Brave New World escrita por Hugo0974


Capítulo 2
Capítulo 1: O Tirano Pirata, Arlong


Notas iniciais do capítulo

- Ai esta o capitulo 1.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352339/chapter/2

– Ei, pessoal!!! O Arlong está chegando!


Uma sensação ruim se apoderou dos moradores da vila de Cocayashi com o alerta. A vila há oito anos estava sobre o poder de Arlong, um pirata cruel e impiedoso da raça dos homens-peixes. O fato era que, toda vez que o pirata infame e seu bando saiam de sua fortaleza e apareciam na vila, nada de bom acontecia.




– O que ele está vindo fazer aqui? Nós pagamos a taxa não faz nem uma semana...! – Exclamou uma moradora preocupada.





A “taxa” que ela se referia era o valor mensal que os aldeões de Cocayashi e das outras vilas controladas por Arlong tinham que pagar para poder terem suas vidas poupadas pelo homem.





Quem se recusasse a pagar, certamente seria assassinado pelo tritão.





De repente um homem, que estava sentado em um banco debaixo de um sombreiro com teto de palha, falou.





– Acho que sei por que ele está aqui... – O homem tinha inúmeras cicatrizes pelo corpo e vestia uma espécie de uniforme preto, com uma boina na cabeça enfeitada por um cata-vento. Percebendo que tinha a atenção dos outros moradores que já se aglomeravam na estrada, continuou. – Todos, entrem em suas casas. Ele provavelmente está aqui por causa da espada que eu encontrei alguns dias atrás.





Os moradores olharam preocupados para o homem com aquele pedaço de informação. Eles sabiam que Arlong não tolerava que os aldeões tivessem qualquer utensílio que pudesse ser usado como arma, ainda mais algo como uma espada.





– Ele está vindo... – Murmurou um dos aldeões, ao avistar uma figura imponente aparecer no horizonte.





Arlong era um tritão alto, beirando três metros de altura. Isso, aliado ao seu físico poderoso, sua pele arroxeada e seus dentes pontiagudos, certamente dava ao pirata uma aparência intimidadora. Ao seu lado, vários de seus lacaios o acompanhavam, obviamente exibindo sorrisos maliciosos enquanto observavam os moradores da vila Cocayashi tremerem de medo.





O temido pirata fez seu caminho e logo parou ao lado do homem que a pouco alertara o motivo da presença do tritão na vila. Assim, falou.





– Então era você que estava com uma espada alguns dias atrás? – Estava obvio que não era realmente uma pergunta.





O aldeão, cujo nome era Genzo e exercia a função de prefeito da pequena vila, não pareceu se intimidar com a presença do homem-peixe, mesmo sabendo que não teria chance alguma em uma luta se o pirata resolvesse lhe atacar.





– Sim, era eu. – Falou em tom neutro. – Não posso mais ter as minhas próprias coisas? Eu gosto de colecionar armas.





Arlong sorriu debochado com a resposta do homem. Ele se deliciava quando os humanos tentavam mostrar um pouco de coragem perante seu poder, mesmo que no final tudo acabasse se mostrando inútil quando ele os esmagava com as próprias mãos.





– Armas não são coisas legais, estão sempre causando caos e destruição... – Disse o pirata. – E podem até acabar levando essa vila tão pacifica a destruição.





Todos os moradores engoliram em seco, reconhecendo a ameaça implícita nas palavras do tritão. Logo continuaram a ouvir.





– Eu tenho vinte vilas sob meu domínio... Se uma delas começa a contrariar minha autoridade, ela pode bagunçar todo o sistema. – Falou Arlong. – A vila Goza é um ótimo exemplo de ideais que contrariam minha autoridade... Se eles não pagam a “taxa”... Quer dizer que estão se rebelando contra mim.





Os tritões que acompanhavam Arlong riram divertidos ao verem as expressões de medo dos moradores se aprofundarem ao lembrarem do incidente com a vila Goza. Alguns aldeões da vila não conseguiram juntar dinheiro necessário para pagar os piratas naquele mês e, por isso, toda a vila foi destruída.





– Escutem bem!!! O único dever de seres inferiores como vocês é nos pagarem a “taxa”!! Vocês não precisam fazer nada além disso! Vocês são apenas a minha fonte de renda!!! – Rugia Arlong, para que todos os moradores da vila ouvissem bem. – Com o dinheiro de vocês eu vou construir o Arlong Empire (Império Arlong)!!! Um império que vai governar cada cidade do East Blue (Leste Azul)!!!





Genzo, que permaneceu em silêncio o tempo todo, grunhiu de dor ao sentir Arlong apertar seu ombro e iça-lo para o alto, como se não precisasse de força alguma para fazer aquilo.





– Possuir uma arma é um ato de rebeldia contra mim! E não posso ignorar esse tipo de atitude por que ela prejudica a “paz” no meu território! – Arlong e os outros homens peixes sorriam com a expressão de dor que o prefeito fazia enquanto era seguro. – Então... Para garantir que nenhum outro rebelde vai se levantar, você vai morrer como exemplo do que acontece com quem me desafia.





Os moradores suspiraram em medo. Arlong iria matar Gen-san apenas por causa de uma espada?! Quão cruel aquele monstro poderia ser?! Foi quando todos escutaram alguém gritar em revolta.





– Espere Arlong!! Você não pode fazer isso!! Já faz oito anos que nós pagamos por nossas vidas todo mês!! Não percebe que ninguém ousa desafiar você!! Salte o Gen-san!!





Quem praticamente implorara foi uma jovem aparentando ter no máximo vinte anos. Ela tinha cabelos azuis em um penteado curto e lábios carnudos, tornando-a muito bela, ainda mais quando combinado com sua pele levemente bronzeada.





– Nojiko!! – Gritou um dos aldeões preocupados com a explosão da garota. Já bastasse Arlong estar ameaçando Genzo, não queriam que sobrasse para a garota também.





Arlong sorriu maldosamente e disse.





