Não Chore Esta Noite escrita por AnaMM


Capítulo 9
O Campeonato LiDinho, Mocotó e Suspeitas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o meu atraso, pleeeeease? Tava inspirada pra outra fic e muito ocupada e essa acabou ficando de lado, infelizmente, mas já consegui voltar a essa e é possível que o próximo já seja atualizado amanhã ;)



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Na sala de aula, foram apresentados a Mocotó, o novo orientador vocacional. Em sua pequena disputa pessoal, Lia se sentiu em vantagem ao ver o professor zoando Dinho no meio da aula, mas logo viria o empate. Alexandre, o orientador, logo pegaria no pé de Lia. Apontou para a garota, encantado com sua “cara de doidinha”, enquanto Dinho discretamente ria da situação. Ouvindo os assobios e aplausos para sua marrentinha, Adriano ficou sério por um momento, para apenas depois bater palmas como o resto. Lia foi incumbida de ler o texto que o professor havia formado.

-Estudei pro vestibular-

-Nããão! Não, bota pra fora, olha pra mim, olha pra mim: eu quero ritmo de Luan Santana. Meteoros da paixão.

Dinho sorriu, irônico, e se levantou.

-Deixa comigo!

O garoto seguiu até Lia.

-Iiiiiiiih! – brincava o professor.

Dinho pegou o bloco de anotações de Mocotó das mãos de Lia, com a sincronia típica dos dois, e, naquele breve instante, seus olhares se cruzaram novamente, irônicos, como de costume. O clima de rivalidade estampava sorrisos em seus rostos, era o que melhor faziam. Mesmo que sem a intenção, os dois eram mestres em pequenas disputas que sequer esclareceram com palavras. Se desafiavam com o olhar e riam juntos, ao invés de um do outro. Não haviam ficado de novo desde o dia na escada, mas seus joguinhos diários faziam parte do eterno e mascarado jogo de sedução dos dois. No Quadrante, Lia e Dinho juntos continuava sendo sinônimo de show, mas, dessa vez, por suas implicâncias. Não eram implicâncias de antipatia, como anos antes, eram o jeito que eles tinham de conseguir o olhar do outro e de estar em sintonia sem precisar sofrer. Ambos tinham muito medo de rejeição e não arriscaram mais, mas os sentimentos se manifestavam da forma que eles arranjavam. Eram os momentos menos doloridos em que se encaravam.  Os alunos não sabiam, mas notavam que as disputas viraram o jeito deles e não simplesmente brigas de crianças que não se bicam. Mocotó, que só agora havia sido apresentado à dupla, se surpreendeu, enquanto Lia voltava para a sua cadeira levemente corada, sem conseguir conter o sorriso. Depois de meses separados, ainda tinham a mesma sintonia. Sofriam juntos, em silêncio, mas também conseguiam aproveitar os momentos felizes que forjaram para suprir os ainda melhores que não tinham mais.

-Olha ele, rapaz!!! Luan Santana, sabe o ritmo?

Dinho confirmou. “É claro, é um exibido...” riu Lia. Adriano começou a cantar e, ainda no segundo verso, Pilha se juntou a ele. Logo em seguida, a sala inteira cantava e batia nas mesas para formar o ritmo. Lia não era muito fã de Luan Santana, como exímia roqueira, mas se divertiu com o ex-ficante cantando. Por mais que houvesse inimizades, intrigas ou lágrimas, a maioria naquela sala crescera junto e o sentimento de união da classe era maior que as individualidades. E, com a proteção do coletivo, quando se juntavam a todos, Dinho e Lia eram velhos conhecidos que se divertiam mutuamente. Apenas os dois, o clima costumava ficar pesado, mas em público eram outros. Lia havia esquecido, durante as férias, o quão mais segura se sentia com seus colegas e amigos em volta. Com eles, Dinho deixava de ser o seu grande medo, aquele que fez parecer que se importava e apenas a enrolava. Em grupo, ambos sentiam-se com armaduras suficientes para interagirem sem medo, como em suas famosas implicâncias que divertiam a todos.

