Uzumaki Naruto, vinte e seis anos de idade, um shinobi no auge de sua vitalidade masculina, estava entediado.

Fazia exatamente dez anos que ele derrotou Tobi e, junto ao exército aliado, conseguiu destruir a Akatsuki de uma vez por todas, pondo um fim na quarta grande guerra shinobi. Mas, mesmo sendo considerado o grande herói da guerra e tendo vivido nos últimos anos com todas as regalias que um título desses poderia trazer, ele ainda estava entediado.

Certo. Ele tinha que admitir que os cinco primeiros anos após a guerra foram esplendidos. Mesmo que ele ainda não tivesse o titulo de Hokage, Naruto havia conseguido o respeito que sempre sonhara em ter da vila. Era cumprimentado pelos aldeões quando passeava pelas ruas, as garotas se jogavam aos seus pés e podia comer no Ichiraku Ramen pela metade do preço.

Mas, apesar de tudo isso, depois de um tempo ele começou a se cansar. O respeito dos aldeões acabou se transformando em bajulação, ele não mais conseguia conversar normalmente com alguém, que não fosse de seu circulo de amigos, sem ter que agüentar elogios exagerados e irritantes.

Também era realmente uma pena que seu namoro com Hinata tivesse durado apenas dois anos. Ele se divertiu muito com a garota, mas no final ambos perceberam que deviam seguir caminhos separados. Hinata o idolatrava demais, percebendo que não o amava como homem, mas sim como ídolo, e ele, de alguma forma irritante, não conseguiu amar a garota como ele achava que uma mulher deveria ser amada.

Agora eles eram apenas bons amigos.

Depois disso, é claro, ele tentou dar oportunidade para as inúmeras mulheres que se atiravam aos seus pés. Mas no final de cada noite, ele percebia que elas só ficavam com ele por seu titulo de “herói”, não por quem ele era realmente.

Não bastasse isso, ele sequer podia fazer mais missões shinobis. O motivo? Simples. Ele era um dos dois últimos jiinchurikis, por isso, quando as cinco grandes nações assinaram um tratado de paz permanente e imutável, definiram como uma das regras que mais nenhum jiinchuriki poderia ser criado e que, os dois que restavam, não deviam participar das atividades shinobi.

Era realmente engraçado que todos na nova cúpula de governo, composta pelos cincos Kages e os cinco Daymos, acharam justo e ainda por cima pensaram que estariam dando férias permanentes para os heróis da guerra.

Bem, ele sabia que Killer Bee estava gostando daquilo, pois constantemente viajava por todas as nações para “aperfeiçoar” seu rap. Mas Naruto não gostou. Ele gostava das artes ninjas, gostava das aventuras que as missões proporcionavam e, por isso, rapidamente se irritou por não poder mais fazer missões.

Tentou de tudo para convencer os Kages a deixá-lo voltar à ativa, mas o máximo que recebeu foi à proposta para ser um dos comandantes da grande força de defesa das Nações Elementais, uma unidade com shinobis de elite de todas as vilas que tinha como função estar preparada para enfrentar alguma ameaça futura no nível da Akatsuki e Tobi.

Como se ele quisesse ficar confinado dentro de um quartel apenas treinando, esperando uma possível ameaça aparecer. Sério. Para ele, entre aquilo e ficar de “férias”, ele preferia as férias. Ele podia treinar suas habilidades normalmente em Konoha e ainda poderia deliciar-se todos os dias com o Lamen do Ichiraku.

Com tudo isso, ele realmente achou que passaria o resto de sua vida apenas desenvolvendo suas técnicas e tendo uma vida sem emoção. Bem, isso foi até um mês atrás quando Kurama lhe contou algo interessante.

A raposa, que não havia aceitado a oferta de ter liberdade como ocorrera com os outros Bijuu, devido ao risco de Naruto morrer se ela saísse de seu corpo, estava tão entediada quanto o loiro. Por isso, ambos passavam muitas tardes apenas conversando para quebrar o tédio. E, em uma dessas conversas, Kurama lembrou-se de uma das historias que o Rikudou Sennin havia lhe contado.

Historias sobre o mundo fora das Nações Elementais.

Naruto realmente ficou surpreso ao saber pela raposa que, há muito tempo, o Rikudou Sennin, depois de explorar o mundo, voltou e criou uma imensa barreira ao redor da sua terra natal. Na verdade, a barreira era anexada a um gigantesco genjutsu que usava a lua como meio, ao estilo do Tsuki no Mi (plano olho da lua) que Tobi queria uma vez implementar no mundo.

É claro que este genjutsu não tirava a liberdade individual de ninguém como à idéia destorcida de Tobi. Não. Segundo Kurama, ele fazia duas coisas. A primeira era impedir que as pessoas saíssem da área que a barreira-genjutsu focava, ou seja, o continente das Nações Elementais adicionado a mais alguns quilômetros de mar. A segunda era impedir que qualquer pessoa fora da barreira conseguisse entrar naquela região. Ou seja, o genjutsu iludia as pessoas de alguma forma, isolando assim as Nações Elementais do resto do mundo.

Naruto chegou a perguntar o porquê o Rikudou fez algo como aquilo.

Kurama disse que o “velho”, modo como ela chamava o Sennin, falou que o mundo lá fora estava em uma grande mudança e que, se ele não isolasse as Nações Elementais daquele modo, elas poderiam ficar em perigo, pois naquela época poucas pessoas realmente tinham conhecimento de chakra para usar como defesa.

Mas Kurama acrescentou que o “velho” lhe disse que, com o tempo, a mesma pessoa que apareceria para guiar os Bijuu poderia quebrar o genjutsu, mas isso apenas depois de verificar se o mundo longe das Nações Elementais continuava hostil ou não.

Naruto sabia que a pessoa que guiava os Bijuu agora era ele e, por isso, percebeu que poderia sair e cumprir o pedido do Rikudou, verificando a situação do mundo lá fora. Aquela historia realmente deu ânimos novos a Naruto, pois as possibilidades de novas aventuras eram grandes.

Assim, gastou um mês fazendo os preparativos para a viagem, os quais se concentraram principalmente em convencer Tsunade a lhe dar permissão para sair pelo mundo. A velha se recusava a acreditar que havia mais coisas lá fora, provavelmente por o genjutsu a estar afetando. Assim, depois de muita insistência, ela o permitiu sair com a promessa de sempre manter contato com a vila por meio do Kuchiyose dos sapos.

Agora, sozinho em uma pequena embarcação guiada por seus clones e lotada de suprimentos, onde a maioria eram Ramen instantâneo, Naruto rumava para sua mais nova aventura, com intuito de acabar com seu tédio.

Ele mal sabia que tédio era a última coisa que ele teria fora das Nações Elementais.

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Atenção para você, Leitor

Você que acabou de ler esse prologo e achou bem meia boca, não desanime e leia o proximo capitulo, que na verdade é o capitulo 1. Você certamente vai ver a diferença na escreita, pois esse prologo foi feito bem pelas coxas!

Já você, que gostou, então vai gostar ainda mais do proximo cap!