– Já avisei antes que possuir uma arma é um ato de rebeldia. Preciso matá-lo para manter a ordem em meu território. Ou vocês preferem que eu destrua a vila inteira? Façam sua escolha agora...! – Os moradores estavam aterrorizados ao ouvirem aquilo, mesmo Nojiko, que a pouco exibiu coragem para desafiar o tritão, deu um passo para trás com medo de sua ira. – Se alguns de vocês ousar nos atacar, destruiremos a vila inteira!





Genzo, que até então suportava a dor do aperto de Arlong, falou.





– Vocês... Vão para suas casas! Se lutarem agora, tudo que fizemos nesses oito anos será em vão...! Se queriam sacrificar suas vidas lutando, deveriam ter feito isso há oito anos atrás!! – Disse Genzo, obviamente tentando poupar a vida dos aldeões. – Mas não fizemos nada! Nós escolhemos viver!!





Depois de saltar uma risada, Arlong falou.





– Seu discurso foi emocionante... Você está certo!! – Zombou aumentando o aperto em Genzo e fazendo-o grunhir em dor. – Se contentem em estar vivos! Viver é a melhor escolha!!





Terminando aquelas palavras, Arlong fez um movimento com o braço que segurava Genzo e bateu com força a cabeça do prefeito contra uma das casas.





– Vivam enquanto podem!! Esse homem já sabia que era perda de tempo me contrariar!! – Dizia o tritão, fazendo os moradores gradualmente trocarem o sentimento de medo por revolta. – A vida é injusta para todas as criaturas vivas!! Hahahaha!!





Depois de seu pequeno discurso, Arlong ergueu Genzo para o alto e o arremessou com força contra o chão. Aquilo pareceu a gota d’agua para os moradores, eles estavam prestes a partir parta cima do pirata por machucar seu prefeito e amigo.





– Seu...!! – Rugiu um dos aldeões, prestes a pular em direção a Arlong. Mas ele, e todos os outros, pararam ao ouvirem.





– Parem...!! – Gritou Genzo, esforçando-se para se levantar do golpe anterior. – Não façam nada contra ele...!!!





– Gen-san, mas...!!! – Exclamou outro aldeão. Eles podiam ver que Genzo estava se esforçando para livrar a vila da destruição, mas eles não queriam que isso viesse as custas da vida do homem. Por isso, começaram a exclamar.





– Droga!!! Não faça nada contra ele!!!





– Sim, mesmo tendo uma arma, Gen-san nunca a usaria para machucar alguém!!





– Não o mate!!





Arlong logo se irritou com os constantes argumentos dos aldeões.





– O que acham que estão fazendo? Eu já lhes disse...! – Pegando Genzo no chão, ergue-o com facilidade inumana por cima da cabeça. – Qualquer um que ir contra mim... Vai acabar assim!!!!





– Não!!! Gen-san!!! – Exclamaram muitos dos moradores ao verem que Arlong pretendia arremessar Genzo de cabeça no chão, algo que certamente mataria o prefeito.





Mas, quando Arlong estava prestes a fazer exatamente aquilo, ele se conteve devido à surpresa que tomou conta de si.





Calmamente encostado na parede da casa que a pouco seria o futuro tumulo de Genzo, havia um homem jovem comendo o que parecia ser macarrão instantâneo, enquanto olhava sem preocupação alguma para toda aquela situação.





Ele aparentava ter entre vinte e vinte cinco anos. Era loiro de olhos azuis, exibindo marcas que pareciam com bigodes de raposa em cada lado de suas bochechas. Vestia um haori laranja com detalhes em preto ligeiramente aberto, dando para ver seu torço enfaixado com faixas brancas. Também usava um manto vermelho sobre os ombros, calças alaranjadas e chinelos de dedos.





Certamente aquelas roupas não eram comuns aos moradores de Cocayashi. Mas não era aquilo que paralisou o assassinato de Genzo por parte de Arlong.





Não. O que realmente o fez parar foi à expressão claramente despreocupada do homem enquanto ele comia seu macarrão.





Com o silêncio que se formou, pois Arlong não foi o único a perceber a presença inusitada do jovem ali, este finalmente pareceu notar que todos estavam de olho nele. Olhando ao redor e finalmente “sacando” a situação em que se encontrava, o loiro ergueu os pauzinhos que usava para comer e apontou para Arlong.





– Ei... Isso é perigoso.





– O-O que...? – Arlong disse em meio a um gaguejo, totalmente sem palavras. Não só ele, mas todos agora se perguntavam o que estava acontecendo com aquele loiro para não se situar à situação.





Comendo mais um pouco de seu macarrão, perguntou.





– “O que” o que?





Um longo silêncio se passou, onde os dois apenas se entreolhavam. Mesmo Genzo, que estava pendurado de cabeça para baixo, tinha um olhar estupefato no rosto.





Finalmente recuperando a compostura, Arlong descuidadamente arremessou o prefeito para o lado e perguntou.





– Quem diabos é você?!! – Praticamente exigiu o tritão, furioso por aquele “moleque” ter interrompido sua execução.





O homem piscou algumas vezes antes de responder.





– Eu sou Naruto... Uzumaki Naruto.





Sendo um vilarejo pequeno, todos os moradores da vila conheciam um aos outros. E nenhum deles tinha ouvido falar desse “Uzumaki Naruto”. E Arlong pensava da mesma forma, por isso novamente questionou.





– “Uzumaki”? Eu nunca ouvi falar de você antes!





Naruto deu de ombros e depois de comer mais um pouco de macarrão, disse.





– Isso faz sentido, já que hoje é o primeiro dia que estou aqui.





Aquelas palavras pegaram Arlong e seu bando de surpresa. E ele logo expressou sua opinião.





– Impossível! Meus homens fazem vigílias constantes na costa dessa ilha, não tinha como um barco se aproximar daqui sem eles perceberem!





– Bem. Meu navio foi destruído em uma tempestade a alguns quilômetros daqui, por isso vocês não o viram. Eu não vim de navio. – Respondeu despreocupadamente Naruto, comendo mais um pouco de seu Lamen instantâneo logo em seguida.





