Brave New World escrita por Hugo0974


Capítulo 10
Capítulo 9: À procura de uma bruxa 1


Notas iniciais do capítulo

- Desculpem o grande tempo sem atualizações, mas infelizmente vivemos em uma sociedade onde nem mesmo na nossa própria casa temos segurança. "Mas Hugo, o que isso tem a ver com mais de dois meses sem atualizações?" A resposta, meu amigo, é que minha casa foi invadida cerca de dois meses atrás por algum filho de uma puta, que aproveitou o fato de eu estar viajando para fazer uma limpa, pegando tudo que esse desgraçado achou valioso e podia carregar. E claro, uma dessas coisas era meu notebook. Só agora consegui adquirir outro computador, por isso a falta de atualizações.- Bem, é isso, tomara que esse desgraçado leve um tiro enquanto for comprar droga com a mixaria que recebeu ao vender meu computador para alguém (sim, ainda estou revoltado, havia muitas coisas importantes no HD do meu note, que se foram para sempre). Dito isso, ai vai o cap!!!



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Sentado em posição de lótus no convés do Going Merry, Naruto concentrava-se em manter o modo sennin para localizar qualquer ilha próxima ao qual eles pudessem parar.

O motivo para aquilo era simples.

Logo que o bando dos Chapéus de Palha saíram de Little Garden, Nami desmaiou. Vivi, que foi a primeira a socorrê-la, constatou que navegadora estava com uma febre muito alta. Passado um dia, como a febre não abaixava, todos decidiram que deveriam procurar um médico na ilha mais próxima, ao invés de rumar direto para Alabasta, viagem que duraria no mínimo uma semana.

E esse era o motivo de Naruto estar atuando como um radar humano para equipe. Com suas habilidades com o chakra da natureza, ele podia detectar qualquer fonte de vida num raio de trinta quilômetros. Ele já até havia detectado algo, mas mostrou-se ser um navio pirata de um tal de Wapol. O dito pirata atacou-os, mas foi rapidamente enxotado longe por Luffy.

Agora, contabilizando três dias do adoecimento de Nami, Naruto ainda concentrava-se para achar algo.

– Você parece bastante preocupado com aquela humana, Naruto.

Ouvindo aquela voz familiar, Naruto adentrou dentro de sua paisagem mental. Diferente de antigamente, o local não era mais um esgoto, mas sim uma grande floresta, com árvores de centenas de metros de altura. E, entre duas delas, deitado confortavelmente, Naruto avistou uma grande raposa de nove caudas.

– Kurama... Desculpe se não vim conversar nos últimos dias. Eu tenho estado ocupado.

A raposa bufou.

– Como se eu precisasse que você viesse toda noite aqui para conversar comigo. – Disse a raposa. Naruto sorriu. Mesmo depois de todos aqueles anos, Kurama ainda gostava de se fazer de durão. – Mas, Naruto. Se você está procurando um médico para aquela humana gananciosa, por que simplesmente não tele-porta via Hiraishin até Konoha e trás Tsunade para o navio?

Naruto suspirou ao ouvir a sugestão da Kyuubi.

– Eu pensei nisso, mas não quero envolver ela nos meus problemas, não quando estou tão longe de casa. – Falou o loiro, ganhando um olhar interrogativo de Kurama. – Sim, eu sei que é idiotice. Se eu não encontrar uma ilha com médico até hoje à noite, eu vou direto para Konoha e trago Tsunade aqui. A saúde de Nami é mais importante que meu orgulho.

Kurama sorriu ao ouvir aquilo, mostrando suas presas afiadas. Era engraçado que, mesmo os anos se passando, o loiro a sua frente não mudava o modo de pensar. Foi quando seu sorriso alargou ainda mais ao sentir uma coisa.

– Bem, parece que você não vai precisar ir para Konoha no final das contas. – Disse a raposa.

Naruto, que havia sentido também, falou.

– É verdade. Agora, se me da licença, vou avisar os outros que rastreei uma ilha. – Antes de desaparecer, despediu-se. – Até mais, Kurama.

Depois de ver a Kyuubi lhe dar um leve aceno, Naruto notou sua visão mudar para a do convés do Going Merry. Levantando-se, virou-se na direção de Sanji, que estava comandando o leme do navio.

– Sanji, vire cinqüenta graus à esquerda, eu senti uma ilha!

O cozinheiro, que ainda estava cético com a habilidade que Naruto contou possuir, perguntou.

– Você tem certeza que nessa direção há uma ilha?

Naruto ficou irritado ao ouvir Sanji duvidar.

– Eu tenho certeza! E se ainda não acredita em mim, apenas vire nessa direção que eu falei. Não é como se tivéssemos algo a perder mesmo, já que estamos procurando a esmo.

