Brave New World escrita por Hugo0974


Capítulo 11
Capítulo 9: À procura de uma bruxa 2


Notas iniciais do capítulo

Depois de bastante tempo, ai vai mais um cap de Brave New World!
Aproveitem!



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– Lá vem ele!!! – Exclamou Sanji, preparando-se ao lado de seus outros dois companheiro.

O cozinheiro se referia a um gigantesco coelho branco, o qual mais parecia com um urso polar, que acabara de saltar em sua direção. Os três Chapéus de Palha foram rápidos em desviar, evitando assim que fossem retaliados pelas gigantescas garras do animal selvagem.

– Droga!! Vocês viram como ele se move?!! Isso mais parece um gorila!! – Disse Sanji.

– Esses devem ser os Lapahns que Dalton falou! – Comentou Naruto, ajeitando Nami em suas costas.

Observando os inúmeros Lapahns a sua frente, o loiro sabia que a situação não era nada boa. Não só eles estavam sem tempo para acabar com todos aqueles animais, como também, todo movimento brusco feito por Naruto, havia a chance de prejudicar Nami. A navegadora já estava muito debilitada, eles não podiam se dar ao luxo de expô-la a qualquer risco, por menor que fosse.

Sanji, sendo o defensor e adorador de donzelas que era, apesar do fato de Nami ser uma donzela ser questionável, entendia muito bem a situação a qual estavam.

– Pela forma como se movem em um ambiente como este... Está claro que são animais selvagens da neve. Estamos em desvantagem aqui. – Falou o cozinheiro, com um sorriso tenso no rosto. Normalmente alguns animais selvagens não lhe intimidariam, fossem coelhos assassinos ou não, mas levando em conta a desvantagem do local onde teria de batalhar e a segurança de Nami, Sanji estava preocupado. Ele sabia que havia apenas um caminho a se seguir. – Naruto! Não importa o que aconteça, não contra-ataque qualquer um desses coelhos estúpidos!

Apesar de Naruto entender aonde Sanji queria chegar, Luffy, ao seu lado, não entendeu.

– Por quê? Se Naruto não lutar, nós iremos demorar mais para tirar esses ursos polares da frente.

Ignorando o fato de Luffy chamar os Lapahns de ursos polares, Sanji explicou.

– Porque, se Naruto acerta-los... Ou se eles acertarem Naruto... O impacto irá direto para Nami-san! – Olhando de relance para Nami, que, apesar de estar bem segura as costas de Naruto, bufava de exaustão, acrescentou. – Você sabe como a situação dela é crítica... Do jeito que está, qualquer impacto pode matá-la.

– E-Entendi... Certifique-se apenas de não ser atingido, Naruto. – Falou Luffy, tenso com a perspectiva de que Nami poderia realmente morrer. Ajeitando seu chapéu, o jovem capitão estreitou os olhos e observou a “manada” de Lapahns a sua frente. – Eu garanto que limparei esses ursos polares do seu caminho!

Naruto sorriu.

– Entendido, capitão...

Pouco antes de terminar sua resposta, Naruto viu um dos Lapahns saltar em sua direção. Ele estava prestes a desviar, mas sequer precisou. Cumprindo o que havia prometido, Luffy colocou-se em sua frente e disparou um poderoso direto de direita na barriga peluda do animal, arremessando-o longe de Naruto, e Nami, no processo.

– Muito bem, Luffy. – Elogiou Sanji, o qual observava no momento os outros Lapahns prepararem-se para um ataque em conjunto, ainda mais furiosos por assistirem seu companheiro ser espancado com apenas um soco. – Você e eu abriremos caminho para Naruto no meio desses coelhos de merda. Depois, quando ele tiver passado, vamos manter os Lapahns ocupados, pro Naruto seguir seu caminho até a montanha sem interferências.

Tanto Luffy, quanto Naruto, assentiram em positivo, pois era o melhor plano que eles poderiam chegar enquanto corriam contra o tempo.

Estalando os dedos de suas mãos, Luffy declarou.

– Certo. Vamos espancar alguns ursos polares.

Como se aquela frase declarasse o começo daquela pequena guerra entre humanos e animais, os Lapahns voaram para cima dos Chapéus de Palha.

X_X

(Com Usopp, Vivi e Dalton)

Sentindo a neve fria bater contra seu corpo, Dalton olhava para as montanhas ao norte, pensativo. Mesmo sendo piratas, o grandalhão simpatizou-se com aquele grupo depois da demonstração de devoção, dada por eles no navio, a sua companheira doente. Por isso, estava preocupado. Aqueles três, mais a navegadora, já deveriam estar a meio caminho de alcançar as grandes rochas Drum, e isso significava que estavam na parte mais perigosa do caminho até o castelo... Excluindo a escalada inumana nas rochas, é claro.

– Espero que aqueles garotos estejam bem... – Comentou, explicitando suas preocupações aos outros dois membros do bando que haviam ficado na vila. – Com sorte, eles não cruzarão com nenhum Lapahn...

Lembrando-se do que o homem havia lhes advertido a pouco, Usopp questionou.

– Você disse que eles são carnívoros... Mas coelhos?! – Era difícil acreditar em um bando de coelhos assassinos. Isso mais parecia uma das histórias contadas por ele para animar Kaya...

Não que ele mentisse!!!

Percebendo como Usopp parecia desacreditado como perigosos os Lapahns poderiam ser, Dalton alertou-o.

