Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 22
Capítulo Vinte e Um


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por recomendar a fic Vanessa Chagas, adorei ♥, sempre me emociono com cada recomendação T-T é bom saber que estão gostando rsrs.
Bom gente, desculpem a demora, estou cheia de trabalhos para fazer no colégio infelizmente :(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352774/chapter/22

Capítulo Vinte e Um



Estava tonta e enxergando as coisas embaçadas. Estava deitada na minha cama e meu quarto estava...Normal.



Tive um sobressalto e comecei a olhar coisa por coisa no quarto e estava tudo exatamente no mesmo lugar que tinha deixado, até aquele objeto redondo perto do guarda-roupa. Como isso aconteceu? Em alguns minutos estava caindo num buraco escuro e agora estou de volta no meu quarto e tudo normal, a não ser que...



– Foi você né pulseira? - perguntei olhando para meu pulso como se a pulseira fosse me responder - Obrigada, obrigada, obrigadaaaa.

Comecei a falar isso e a beijar a pulseira e a pular feito louca na cama, definitivamente eu não estava bem, nunca me imaginei ficar tão feliz por causa de um acessório, apesar de não ser um simples acessório, mas mesmo assim, estou contente por o Nicoel não ter me levado para o lugar que queria que eu fosse, não sei para onde é e nem quero saber.

– Aly, está tudo bem? - a Laura pergunta aparecendo na porta e me fazendo levar um susto.

– Sim, por que não estaria? - me sentei rápido na cama - Só estava...fazendo um exercício para as pernas.

Eu sou muito ruim de inventar coisas na hora, mas não quero que a Laura saiba que meu pai-demônio-maluco-mau está atrás de mim e que pode fazer de tudo para conseguir isso, não quero assusta-la.

A Laura me olhou com um olhar desconfiado e depois sorriu.

– Ok, ok, se você diz. Bom, queria saber que sabor de pizza você quer, vou pedir uma para o jantar hoje, o que acha?

– Quanto tempo não comemos juntas - disse - Mas já que isso é um momento raro, vou escolher pizza de bacon, já que sei que você gosta também.

– Tudo bem então.

É estranho essa coisa de a Laura perguntar algo para mim, ela nunca fazia isso antes, era sempre o que ela queria, mas acho que posso me acostumar com uma mãe boa, mesmo ela sendo na verdade minha tia.

–---****----

Não estava com vontade nenhuma de ir para escola, na verdade nunca estou, mas dessa vez era diferente, muitas coisas aconteceram e vou ter que encontrar o Vicent, sei que preciso dele para me dar respostas, mas ao mesmo tempo não sei se quero sabe-las, sabe, minha cabeça já está muito cheia de coisas sinto que algum momento vai explodir e eu vou sentir um alívio tremendo.



Ainda estava cheia daquela pizza de ontem, estava com tanta fome que eu sozinha comi praticamente quase tudo, agora só de pensar em pizza me dava enjoo, então nem quis tomar café da manhã, a Laura tinha ido trabalhar - milagre isso - e disse que voltaria a ser uma boa funcionária na empresa em que trabalha. É estranho acordar e não ver nenhum homem estranho andando pela casa de toalha ou comendo algo na cozinha.


Estava cedo ainda, tinha tempo até chegar a escola, então fui andando tranquilamente apreciando a paisagem ao meu redor, mesmo não sendo tão bela assim a paisagem, mas sabe, me sinto bem de saber que não estou naquele buraco de fogo ao lado do Nicoel agora e confesso que estou receosa com medo dele aparecer do boeiro e me puxar para o lugar que ele vive.

Cheguei no colégio e notei que não tinham ninguém lá, a escola estava fechada e eu fiquei completamente perdida sem entender nada, toquei, mas ninguém veio me atender. Olhei para os lados e vi a Brianna chegando, ela parou ao meu lado e me olhou como se eu tivesse a resposta para aquilo.

– O que houve? - ela me perguntou.

– Eu não sei, cheguei e tudo estava fechado.

– Estranho...

Realmente estranho mesmo, não faço a mínima ideia do motivo da escola estar fechada. Eu e minha amiga já estávamos saindo de perto da escola quando vejo no outro lado da rua a Solange, uma garota que estuda na nossa sala de aula, ela nos olhou e se aproximou de nós.

– Ué, gente, o que fazem de uniforme aqui? - ela perguntou com um ar de curiosidade.

– Viemos para as aulas, mas o colégio está fechado...O que aconteceu? - perguntei.

Realmente as coisas estranhas não vão parar de me perseguir, sinto que tem algo errado nisso tudo, sei que não é só um feriado da escola.

– Não ficaram sabendo? - a Solange arregalou os olhos para nós como se fossemos obrigadas a saber de tudo.

– Diz logo, Sol - a Brianna disse irritada, odiava ficar na curiosidade.

– O professor de ed. física morreu ontem, acharam o corpo dele caído na sala de professores, foi muito estranha as coisas, vieram um monte de policiais e detetives, mas ainda não sei a causa da morte. As aulas agora só voltam segunda.

Ok, isso nunca ia passar na minha cabeça. Como assim o professor morreu? Do nada? Imagine o desespero que deve ter sido na escola ontem, ainda bem que não vim. Estou me sentindo muito chocada.