Sanji concordou com o loiro, eles não tinham nada a perder, por isso se Naruto tivesse ou não aquele tipo de habilidade, pouco importava, já que qualquer direção que eles fossem poderia haver uma ilha. Assim, virando o leme, direcionou o navio para a direção indicada.

X-X

– Uau!! Olha o tamanho daquelas montanhas!!! – Exclamou Luffy, sentado em seu lugar favorito, a cabeça de ovelha do Going Merry.

Naruto, que se encontrava na proa do navio, não pode de concordar com seu capitão. Ao fundo da paisagem nevada daquela ilha de inverno, um grupo de imponentes montanhas se destacavam de todo o resto. Mas o curioso não era apenas sobre o tamanho, mas sim também as formas tomadas pelas montanhas, que subiam para cima como se fossem cilindros de pura rocha, onde sua cobertura era claramente coberta por neve.

O shinobi também avistou a sombra de algo grande em cima da montanha central, mas devido a constante nevasca que parecia cair naquela região, ficava difícil discernir o que era da distância a qual se encontrava no momento.

Enquanto via o navio subir o rio, adentrando cada vez mais na ilha gelada, Naruto começava a sentir os efeitos do clima frio. Tirando um pergaminho de suas vestes, logo o abriu e, depois de concentrar chakra na matriz de selo inscrita no papel, fez aparecer um grande casaco de inverno. Ele era quase inteiramente cinza, excetuando apenas por duas listras horizontais em preto nas bordas inferiores. O casaco também apresentava um capuz ligado às costas, tornando-o ainda mais eficaz no combate ao frio.

Sendo aquele modelo de roupa um item padrão na vestimenta carregada pelos shinobis de Konoha, Naruto já o havia usado diversas vezes, sendo uma a qual ele não esquecia a sua primeira viagem ao país do Ferro, anos atrás. Como sabia bem da eficiência daquela peça de rouba, não demorou muito ao colocá-la.

Sentindo-se mais confortável agora, Naruto escutou Luffy dizer animado a Usopp e Sanji algo sobre como ele adorava neve. O loiro, que não deu muita atenção, voltou sua atenção para Vivi e Zoro, que se encontravam próximos dele. Logo pegou um pouco da conversa que os dois estavam tendo.

– Temos de dividir o grupo, para saber quem vai atrás do médico e quem toma conta de Nami. – Falou Zoro, recebendo um aceno de concordância de Vivi. Mas, ao dar uma olhada rápida nas margens do rio em que navegavam e não notar nenhum sinal de humanos, pensou melhor e falou. – Na verdade, é melhor primeiro procurarmos por pessoas. Não dá pra ter certeza se essa ilha é habitada.

– Fique tranqüilo, Zoro. Quando eu detectei essa ilha me certifiquei que era habitada por humanos. – Disse Naruto, adentrando na conversa de vez. – Tudo que precisamos é rumar um pouco mais para o centro da ilha, onde existe uma grande concentração de pessoas. Há provavelmente uma vila lá e isso só aumenta nossas chances de encontrar um médico.

Zoro concordou com um aceno de cabeça, deixando de lado sua vontade de questionar como Naruto sabia daquelas coisas. O espadachim já havia se conformado com as habilidades estranhas de seu companheiro de tripulação. Quanto a Vivi, digamos que ela era mais curiosa, por isso não resistiu em perguntar.

– Como você pode ter tanta certeza disso, Naruto?

Voltando-se para a princesa, Naruto, que não via mal em explicar um pouco de suas habilidades com seus companheiros, falou.

– Eu tenho a capacidade de absorver um pouco da energia natural do planeta, quando faço isso, todas minhas habilidades são aumentadas e eu ganho a capacidade de sentir a “vida” num raio de quase trinta quilômetros.

Vivi apenas acenou incerta com a explicação. Ela realmente não havia entendido muito bem, mas resolveu deixar para lá. Para ela, Naruto era um mistério, e suas habilidades estranhas apenas confirmavam aquilo.

– De qualquer forma, eu concordo com a idéia de nos separarmos em grupo. – Disse Vivi. – No estado em que Nami está, devemos evitar que ela sai do navio e sofre qualquer exposição, principalmente levando em conta o frio que faz nessa ilha.

Naruto e Zoro concordaram com um aceno de cabeça. O estado de Nami não era para brincar. O loiro, que estava prestes a se candidatar para o grupo de busca, de repente ficou tenso. Rapidamente olhando ao redor, notou diversas sombras surgirem nas margens do rio, o qual havia se estreitado e agora tinha suas margens a apenas três metros do navio. Não demorou e as figuras se revelaram sendo várias pessoas, todas vestindo roupas de inverno e armada com rifles.

