Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 12
Capítulo Onze


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas aí está mais um capítulo, andei meio ocupada ultimamente e estava sem tempo para escrever, espero que gostem c:



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Capítulo Onze

    - Achei que você fosse gostar, eles são fofinhos - o Pierre diz com um sorriso no rosto. 

    - Ahã...é...eu gostei, mas não sei se a Laura vai gostar de ter animais em casa - digo estranhando tudo que está acontecendo. 

    Como ele sabe que gosto de coelhos? E isso meio que me lembra daquela vez na fazenda da minha avó, mas não cheguei a contar nada para ele. Só nos falamos uma vez e ele já vem me dar presente, isso é estranho, mas como não sou mal-educada e adoro coelhos, acabo aceitando em levar ele para casa. 

    - Quer uma carona para casa? - o Pierre pergunta abrindo a porta do carro para eu entrar. 

    - Tudo bem - digo entrando no carro. 

    Sempre disseram para não aceitar caronas de estranhos e aqui estou eu, entrando no carro de um cara que mal conheço e que me deu um presente suspeito, mas acho que as coisas não podem piorar muito, hoje encontrei um amigo de infância que não se lembra mais de mim, tive uma briga, tive visões estranhas, minha marca maluca queimou a idiota da escola - dessa vez eu gostei - , encontrei um cara no corredor que sabia o meu nome não sei como e agora ganho um coelho igualzinho o que eu achei na fazenda da minha avó. 

    Eu preciso saber em como juntar as peças desse quebra-cabeça em que está se tornado a minha vida e eu tenho certeza de que o Vicent sabe de alguma coisa. Será que o Pierre também sabe de algo? 

    - Ei - o Pierre diz estalando os dedos na frente do meu rosto - Já chegamos, você ficou tão quieta o caminho todo. Estava pensando em quê? 

    - Nada, só na vida. 

    - O que você acha de sairmos juntos mais tarde? - ele pergunta esperançoso. 

    - Não vai dar, já tenho um encontro e te digo, eu não queria ir nele. 

    - Então não vai, sai junto comigo, aposto que ia se divertir bem mais. 

    - Prometi para minha amiga que iria, agora tenho que cumprir a promessa - eu digo. 

    Ele destranca a porta do carro e eu saio um pouco desajeitada segurando a gaiola em que está o coelho. 

    - Você quer entrar? - pergunto só por educação mesmo. 

    - Deixa para próxima, em breve nos vemos, se quiser me ligar... - ele diz e depois desaparece com seu carro super veloz. 

    Como o Pierre quer que eu ligue para ele se nem ao menos tenho o número do seu telefone...OK, não precisei ser muito inteligente para descobrir, tem um papel na gaiola do coelho com o número do telefone dele. 

    Seguro o coelho e reparo que ele se parece muito com aquele que eu encontrei na fazenda da minha avó, é tão bonitinho e fofo. 

    - Seu nome vai ser Coelhinho - digo dando o mesmo nome que dei quando tinha 11 anos. 

    Levo ele para o meu quarto e ponho sua gaiola em cima da minha cômoda. 

----****----

    Eu não queria ir nessa encontro duplo, liguei para a Brianna perguntando se íamos mesmo sair e ela me disse empolgada que sim e que o Henrique está super empolgado. Que saco, ele é muito chato. 

    Coloco um vestido roxo que é o primeiro que vejo quando abro o guarda-roupa, uma sapatilha lilás e deixo o cabelo solto mesmo, não quero me arrumar muito, não quero que ele ache que me arrumei toda só para ele, o Henrique ia me perturbar o resto da vida. 

    Vejo algumas sombras se movendo no canto do quarto e me assusto, vai que eu tenha mais um daqueles surtos que nem na sala de aula? Tomara que sejam só sombras simples, mas mesmo assim não gosto delas me observando e vendo tudo que faço. 

    Ouço uma buzina de carro lá fora e meto a cabeça para fora da janela, vejo o carro do Ryan parado lá e minha amiga acenando pela janela para eu descer logo. 

    Quando passo pela sala vejo a Laura sentada no sofá pintando as unhas de vermelho, nem tinha me dado conta de que ela tinha chegado. 

    - Oi filha, vai sair? - ela pergunta como se estivesse interessada - Não fala mais nada comigo não? Posso saber se é algum garoto em especial? 

    - Não, você não pode, já estou atrasada e vou indo - digo abrindo a porta. 

    - Quando você chegar vamos conversar, você tem que parar de me tratar assim, sou sua mãe - a Laura diz, mas já estou do lado de fora. 

