As Nem Um Pouco Felizes Histórias De Amor. escrita por Yang


Capítulo 32
Jack and Diane.


Notas iniciais do capítulo

Perdoem a demora gente, eu tô dodói :( espero melhorar pra continuar postando mais ! bjs



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#Narrado por Daniel#

Por volta das sete horas da noite comecei a me arrumar para ir ao show de Indie rock com Diana e o restante dos amigos.

Tentei escolher a melhor roupa possível, e o resultado final foi uma calça preta, uma camisa xadrez e um tênis.

– Você está tão lindo! – exclamou minha avó contente.

– Obrigado.

– Que horas você vai voltar? – perguntou ela.

– Não faço ideia. Mas eu levo a chave pra não fazer barulho caso eu chegue tarde e você já esteja dormindo. – disse a ela.

Minha avó apenas assentiu. Seguiu para o quarto enquanto eu fui para a casa de Diana e Lucas.

Chegando lá, os dois me esperavam na porta. Diana estava usando um vestido azul que parecia ter sido feito pra ela. Não era exagerado, pelo contrário. Era simples a ponto deixá-la perfeita. Lucas deve ter percebido a forma como fiquei impressionado com ela e apenas sorriu.

– Ainda bem que você veio! – exclamou ela.

– É bom irmos logo. Flávia vai nos encontrar lá, junto com Maurício. Convidei alguns amigos meus também. – disse Lucas.

Diana me puxou pelo braço e seguimos para um ponto de táxi ali perto.

– Não é tão longe daqui. A corrida não vai ser cara, viu? – avisou ela a mim.

– Tudo bem. – afirmei.

Em uns vinte minutos nós chegamos ao local. Já havia muita gente na entrada comprando os ingressos.

– Trouxe a identidade? – perguntou Diana. Eu afirmei em um gesto com a cabeça. Puxei a carteira do bolso e entreguei a ela. - Hum, seu aniversário é em novembro! Dia 12. Não esquece Lucas!

O irmão dela apenas riu.

– Qual a curiosidade em saber meu aniversário? – perguntei.

– Nenhuma, ora. Só acho injusto você saber o meu e eu não saber o seu. – respondeu ela risonha.

A música alta podia ser ouvida de longe. Entramos e logo conseguimos perceber o clima da festa. Gente de idades diferentes, porém todos jovens e alegres. Dançavam muito e bebiam também. Aquela mesma bebida que liberam para menores de idade.

O lugar estava lotado, mas havia espaço suficiente para que os amigos de Lucas começassem a dançar como se não houvesse amanhã.

A primeira música que conseguimos acompanhar ao chegarmos ao show foi “You only live once”, de uma banda de Indie rock americana. The Strokes. Diana conhecia. Cantava a música como alguém que canta durante o banho. O DJ da festa era incrível e cumpriu a promessa de tocar apenas músicas animadas desse estilo.

Pulando, cantando e erguendo a bebida no alto enquanto o resto das pessoas pareciam não se importar com a forma que você se movimenta, todos nós gastamos energia dançando no ritmo de qualquer música que tocava ali. As luzes da festa enfeitavam a noite de forma que tornava tudo mais divertido.

Eu gostava demais de Arctic Monkeys, e quando “Fluorescent adolescent” tocou, eu simplesmente ignorei tudo ao meu redor e comecei a dançar e cantar. Diana apenas ria, mas eu sabia aquela música e não iria desperdiçá-la naquele momento, e eu estava feliz porque ninguém se importava se você cantava ou não. Eles estavam se divertindo e esperava que você fizesse o mesmo.

– Oh that boy's a slag. The best you ever had. The best you ever had… - cantava de olhos fechados, como se a música estivesse tomando conta de mim.

Diana me observava, depois disse a mim:

– Eu não conheço essa música, se conhecesse cantaria com você. Tá muito animado!

– Ah, não acredito que você não conhece essa música. – disse a ela.

Mesmo sem conhecer a música, ela me acompanhou. Deu alguns goles na bebida e logo estava animada o suficiente para dançar comigo.

Não éramos os únicos que há tempos não se divertiam. Lucas parecia uma criança na pista de dança, e soltou-se ao ouvir “Mr. Brightside”. Ele parecia gostar de The Killers e Diana também. Os dois dançaram abraçados e coreografaram em meio ao show. Ela estava tão feliz. Parecia estar vivendo toda a sua adolescência em apenas uma noite, e eu era o responsável por aquilo. Se ela não tivesse me conhecido, talvez nunca experimentasse sair de casa escondida na madrugada, beber vodka em um muro pichado, beijar um garoto problemático... Mas ela estava bem ali, sendo ela mesma na versão errada.

Ela me puxou pela mão e fomos até o balcão onde ela pediu água.

– Já está cansada? – perguntei.