– Já foram longe demais, piratas! – Exclamou um homem que parecia ser o líder do grupo. Ele, além de estar um pouco mais próximo a margem do que os demais, destacava-se dos outros com seu físico grande e forte. Tinha cabelos negros e olhos igualmente escuros e, se havia um animal a qual Naruto podia relacionar-lo, esse animal seria um touro. O sujeito, que trazia uma expressão de poucos amigos, rugiu. – Deixem esse lugar... Imediatamente!

Luffy, não tomando conhecimento da ameaça do homem, falou.

– Estamos procurando um médico!

Vivi, fazendo o caminho pela proa do navio e aproximando-se do jovem capitão, no parapeito do navio, reforçou o apelo de Luffy.

– Temos alguém doente a bordo! – Infelizmente o apelo de Vivi pouco importou para os habitantes hostis.

– Não vamos cair nessas, seus piratas malditos.

– Sim! Esse é o nosso lar e não deixaremos que pirata algum ao menos pise nele!

– Icem sua âncora e saiam! Vão, ou transformaremos seu navio em lenha!!

Gritavam alguns dos homens as margens, enquanto outros apenas olhavam com ódio para o grupo de piratas. Sanji, que até então observava a situação, deu uma tragada em seu cigarro e, depois de expelir a fumaça, comentou, sarcástico.

– Uau... Que recepção para alguém que acabaram de conhecer. – O comentário se mostrou realmente infeliz, quando no momento seguinte Sanji teve de desviar de uma bala, disparada por um dos muitos homens armados que ali se encontravam.

– Não nos desafie!!! – Exclamou o homem que efetuou o disparo, raivoso. Mas logo sentiu medo ao ver o olhar mortal a qual recebeu de Sanji.

– Já chega...! – Sanji, que estava prestes a pular em direção aquele homem e arrebentar sua cara com um de seus chutes, foi impedido por Vivi, que se colocou em sua frente para impedi-lo de piorar ainda mais a situação.

Mas foi ai que as coisas desandaram ainda mais. Enquanto Vivi tentava conter Sanji, mais um tiro foi disparado pelo mesmo homem. Mas dessa vez, o disparo acabou acertando a princesa de Alabasta, a qual exclamou de dor e caiu no chão, segurando seu ombro ferido. Usopp saltou um grito assustado, enquanto o restante dos Chapéus de Palha voltaram-se com fúria para o homem que efetuou o disparou.

– Como ousa...!!! – Exclamou Luffy, indignado. Dentro os membros da tripulação, ele visivelmente ele era o mais furioso com tudo aquilo, por isso não foi surpresa quando o mesmo rumou a passos largos em direção a atirador, com intuito de ensinar-lhe uma lição. Mas, no meio do caminho, ele foi seguro por Vivi.

– Espere!! Não é para brigar com eles!! Eu estou bem, foi só de raspão!! – Apelou a princesa. Naruto, que ouviu bem aquilo, logo se acalmou ao perceber aonde a garota queria chegar. Assim, continuou ouvindo a jovem, que, mesmo ainda segurando Luffy, agora voltava sua atenção para os habitantes da ilha. – Se é assim... Nem mesmo pisaremos fora do navio! Mas por favor, por favor tragam um médico! Nossa amiga está morrendo! Por favor, ajudem-na!!

O ato seguinte da princesa surpreendeu a todos ali presentes que sabiam de seu titulo. Vivi se ajoelhou e tocou a testa no chão, em um ato claro que dizia que ela estava implorando para que seu pedido fosse atendido.

– Vivi... – Comentou Luffy, surpreso que ela, como uma princesa, estava implorando daquele jeito.

– Você não entende o que é ser um capitão, Luffy? – Dizia a princesa, ainda ajoelhada. – Começar uma briga agora não resolveria nada. Se você lutar com eles... O que acha que aconteceria com Nami-san?

Luffy, que escutou tudo aquilo em silêncio, não pode deixar de notar o sangue que escorria do ferimento à bala a qual Vivi levou de raspão no ombro. Ele logo conseguiu entender as palavras da princesa.

– Tem razão. Sinto muito! Eu estava errado! – Desculpou-se Luffy. Logo seguiu o exemplo de Vivi e ajoelhou-se no chão, tocando a testa no solo. Naquela posição humilhante, implorou. – Por favor, tragam um médico. Salvem nossa amiga.

Um estranho silêncio se formou no local devido ao desenvolvimento dos fatos. Os olhos atentos de Naruto logo perceberam que o líder do grupo de habitantes visivelmente se comoveu com toda aquela demonstração de camaradagem. Assim, o loiro apenas sorriu quando ouviu as palavras proferidas pelo grandalhão.