– Eles tem a agilidade de coelhos, o tamanho e a força de ursos e atacam em bando.

– Ursos?!! – Exclamou Usopp, finalmente reconhecendo a ameaça que aqueles Lapahns podiam ser. Sorte dele não ter sido convocado para ir.

Vivi, que até então apenas escutava a conversa dos dois, também ficou preocupada com a segurança de seus companheiros ao ouvir descrição de Dalton. Mesmo já tendo se mostrado fortes, em sua opinião, ser atacado por um bando de coelhos do tamanho de ursos seria um obstáculo mesmo para Luffy e os outros. E a situação só piorava quando se levava em conta Nami, a qual estava muito doente e não podia sofrer desgastes.

Em meio a seus pensamentos sobre os perigos que seus amigos podiam enfrentar, Vivi escutou uma voz feminina e madura chamar.

– Dalton-san, Dalton-san!

Olhando na direção da voz, Vivi percebeu uma mulher se aproximar. Como a princesa havia deduzido ao ouvir sua voz, a tal mulher já na casa dos quarenta. Ela carregava uma cesta cheia de cebolinhas, mas não era isso que mais chamava atenção para si, mas sim seu tamanho. A mulher era grande, não só no quesito de altura, como de circunferência também. Algo que, combinado com seu grosso casaco de pele, lhe passava a imagem de um urso.

Repreendendo-se por pensar algo como aquilo de outra pessoa, Vivi pegou Usopp com o canto dos olhos.

Aparentemente, o narigudo teve os mesmos pensamentos que ela, pois chegou ao ponto de praticar uma saudação igual ao qual Dalton lhes ensinou a fazer quando encontraram um Urso Alpinista, logo quando adentraram a vila.

Envergonhada pelas ações de seu companheiro, Vivi escutou o que a mulher tinha a dizer, ignorando o Narigudo como se eles não se conhecessem.

– Dalton-san, era você que estava à procura de um médico, não é?

– Uhn... Sim... Mas a paciente acaba de ser levada para... – Antes que Dalton terminasse, a mulher lhe interrompeu.

– Advinha! Disseram que a Dra. Kuhera apareceu na vila vizinha...

– O-O que?!!! – Exclamou em uníssono Dalton, Vivi e Usopp, todos surpresos com a notícia.

– É realmente verdade que ela apareceu em Cocoa Weed? – Pediu Dalton, querendo confirmação. A grande mulher, mesmo assustada com a explosão anterior, respondeu.

– S-Sim... Foi o que me disseram.

Após agradecer pela informação e se despedir da mulher, Dalton voltou-se para Vivi e Usopp, que pareciam discutir o que fazer. Sentindo-se culpado, falou.

– Desculpem-me, foi tudo minha culpa. Eu havia escutado que Dra. Kuhera havia descido da montanha ontem... Por isso pensei que ela não desceria novamente por vários dias.

– Não se preocupe. Não foi sua culpa. – Respondeu Usopp, sabendo muito bem que não tinha jeito de Dalton prever algo como aquilo. – O nosso único problema agora é a velocidade surreal daqueles caras... Nunca conseguiremos alcança-los se sairmos agora daqui...

– Se essa Dra. Kuhera apareceu na vila vizinha... Acho que nossa única opção é encontra-la e pedir para que volte o mais rápido possível para o castelo. – Propôs Vivi. Recebendo um aceno positivo de Usopp, virou-se para Dalton e pediu. – Você poderia nos emprestar algum meio de transporte veloz, Dalton-san?

Acenando em positivo, o grandalhão viu ali uma chance de se redimir.

– Não se preocupem. Eu mesmo vou leva-los no nosso trenó mais rápido para Cocoa Weed.

Cerca de meia hora depois...

– O que?! Ela já deixou a vila?! – Usopp exclamou com as mãos à cabeça. Ele, Vivi e Dalton mal haviam chegado a vila e receberam a notícia de que Dra. Kuhera havia saído logo após curar um garoto, filho do dono do restaurante onde eles se encontravam no momento.

O dito homem, que notou o desespero na voz de Usopp, informou a Dalton.

– Ouvi dizer que ela estava indo em direção à Gyasta.

– Gyasta? – Questionou Vivi. – Pra que lado fica, Dalton-san?

Cruzando os braços sobre o tórax, o líder da tropa de vigília respondeu.

– É uma cidade próxima a um lago, ao norte daqui. Fora isso... A moda lá é patinar.

– Então vamos! Não temos tempo a perder! – Exclamou a princesa, ignorando a última parte da informação, o qual não parecia ser tão útil assim aos olhos da garota.

Dalton estava prestes a concordar com a princesa, mas parou ao escutar alguém apressado entrar no bar. Virando-se para ver quem era, notou ser um dos voluntários para a tropa de vigília recrutada por Dalton, a qual tinha função de vigiar as margens do rio que adentrava a Drum, na busca de qualquer perigo potencial.

– Dalton-san! Que bom que te encontrei aqui! – Exclamou o homem, ao meio de bufos de cansaço. Era obvio que ele havia corrido até aqui.

Preocupado, Dalton questionou.

– O que foi? Você não estava escalado para guarda?

O homem, em claro desespero, contou o que a pouco presenciou em seu turno de vigília.

– Todos, menos eu, foram derrotados! Um navio submarino emergiu das ondas perto da costa e acabou com todos nós! Salve-nos, Dalton-san! Nós não temos força suficiente para...

