada por ter me tirado de lá, tenho certeza de que não conseguiria sair de lá sem você e obrigada de novo por ter tirador esse troço aí do meu quarto - falei com o rosto abaixado, um pouco envergonhada. 

    Ele me lançou um sorriso encantador, segurou meu queixo levantando o meu rosto para olhar para ele e disse:

    - Não tem de quê, Menininha da Floresta. 

    - Então ainda se lembra de que me chamava assim? 

    - Tem certas coisas que não dá para esquecer, né? 

    Depois de me dizer isso ele me beijou na boca e foi muito do nada, não veio se aproximando nem nada, só me beijou, um beijo leve e delicado. O Vicent se desaproximou de mim um pouco, mas ainda estava próximo o suficiente para eu sentir seu hálito com cheiro de hortelã, aqueles seus incríveis olhos verdes me olhavam avidamente e eu não consegui resisti, puxei ele para mim de novo, mas dessa vez o beijo não foi nem um pouco leve e delicado, foi mais intenso. 

    O Vicent me encostou na parede e eu podia sentir sua mão na minha cintura, minhas mãos estavam em seus cabelos macios e sedosos e estava tudo muito bom... Até que ouvi o barulho da porta se abrindo. 

    - Alyssa? 

    Empurrei o Vicent para longe de mim e tentei dar uma ajeitada rápida no meu cabelo. 

    - Oi, Laura...eu...nós só estávamos... 

    - Não precisa ficar tão nervosa, vou lá para cima para deixa-los sozinhos. 

    Quando a Laura subiu eu me virei para o Vicent, estava completamente constrangida e sem saber o que dizer. 

    - Acho melhor você ir agora - disse sem olhar para ele. 

    - Também acho. Até mais, e se cuide. 

    Eu sei que eu fiquei super envergonhada, mas eu não acredito que eu beijei o Vicent, tipo, eu gostava dele há muito tempo e foi difícil saber que ele não se lembrava de mim, agora sei que ele ainda me considera a Menininha da Floresta. 

    Subi para o meu quarto, ainda estava um pouco traumatizada com medo de abrir a porta, mas abri e para minha felicidade estava tudo normal e aquele tal sutiã preto estava mesmo em cima da cama. Acho melhor eu passar a guardar as minhas coisas, nunca se sabe quando alguém vai entrar aqui de novo. 

----****----

    Acordei de manhã com o celular tocando e isso me irritou, estava cansada e queria dormir até tarde, ainda mais porque não tinha aula. Olhei para o visor e não conhecia aquele número, me virei para o lado pensando em deixar para lá, mas continuou insistindo. 

    - Alô?! - atendi irritada. 

    - Caraca, parece que você nunca está de bom humor - a voz no outro lado da linha disse. 

    Revirei os olhos quando ouvi de quem era a voz e me arrependi de ter atendido. 

    - O que você quer, Henrique? Estava dormindo! 

    Já imaginava o que ele queria e não era do meu agrado. 

    - Ainda dormindo? Já são dez horas da manhã, dorminhoca. 

    - Ainda é cedo para mim, agora dá para dizer logo o que quer antes que eu desligue? 

    - Vim cobrar o nosso encontro e dizer que já está tudo certo para hoje a noite - podia ouvir a empolgação da voz dele no outro lado. 

    Que droga, não estava com vontade e nem disposição para ir em encontro nenhum ainda mais com o Henrique, para sair com ele teria que estar preparada e eu não estava. Estava exausta.

    - Tem que ser hoje? 

    - Sim, porque já comprei os ingressos do nosso encontro, mas não vou dizer o que é ainda. 

    - Só vou porque prometi, mas olha só, fique ciente de que se você me irritar só um pouquinho, vou te socar e ir embora, estamos entendidos? 

    - Nossa, que brava...Mas, tudo bem, passo aí na sua casa as sete. 

    Desliguei o telefone e joguei ele para o lado. Coloquei o cobertor na cabeça e me preparei para dormir mais um pouco, só que não foi o que aconteceu, o meu celular começou a tocar de novo, me deu uma louca vontade de gritar e jogar ele pela janela. 

    Ignorei a chamada e ela parou, só que depois o que começou a tocar foi o telefone, só poderia ser o chato do Henrique de novo perguntando algo como "Que roupa vai vestir para nós combinarmo?". 

    Levantei andando firme no chão pronta para dar uma resposta para o Henrique. 

    - O QUE VOCÊ QUER DE NOVO, SEU IDIOTA? EU QUERO DORMIR! - gritei. 

    - Hum, me desculpe, achei que já estivesse acordada. Aqui é o detetive Porson, estava querendo falar com você. 

    Naquele momento me senti corar e ainda bem que ele não podia ver a minha cara de constrangimento, deu vontade de desligar o telefone e enfiar a cara num buraco. 

    - O que quer comigo? - perguntei com a voz controlada. 

    - Precisamos bater um papo sobre o caso que ocorreu no seu colégio. 

    Caraca, tinha me esquecido disso, mas uma coisa para minha lista de problemas que me deixam com dor de cabeça e uma vontade enorme de sumir do mapa.  


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Notas finais do capítulo

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