– Levaremos vocês até a nossa vila. Sigam-nos. – Os Chapéus de Palha sorriram ao escutarem aquilo, mas assim que se prepararam para desembarcar, escutaram algo que os deixou confusos. – Já lhes aviso de antemão que só há um médico nesse país... E ela é uma bruxa.

X-X

Depois de uma caminhada por uma estrada recheada de neve e um encontro inesperado com um Urso Alpinista, a qual Usopp se borrou inteiro, não demorou para os Chapéus de Palha, exceto Zoro que ficou vigiando o navio, finalmente avistarem o primeiro sinal de civilização naquele país gelado.

Naruto logo reparou que o local era uma vila pequena. Todas as casas eram construídas com pedras, onde o telhado de cada uma subia para o alto no formato de um cone. Nas ruas algumas pessoas caminhavam apressadas, certamente estando ocupadas com seus afazeres do dia-a-dia, todas devidamente agasalhadas. Também se via alguns animais bastante rústicos, como bodes pretos com chifres realmente grandes e uma espécie de hipopótamo das naves, um animal grande e pesado, com pelagem branca e que visivelmente era usado como meio de transporte, já que sempre que se via um daqueles, ele estava carregando no lombo uma pessoa ou mais.

Como Sanji trazia Nami nas costas, o grupo não se demorou muito nas ruas da vila e logo seguiu em direção a casa de seu benfeitor, o mesmo homem grande e forte o qual Naruto havia concluído ser o líder daquela tropa hostil que os recebeu no rio. E, pelo caminhar das coisas, o shinobi estava certo.

Logo após adentrarem a casa do homem, Naruto percebeu que a mesma era bem simples. Possuía um piso de madeira que rangia a cada passo e tinha suas paredes de pedra revestida por uma massa de barro, provavelmente algo que impedia o calor sair lá de dentro. O mobiliário era bem antigo, com todos os moveis em madeira. Ao fundo esquerdo se via uma grande cama, a qual ficava de frente a uma lareira de pedra. Alguns adornos como vasos e quadros podiam ser visto aqui e ali, no mais, como Naruto havia concluído antes, aquela casa de apenas um cômodo e um banheiro era bem rústica.

– Vocês podem colocar sua companheira doente na cama, eu vou aquecer o quarto... – Falou o homem, indicando a respectiva cama a Sanji. Logo o cozinheiro ajeitou Nami na cama com a ajuda de Vivi, enquanto o dono da casa ascendia à lareira. Não demorou e o benfeitor dos Chapéus de Palha falou. – Perdoem por não ter me apresentado formalmente... Meu nome é Dalton, eu sou o protetor dessa ilha.

Todos assentiram com apresentação do homem, que se mostrava muito respeitoso. Vivi, que no momento cobria Nami, lembrou-se das palavras ditas por Dalton momentos antes deles desembarcarem nas margens do rio. Assim, perguntou.

– Poderia nos explicar o que quis dizer sobre a tal bruxa, Dalton-san?

Dalton, que parecia olhar para Vivi de um modo a qual já tivesse a visto em algum lugar, acabou esquecendo aquilo no momento para responder a pergunta da garota.

– Estão vendo aquelas montanhas lá fora? – Perguntou o homem, apontando para uma das janelas da casa. Logo Naruto, Vivi e Sanji puderam ver que ele se referia as estranhas e gigantescas montanhas em forma de cilindro.

– Sim, aquelas bem altas... – Comentou Sanji, mas logo levou um susto ao ver um boneco de neve aparecer por detrás do vidro da janela. Olhando melhor, todos puderam notar que Usopp e Luffy brincavam com a neve do lado de fora da casa. O narigudo havia feito um Godizilla de neve enquanto o jovem capitão apenas fez um típico boneco de neve, mas com proporções bem maiores.

Depois de Sanji dar a devida bronca nos dois idiotas, que apenas riram e adentraram finalmente na casa, Dalton serviu um chá para os dois brincalhões e finalmente continuou sua historia.

– Aquelas montanhas são rochas Drum. – Falou o líder da tropa de vigília da vila. Apontando para a que ficava no centro delas, continuou. – Podem ver o castelo na montanha mais alta do meio? Aquele é um castelo sem dono...

– Então aquilo é um castelo... – Comentou Naruto. Observando bem, agora ele podia ver as formas da construção, diferente de quando estava no Going Merry.

Vivi, curiosa, perguntou.

– Mas o que tem aquele castelo?

Cruzando os braços na frente do peito, e olhando para a princesa, Dalton respondeu.

– O único médico na ilha inteira, aquela que as pessoas chamam de bruxa... É a doutora Kuraha. E ela mora lá.