Arlong zombou ao escutar aquilo, claramente achando que era mentira.





– Então como você chegou aqui? – Perguntou.





– Eu corri. – Respondeu simplesmente Naruto.





Mas a resposta não foi bem aceita por Arlong.





– Não ferre comigo, garoto!! Como assim você correu?!! – Questionou, já com sua paciência estourada com o homem. Não era nem por causa de suas respostas, mas sim pelo fato do loiro continuar a comer como se Arlong sequer estivesse lá. Assim, ergueu o braço e disparou um golpe com intuito de acertar a tigela das mãos do loiro.





Mas, para sua surpresa, ele pegou apenas ar. Olhando novamente, percebeu que Naruto continuava parado na mesma posição que antes, mas agora com há tigela um pouco para a esquerda, mostrando que ele havia evitado o golpe de Arlong.





– Bem... Isso foi rude. Você quase derrubou minha comida, dattebayo. – Disse ainda despreocupado. – Eu não sei por que toda essa violência. Eu falei a verdade quando disse que apenas “corri” até aqui. Se você não acredita, problema seu.





Todo mundo ficou tenso com as palavras do garoto. Ou ele era estúpido demais para questionar e responder Arlong daquele jeito, ou ele não sabia com que estava se metendo.





E o tritão quis por em panos limpos aquilo.





– Você por acaso sabe quem eu sou?! – Perguntou Arlong, já espumando de raiva.





Naruto chupou o caldo do macarrão, indicando que finalmente havia terminado e, depois de limpar um pouco que ficou ao redor de seus lábios, disso.





– Uhn... Não. Eu deveria saber?





O pequeno grão de paciência que Arlong tinha finalmente se esgotou.





– Humano miserável!! Eu vou te mostrar o seu lugar na cadeia alimentar!!! – Erguendo o braço direito e prestes a desferir um golpe em Naruto, apenas viu o cenho do loiro franzir antes de ser acertado por uma explosão a sua esquerda, fazendo seu rosto ser envolvido por uma nuvem de fumaça proveniente da pólvora.





– O que houve?!!





– Arlong-san!!!





Gritaram os tritões preocupados com seu capitão. Logo alguns começaram a vasculhar o local para ver se encontravam quem efetuou o disparo. Não demorou e avistaram alguém nos telhados ali perto.





– Ei! Olhem!!! Tem um narigudo no telhado!! Deve ter sido ele quem atirou em Arlong-san!!! – Exclamou um dos homens peixes, fazendo o garoto no telhado recuar de medo ao perceber que fora encontrado.





– Desgraçado!! Quem é você?!!! – Questionou outro tritão.





Ao ouvir a pergunta, o garoto levantou-se e, com as pernas bambas de medo, gritou a todo pulmão.





– Sou o guerreiro mais bravo do East Blue... Me chamem de capitão Usopp!!!





– Quem é ele...? – Questionou um dos aldeões. E não era apenas ele, todos se perguntavam quem era o narigudo vestido com um macacão marrom que atirara em Arlong.





Na verdade, a única que mostrou reconhecimento foi Nojiko, mas felizmente para ela nenhum dos tritões percebeu. Assim Usopp continuou sua ladainha.





– Eu sou temido pelo mundo todo!!! Me chamam de Usopp, o demônio do inferno!!! – Gritou para os homens-peixe. – Se voltarem para o lugar da onde vieram, eu irei lhes perdoar. Caso contrário, irei ordenar um ataque com meus oito mil homens contra vocês!!!





Todos ficaram em silêncio ao ouvirem aquela informação, com exceção de Naruto, que assobiou e disse.





– Puta merda... Até uma criança de cinco anos mente melhor que você-ttebayo. – Muitos concordaram em pensamentos com aquela informação. Já Usopp gritou revoltado.





– Idiota!! Não me revele assim!!! Eu estou tentando te ajudar aqui, imbecil!!!





O mais incrível era constatar que o garoto realmente acreditava que alguém cairia em sua mentira. Logo o estupor pela idiotice de Usopp passou e um dos tritões finalmente o reconheceu.





– Arlong-san!!! Aquele é o cara que escapou alguns minutos atrás!!





O capitão tritão, que finalmente era revelado da nuvem de fumaça e se mostrava totalmente inteiro, para o horror de Usopp, disse entre dentes.





– Eu não me importo se você tem milhares ou milhões de homens... Vou matar todos eles! Um por um! – Levantando a cabeça, mostrou sua expressão de fúria e rugiu. – Você, seu humano insignificante!!! Como ousa me atacar!!!





Arlong, esquecendo-se completamente que há pouco tempo atrás queria a cabeça de Naruto, rumou em direção da casa onde Usopp se encontrava e, numa demonstração de força pura, ergueu o imóvel de madeira com as mãos, balançando-o com intuito de derrubar o narigudo e acabar com a raça dele.





– Espere Arlong-san!!! Vai destruir outra vila?!!





– Sim! Nosso objetivo não é destruí-las, mas sim governa-las!! Se fizer isso, vamos perder mais uma fonte de renda, assim como em Goza!!!





Argumentavam os tritões do bando, sabendo que não era uma coisa boa mais uma vila ser destruída.





– Não importa!! Eu posso encontrar outras vilas!!! Somos como Deuses!!! – Exclamou Arlong, furioso. E em sua fúria, arremessou a casa contra outra das construções que havia ali, destruindo-a completamente.





– Droga!!! Ele vai destruir a vila...!!! – Exclamou um dos aldeões.





Nojiko olhou preocupada para o local onde Usopp possivelmente estava, achando que ele tinha se ferido com a manobra, mas logo se aliviou ao vê-lo dependurado em uma outra casa, com uma expressão totalmente aterrorizada no rosto. Mas, infelizmente, o narigudo foi encontrado por alguns tritões também.





– Lá está ele! Não deixem que escapem!!! – Apontou um homem-peixe, vendo a figura magra de Usopp fugir pelos telhados das casas.