– Acalme-se. – Pediu Dalton, tendo certa dificuldade de entender o homem, o qual falava muito rápido devido ao desespero. Quando o homem recuperou alguns fôlegos, o grandalhão pediu. – Agora me diga quem fez isso com vocês.

– É o Wapol!! Ele voltou!!!!

X_X

(Com Naruto)

– Uau... É realmente grande olhando daqui... – Falou o loiro, olhando para o alto, enquanto tentava ver o fim do paredão de rochas que teria de encarar para chegar até o castelo.

Não muito tempo atrás, Luffy e Sanji haviam criaram uma abertura para ele passar entre os Lapahns. O loiro, depois de se despedir de seus companheiros, os quais ficariam distraindo os grandes coelhos da neve, pode rumar sem mais problemas as rochas Drum. Agora ele se encontrava de frente para elas, pronto para fazer a maior escalada que já fizera em sua vida.

Sentindo Nami tremer contra seu corpo, ficou preocupado. Ele havia reparado como o clima tinha esfriado desde a base da montanha até ali, e podia muito bem imaginar o quão mais gelado estaria quando estivessem quase no topo da rocha Drum. E a verdade era que, com o estado em que Nami estava, Naruto não podia permitir que ela pegasse ainda mais friagem.

Com isso em mente, fez um sinal característico com as mãos e criou um clone ao seu lado. Gentilmente, deu a navegadora ao clone, que a pegou de bom grado. Com suas costas livres, conseguiu retirar o casaco que usava, apenas para, instantaneamente depois, sentir os efeitos do clima frio. Trincando os dentes, resistiu. Desse modo, pode colocar seu casaco sobre Nami. A navegadora, agora embrulhada em mais um casaco, parou de tremer. Sorridente, Naruto fez um sinal para o clone devolver Nami.

Dessa vez, segurando Nami ao estilo de noiva recém casada, Naruto assistiu seu clone desaparecer. Voltando seu olhar para a rocha Drum a sua frente, o loiro passou a caminhar em direção a ela. A caminhada logo se transformou em uma leve corrida e, quando Naruto estava a poucos metros da rocha, saltou. Com chakra concentrado nas solas dos pés, o shinobi, literalmente, começou a subir o paredão de pedras correndo, como se nunca tivesse saído da horizontal.

Sentindo mais uma vez os efeitos do frio ao ser atingido por uma ventania gelada, Naruto soube que aquela seria uma subida penosa, mesmo usando a escalada com chakra.

X_X

(Com Luffy e Sanji)

– O que eles estão fazendo...? Será que ficaram loucos depois da surra que levaram da gente? – Perguntou Luffy, observando sem entender os Lapahns a alguns metros a sua frente.

Mesmo Luffy sendo um idiota, ele realmente tinha motivos para suas dúvidas, já que os Lapahns, os quais exibiam sinais da surra que tinham levado na forma de corpos cheios de hematomas e inúmeros galos nas cabeças, haviam se reagrupado mais a frente, uma ao lado do outro, formando uma extensa linha. Não bastasse isso, eles simplesmente pulavam sem sair do lugar, caindo sempre de bunda no chão, levantando bastante neve.

– Eu pensei que eles tinham desistido de nos enfrentar quando recuaram... O que eles estão planejando com isso? – Falou Sanji, também sem entender. Foi quando, enquanto observava os Lapahns saltitantes, pode reparar em como a neve tremia a cada bundada que eles davam no chão. E isso finalmente lhe deu uma boa ideia do que eles pretendiam.

E, infelizmente, não era nada bom.

X_X

A vila de Big Horn, outrora pacifica e aconchegante, agora se encontravam em meio ao caos. Várias casas pegavam fogo, enquanto outras exibiam, estranhamente, marcas de mordida, como se um animal faminto tivesse tentado saciar sua fome com pedaços das construções. As residências ainda inteiras, estavam abarrotadas de aldeões, os quais não queriam enfrentar a fúria do carrasco que atacou a cidade.

É claro, havia aqueles mais corajosos, que tentaram frear a investida contra sua vila. Esses, estavam estirados no chão cheio de neve, com os corpos feridos por balas e espadas. E, em meio a todo esse caos, no centro da vila, estava o responsável por tal atrocidade. Wapol, o rei do país de Drum.

O gorducho, mastigando um pedaço de telhado recém arrancado de uma das casas do vilarejo, olhava ao redor o trabalho bem feito de seus homens. Aquilo era o que aqueles imbecis mereciam por tentar contrariar sua autoridade como rei.

– Maravilhoso! – Exclamou o rei, de cima de seu White Walkie, um animal semelhante a um hipopótamo, mas peludo. – Ouçam todos! Todo esse país é meu alimento! Agora, diga-me mais uma vez por que sou tão grandioso, Kuromarimo!

Kuromarimo, um homem alto com cabelos negros ao estilo black power, tratou de respondeu ao seu rei.

– É por que o senhor é o mais magnífico entre todas as realezas, Wapol-sama.

– Excelente! – Falou Wapol. Sentindo o gosto de sua última refeição ainda em sua boca, complementou. – Cara, como eu gosto de casas ao molho!!

Sorridente, Kuromarimo ajoelhou-se de frente ao seu rei, pedindo permissão para falar. Quando a mesmo fora dada por Wapol, o leal súdito falou.

– Temos um novo relatório, Wapol-sama. – Vendo seu rei fazer um sinal para ele prosseguir, assim Kuromarimo fez. – O Chapéu de Palha está, nesse momento, seguindo para o castelo de Drum.