– Maravilha... O lugar mais isolado em que ela poderia estar. – Falou Sanji, não gostando nada daquilo. – Bem, então chamem-na. Não podemos demorar mais, temos uma emergência aqui.

– Bem que eu gostaria de poder fazer isso, mas não temos como contata-la. – Falou Dalton, surpreendendo não só Sanji, mas também Naruto, Vivi e Usopp. Luffy, que apenas tirava meleca do nariz, sequer estava prestando atenção no que eles diziam.

– Mas ela é a única médica na ilha, certo? Como vocês não conseguem contata-la? – Questionou Naruto.

– Sim, o que há com essa tal bruxa afinal?! – Exigiu Sanji, já se irritando com toda aquela demora. Nami precisava de um médico o quanto antes, cada segundo perdido aumentava o risco de algo sério realmente acontecer com a garota.

Dalton suspirou.

– Nós não duvidamos das capacidades dela. Mas ela é uma mulher meio... Estranha. – Querendo reforçar seu ponto, o homem acrescentou. – Pare se ter uma idéia... Ela tem quase 140 anos de idade.

– O que?! 140?! E ainda está viva?! – Questionou Sanji, surpreso.

– Sim, de fato. A verdade é que ela parece uma ameixa seca. – Comentou Dalton, lembrando-se da “bruxa”. Não foi difícil para os outros imaginaram a aparência da tal mulher.

Vivi, tentando tirar aquela imagem nada agradável da cabeça, falou.

– Mas se vocês não conseguem contata-la, o que acontece com as pessoas feridas?

Dalton logo explicou.

– Ela desce a montanha quando quer. Procura por pacientes e cuida deles... Depois pega o que quiser como pagamento e vai embora.

– Que velha pilantra. – Resmungou Usopp, tomando mais um gole de seu chá. Ao seu lado, Luffy repetiu a mesma coisa, finalmente prestando alguma atenção na conversa.

Vivi, que pensava a mesma coisa que os outros dois, mas resolveu não se expressar, perguntou.

– Mas como alguém tão velho desce a montanha? – A verdade era que ela queria saber se havia algum jeito fácil de subir até lá, para assim eles poderem levar Nami.

– Eu ouvi um boato de diversas pessoas que... Nas noites de lua cheia, ela atravessa o céu num trenó até chegar aqui. Por isso a chamam de bruxa. – Respondeu Dalton, mostrando certa incerteza na historia contada pelos outros aldeões. Estava claro para os outros que ele não acreditava muito naquilo. Lembrando-se de mais alguma coisa, acrescentou. – Alguns até mesmo dizem que ela anda com uma besta... Algo nunca visto antes.

A palavra “besta” foi o que bastou para Usopp entrar em um de seus ataques de medo. Rolando no chão enquanto tampava os olhos, como e aquilo o protegesse de algo, o narigudo gritava, assustado.

– Eu sabia!! Eu sabia que viriam!! É o abominável homem das neves!! Vindo dos picos gelados!!! Eu sabia!! Bruxas e Yetis?! Oh, Deus, livre-me de qualquer encontro com algo assim!!!

Percebendo que Dalton queria falar mais alguma coisa, mas não dizia nada devido a gritaria de Usopp, Naruto resolveu tomar providencias e deu um soco na cabeça do narigudo, o nocauteando, parando assim o escândalo. Voltando-se para Dalton, fez sinal para ele continuar a falar. O homem, apesar de olhar a situação a pouco com certa incredulidade, acabou ignorando aquilo e resolveu terminar o que tinha para falar aqueles forasteiros.

– Então... É verdade que ela é nossa única médica, mas também alguém que eu preferiria ficar bem longe. – Voltando-se para Vivi, pessoa que ele acertadamente considerou ser a mais normal no grupo, concluiu. – Tudo que podemos fazer é esperar que ela desça a montanha novamente.

– Oh, não... – Disse Vivi, descrente. Nami estava muito mal, tendo 42° de febre da última vez em que a própria garota mediu. A navegadora não podia ficar esperando por atendimento médico.

Enquanto Sanji questionava a Dalton como poderia haver apenas um médico na vila inteira, Naruto observou Luffy caminhar calmamente em direção a Nami e, parando na borda da cama, assistiu se declinar levemente sobre a menina e dar dois leves tapas na cara dela. Enquanto uma gota surgia na cabeça do shinobi com a “delicadeza” apresentada por seu capitão, Sanji, Usopp e Vivi, que haviam visto aquilo, gritaram indignados para Luffy, perguntando o que diabos ele estava fazendo.

Mas o Chapéu de Palha ignorou e, quando viu Nami entreabrir os olhos, falou.

– Olha Nami, não encontraremos médico nenhum a menos que escalemos a montanha. Então vamos escalar.