Arlong, ainda descontrolado rugiu.





– Peguem-no e o tragam para mim!!! Eu vou matá-lo!!! – No momento ele estava sendo seguro por quatro tritões, todos impedindo que ele causasse mais destruição a vila e acabasse com sua “fonte de renda”.





– Tudo bem, Arlong-san. Os homens vão pega-lo, apenas se acalme, por favor! – Disse um dos que segurava Arlong. Virando-se para outro companheiro seu, falou. – Vamos levá-lo para o Arlong Park! Antes que ele destrua a vila inteira!





Os outros concordaram e logo foram arrastando Arlong para longe de Cocayashi. Enquanto saiam, um dos tritões mais atrás falou.





– Dessa vez vocês se safaram... Nos vemos mais tarde.





Logo os homens-peixe desapareceram de vista, deixando os moradores em completo silêncio. Mas, novamente, a quietude foi quebrada pelo misterioso loiro que aparecera na vila Cocayashi.





– Bem... Isso foi interessante... – Naruto disse de modo pensativo, ganhando a atenção dos moradores. – E pensar que eu quase perdi meu almoço...





Um baque alto foi ouvido, cortesia dos moradores que caíram exasperados no chão ao ouvirem aquilo, mesmo depois de toda aquela situação que eles acabaram de passar. Sinceramente, todos esperavam que o loiro falasse algo mais inteligente.





Irritada, Nojiko se levantou e, pegando uma panela sabe-se lá de onde, bateu com força na cabeça do homem.





– Itai!! – Gemeu Naruto depois de ser acertado. Olhando para Nojiko com olhos lagrimejantes da dor, perguntou indignado. – Droga, por que diabos me bateu?!





– Eu só senti que era meu dever fazer isso. – Respondeu Nojiko, um pouco menos estressada por descontar suas frustrações no homem jovem à sua frente. – Mas mudando de assunto, quem é você?





Naruto, que ainda acariciava o galo que surgiu em sua cabeça, olhou para a garota, ligeiramente confuso.





– Eu pensei que já respondi isso para aquele cara-de-peixe. Eu sou Uzumaki Naruto. – Disse simplesmente, ganhando um olhar irritado de Nojiko por dar uma resposta obvia.





Quando ela pensou em bater com a panela novamente na cabeça do loiro, escutou.





– Se acalme Nojiko. – Virando-se, Nojiko finalmente notou Genzo. Ele agora estava sentado em um banco ali perto, recebendo primeiros socorros do médico da vila.





– Gen-san!! Eu até me esqueci de você por causa desse idiota!! Como você está?! Arlong não te machucou muito, não é?! – Perguntou a garota, temerosa com a saúde do homem que ela via como um pai.





O prefeito, depois de ter ombro enfeixado, deu um sorriso para Nojiko e respondeu.





– Não se preocupe, Nojiko. Arlong precisa fazer mais do que isso para acabar comigo. – Depois de ver o sorriso aliviado da garota, Genzo voltou-se para o forasteiro que estava em sua aldeia. – Mas garoto, você não sabe que aqui é território de Arlong? Eu aconselho você sair enquanto pode, pois ele certamente vai vir atrás de você quando se lembrar de seus insultos.





Naruto, ao escutar o velho, fez uma careta.





– Eu não o insultei momento algum! Ele que é todo nervosinho-ttebayo! – Defendeu-se Naruto. – Além do mais, eu já lhes disse. Meu navio afundou em uma tempestade a alguns quilômetros daqui, por isso vim para essa ilha com intuito de conseguir um novo. Será que vocês não poderiam me vender qualquer um? Eu tenho um pouco de dinheiro comigo.





Naruto terminou sua fala sacando um pequeno saco de um compartimento interno em seu haori, indicando que ali deveria ter algum dinheiro.





Vendo aquilo, Nojiko saltou um suspiro.





– Se nós tivéssemos qualquer barco aqui, você acha que já não teríamos dado o fora da ilha? – Questionou. – Arlong mantém o controle de todas as embarcações, apenas alguns de nós são autorizados a sair duas vezes ao mês para fazer comercio com outras ilhas. E mesmo assim somos acompanhados por homens-peixes, para não termos chance de fugir.





Naruto ficou pensativo por alguns instantes antes de dizer.





– Esse Arlong é aquele cara-de-peixe, certo? – Recebendo a conformação de Nojiko, disse. – Acho que só tenho que pedir um barco para ele então...





– Você tem algum problema mental por acaso?! – Exclamou Nojiko, indignada. – Não lembra que Arlong quase te esmagou um segundo atrás?! O que acha que ele vai fazer com você se for lá e pedir um barco?!





Naruto pensou por um tempo antes de falar.





– Uhn... Mas ele não é o líder da vila? Tenho certeza que ele vai ser razoável se eu explicar novamente e... – Naruto não terminou de falar, por que foi interrompido por Genzo.





– Arlong não é o líder dessa vila. Ele é apenas um tirano que mata qualquer um que desobedece as suas imposições. Ele é um pirata e nos mantém de refém por mais de oito anos, nos extorquindo todo mês para que ele poupe nossas vidas. – Disse o prefeito, com raiva em seu tom de voz. – Ele nunca foi e nunca será nosso líder.





Naruto estava visivelmente surpreso com aquela informação. Para ele, Arlong era o líder da vila, por isso o loiro não havia feito nada para impedir o tritão de atacar o velho, pois achava que ele estava em seu direito de punir um criminoso do jeito que quisesse, mesmo ele achando errado.





O shinobi estava em outro lado do mundo com uma cultura totalmente diferente da sua, por isso estava apenas observando por enquanto e evitando ações inconseqüentes.





Saltando um suspiro, disse.





– Bem... Eu acho que entendi tudo errado aqui. Se eu soubesse antes, poderia ter te ajudado, velho.





Genzo balançou a cabeça em reconhecimento e disse.





– Eu agradeço sua atenção, mas foi melhor dessa forma. Você não teria nenhuma chance contra Arlong, por isso estaria apenas jogando sua vida fora.