– Nem... Um pouco. – respondeu ela ofegante. – Eu nunca fiz isso... Daniel. Acho que meu coração vai sair pela boca a qualquer... Momento. – continuou ela ainda ofegante. Abriu a garrafa de água e bebeu. – você quer?

– Não, ainda não. – respondi.

Ela mexeu no vestido brilhante, tentando desamassá-lo.

– Já estou desgastada. – disse ela.

– Não acho. Você tá linda. – repliquei enquanto descia do banco para abraça-la. Ela me acompanhou e eu a beijei.

– Você canta bem. – afirmou ela rindo.

– Você está bêbada, certo? – indaguei irônico.

Diana gargalhou de forma eufórica.

– Não estou bêbada, Daniel! – replicou ela ainda nos meus braços.

– Tu é a única pessoa que eu conheço que consegue se embriagar com essa bebida ruim. – disse levando-a de volta a pista de dança.

Enquanto a playlist de The Killers terminava, Flávia e Maurício estavam em um clima tão descontraídos juntos que não perceberam nossa chegada, e antes que pudéssemos chamar a atenção deles, os dois beijaram-se na nossa frente. Diana estava preparada para gritar euforicamente quando eu a puxei para perto e tapei a boca dela com as mãos.

– Não grita! Vamos ver no que isso vai dar. – disse.

Os dois continuaram se agarrando na nossa frente, e Diana tentava conter a vontade de chamá-los. Em um deslize meu, ela soltou-se e foi em direção a eles.

– AHA! – exclamou ela aos risos. Maurício e Flávia assustaram-se.

– Eu estou ficando maluca Di. Estou ficando... Maluca. – disse Flávia enquanto encarava Maurício que ainda não acreditava no que estava acontecendo.

– Acho que eu já vou indo. Já está tarde. – disse ele. Se despediu sem muita formalidade e foi embora.

Lucas veio em nossa direção junto de seus dois amigos e perguntou:

– O que aconteceu? Porque o Maurício foi embora?

– Eu não sei! – respondeu Flávia nervosa. Ela foi em direção ao banheiro e Diana a seguiu.

– Agora eu quero saber o que aconteceu! – continuou Lucas.

– Eu e a Di vimos o Maurício e a Flávia se beijando. – disse.

Lucas ficou boquiaberto. Sua reação foi engraçada.

– Ai meu Deus! Como assim? Eles estão... Juntos?

– Não sei, mas pela reação dos dois, acho que estavam começando a gostar um do outro. Não entendo porque ficaram tão eufóricos. – continuei.

Lucas veio até mim e então sussurrou num tom suficiente para que eu pudesse escutar, mesmo com a música alta da festa.

– Maurício tem namorada.

A mudança de expressão no meu rosto foi instantânea.

– Caracas! – exclamei. – Agora tudo faz sentido.

Diana voltou sozinha com uma expressão depressiva no rosto.

– Ela foi embora. – disse. – E ainda ficou aborrecida comigo.

– Por quê? – perguntou Lucas.

– Eu não sei... Ela não tava bem. – respondeu. - Mas isso não pode estragar o resto da noite. Só saio daqui depois da playlist de Kings of Leon.

Algum tempo depois “Use Somebody” tocou. Era a música que Diana estava esperando, e eu também.

A sensação que tive ao ver Diana dançar aquela música foi indescritível. O vestido dela seguia o ritmo da batida, e brilhava junto com as luzes de néon da pista de dança.

Me lembrei de uma música que meu avô costumava ouvir quando estava vivo e eu era pequeno. Jack and Diane, de John Mellencamp. Tudo bem, a música não agradava a todo mundo, mas agradava a ele. Ele repetia várias e várias vezes no rádio velho lá de casa, e cantava sempre o refrão olhando pra mim:

– Oh yeah, a vida continua, muito tempo depois de ter passado a emoção de se viver. Oh yeah, digo, a vida continua, muito tempo depois de ter passado a emoção de se viver...

Diana era Diane, e eu era Jack. Dois jovens que, de acordo com a música, buscavam fazer o melhor que podiam.

– You know that I could use somebody. – sussurrou Diana enquanto voltávamos para casa.

– Someone like you… - continuei.

– Okey, traduzam essa coisa aí porque eu sou péssimo em inglês. – disse Lucas.

– Você sabe que eu preciso de alguém... – disse Diana.

– Alguém como você... – completei.

Descrevia nós dois, e eu tive certeza que não podia esconder mais nada sobre meus sentimentos. Tudo era recíproco demais, e eu fui dormir naquela noite com a certeza de que vê-la dançar e cantar deveria se repetir inúmeras vezes, contando que fosse ela dançando, e fosse aquela música tocando.


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Notas finais do capítulo

eu não gostei mt do cap, mas postei pq tinha gente desesperada pela fic kk aqui está.



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