– Você está louco?! Não entende o perigo que a Nami-san está correndo?! – Declarou Sanji, indignado com a idéia.

– Está tudo bem, eu carrego ela. – Respondeu Luffy, não vendo problema algum. Vivi estava prestas a dizer que aquilo apenas pioraria a situação, mas Naruto acabou dando sua opinião antes dela.

– Na verdade, eu concordo com Luffy. Devemos escalar a montanha. – Declarou, fazendo todos olharem para si.

– M-Mas Naruto! Veja como aquelas montanhas são altas e íngremes! Isso seria demais para Nami-san! – Exclamou Vivi.

Naruto acenou em consentimento, sabendo que as palavras da princesa eram verdade. Mas ele ainda não havia sido dissuadido de sua opinião, por isso falou.

– Você está certa, Vivi. Será uma escalada difícil, principalmente carregando Nami. Mas... – Com uma expressão séria, acrescentou. – É verdade também que Nami não pode esperar muito mais por um atendimento. Temos que leva-la a um médico o mais rápido possível.

Enquanto Naruto, Vivi, Luffy e Sanji decidiam o que deveriam fazer, Nami, que ainda se encontrava acordada, sorriu ao perceber a consideração que seus companheiros estavam tendo com ela. Mas como a navegadora também não queria que eles se preocupassem mais com ela, decidiu que iria melhorar o mais rápido possível. E pelo pouco que entendeu, só havia um jeito daquilo acontecer.

– Pessoal... Vamos escalar a montanha. – Comentou a navegadora, com uma voz bem fraca, indicando seu estado debilitado. Mas mesmo assim aquilo foi suficiente para que todos ali dentro ouvissem.

Aproximando-se da menina, Vivi perguntou, preocupada.

– Você tem certeza que quer arriscar, Nami-san?

Nami apenas balançou a cabeça em positivo, levantando a mão direita. Esse ato não passou despercebido por Luffy que, se aproximou novamente da garota e bateu sua mão com a dela, em um comprimento de camaradagem.

– Eu sabia que você viria! Pode deixar comigo! – Falou o jovem capitão.

Mesmo desgostoso, Sanji acabou se dando por vencido ao saber a decisão de Nami. Com intuito de garantir a segurança da navegadora, o cozinheiro se candidatou a ir também. Luffy, que não via nada contra, concordou. E Sanji não foi o único que queria ir.

– Bem, eu também estou indo. – Falou Naruto, recebendo acenos em positivo dos outros. Virando-se exclusivamente para Luffy, pediu. – Eu só peço que me deixe carregar Nami, Luffy.

O capitão, curioso com o pedido, perguntou.

– Por quê? Eu consigo levá-la.

– E eu não duvido disso. – Naruto disso. Sorridente, acrescentou. – Mas, digamos, que quando chegar à montanha, eu terei mais facilidade para escalá-la com Nami do que você.

X-X

Correndo sobre a neve, entre as diversas árvores coníferas que cercavam aquela região, Naruto, Sanji e Luffy se dirigiam ao seu objetivo, o castelo no topo da montanha mais alto do reino, onde morava a única médica do país.

Ajeitando Nami em suas costas, que agora dormia, o shinobi ouviu Luffy comentar ao seu lado esquerdo.

– Está ficando frio aqui. E o vento está mais forte. – Sanji, que se encontrava ao lado direto de Naruto, explicou.

– É por que estamos subindo cada vez mais. – Olhando especificamente para Luffy, falou. – Além disso, você está apenas com essas bermudas e chinelo. Sério, meus pés doem de frio apenas de olhar.

E Naruto teve de concordar com o cozinheiro. Mesmo tendo uma boa resistência ao frio devido ao chakra de Kurama circular por seu corpo, o loiro duvidava que ele conseguisse caminhar pela neve apenas com chinelos de dedo, como Luffy fazia.

A conversa entre eles continuou, sempre sobre banalidades. Enquanto isso, o grupo passou a ignorar a presença de um pequeno coelho das neves, que tentava desesperadamente lhes morder. Era verdade que o bichinho tinha presas bem afiadas, mas devido ao seu tamanho, era facilmente ignorado pelo pequeno grupo de piratas. Enquanto desviava de mais uma investida do bicho, continuando seu caminho para a montanha de pedra Drum, Naruto lembrou-se de que Dalton os havia alertado sobre aqueles animais.

Forçando um pouco a memória, Naruto lembrou-se de que Dalton nomeou aquela espécie de coelho carnívoro como Lapahns. Agora, pensando bem, o modo como o homem lhes advertiu indicava que teriam mais problemas se encontrassem com um deles. Mas, vendo Luffy facilmente se esquivar do pequeno bichinho, se perguntou se ele não fora superestimado pelo líder da vila. Na verdade, por certo ângulo, aquele animal chegava a ser adorável.