Naruto pensou em retrucar e dizer que ele poderia acabar com o cara-de-peixe a qualquer momento que ele quisesse, mas desistiu ao ouvir uma voz feminina atrás de si.





– Oi pessoal! Há quanto tempo...!





Uma garota caminhava em direção a vila. Ela aparentava estar no final da adolescência. Tinha cabelos alaranjados, olhos castanhos e corpo esguio. Certamente era considerada uma mulher bonita, concluiu Naruto enquanto observava ela se aproximar cada vez mais.





O loiro não fora o único que observava a garota, os aldeões também o faziam. Mas, ao invés de olhares avaliadores, todos tinham o rosto levemente sombreados, como se a menina não fosse bem vinda naquele lugar.





Logo todos entraram em suas casas, deixando na rua apenas Naruto, Nojiko, Genzo e a nova garota.





– O que houve? Você geralmente não caminha pela vila, Nami. – Expressou-se Nojiko, de forma bastante acolhedora.





A garota, Nami, deu uma olhada na destruição ao redor antes de dizer.





– Eu ouvi um tumulto e vim ver o que era... Foi Arlong, né? – Não foi exatamente uma pergunta, já que ela sabia que aquilo só poderia ser obra do infame tritão. Assim, depois de um suspiro, finalmente notou uma pessoa que ela nunca tinha visto ali antes ao lado de Nojiko. – Uhn... Quem é você?





Vendo que a menina parecia desconfiada em sua pergunta, Naruto deu um sorriso tranqüilizador e respondeu.





– Sou Uzumaki Naruto. Estou apenas de passagem.





Nami assentiu com a resposta e, um pouco mais confiante com o sorriso amigável de Naruto, disse.





– Eu sou Nami, irmã de Nojiko.




–----------------------------------------------------------------


Naruto assistiu das sombras como Nami e Nojiko se aproximarem do que parecia ser um tumulo na beira da costa para o oceano. Nami se sentou com as pernas cruzadas de frente ao tumulo enquanto Nojiko encostou-se a uma palmeira ali perto.


Após descobrir um pouco mais sobre Arlong e a situação da vila Naruto ficou interessado. Ele sempre gostou de jogar de herói, por isso foi impedido de simplesmente abandonar aquelas pessoas nas mãos de Arlong que era dito ser um tirano. Mas ele precisava de um pouco mais de informação para tomar uma decisão do que fazer, por isso seguiu as duas irmãs e, agora, ouvia.




– Só faltam mais sete milhões... – Disse Nami para ninguém em particular, mesmo que Naruto soubesse que ela devia estar falando com a pessoa que o tumulo representava.





– Seu nome fica mais sujo a cada dia... – Comentou Nojiko, com um sorriso divertido no rosto. Mas Naruto podia ver através dele facilmente, ele apenas escondia um ar de preocupação.





Nami sorriu um pouco também, assim disse.





– Fazer o que? Sou uma pirata. Mas Arlong é um cara sensato... – Disse, segurando agora os joelhos e olhando para o horizonte. – Eu roubo e junto dinheiro para ele... E, logo, vou poder cumprir com minha promessa. Se eu juntar cem milhões de Berry... Vou poder comprar essa vila!





Então é isso... Pensou consigo mesmo Naruto. Não pode deixar de balançar a cabeça em desaprovação e pena.





Arlong mantinha controle sobre aquela vila e mais outras dezenove por longos oito anos segundo o que Genzo lhe falou. Era altamente improvável que ele libertasse a aldeia depois de receber uma quantia em dinheiro, por mais alta que ela aparentasse ser.





Sim, o mais provável era que ele apenas iria pegar o dinheiro para si e continuar com seu domínio sobre a vila.





Um momento de silêncio se apoderou do local, até que Nojiko finalmente falou.





– Você sabe... Um garoto narigudo apareceu aqui hoje. – Disse a jovem, chamando a atenção de sua irmã. – Ele falou que vocês se divertiram juntos enquanto participava do mesmo bando pirata que ele... Eu me pergunto se é verdade...





Naruto viu de longe Nami adquirir um pequeno sorriso nos lábios, como se lembrasse de algo bom. Mas esse logo sumiu e, quando ela se levantou e virou para encarar Nojiko, sua expressão estava a mais neutra possível.





– Sim, nós nos divertimos um pouco juntos. Mas no final foi tudo negócios. – Falou Nami. Passando por Nojiko, continuou – É melhor eu ir, Arlong não gosta que eu venha aqui.





Eles se despediram um do outro e logo Nami fez seu caminho para fora dali. É claro que a garota não conseguiu perceber a presença de Naruto quando passou próximo a ele. Se o loiro tivesse sua presença reconhecida por um civil, ele mesmo se faria retornar a academia ninja, tamanha falta de habilidade que ele mostraria.





Depois de Nami saiu completamente da área, Nojiko ficou mais algum tempo para prestar os seus respeitos para a pessoa do tumulo. Quando ela terminou, saiu fazendo o mesmo caminho que sua irmã, mas dessa vez, Naruto fez sua presença conhecida quando ela passou por ele.





– Você sabe... Não vai dar certo.





Nojiko deu um pequeno salto de susto ao ver o aparecimento repentino de Naruto ao seu lado. Logo a surpresa foi substituída por um pouco de raiva acusadora.





– Você estava nos espiando...?! – Perguntou entre dentes.





Naruto apenas deu de ombros, pouco preocupado com quais repercussões negativas aquilo poderia gerar. Não era como se ele estivesse as monitorando no banho ou coisa parecida, algo como Jiraya costumava fazer.





– O plano de Nami não vai funcionar... E eu acho que você já deve ter percebido isso. – Reafirmou Naruto.





Ao ouvir aquilo, Nojiko mordeu os lábios e sua fúria repentina foi esquecida. Apertando os punhos com força, se recusou a admitir que tinha pensamentos como aquele em voz alta, por isso, falou.





– Como você sabe?