– Ele era chato mesmo, pelo menos não vamos mais precisar ficar jogando handebol o tempo todo - a Brianna disse dando de ombros.

– Para, Brianna, isso é sério - falei.

– Ok, só estava brincando.

– Bom gente, já vou - a Solange disse e depois se virou olhando para mim - Ah, esqueci de te dizer, o detetive George estava procurando por você.

Nem tive tempo de perguntar mais nada por primeiro, a Solange já tinha ido embora e segundo, eu não encontrava voz para falar. Como assim um detetive querendo falar comigo? Fala sério, isso só pode ser brincadeira...

– Amiga, o que você andou fazendo?

– Deixa de ser idiota, Brianna, é claro que não fiz nada, nem sei o que ele quer comigo e nem sei se quero saber.

–---****----


Depois de ouvir a Brianna fazendo milhares de perguntas sobre o que eu tinha feito e se eu conhecia o detetive, enfim cheguei em casa, mas não pense que foi melhor, pois quem estava na porta me esperando era o Vicent, ele estava vestindo uma blusa verde de manga comprida que combinava com seus olhos incrivelmente verdes e encantadores. Estava sentado nos degraus da varanda olhando para a rua.



Estava sem ideia do que dizer, digamos que o tempo me deixou mais envergonhada de falar com ele e fora que as outras vezes que nos falamos não foi das melhores conversas.


– Oi, está aqui há muito tempo? - foi a primeira coisa que veio na cabeça para eu dizer.

– Não, só uns dez minutos.

Fui até a escada e me sentei ao lado dele um pouco envergonhada.

– Olha, sei que vem coisa por aí, então fala logo do que se trata, minha vida está toda confusa mesmo, mais uma coisa não vai ser tão estranho assim - falei logo, apesar de que "uma coisa" ia ser tão estranho sim, pois acho que nunca vou me acostumar com o que está acontecendo comigo.

O Vicent se virou para mim e aqueles olhos...Meu Deus, porque tem que ser tão hipnóticos e lindos? Eu tentei desviar o olhar, mas simplesmente não conseguia.

– Sei que você já sabe de tudo - ele falou.

– Pois é, eu sei e sei também que você obviamente já sabia de coisas e não me contou e que se eu soubesse antes, talvez meu pai-maluco-maníaco não quisesse me levar para o exército dele.

Ele se ajeitou na escada se distanciando um pouco de mim, é, eu fiquei um pouco intrigada com isso, mas enfim, ELE ME ODEIA E NÃO SEI O MOTIVO, então já imaginava que não ia querer ser meu amigo de novo ou algo assim, apesar dele não ter dito isso.

– Eu ia te contar, é sério, mas o Nicoel chegou antes e você sabe que não estou nem uma semana morando aqui, então não tive muito tempo...Mas, estou aqui para te alertar a tomar cuidado.

– É sério? Agora que você me diz isso, depois de eu ter visto sombras e névoas assustadoras, ter visões com meu pai maluco, ser vigiada por um coelho doido, um garoto estranho que parecia ser legal e que depois mudou ter me dado uma bola vermelha estranha e eu quase ter sido engolida por um buraco nergro com fogo...Nossa, você realmente disse isso na hora certa! - disse sendo sarcástica.

– Perai, você disse "bola vermelha estranha", por acaso é como?

– É um objeto redondo vermelho que parece uma pedra valiosa mas é meio fosca. Por quê?

O Vicent se levantou sobressaltado e me puxou para se levantar também.

– Olha, você me escute bem, fique longe daquele objeto, não mexa nele e se possível não entre no mesmo lugar em que ele estiver - o Vicent disse olhando bem dentro dos meus olhos, nem sei se consegui ouvir as palavras certas - Ouviu?

– Sim, mas o que é aquilo?

– É um Catruser, um objeto que serve para abrir portais entre o mundo humano e o submundo e talvez uma forma de o Nicoel aparecer onde você está, apesar dele ser bem poderoso e desenvolvido e não precisar muito desse objeto para visitar o mundo humano. De qualquer forma, não encoste naquele Catruser, você ainda não sabe direito como controlar a entrada e a saída de portais então provavelmente ficaria presa no submundo e com certeza seu pai não a ajudaria a sair, já que a quer do lado dele.

Mais uma coisa para minha coleção de coisas paranormais que acontecem na minha vida, sabe, acho que vou ter muita coisa para contar para meus netos quando ficar velhinha, isso é, se sobreviver até lá.

O Vicent se virou e foi em direção ao portão.

– Ei, onde você vai, não quero ficar sozinha com aquele catru...catra...ah sei lá, com aquela catraca lá - falei indo atrás dele.

– Eu vou fazer algo importante. Fique aqui e não saia, só mantenha distância daquele Catruser, não é catraca - ele se virou e entrou no seu carro que eu nem tinha visto que estava parado em frente ao portão da minha casa.

Foi só o carro do Vicent desaparecer na rua para outro parar em frente ao portão, esse eu não estava reconhecendo, era um carro prata e grande e bem luxuoso.

Fiquei parada lá no portão vendo quem sairia do carro e quem saiu, foi nada mais nada menos que...

– Dereck?

– Oi, Alyssa.

O que o irmão do Vicent está fazendo aqui? Sei que ele não é das pessoas mais boas e isso me deixou receosa. Bom, o negócio é esperar para ver, não tenho escapatória mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até :)