Mas Sanji, que ainda conversava displicentemente com Luffy, não compartilhava aqueles pensamentos com Naruto. Assim, de saco cheio com aquele bicho tentando arrancar sua canela, acertou uma bica no pobre animal.

– Para de encher o meu saco!! – Exclamou o cozinheiro, irritado. Naruto apenas balançou a cabeça em leve decepção, vendo o pobre animal voar pelos ares. Sanji às vezes era muito esquentado.

– Você sabe, isso foi um pouco desnecessário... – Comentou o shinobi. Sanji apenas zombou.

– Cale-se. Apenas certifique-se de manter Nami-san bem segura. – Falou Sanji. Olhando para a navegadora nas costas de Naruto, adquiriu corações de amor nos olhos e começou sua bajulação usual. – Linda Nami-san, agüente firme! Vamos levá-la até um médico!!

O trio, quarteto se você contar com Nami nas costas de Naruto, correram por mais alguns minutos, até que a neve que constantemente caia do céu passou a engrossar. Logo a visão de nossos heróis ficou bastante limitada e eles sentiram o frio aumentar ainda mais. Luffy, que reclamava justamente daqueles fatores adversos para seus companheiros, pegou o vislumbre de algo a sua frente.

– Ei, o que é aquilo?

Estreitando os olhos, Naruto observou que eram silhuetas de alguma coisa grande. Perto o suficiente, o trio finalmente parou, pois notaram que as sombras por trás da nevasca pertenciam a gigantescos coelhos da neve, que mais pareciam ursos polares. O shinobi, que reconheceu um pequeno coelho com um galo na cabeça empoleirado nos ombros de um grandalhão, que devia ser seu pai, como sendo o animal o qual Sanji chutara a pouco, pode concluir que aquele não seria um encontro agradável.

– Acho que temos problemas-ttebayo.

X-X

Saindo do calor de sua casa, Dalton avistou os dois piratas que não partiram na expedição em direção ao castelo. Ambos estavam tremendo levemente de frio, mas mantinham expressões firmes.

– Vocês ainda estão ai fora? Por que não entram? Está bem frio aqui.

– Eu estou bem, por enquanto, prefiro ficar aqui fora. – Respondeu Vivi. Era verdade que ela estava morrendo de frio, mas não se permitiria ficar no calor aconchegante da casa de Dalton enquanto seus companheiros estavam lá fora, prestes a escalar uma montanha gigantesca.

Usopp, que tinha o narigão vermelho devido ao frio, pensava como a princesa de Alabasta. Por causa disso, respondeu a Danton que ele também continuaria ali.

O grandalhão apenas sorriu ao constatar a determinação dos dois. Inspirado, sentou-se no chão de neve e falou.

– Nesse caso, eu esperarei com vocês. – Como sabia que aqueles dois eram boas pessoas, resolveu compartilhar um pouco da historia de seu país e explicar por que eles foram tão mal recebidos anteriormente. – Há alguns meses atrás... Esse país foi destruído... Por piratas.

Aquela informação pegou Vivi e Usopp de surpresa. Mas, apesar daquilo, finalmente começaram a entender o porquê da má recepção há poucas horas atrás.

– Acho que isso explica por que nos receberam daquele jeito... – Comentou Vivi.

– Isso mesmo. A palavra “pirata” aqui tem um significado muito forte ainda. – Explicou Dalton. Já Usopp, ainda estava surpreso com um único fato.

– Mas os piratas destruíram o país inteiro, como isso é possível?! – Perguntou o narigudo, assustado ao imaginar algo como aquilo. Era verdade que sua vila quase fora destruída por piratas, apenas se salvando devido a Luffy e Zoro, mas era isso, era só uma vila. Imaginar que um país inteiro foi destruído, era realmente assustador.

– Essa é a mais pura verdade. – Disse Dalton. Acabou apertando os punhos com força, lembrando-se daqueles acontecimentos. Logo revelou uma informação ainda mais chocante. – O mais terrível disso tudo é que os invasores eram apenas cinco piratas.

– Apenas cinco?!!! – Gritou Usopp, ainda mais incrédulo e assustado com o conto do grandalhão a sua frente.

Dalton, que via o espanto nos dois estrangeiros, apenas assentiu em positivo e voltou a contar sua historia.

– O capitão deles era um homem chamado “Barba Negra”. Eles acabaram com tudo num piscar de olhos, dada sua força incrível. – Fazendo uma pequena pausa, falou. – Mas alguns dizem que no fim isso foi bom para o país.