Naruto saltou um suspiro e, depois, encarou Nojiko com seriedade.





– Se o que vocês me disseram é correto, honra com certeza não é o forte de Arlong. Ele pode simplesmente pegar o dinheiro de Nami e continuar a controlar a vila. – Naruto a assistiu relaxar o corpo com suas palavras. Ela aparentava estar bastante cansada.





– Você está certo, mas... Não é como se a gente pudesse fazer qualquer coisa para impedi-lo, e os fuzileiros navais nessa área são corruptos e trabalham com ele. – Disse Nojiko. – Nami é nossa única esperança de sair do domínio dele, por isso vamos apostar tudo nessa pequena chance.





Naruto avaliou Nojiko por alguns instantes e falou.





– Se você pedir a minha ajuda, eu posso dar um jeito nele.





A garota olhou surpresa para o loiro ao ouvir aquelas palavras. Ele estava disposto a arriscar sua vida para estranhos? Certamente aquilo não era uma coisa comum de se ver. Mas, mesmo se Naruto estava disposto a lhes ajudar, era apenas como Gen-san falou, ele apenas desperdiçaria sua vida tentando.





– Obrigado pela oferta, mas não. Esse é um problema nosso e temos que resolve-lo com nossas próprias mãos. – Disse Nojiko, acrescentando em pensamentos que ela não queria ver mais alguém perder sua vida nas mãos do tritão.





Naruto, que tinha uma idéia do que ela estava pensando, suspirou. Quando ia falar alguma coisa, acabou desistindo ao ouvir passos de alguém se aproximando correndo. Virando-se, viu que se tratava de um pequeno garoto.





– Ei, nee-chan!!! Venha para costa leste, venha!! Nós conseguimos fazer contado com um navio da marinha!! Eles vieram nos resgatar, vamos lá!!! – Exclamava o garoto, não escondendo sua felicidade.





Naruto olhou para Nojiko de forma interrogativa. A garota percebeu e explicou.





– Ele é um garoto de Goza, uma vila que foi destruída há poucos dias por Arlong. – Naruto assentiu com a resposta.





O menino, que via a interação dos dois, aparentemente perdeu a paciência e agarrou a mão de Nojiko, puxando-a com ele.





– Vamos logo!! Vamos lá ver a marinha acabar com Arlong!!!





Assim Nojiko nada pode fazer e foi arrastada pelo garoto, não que ela estivesse fazendo alguma força para tentar para-lo ou coisa parecida.





Naruto, vendo aquela situação, apenas deu de ombros e passou a segui-los. Ele estava interessando em ver quem eram esses “marinheiros” e o que eles representavam para aquele povo.




–---------------------------------------------------------------------------------


Enquanto seguia o garoto e Nojiko, Naruto logo avistou vários moradores se reunindo na costa daquele lugar. Ao fundo, ele viu uma grande embarcação com um símbolo parecido com uma gaivota nas velas. Concluiu que aquele barco era dos tais “marinheiros”.


– Viu, viu!! Eu não falei!!! A marinha mandou aquele navio para nos resgatar!! – Exclamou o garoto de Goza, parando ao lado dos outros moradores que observavam a embarcação.




Nojiko não disse nada, e assim fez Naruto também.





O loiro prestou a apenas observar. Não demorou e o navio se aproximou do que parecia uma espécie de forte na costa. Logo depois disparou um tiro de canhão em direção à construção, fazendo Naruto concluir que aquela era à base de Arlong e seu bando pirata.





O que veio a seguir foi estranho. Aparentemente o tiro não surtiu efeito nenhum na base, já que não foi ouvido barulho de destruição que a bola de ferro causaria se acertasse alguma coisa. Pouco tempo depois, Naruto levantou uma sobrancelha ao ver um redemoinho surgir do nada embaixo do navio. Não demorou e a embarcação foi sugada, assim naufragando.





O shinobi logo percebeu o clima incrédulo de alguns dos moradores, que estavam esperançosos com a chegada da marinha. Já alguns outros pareciam que já sabiam que algo como aquilo aconteceria. Nojiko era um deles.





– Mesmo tendo vindo nos resgatar, isso é o que acontece. – Disse a garota conformada, acariciando os ombros do garoto de Goza. – Ninguém pode fazer nada contra o poder de Arlong, nem mesmo os fuzileiros.





Depois de assistir o garoto e os outros moradores se dispersarem, Naruto começou a seguir Nojiko novamente. A mulher, ao perceber isso, virou-se para ele e o confrontou.





– O que você é, algum tipo de Stalker?





Uma gota surgiu na cabeça de Naruto com a acusação. Recuperando-se, explicou.





– Eu só queria saber se você poderia me dizer quem são esses “fuzileiros”. Estou curioso em saber por que o garoto parecia tão animado quando eles apareceram. Ainda mais quando afirmou que eles vieram salvar a vila.





Naruto observou Nojiko lhe lançar um olhar incrédulo, como se perguntasse de qual buraco ele saiu por não saber quem eram os fuzileiros navais.





– Você não está falando sério, está? – Perguntou a garota apenas para confirmar que aquilo não era uma brincadeira.





Naruto, que observava as reações da garota, resolveu dar o seu motivo para ele não conhecer algo que parecia ser de conhecimento óbvio fora das Nações Elementais.





– Não estou brincando. Eu vim de um continente bastante isolado, que não faz contato com outros paises a mais de 800 anos. Não sei nada sobre os “Fuzileiros”.





Nojiko ficou realmente surpresa ao adquirir aquele tipo de informação. Um lugar que há mais de 800 anos não tinha contado com outros povos? Aquilo era realmente difícil de acreditar. Mas, no final, ela acreditou, pelo menos parcialmente. Não tinha por que Naruto estar mentindo e, se aquilo fosse alguma espécie de “cantada” para puxar conversa com ela, certamente era a pior que ela já ouvira.





Suspirando, fez um sinal para Naruto a seguir e passou a caminhar em direção a sua casa.