– O quê?! Por quê?! – Exclamou Wapol, surpreso com as ações de seu mais odioso inimigo.

– É por que, senhor, inesperadamente, a traidora conhecida como Dra. Kureha, está morando no castelo.

Aquilo surpreendeu ainda mais Wapol. Na verdade, fez mais do que isso, o enfureceu também.

– Aquela velhota no meu castelo?! Até quando esses rebeldes pretendem me humilhar?!! – Rugia o rei, de cima de seu hipopótamo das neves. – Eu vou expulsa-los de lá, e depois, vou transformar ela e aqueles malditos dos Chapéu de Palha em pedaços!!! Se preparem, homens!! Estamos indo para o castelo...!

– Não tão rápido!!! – Uma voz poderosa trovejou, impedindo Wapol de continuar seu discurso de guerra.

Virando-se para ver quem ousava lhe interromper, tudo que o rei pode ver fora um grande vulto preto, antes de seu tórax ser rasgado por um golpe de arma branca.

Enquanto Wapol contorcia-se no chão, dizendo que fora atingido e iria morrer, seus leais homens procuraram o responsável pelo ataque. Acabaram encontrando Dalton, que agora tinha uma aparência mista entre humano e touro, enquanto carregava em suas mãos a arma do crime, uma espécie de pá para retirar neve, mas com a borda circular em forma de lâmina, a qual pingava sangue de Wapol.

– Dalton!! Como ousa fazer isso com seu rei?! – Exclamou Kuromarimo, furioso.

Dalton calmamente respondeu.

– Vim aqui para matá-lo. Então seria ótimo que morresse logo. – Olhando para os Ishi 20, grupo de médicos sob controle de Wapol, falou com pesar. – Infelizmente, enquanto comandar a equipe médica do reino de Drum, você não tem o que temer, Wapol.

Dalton tinha seus princípios, ele nunca atacaria os médicos, os quais eram refém de Wapol. E isso apenas dava a chance para o rei se curar.

– É isso mesmo!! Esquadrão médico, ao trabalho!!! – Exclamou Kuromarimo, finalmente lembrando-se que eles controlavam os únicos vinte médicos do país, excluindo a velha bruxa, é claro.

Ao ouvir o comando, os médicos se adiantaram e, em seguida, rodearam Wapol, que ainda gemia no chão. Logo ergueram um cortinado, escondendo o que eles faziam ao rei por trás daquilo. Pouco depois, o cortinado desceu, revelando um Wapol totalmente saudável, sem qualquer indício de que a pouco quase fora cortado ao meio por um golpe de Dalton.

– Ufa! Por um momento achei que iria morrer. – Comentou o rei, aliviado. Tamanho era seu ego, que sequer agradeceu os responsáveis por sua “volta” a vida.

– Saia daqui, Wapol! Esse não é mais o seu lugar... – Ordenou Dalton em forma de meio-homem, meio-touro.

– Wapol...? – Perguntou-se o rei, não acreditando na petulância de seu antigo subordinado. – É rei Wapol para você!!

Ao fundo, vozes desafiaram a autoridade do soberano de Drum.

– O Dalton-san não é mais seu servo!

– Isso mesmo, ele foi a única pessoa do governo que lutou pelo nosso país no ataque dos piratas! Ele arriscou sua própria vida... Arriscou morrer por nós!!!

Wapol fez uma careta ao notar que vários dos outros aldeões, que antes haviam se escondido em suas casas como cachorrinhos medrosos, agora saiam e se concentravam no pátio onde estavam, para dar apoio a Dalton. O maldito havia realmente se transformado em um herói do povo, e ele, como rei, não admitiria isso.

– Hah! Ele deveria é ter morrido! Ele é o comandante das defesas do reino! É o trabalho dele! Mahahaha! – Exclamou Wapol, gargalhando. – Fico surpreso que tenha sobrevivido num país sem médicos, Dalton. Será que realmente lutou contra aqueles piratas?

Ignorando totalmente a provocação de Wapol, o qual tentava lhe desacreditar perante o povo, Dalton falou o que estava preso em sua garganta por anos.

– Em outros países... Drum é conhecido por ser um reino com medicina avançada. – Apertando os punhos com força, exclamou. – Mas quem diria...! Os bons médicos foram todos expulsos do país! E os vinte que restaram, ficam presos nos laboratórios do castelo, sem poder atender o povo!!!

– Qual é o problema? Essa é a política do reino. – Respondeu Wapol, pouco se lixando com a revolta de seu antigo subordinado.

E tal displicência revoltou Dalton ainda mais.

– Que tipo de política é essa?!!! – Esbravejou o homem-touro. Bufando, recuperou um pouco de compostura antes de voltar a falar. – Um reino desse tamanho com apenas vinte médicos enfiados no castelo... Se aparecia algum doente, a família não tinha outra opção senão ajoelhar diante de você e implorar. Você mantinha todos os doentes do reino como refém... Isso não é política, isso é crime!!!

Irritado com todas as acusações de Dalton, Wapol exclamou.

– Já disse o que queria?! Muito bem! Homens, matem-no!! Acabem com seu ex-chefe!!!

Vendo os soldados apontarem as armas para ele, Dalton passou a bufar, exatamente igual a um touro furioso. Com uma expressão de dar medo, disse.

– Eu servi seu pai, o rei, com fé e devoção, e esperava que um dia... Você pudesse abrir os olhos e seguir o exemplo dele... Mas acho que já esperei de mais!!! – Saltando um mugido poderoso, Dalton disparou em direção aos soldados.