    O carro do Ryan é bem velho e feio, pensai que fossemos ir em um carro de super luxo para um restaurante chique, mas acho que não. 

    - Oi gente - digo me sentando no banco traseiro ao lado de onde a Brianna já está. 

    - Nossa! Você está muito gata e cheirosa, Alyssa - o Henrique diz se virando para trás e me observando - Poderia ter colocado uma roupa mais curta com um decote maior, mas não quero que você ache que sou um tarado, só acho que devia se mostrar mais. 

    Eu reviro os olhos e não digo nada, só penso na minha noite que vai ser horrível e chata. 

    O carro anda com um ronco do motor e vai fazendo barulho conforme anda, se soubesse que era esse carro poderia ter pedido o da Laura emprestado e alguém dirigia. 

    - Amiga, e aí, como que foi com o diretor e com o Pierre? - a Brianna pergunta. 

    - Ganhei uma suspensão de um dia e o Pierre me deu um coelho de presente. 

    O Henrique se vira e pergunta: 

    - Quem é esse tal de Pierre, hem? 

    - Não é da sua conta - digo com um sorrisinho no rosto. 

    Ele se vira murmurando algo como "Vou descobrir quem é esse cara". 

----****----

    Estamos há mais de uma hora dentro do carro e nada desse lugar chegar, já estou com calor e nem um ar ou ventilador tem para refrescar um pouco, o ar está super quente mesmo já sendo oito horas da noite. 

    - Que lugar é esse que nunca chega? Já estou cansada de ficar aqui - digo cruzando os braços. 

    - Já era para termos chegado, o GPS disse que era por aqui o caminho, mas ao que parece só tem mato por aqui - o Ryan diz meio desconcertado. 

    A Brianna parece meio inquieta no meu lado, ela tem pavor de ficar perdida, me lembro de uma vez num passeio de escola que o ônibus se perdeu um pouco do caminho e a minha amiga começou a suar frio e ficar com a boca branca, todos começaram a procurar um médico para levar ela, mas depois que o ônibus se achou a Brianna começou a melhorar. 

    - Amiga, tente não surtar - digo para ela. 

    - Ryan, qual era o restaurante? - a Brianna pergunta. 

    Ele se vira para olhar para trás e diz: 

    - Aquele com o nome Gosto do Sul. 

    - Irmão, esse restaurante não fica nem próximo de lugar de mato, fica bem no meio da cidade, acho que esse seu GPS endoidou de vez - o Henrique diz. 

    O carro começa a fazer barulhos tipo de coisa estourando e sai fumaça do capô com cheiro de coisa queimada. Só faltava essa, o carro pifou no meio da nada. 

    - Que merdaaaaa, eu não acredito que estamos perdidos no meio do nada e sem carro, é o nosso fim, vamos todos morrer comidos por lobos selvagens e nunca vão achar nossos corpos para o nosso enterro, então nossas almas vão ficar vagando no mundo em busca de ajuda para que alguém ache nossos corpos e possamos viver em paz e... - a Brianna começa a falar desesperada. 

    - Não seja tão dramática, Bri - digo. 

    O Ryan sai do carro e o Henrique também. 

    - Tem certeza de que é seguro sair do carro? - a Brianna pergunta. 

    - Temos que dar um jeito nesse motor e ver o que podemos fazer - o Ryan diz - Vocês fiquem aí no carro. 

    - Minha gata, não fique com medo, o seu Tarzan aqui te protege contra os perigos da floresta - o Henrique diz se achando. 

    - Acho que eu morreria se fosse esperar você me salvar. - eu saio do carro também, me sinto fechada dentro de um lugar que não dá para correr se caso acontecer alguma coisa. 

    - Melhor ficar no carro - O Henrique diz. 

    - Estou com calor, preciso ficar aqui fora um pouco. 

    - Você já está quente sem nem termos no beijado ainda, quando nos beijarmos então... - ele fala com um sorriso malicioso nos lábios. 

    - Dá para parar de ser idiota, não vamos nos beijar. 

    - Como sabe? - ele diz e se aproxima de mim me deixando encostada no carro. 

    - Vai para longe seu babaca - digo empurrando ele. 

    O Ryan se vira para nós com o olhar de preocupação e diz: 

    - Estamos perdidos no meio do nada, o celular não tem sinal, o carro queimou o motor, GPS não funciona e estou ouvindo uns barulhos estranhos vindo da mata. 


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Notas finais do capítulo

Se leram, comentem ;)