– Se isso que você fala é verdade ou não, eu não sei. Mas vou te explicar mesmo assim. – Naruto, que caminhava logo atrás da mulher, sorriu satisfeito ao ouvir aquilo. – Os Fuzileiros Navais, ou Marines, são a força de defesa do Governo Mundial. Eles patrulham os mares do mundo e tentam trazer a paz e a ordem, mesmo que às vezes eles falhem miseravelmente, como é o caso que você acabou de ver.





– “Governo Mundial”? O que é isso? – Perguntou Naruto.





Nojiko acabou batendo a mão na sua testa com força. É claro, se ele não sabia o que eram os Fuzileiros, é claro que havia grandes chances dele não saber quem era o Governo Mundial.





Mesmo cansada, resolveu explicar.





– O Governo Mundial é como o próprio nome diz, é uma instituição que comanda o mundo inteiro. Ele é formado por mais de 170 países e são poucas as ilhas que não estão vinculadas com eles, à maioria dessas fica na Grand Line, eu suponho.





Naruto assobiou em surpresa com o tamanho do tal Governo Mundial. Estava claro que ele era uma organização muito maior que as Nações Elementais. E ele não gostou muito de saber aquilo.





– Essas ilhas que não estão vinculadas com o governo têm livre escolha para fazer isso...? – Questionou.





Nojiko pareceu pensar por um momento antes de responder.





– Para falar a verdade, eu não tenho certeza. Eu sei é que algumas dessas ilhas estão sobre comando do Exercito Revolucionário, que é um grupo contra o Governo Mundial. – Disse a mulher.





Aquele pedaço de informação foi grande para Naruto. Não havia jeito, por todo lado que você olhasse, parecia que, em algum tempo, esse Governo Mundial forçou algum desses países a se aliar com ele. Era muito improvável que todos os 170 aceitaram estar sobre domínio de alguém por livre espontânea vontade. E o fato de existir um grupo contra o governo só apoiava essa idéia.





– Mas pensando agora... Se você disse que veio de um continente que está a mais de 800 anos isolado do resto do mundo, então quer dizer que vocês não obedecem ao Governo Mundial, correto? – Falou Nojiko, tirando Naruto de seus pensamentos.





– Você está certa. É por isso que eu nunca ouvi falar da Marinha ou do Governo Mundial. Nós estamos isolados e temos nossa própria forma de governo. Na verdade, há pouco mais de cinco anos que todos os paises existentes no continente se aliaram. – Explicava Naruto. – Antes disso, havia guerras constantes entre as nações.





Nojiko assentiu com a cabeça, começando a acreditar um pouco mais na historia do loiro. E, por causa disso ficou curiosa sobre a localização desse “continente”, que para ela era apenas um modo de Naruto falar, já que a única coisa grande o suficiente para ser um continente retratado em mapas era a Red Line (Linha vermelha). Se houvesse outra coisa grande como aquela, certamente não passaria despercebido nos mapas.





Assim, perguntou





– Você veio da Grand Line por acaso? – O motivo da afirmação era por que ela achava difícil uma ilha pertencente aos grandes oceanos ainda não ter sido catalogada pelo Governo Mundial.





– Grand Line... Eu não sei o que é isso. – Disse Naruto displicentemente. Depois acrescentou. – Mas se quer saber a localização das Nações Elementais, apenas saiba que eu vim do norte. Mas não vou lhe contar mais nada, não quero que essa informação vaze ainda. Esse Governo Mundial não parece ser muito receptivo com quem não esta sobre seu domínio.





Mesmo estranhando aquilo, Nojiko não insistiu. Se Naruto veio do norte, era bem provável que essas Nações Elementais estivessem localizadas no East Blue. Como ela ainda não tinha sido descoberta, era realmente um mistério para Nojiko.





Quando finalmente a conversa parou por alguns instantes, Nojiko percebeu que eles haviam chegado à propriedade de sua casa. Assim, subindo o pequeno morro que tava acesso a casa, o garota parou quando ficou de frente para o canteiro de laranjeiras. Pensativa, deu um sorriso e em seguida falou.





– Ei, você ainda não esta pensando em ir embora daqui, está?





Naruto olhou confuso para a mulher, mas no final resolveu apenas responder.





– Não. Eu já lhe disse, estou sem barco. Tenho que arranjar um antes de poder partir. – Ele não queria percorrer todo o caminho sobre o oceano correndo. Seria muito cansativo.





O sorriso de Nojiko se alargou um pouco ao ouvir aquilo, assim, disse.





– Bem... Já que eu lhe ajudei lhe explicando algumas coisas sobre a Marinha e tudo mais... Que tal você me dar uma mão? As laranjas já estão ao ponto de colher, seria uma grande ajuda para mim se eu tivesse um homem forte como você me ajudando... – Terminou fazendo a típica pose da “donzela que precisa de ajuda”.





E Naruto caiu direitinho.





– Uhn... Tudo bem. É só me falar o que tenho que fazer.




–--------------------------------------------------------------------------------


– Rápido, rápido!!! Não posso deixar que ele chegue até lá!!!


Gritava um garoto narigudo enquanto corria em direção ao Arlong Park, com intuito de achar seu companheiro, Zoro, no meio do caminho antes que o espadachim se metesse com os homens-peixe.




O nome do garoto era Usopp e, há poucos minutos ele escapara da morte com ajuda de Nami, a ex-navegadora de seu bando que ele sabia agora pertencer ao grupo de Arlong. Ele realmente não entendia a menina. Num momento ela roubava o barco deles e dizia-se uma traidora, no outro o impedia de ser morto por Arlong.





Sério, ela era confusa.





Mas deixando aquilo de lado, ele se concentrou em correr novamente. Quando encontrasse Zoro e Luffy, contaria a eles o que estava acontecendo.





Foi quando, ao longe avistou duas sombras no meio da estrada. Uma era de alguém que estava deitado, aparentemente dormindo. O outro era de um homem sentado segurando uma espécie de espada. Aproximando-se mais sorriu ao perceber que o sentado era ninguém mais que Zoro.