Assustados, os homens tentaram acertar o homem-touro. Mas era inútil, Dalton era muito mais rápido que suas balas naquela forma meio-animal.

– Droga! Ele é muito rápido! Esse é o verdadeiro poder da Ushi-Ushi no Mi, espécie “Bisão”...! Argh!!! – Exclamou um dos soldados, antes de saltar um grito de dor ao ser atingido por um golpe da exótica arma de Dalton.

Apesar da violência que Dalton exibia ao cortar um por um dos soldados de Wapol, ele evitava golpes os quais poderiam mata-los. Mesmo os soldados sendo idiotas o suficiente para seguir alguém como o soberano de Drum, Dalton poupava suas vidas, pois o único que ele queria matar, era o rei.

Com mais um grande mugido, Dalton deu um poderoso golpe ao girar seu corpo, varrendo os últimos soldados ao redor de si, deixando-os feridos e desacordados. Sem mais inimigos “inocentes” a sua frente, o antigo chefe da guarda de Drum virou-se para Wapol e seus dois mais fiéis seguidores, Kuromarimo e Chess.

– Estou farto de vocês! Um reinado aonde o rei sai correndo na primeira crise que aparece... Merece desaparecer!!

– Que tolo... Tanta asneira... – Comentou Chess, com os braços cruzados e um sorriso irônico em seus lábios tortos. Estava claro que ele pouco se importava com a demonstração de força dada por Dalton, ao destruir o pequeno exército de Wapol.

– Você e nós dois formávamos os três alicerces desse reino, Dalton. Ou seja, temos o mesmo nível de força. Contra nós dois, você não tem chance. – Declarou Kuromarimo, sabendo que a vitória já estava em suas mãos.

Puxando um grande arco de suas costas, Chess carregou-o com três flechas, onde cada uma mais parecia uma estaca de metal. Depois, apontou sua arma para a direita, uma direção totalmente diferente da qual Dalton se encontrava. E isso confundiu o homem-touro.

– Além disso, nós convivemos muito tempo juntos... E esse é seu azar. Eu conheço todos seus pontos fracos, Dalton. – Ao escutar Chess, Dalton finalmente percebeu aonde o arqueiro apontava.

A sua esquerda, ao longe, podia se ver inúmeros aldeões correndo em direção aonde eles estavam. Eram moradores de outras vilas, os quais provavelmente ouviram sobre o retorno de Wapol e, por isso, pegaram suas armas e vieram ajudar Dalton, na tentativa de derrubar o rei.

Pena que por mais nobre que fosse a intenção deles, agora não passavam de um estorvo.

– Observe... – Comentou Chess a ninguém em especial, disparando, logo em seguida, seu arco. O que aconteceu depois foi exatamente como o arqueiro previu que seria.

Para que os aldeões não fossem atingidos, Dalton usou toda sua velocidade, concedida por sua Akuma no Mi do tipo Zoan, para interceptar as flechas com o próprio corpo, barrando o ataque.

– Essa é a sua fraqueza, meu caro Dalton-san... – Falou Chess ao homem que agora exibia um olhar vazio, devido a ter seu tórax perfurado por três grandes flechas, que mais pareciam arpões.

– Há, há, há, há!! Eu imaginei que morreria assim!! – Zombou Wapol, em meio a gargalhadas.

O povo, desesperado, gritava o nome de seu herói, o qual caia lentamente ao chão, aparentemente sem vida. Estranhamente, no momento em que o corpo de Dalton colidiu com a neve, um grande tremor pode ser sentido.

E ele não parou.

– Uhn...? O que é isso? Terremoto? – Perguntou Wapol a seus homens.

O rei obteve sua resposta pouco depois, mas não de um de seus homens, mas sim de um dos “rebeldes” ao fundo, que gritou.

– Avalanche!!!

X_X

(Com Luffy e Sanji)

– Merda!! Dessa vez esses coelhos passaram dos limites!!! – Exclamou Sanji, descendo a montanha desesperado.

Se ele ao menos parasse para olhar para trás, seria soterrado por toneladas e mais toneladas de neve, de uma avalanche que despencava atrás de si, causada pelo grupo raivoso de Lapahns, momentos atrás.

– Sanji! O que vamos fazer?!! – Perguntara Luffy aos berros, correndo ao lado do cozinheiro. A pouco, ao torcer seu pescoço de borracha, ele pode ter uma boa visão da avalanche a suas costas, sem necessariamente parar de correr. E a situação não era nada boa. – A neve tá chegando mais perto! Se continuarmos apenas correndo vamos ser engolidos!!

– Eu sei! Seu idiota!! – Exclamou Sanji. Não precisava ser gênio para perceber que cada vez mais a avalanche se aproximava. Procurando uma solução, notou uma grande saliência no chão de neve mais a frente, criada por uma rocha. Apontando para o local, gritou – Luffy, ali!! Vamos para subir naquela rocha!! Daí ficaremos acima da avalanche!!!

– Entendi!! – Exclamou Luffy, ao notar a saliência apontada por Sanji.

Assim os dois Chapéus de Palha usaram de toda sua velocidade para alcançar o local.

– Beleza!! Conseguimos...!!! – Exclamou Luffy, vitorioso ao alcançar a rocha. Pena que, ao olhar para trás, finalmente notou que o lugar não era alto o suficiente para ficar por cima da gigantesca carga de neve.