Mais uma vez Usopp e Vivi foram pegos de surpresa por Dalton. Principalmente a princesa, a qual sempre teve uma grande consideração por seu próprio reino e súditos. Ela simplesmente não conseguia entender como a destruição de um país poderia beneficiar seus habitantes. E foi justamente isso que ela questionou a Dalton. O homem, que entendia as dúvidas da garota, parou para refletir por um momento antes de responder.

– Eles disseram isso por causa do nosso monarca... Alguém que só tem causado desgraça ao povo e ao reino inteiro. – Explicava Dalton, com bastante seriedade. – Antigamente esse país era conhecido como o reino de Drum... E o nome do rei era Wapol! Ele era o pior tipo de rei que pode existir...!

– Wapol!!! – Exclamaram em uníssono Usopp e Vivi. Ambos não puderam deixar de lembrarem do homem que atacou o Going Merry dois dias atrás, e sua estranha habilidade de comer qualquer coisa, concedida por sua Akuma no Mi.

Dalton acabou ficando surpreso pelos dois piratas conhecerem Wapol, e não pode deixar de questioná-los sobre isso. Assim escutou a historia contada por Usopp, que explicou que eles haviam sido atacados alguns dias atrás pela tal de Wapol, o qual foi expulsou pelo próprio Usopp. Essa última parte era uma mentira, é claro.

Vivi, que não deu importância em desmascarar seu companheiro narigudo, perguntou.

– O que está acontecendo afinal? Como um rei pode estar vivo e vivendo como pirata, quando seu reino foi destruído?!

– Ele está usando “pirataria” como fachada. – Explicou Dalton. – Está apenas vagando pelos mares, tentando voltar para essa ilha.

– Então aquelas pessoas no navio dele devem ser os soldados que fugiram... Quando descobriram que não conseguiriam enfrentar os piratas. – Comentou Vivi.

Dalton apertou os punhos com força ao ouvir as palavras de Vivi. Em seu rosto ele trazia uma expressão de raiva e vergonha. Logo a princesa e Usopp descobriram o porquê de tais sentimentos.

– Quando os bárbaros apareceram, as tropas de Wapol... Nem mesmo pensaram em lutar! – Disse o atual líder da tropa de vigília país, totalmente indignado. – No exato momento em que ele soube dos poderes daqueles piratas... Ele abandonou o país! Antes mesmo que qualquer um pudesse reagir... Wapol fugiu para os mares!! Sua traição deixou todos num profundo e súbito desespero...

– É ASSIM QUE UM SOBERANO DE UM REINO DEVE AGIR?!!! – Gritou Vivi, totalmente indignada e assustando Usopp ao seu lado. Aquele homem era tudo o que um rei não deveria ser, e Vivi, como uma princesa, não conseguia acreditar que alguém daquele jeito pudesse ocupar tal posição. Acalmando-se um pouco, conseguiu murmurar. – Isso é horrível... Como um rei pode trair seu próprio povo...?

Dalton, que como Usopp havia sido surpreendido pela explosão da garota, suspirou um pouco antes de relaxar. Logo voltar a falar.

– De fato... Mas a tirania de Wapol chegou ao fim. Essa ilha agora pertence às pessoas que moram nela! O renascimento de nossas cidades e vilas está progredindo cada dia mais. Estamos nos unindo para criar uma nova nação. – Dalton dizia tudo aquilo com bastante sentimento, deixando claro que amava aquele lugar e seu povo. Mas logo adquiriu um tom mais sombrio. – Se Wapol retornar agora... Seria um golpe e tanto.

Usopp e Vivi não puderam deixar de concordar.

X-X

– Veja, Wapol-sama!!!

Wapol, um homem gorducho e atarracado, detentor de um queixo enorme e uma capacidade maxilar maior ainda, parou de comer uma barra de ferro e voltou sua atenção para seu subordinado, que no momento se encontrava no alto do ninho do corvo de seu navio.

– O que é, Chess?! Encontrou o navio daquele borrachudo?! – Wapol esperava que sim, pois desejava dar o troco naquele idiota de Chapéu de Palha desde que o mesmo lhe arremessou no oceano.

Do alto do mastro do navio, Chess, um homem vestido como um bobo da corte e um dos subordinados mais leais de Wapol, olhou para seu rei e respondeu.

– Não, Wapol-sama. Nós retornamos, finalmente... – Uma lagrima escorreu pelos olhos do estranho homem, tamanha sua emoção. – Nós finalmente retornamos ao reino de Drum!!!

Imagem das montanhas de Drum


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Notas finais do capítulo

- Pelo que podem ter percebido, a saga de Drum vai durar mais um capitulo, com a introdução de chooper e tudo mais. Depois disso, Alabasta!!!!- Espero que tenham gostado do cap e até!!!