Não Chore Esta Noite escrita por AnaMM


Capítulo 21
Cuidados


Notas iniciais do capítulo

Como sempre, quero agradecer as favoritações, os novos leitores, os comentários ♥ vocês fazem a fic e o meu dia ;)

Um pouco mais de LiDinho e de Ju surtando pra vocês, feat comentários fofos da Alice sobre como ela(não) ama a Lia auhsuahushuha



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Lia sentia perder a amiga lentamente, sem saber como provar para Juliana que não havia acontecido nada entre ela e Adriano. Tentou mais uma vez.

-Ju, por favor, acredita em mim! Eu fui atrás do grafiteiro misterioso e encontrei o Dinho por acaso, não foi culpa minha!

-Nem minha! – Dinho tinha acabado de chegar ao apartamento de Ju, tentando limpar a barra de Lia. Temia a repercussão do que havia deixado escapar na conversa com a (ex?) namorada. – Foi uma coincidência, Ju, a gente jura.

-Claro, porque vocês combinam tanto... Quer saber? Ao invés de ficar inventando desculpinha, por que vocês não se assumem de uma vez? E bem longe daqui, por favor!

-Ju! Ju, por favor, me escuta! Ju! – Juliana apenas ignorava e Lia chamava com a voz cada vez mais forte.

-Lia! – Dinho correu até a garota, a segurando por trás.

-Me solta! Você só tá piorando as coisas, idiota! – Lia se debatia.

-Não! Você tá sangrando, deixa eu arrumar o curativo e depois você pode implorar à vontade!

Ju, que olhava a cena com desgosto, enfim viu o que Dinho apontava. Na camiseta de Lia começavam a surgir manchas vermelhas espalhadas por onde a roqueira havia se cortado. Dinho prontamente a segurou no colo, para ciúme da it-girl.

-Vocês têm kit de primeiros socorros por aqui? Acho melhor forrar o sofá, também, e urgente! – Dinho estava visivelmente preocupado e Bruno correu para pegar o que o garoto pediu, enquanto Ju oscilava entre preocupação e desgosto.

-O que aconteceu com a Lia? – Bruno perguntou para Dinho enquanto cobria o sofá.

-Eles resolveram namorar escondidos no colégio e-

-A gente não foi junto! A gente coincidentemente teve a mesma idéia de ir atrás do cara que anda pichando as paredes de colégio, ele nos trancou na sala e a Lia caiu sobre os copos de vidro de química! Valeu, Bruno.

Dinho deitou sua marrentinha no sofá e levantou a camiseta da garota cuidadosamente, sob o olhar vigilante de Ju. Bruno estava apreensivo. Não gostava de Adriano, mas naquele momento preferiu confiar nele. Lia era como uma irmã mais nova e estava preocupado o suficiente para compensar o descaso de Juliana, que ficou ainda mais desconfortável ao perceber que Dinho alisava as laterais do abdome de Lia tentando acalmá-la para trocar as gazes. A roqueira realmente parou de gemer de dor tão logo Adriano começou a traçar pequenos círculos nas laterais de sua cintura e onde sua barriga não sangrava. Estava em transe, assim como ele. Bruno não sabia se seria melhor falar quando estivesse a sós com sua irmã, mas a sintonia entre Lia e Dinho era fora de série. Adriano foi o primeiro a notar que a roqueira voltava a sangrar e logo já a estava pegando no colo como se tivesse feito várias outras vezes e a maneira como conseguia fazer Lia esquecer sua dor física... Lia estava tensa por ter sido pega no colo por Dinho daquela maneira e por estar protagonizando a cena em frente à melhor amiga, mas as mãos de Adriano conseguiam acalmá-la de maneira ímpar.

Com seu vasto conhecimento de alguns acampamentos e uma tentativa que dera certo, Dinho trocou o curativo de Lia. Eles se olharam por um momento.

-Tudo bem aí? – Dinho sorriu.

-Valeu, Dinho. – Lia sorriu de volta e tentou se levantar.

-Ei, muito cedo, marrentinha, ou você fica aí ou eu te levo. – Dinho propôs, não querendo prejudicar a amizade de Lia ainda mais. Bruno percebeu a intenção de Dinho, nobre pela primeira vez, e o ajudou.

-Eu levo a Lia em casa. – Bruno respondeu e Dinho agradeceu silenciosamente. Não queria se separar de Lia, mais uma vez percebendo a falta que ela fazia, mas sabia que se a levasse em casa Ju dificilmente a perdoaria. – Vem cá. – Bruno pegou Lia no colo cuidadosamente e a levou até a porta.

-Bruno, não precisa disso, eu posso ir sozinha! Isso é exagero do Dinho!

-Lia, eu vi o seu ferimento e não é qualquer coisa! Pela primeira vez eu tenho que concordar com esse moleque, você tem que ficar quieta nessa posição, até o sangramento parar um pouco.

Bruno levou Lia, que discretamente mostrou a língua para Dinho na saída, para o apartamento da frente.

-Que amiga você, hein, Ju? A Lia nesse estado e você a tratando desse jeito!

-Ah é? E o que dizer da minha “melhor amiga” passando a noite no colégio com o meu namorado?

-Ju, pelo amor de deus, ela já falou, eu já falei: foi coincidência! O que eu posso fazer pra você acreditar na gente?

-Não sei, Dinho, eu realmente não sei...

-Mesmo que a gente tivesse combinado, não teria rolado nada! A gente só queria pegar o grafiteiro!

-Olha, Dinho, você eu até perdôo, entende? Mas a Lia era a minha melhor amiga e não devia ter feito isso! Se vocês não queriam nada um com o outro, por que não me ligaram?

-Eu sei que vai parecer desculpa, mas o meu celular tava sem bateria e o da Lia, fora de área. E mesmo que funcionassem não ia ser pra você que eu ia ligar, né? A Lia lá sangrando daquele jeito... Eu ia chamar a ambulância, você acha que eu não tentei? A gente tava completamente sem celular!

-Eu... Eu preciso pensar, ok? Depois eu falo com você...

-E com a Lia.

-Talvez... Você gosta dela? – a it girl perguntou apreensiva.

-Não começa, Ju... Tchau. – Dinho se despediu e voltou para casa, cansado.

-x-

-Onde você estava, meu filho?

-Oi, mãe... – Adriano mal olhou para Alice e seguiu em direção a seu quarto.

-Dinho, eu falei com você! Você está teoricamente de castigo, por onde você andava até agora?

Adriano suspirou, derrotado.

-Longa história, mãe... Posso ir pro meu quarto?

-Dinho, você ainda está com o sangue dessa garota nas mãos? – Alice perguntou surpresa. – Vai lavar essas mãos agora! E... Espera aí, você estava com ela? Essa camiseta não é a mesma que você estava hoje de manhã e já está suja de sangue de novo! – Alice estava possessa.

-Eu fui me acertar com a Ju, a Lia tava lá, elas brigaram e o ferimento da Lia voltou a sangrar, só isso. Como eu já sabia como fazer o curativo, ajudei a trocar. Feliz?

Alice encarou o filho, tentando ler sua expressão. Não gostava nada da proximidade de Dinho com Lia Martins, uma encrenqueira desde pequena. No entanto, devia dar o braço a torcer pelo menos naquele momento: Dinho parecia estar mais responsável, cuidando de Lia daquela maneira. A preocupação excessiva de seu filho com a garota, a ponto de não ligar que ainda tinha vestígios de sangue em suas curtas unhas e em sua camiseta, mostrava um novo lado de Adriano que Alice não conhecia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, já já tem mais ;)