– Merda!! Pule!!! – Gritou Sanji, numa tentativa vã de evitar que fossem soterrados.

Ambos pularam o mais alto que conseguiram, e realmente evitaram a carga mais poderosa da avalanche, deixando-a passar por baixo de seus pés. Mas, quando caíssem, ainda seriam soterrados, pois a avalanche ainda tinha metros e mais metros de extensão.

Desesperado a procura de uma solução, Luffy pegou com o canto dos olhos um tronco de árvore descendo por cima da neve.

– Tive uma ideia!!! – Exclamou o jovem capitão. Ainda no ar, esticou seus dois braços para lados opostos. Com o direito, ele agarrou Sanji, com o esquerdo, segurou no tronco que flutuava pela neve. Colocando força em seu braço esquerdo, puxou o pedaço de madeira em sua direção, deixando-o exatamente debaixo de seus pés.

Assim, ao invés de aterrissarem na neve, ambos caíram em cima do tronco de árvore. Agora eles surfavam sobre a neve.

– É difícil dizer isso... Mas boa ideia, Luffy!! – Elogiou Sanji, sentado na parte de trás do trenó improvisado. – O único porém é que teremos de subir a montanha de novo para chegar ao castelo.

– Uhn? Por que teremos de subir de novo? – Perguntou Luffy, com um olhar de interrogação, enquanto sentia o ar bater contra seu rosto.

– Imbecil! Temos de checar a saúde de Nami-san!! – Gritou Sanji no ouvido de Luffy, fazendo-o se encolher devido ao eco nos tímpanos. – Mesmo Naruto sendo mais confiável que você e aquele marimo de merda, eu nunca poderei deixar a saúde de Nami-san nas mãos de outro homem!

– Droga, entendi! – Respondeu Luffy, irritado com a dor em seus ouvidos. Notando finalmente a grande velocidade que desciam, falou. – Mas antes disso, nós temos que parar essa coisa!!!

Sanji, percebendo que isso realmente era algo essencial a se fazer, pois, se continuassem assim, acabariam se esborrachando contra alguma coisa mais abaixo, praguejou.

– Tudo isso por culpa daqueles coelhos de merda!! Dá próxima vez que eu encontra-los, vou me certificar de assa-los no espeto...!!!

Pouco antes de terminar sua maldição, Sanji parou de falar. E o motivo para tal ação foi por que ele ficou extasiado com o que viu ao seu lado.

Eram os Lapahns, que, como eles, desciam a avalanche em cima de pranchas de madeira, literalmente fazendo um surf na neve. Não bastasse isso, os coelhos gigantes se aproximaram velozmente deles, e agora os cercavam de ambos os lados, exibindo olhos furiosos em suas caras inchadas. Era obvio para Sanji que eles ainda queriam vingança pela surra anterior.

– Malditos...! – Exclamou Sanji, tendo de desviar de um dos Lapahns, que pulara com sua prancha por cima deles e, no meio do processo, tentara lhe acertar um golpe com suas garras. Aqueles coelhos estavam mostrando-se tão habilidosos quanto snowboarders profissionais.

– O que diabos há com essas coisas?! Eles não desistem?! – Gritou Luffy, acertando um soco no queixo de um dos Lapahns que a pouco tentou lhe rasgar com suas garras. Foi quando, ao olhar para frente, notou uma grande rocha aparecer no caminho. – Merda!! Sanji, pule!!

Mas, ao contrário de Luffy, Sanji não estava olhando para frente, assim não pode ver a rocha. Ele estava ocupado demais desviando de outra tentativa de ataque dos Lapahns. Por isso, mesmo escutando Luffy, não conseguiu saltar a tempo do treno improvisado, assim, colidiu com a pedra em alta velocidade.

– Sanji!!! – Luffy gritou, preocupado. No ar, ele assistiu seu companheiro não só colidir com a rocha, como repicar direto para um dos Lapahns, causando um efeito em cascata que derrubou toda a formação em linha dos coelhos, antes de cair na neve e ser engolido pela a avalanche. – Droga!!

O próprio Luffy, ao aterrissar, tentou lutar contra aquela força da natureza, mas foi inútil. Não demorou a ser soterrado. Não deixando, assim, nenhuma prova de que os dois Chapéus de Palha uma vez estiveram ali.

X_X

Aonde a poucos há poucos minutos atrás era vila de Big Horn, agora era um amontoado de neve. As casas estavam soterradas até os telhados, e nenhuma alma viva poderia ser vista por ali. Tudo graças a uma intensa e inesperada avalanche a qual recaiu sobre o pequeno vilarejo.

Ao meio daquele novo “campo branco”, um pequeno tremor começou a ser sentido. De repente, o que parecia ser um boca gigante emergiu, ao mesmo tempo em que engolia uma grande porção de neve. Já não bastasse tamanha estranheza, instantes depois tal boca diminuiu, deixando para trás um grande buraco vazio, onde antes havia neve.

Olhando bem para dentro do buraco, podia-se ver um homem atarracado, vestido com um colete de metal e uma calça alaranjada. Por cima de tudo isso, trazia um casaco de pele cinza, onde o capuz que englobava sua cabeça exibia a face de um animal.

O homem era ninguém menos que o soberano do reino de Drum, Wapol. E ele no momento mastigava algo com sua poderosa, e gigantesca, mandíbula. Ao sentir um gosto ruim, cuspiu o que estava em sua boca, trazendo-a de volta a um tamanho razoavelmente normal.