– Ah!! É o Zoro!!! – Gritou Usopp, com intuito de chamar sua atenção. Mas ele parecia concentrado em algo, por isso não ouviu. Ainda correndo na direção do espadachim, deu mais um grito. – Que sorte!! Você não foi atrás do Arlong!!!





Correndo para se aproximar de seu companheiro, finalmente reconheceu que a figura no chão era de Luffy, que realmente, como ele imaginara de longe, parecia estar dormindo. Assim, como ainda não tinha conseguido chamar a atenção de Zoro, pensou e chamar o nome de Luffy. Mas no final, não conseguiu.





Isso por que quando estava passando por Zoro, teve seu rosto prensado pela espada do espadachim e por uma coisa que ele reconheceu como uma bota preta. Com a dor e prestes a apagar, disse suas “últimas” palavras.





– Eu estava vivo... Mas acho que morri dessa vez...




–---------------------------------------------------------------------------------


O tempo passou e, de alguma forma, Naruto ainda se via ajudando a mulher a colher algumas laranjas que pareciam bastante suculentas. No momento ele levava um grande cesto cheio das frutas sem demonstrar esforço algum. Assim, depois de percorrer o corredor de árvores frutíferas, se deparou com uma pequena construção de madeira, onde ele ficou sabendo a pouco ser a casa de Nojiko e Nami.


Colocando o grande cesto no chão, chamou.




– Ei, Nojiko, eu já terminei de colher todas as laranjas das árvores que você me pediu.





Não demorou muito e a porta da casa foi aberta. Naruto viu um vislumbre de Nami cochilando sentada em uma cadeira com o corpo debruçado sobre uma mesa antes de Nojiko sair de dentro da casa e fechar a porta atrás de si.





Ele realmente não tinha visto quando a menina havia chegado. Provavelmente por que estava no meio do pomar colhendo laranja.





– Bem, isso foi rápido... – Comentou Nojiko com Naruto ao ver o grande cesto no chão, abarrotado de laranjas. – Como conseguiu colher todas em tão pouco tempo?





Naruto deu um sorriso enigmático e disse.





– Eu tenho meus segredos.





Não muito satisfeita com a resposta, Nojiko acabou dando de ombros. Ele tinha que encontrar os “amigos” de Nami e lhes contar a historia da garota e o motivo por ela os ter abandonado, não podia se preocupar com aquilo agora.





– Eu vou dar uma saída, você pode começar a colher as frutas do lado leste do pomar. – Nojiko assistiu o loiro fazer uma careta de desagrado ao ouvir aquilo. Provavelmente ele estava imaginando que apenas as laranjas do lado oeste eram para serem colhidas. Não querendo perder aquela excelente mão de obra, disse. – Não faça uma cara dessas. Você colheu as do lado oeste bem rápido, vai fazer o mesmo com as do lado oeste.





– A questão não é essa... – Resmungou Naruto. – É que eu tenho o sentimento que eu estou apenas sendo usado... Não é algo agradável.





– Não seja bobo. Você está me fazendo um favor. – Disse Nojiko. Vendo que o loiro ainda não estava convencido, resolveu apelar. Aproximando-se de Naruto, reclinou-se sobre seu corpo e sussurrou em seu ouvido. – Sabe... Se insiste, eu posso lhe pagar pela ajuda. Eu não tenho dinheiro, mas posso usar o meu corpo...





O rosto de Naruto ficou vermelho enquanto um pouco de sangue escorreu pelo seu nariz com a “proposta” da garota. Mas, ao perceber que ela continha uma risada enquanto olhava para sua cara, ele logo soube que Nojiko estava apenas tirando uma com sua cara.





– Droga! Não me provoque! – Gritou o loiro, irritado – Ande logo e vá fazer seja lá o que... Eu colho essas laranjas estúpidas, dattebayo.





Nojiko deu uma pequena risada com a explosão do loiro e concordou satisfeita com um aceno de cabeça. Assim, depois de se despedir, deixou o shinobi para trás.





Quando a garota sumiu de sua visão, Naruto resmungou algo como “mulheres estúpidas e seu poder de persuasão” e, pegando um cesto vazio que tinha ali perto, se dirigiu para o lado leste do pomar. Ele tinha algumas laranjas para colher.




–------------------------------------------------------------------------------


– Vejam!!! Outro navio da Marinha!!!


Depois de um dos moradores da vila de Cocoyashi alertar os outros sobre a presença de uma nova unidade da marinha, todos se aglomeraram na costa com intuito de ver o porquê eles estavam ali. Se perguntavam se a Marinha finalmente resolveu levar a serio a situação com Arlong e mandou reforços para ajuda-los.




O navio atracou e, logo depois, um grupo de fuzileiros desembarcou do navio. Eles eram liderados por um homem que usava um uniforme diferente dos outros, indicando que ele era o oficial superior do grupo. O curioso era que ele parecia em muito um rato.





Um dos aldeões notou algo no navio e falou.





– É a unidade 16#... Será que vieram fazer alguma retaliação contra o naufrago da unidade 77#? – Disse o homem, lembrando a todos que há pouco uma unidade da marinha fora afundada por Arlong e seus piratas.





O homem rato, depois de se aproximar dos moradores curiosos, disse.





– Eu sou o capitão Nezumi, líder da unidade 16# da Marinha. Quero falar com Genzo, o prefeito dessa vila...





Genzo, que estava entre os moradores que se encontravam ali, deu um passo para frente e se apresentou.





– Eu sou Genzo... O que quer, capitão?





Nezumi reconheceu o homem e, depois de dar uma risadinha e se parecer ainda mais com um rato nesse processo, disse.





– Pode me levar a casa da mulher chamada Nami?





Imagem das roupas de Naruto


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- Com isso vemos Naruto finalmente encontrar com alguns personagens de One Piece e começar de vez sua nova aventura! Espero que tenham gostado e, se sim, comentem!!!
— O proximo cap deve sair amanhã, falou!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Brave New World" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.