Lia estranhou a ausência da amiga na sala de aula após o intervalo e foi até a mesa de Rafa, questioná-lo. Sua preocupação aumentou quando Rafael respondeu que Dinho tampouco estava em sala. Nesse momento, foram interrompidos pela professora, que não concedeu a Lia permissão para ir ao “banheiro” procurar a amiga. Lia voltou ao seu lugar, cogitando se Dinho já estaria atacando. Conhecia essa história do pegador sumir com alguém durante as aulas como ninguém...

Dinho observava Ju se maquiando, encantado. Não podia ter feito escolha melhor, a it-girl era realmente interessante. Como pôde passar tanto tempo sem notá-la? Claro, Lia... Toda vez que olhava na direção das amigas, a roqueira era a única que ele via. Mas estava decidido: iria esquecer a marrentinha. Caminhou em direção a Ju e propôs que saíssem depois da aula.

Os dois ausentes voltaram para a sala de aula ao mesmo tempo, para o incômodo de Lia, que suspeitava de apenas uma coisa. Por mais romântica que Ju fosse, ninguém estava a salvo perto do pegador. Não conseguia acreditar que de tantas garotas no Quadrante ele resolveu investir justo em sua melhor amiga! Só podia ser provocação, conhecia bem o aventureiro.

-Onde é que você se meteu, garota?

Quem respondeu foi a professora.

-Chega! Chega, né, eu já vi que você vai me dar trabalho, então, Lia, a partir de hoje você vai ser a minha monitora!

-Ih, ó lá, será que a roqueirinha vai ficar à disposição de quem tem dúvidas? Porque eu deixo até de saber, se for assim!

Orelha comentou baixo com Dinho, que riu e secretamente concordou com a idéia. “Ah, se ela me desse aulas particulares...”

-Que? M-monitora?

Lia estava confusa, não podia ter começado o ano tão mal... Sem perceber, estava sendo observada por Dinho, que logo lembrou de seu juramento pessoal e desviou a atenção para Ju, que estava logo ao lado da melhor amiga. Inocente, a it-girl percebeu o olhar do garoto e sorriu.

Saindo da aula, Lia questionou a amiga de novo, assustando-se com as semelhanças daquele momento com o dia em que sumiu com Adriano durante a aula, meses antes.

-Você jura que não vai me contar o que rolou entre você e o Dinho?

-O inspetor chegou na hora e...

-Oi, Ju!

“Não, ele não...”

-Quer uma carona?

“Diz que não, Ju, diz que não...”

-Tá de brincadeira, né? Eu moro aqui do lado!

-Vem, eu te levo pelo caminho mais longo.

“Típico...” Lia riu do truque barato do garoto, mas logo voltou a se preocupar. Ainda por cima tendo que agüentar a zoação dos outros alunos no portão. O mais próximo, claro, era Orelha.

-Aí, Lia, quer uma carona no meu skate?

-Pode me incluir fora dessa. – a marrentinha respondeu irritada.

-Não sabe o que ta perdendo, hein!

-Hmm... deixa eu adivinhar! – Lia pegou a câmera de Orelha e levantou o braço do nerd. – Não, desisto.

Não via a hora de se ver longe dali e longe de qualquer coisa que lembrasse Dinho. Ou o fato de ele e sua melhor amiga estarem andando de bicicleta felizes em algum lugar. Chegando em casa, estava no TV Orelha do dia, é claro. Para sua irritação, seu ciúme não havia passado despercebido e o nerd lhe dedicara alguns segundos de tela, após registrar a saída de Dinho e Ju de bicicleta. Preocupada ainda com o que o pegador estaria fazendo com sua amiga, telefonou para Juliana, que não atendia.


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Notas finais do capítulo

seguem dois vídeos puntuais em relação ao capítulo:
http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/videos/t/cenas/v/mocoto-resolve-fingir-ser-mesmo-orientador-vocacional/2087490/

http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/videos/t/cenas/v/dinho-oferece-carona-para-ju-em-sua-bicicleta/2087486/

espero que tenham gostado e que não tenham me abandonado por causa da demora(desculpa, gente!!!!) ;)



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