Inacreditavelmente, o “cuspe” tratava-se de dois homens e um grande animal.

– Então eram vocês... E eu que pensei que tinha comido algo estragado. – Comentou o rei, olhando para seus dois subordinados e seu animal de estimação. Distraidamente, lembrou-se da conclusão que chegara quando ainda estava soterrado na neve, e isso virou seu humor totalmente. – Foram eles!!!

Chess, já recomposto e limpo de baba, não entendeu muito bem o porquê da explosão repentina de seu rei, assim questionou-o.

– Do que está falando, meu lorde?

Wapol, completamente furioso, exclamou.

– Os moradores não disseram que aqueles piratas estavam subindo a montanha em direção ao castelo?! Foi isso!! – Virando-se para seus dois subordinados, completou seu raciocínio. – Eles ficaram tão chateados com o que aconteceu antes, no navio deles, que armaram uma emboscada para nós!!!

– Oh! Sim! Entendi!! Então essa avalanche foi culpa deles!!! – Falou Kuromarimo, não duvidando sequer uma vez da teoria conspiratória de seu rei.

– Chess, é verdade que todas as cordas para o castelo foram destruídas?!

Chess tratou de responder.

– Foi o que os moradores disseram, meu lorde.

– Então vamos atrás deles pela montanha! – Exclamou Wapol, olhando para o norte, onde localizavam as montanhas de Drum. Furioso, complementou. – Darei a eles uma batalha da qual nunca esquecerão!

X_X

(Com Vivi e Usopp)

– Vamos lá...! Acorde, Usopp-san! – Pediu Vivi, enquanto segurava seu companheiro desmaiado pelo narigão e o arrastava pela neve.

A pouco, eles haviam sido surpreendidos pela gigantesca avalanche, enquanto se dirigiam à Gyasta, na sua busca pela única médica do reino. Felizmente, quando a avalanche lhes atingiu, eles estavam em cima de um trenó. Graças a isso, Usopp conseguiu manobrar os carneiros, os quais puxavam o meio de transporte, a tempo, assim eles puderam fugir em alta velocidade, até encontrarem um abrigo na forma de uma grande cadeia de pedras.

Quando a avalanche passou, Vivi teve a intenção de sugerir que eles continuassem a pequena viagem. Mas isso não foi possível, pois ela percebeu que o narigudo estava desacordado. Com seu bom coração, Vivi concluiu que Usopp havia sido atingido por algum destroço que estava no meio da avalanche, enquanto eles se escondiam atrás das grandes rochas. Mal ela sabia que o narigudo apenas desmaiou de medo, depois de passar pela experiência de ser quase soterrado por toneladas de neve.

Para piorar, devido à preocupação da princesa, ela sequer notou os carneiros presos ao trenó fugirem dali logo após o termino da avalanche, assustados demais com os eventos anteriores para continuarem com seu “trabalho”.

Agora, ela lutava para arrastar Usopp pela neve, no intuito de chegar a alguma cidade para que ele recebesse atendimento médico. Mas isso estava se mostrando inútil, pois suas forças já estavam no final, e ela sequer havia ido muito longe até agora. Cansada, resolveu tentar acorda-lo novamente.

– Vamos, Usopp-san, acorde! – Disse a garota, dando alguns tapinhas no rosto do narigudo.

– Uhn...? Por que está me acordando, Vivi? Eu estava tendo um sonho tão maravilhoso... – Vivi abriu um sorriso aliviado quando ouviu Usopp começar a falar, mas esse logo se desfez com o que escutou a seguir. – Havia uma luz no fim do túnel, que acabava num lindo campo florido...

– O que você está vendo é o paraíso!! – Exclamou Vivi desesperada, aumentando a força dos tapas na cara de Usopp, numa tentativa desesperada de não deixa-lo ir para o “outro mundo”. – Acorde, Usopp-san! Se dormir, você vai morrer!!

Usopp de repente abriu os olhos e gritou. Nesse momento, Vivi realmente achou que ele iria acordar de vez. Mas novamente sua intuição mostrou-se errada, pois o narigudo retornou a fechar os olhos e começou a babar, enquanto murmurava algo sobre “piratas do Usopp”.

A princesa, achando que aquilo era uma espécie de delírio pré-morte, trocou os pequenos tapas por poderosas bofetadas, enquanto gritava a todo pulmão, pedindo a Usopp que ele resistisse e não cruzasse a linha para o outro mundo.

Algum tempo depois...

– Você me salvou, Vivi. Ainda bem que estou vivo. – Comentou Usopp, enquanto caminhava pela neve. – Só não entendo por que acordei com o rosto tão inchado assim...

Vivi, sabendo muito bem quem foi o responsável por deixar o rosto de Usopp com três vezes o tamanho normal e bastante parecido com uma almondega, respondeu tentando disfarçar a própria culpa.

– D-Deve ser o frio... Sim! O frio! Ele faz um mal para pele...! – Andando exatamente como um robô, pois era péssima mentirosa, percebeu que a melhor forma de escapar das perguntas de Usopp era mudar de assunto. – O-O importante agora é descobrir aonde estamos e o que aconteceu! Nós...!

Vivi estava prestes a dizer mais alguma coisa, mas, devido ao susto que levou ao ver alguma coisa coberta de neve emergir do chão a sua frente, calou-se imediatamente. Já Usopp, teve uma reação totalmente ao contrária a da princesa. No momento em que ele assistiu o vulto coberto de neve aparecer, ele simplesmente gritou.

– Uha!! O que é isso?!!

A pergunta de Usopp fora respondida segundos depois, quando a neve a qual cobria a “coisa” caiu no chão, revelando ninguém menos do que um Zoro sem camisa.

– Ohh, maldição. Como se não já tivesse frio o suficiente, me aparece uma avalanche do nada! – Zoro resmungou, tentando inutilmente diminuir o frio se auto abraçando. – Bem... Pelo menos, acho que isso contribuiu com meu treinamento de nado no gelo.

Sim. O imbecil teve a brilhante ideia de nadar no rio quase congelado onde o Going Merry estava atracado, no intuito de treinar seu corpo. No meio desse ato ele não só se perdeu do navio, como também acabou sendo soterrado pela avalanche.

– Zoro?

Ouvindo seu nome ser chamado, o espadachim finalmente se deu conta das outras duas pessoas de seu lado. Uma ele reconheceu como Vivi, a qual logo cumprimentou, mas a outra, seja lá se aquilo era uma pessoa, lhe era estranha. Reparando bem no meio de toda aquela carne inchada que era o rosto daquela “coisa”, Zoro finalmente reconheceu um nariz. E um narigão daqueles só poderia pertencer a uma certa pessoa.

– Usopp? – Sim, só podia ser Usopp, concluiu Zoro. – O que vocês dois estão fazendo aqui?

Vivi e Usopp-almondega berraram, incrédulos, ao mesmo tempo.

– Nós é que perguntamos!!

X_X

(Com Naruto)

Vendo que restavam apenas mais alguns metros à frente, Naruto continuou a subir, enquanto lutava com o frio intenso. Seu corpo todo tremia, as pontas de seus cabelos estavam cobertas de gelo e ele não mais sentia seus dedos. O lugar a qual estava era tão gelado, que nem mesmo o chakra de Kurama conseguia mais lhe esquentar.

É claro, se não fosse boa e velha raposa, Naruto tinha certeza que já teria perdido algum membro do corpo, necrosado. Bem, na verdade isso era o de menos. O problema real seria o intenso estado de hipotermia a qual seu corpo estaria sujeito. Tal estado que, certamente, iria inibir sua capacidade de manipular seu chakra e concentra-lo, na medida certa, nas solas dos pés. E essa inabilidade, resultaria em uma morta dolorosa para ele e Nami, pois cairiam da montanha.

Eu nunca imaginei que escalar essa montanha seria tão complicado... Pensou o loiro, caminhando na vertical a passos lentos em direção ao todo, o qual estava perto. Em seus braços, ele trazia Nami, que dormia respirando com dificuldade, devido sua doença. Ainda bem que dei meu casaco para ela antes de começar a subir... Se ela tivesse mais contato com esse frio, seu estado apenas pioraria...

É claro, ao dar seu casado para a navegadora, ele teve de passar por uma provação muito mais difícil do que supostamente teria de enfrentar. Mas Naruto pouco se importava com aquilo, pois a segurança de seus amigos sempre fora prioridade na vida do loiro. E isso não tinha mudado com o passar dos anos.

Dando mais alguns passos em direção ao seu objetivo, Naruto olhou para cima, no intuito de ver quanto faltava. Um sorriso apareceu em sua face pálida ao notar que faltavam apenas cerca de dez metros. Ansioso para chegar, aumentou um pouco o ritmo de sua passada, pegando velocidade. Chegada a uma distância segura, liberou uma grande quantidade de chakra pelas solas dos pés, saltando o resto do caminho que faltava até o topo.

Quando sentiu seus pés tocarem a neve fofa do topo da montanha, mal teve tempo de comemorar sua chegada, pois percebeu um pequeno tremor no chão, seguido de um súbito desiquilíbrio de seu corpo.

– Merda!!! – Praguejou o loiro, enquanto caia para trás em conjunto de um o grande pedaço de rocha que havia se quebrado da montanha Drum quando ele fez seu pequeno pouso.

Incapaz de fazer selos de mão, pois ainda mantinha Nami em seus braços, preparou-se para recorrer ao chakra de Kurama, para se agarrar as bordas. Mas desistiu ao sentir seu pé ser agarrado por algo. Logo se viu de ponta cabeça sendo puxado para cima, enquanto se certificava de segurar firme Nami, para não deixa-la cair devido aquela nova posição.

Ao ver a neve branca próxima de seu rosto, percebeu que estava novamente no topo da montanha. Antes de fazer qualquer coisa, sentiu um par de braços largos lhe envolverem, endireitando seu corpo a posição correta. Novamente de cabeça pra cima, os tais braços, os quais Naruto percebeu serem bem peludos, o colocaram suavemente no chão.

Agora finalmente de pé sobre a neve fria do topo da montanha Drum, Naruto tinha a intenção de agradecer seu “salvador”, mas parou ao ver “o que” tinha lhe ajudado. Espantado, deixou os pensamentos que rodeavam sua mente saírem na forma de palavras.

– Nani?!! O que diabos é você?!!!!

Palavras bem rudes, diga-se de passagem.

X_X

Rei do país de Drum, Wapol


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Notas finais do capítulo

Bem... Eu subestimei essa saga de Drum. Achei que daria para termina-la ainda nesse cap, mas vi que se continuasse até terminar, o cap ficaria realmente muito extenso, e chato de ler.
Dito isso, o proximo cap fecha de vez essa saga, dai sim vamos para o começo de Alabasta!!!
Espero que todos tenham gostado e até!



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