Não Chore Esta Noite escrita por AnaMM


Capítulo 20
Pra Lia?


Notas iniciais do capítulo

Opa! Mil desculpas pelo atraso! Eu tinha que estar fazendo um trabalho pra faculdade, mas aqui está!

Meus agradecimentos a todos que comentaram, favoritaram, ou simplesmente leram ^^



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As faxineiras do colégio estavam acabando de limpar o chão da sala de robótica e Leandro tentava botar ordem nos alunos.

-Eu sei que vocês devem estar preocupados, mas não há nada que a gente possa fazer agora. Vamos começar a aula?

-Ah, professor, mas como é que a gente vai prestar atenção depois dessa cena de filme? – perguntou Maná, fingindo inocência.

-Aí, professor, na moral? Assim o senhor enfraquece a amizade, entendeu? A gente aqui pensando no bem da nossa companheira e...

-Tudo bem, eu libero mais alguns minutos para vocês se acalmarem e depois vocês me prometem prestar atenção?

Todos concordaram e Leandro liberou mais cinco minutos para discutir a situação.

-Então, desde a festa da Maná eu sabia que esses dois se pegavam hard, mas a ponto de derrubar tudo assim? É muito fogo, hein? – Fatinha provocou.

-C-como assim festa da Maná? – Ju ficava cada vez mais decepcionada com a amiga.

-Ih, cê não tava sabendo, não, Ju? Mó pegação! – Fera acrescentou.

-Opa! Espera aí, que dessa nem eu tava sabendo! – Orelha interrompeu.

-Isso que dá vocês durarem pouco! – respondeu Maná. – Foi uma loucura! Maior pegação no sofá, como se não tivesse ninguém em volta! Só pararam quando os meus pais chegaram e acabaram com a festa!

-É... Marina, menos informações, por favor! Eu sou o professor de vocês e não preciso ouvir essas coisas!

Ju estava chocada.

-A Lia nunca me disse isso... Vocês sabiam?

Morgana e Rafael negaram.

Ju não sabia o que pensar. Não fazia idéia que Lia e Dinho tinham ficado mais de uma vez, muito menos naquela intensidade. Sabia que a amiga não era exatamente santa e que já tinha ficado com outros garotos, mas nunca tão... tão... E pior: se na frente de todos eles agiram assim, como teriam agido sozinhos escondidos no colégio?

-Aí, Ju, nem pilha, eles estavam podres de bêbados, era madrugada, acontece. – Zé tentou se solidarizar.

-Você viu? Quem mais tava sabendo? Como isso nunca chegou em mim?

-Ah, Orelha, a gente pensou que você já soubesse, até porque depois veio o vídeo deles nas escadas... – Fera respondeu.

Orelha não conseguia acreditar em sua incompetência. A partir dali, pensou, jamais apagaria antes da hora, ficaria até o fim.

-Alguém tem fotos?

-Qual foi, Orelha? Queria levar pro banheiro? Isso é falta de respeito, hein!

-Chega! Agora saiu dos limites! Sentem-se que já está mais que na hora dessa aula começar.

Ju passou o resto da manhã pensando nos últimos acontecimentos e nas recentes revelações. Não se sentia bem, queria correr para seu quarto e chorar em seu travesseiro, mas temia encontrar Lia ou Dinho no caminho. Preferiu ficar no colégio. Não conseguiria prestar atenção nas aulas, mas pelo menos estava segura de cruzar no caminho com sua (ex?) melhor amiga e com seu (ex?) namorado.

-x-

Dinho estava sentado na praça esperando que o horário escolar terminasse. Sorriu ao avistar Lia se aproximando e se levantou para falar com a garota.

-Como é que cê tá?

-Bem... Tá doendo um pouco ainda, mas tô liberada. – sorriu.

Dinho sorriu de volta, mais feliz do que esperava pelo retorno da roqueira.

-Você falou com a Ju?

-Calma, apressadinha, ainda nem terminou a aula! – Dinho riu. – Mas sei lá...

-Sei lá o que?

-Eu não sei se eu tô afim de me explicar pra Ju... Acho que já deu...

-Como assim?? Dinho, você tá maluco??

-Confuso seria o termo mais apropriado.

-Você não tá querendo dizer que...? – Lia temia a resposta.

-Eu não sei mais se eu gosto tanto dela. Você viu o modo como ela te tratou? Lia, você tava sangrando, desacordada, e ela nem se importou com você!

-Você se lembra da pose em que a gente tava, por acaso? Ela tinha toda razão!

-Mas não rolou nada!

A praça ficou em silêncio por um momento. Lia e Dinho se olhavam tentando interpretar a expressão um do outro. A estática foi quebrada pelo toque do sinal de término das aulas e os dois se afastaram.

-Vai lá falar com ela, eu vou pra casa. Boa sorte.

-Eu vou precisar...

“Pela Lia.” Dinho pensou, reunindo coragem. Assim que avistou Juliana, chamou-a.

-Dinho?

-Sobre o que aconteceu hoje, Ju, olha... Não rolou nada entre a Lia e eu, absolutamente nada!

-Será mesmo, Dinho? Vocês estavam tão próximos... Ela tava no seu colo! E eu sei que vocês já ficaram...

-Falou certo, a gente já ficou, não significou nada pra Lia, não rolou e nem vai rolar de novo!

-Pra Lia?! – Ju se sentiu sem chão.

-Pra Lia o que? – Dinho estava confuso.

-Você disse que não significou nada pra Lia!

-E é verdade, ela me garantiu!

-Não, Dinho, você disse que não significou nada pra Lia, como se pra você tivesse!

-Eu disse isso? Não, eu quis dizer pra gente, que não significou nada pra gente!

-Quando você estiver mais certo disso, me procura. – Juliana se afastou de Dinho e seguiu para sua casa.

Não podia acreditar no que ouvira. Sempre pensou que talvez sua melhor amiga gostasse do garoto, mas nunca havia cogitado que Dinho poderia sentir alguma coisa. Quer dizer, a própria Lia dizia que ele gostava do que não tinha e, bom, ele já tinha “tido” a roqueira. Figurinha repetida não completa álbum, não era a frase favorita do pegador do Quadrante? Mas Dinho estava mudando, prova disso era ter pedido Ju em namoro. E se, antes do Ju, ele tivesse sentido o mesmo por Lia? Ou pior: mais forte. Juliana não sabia o que pensar, nem o que fazer. Não sabia se poderia encarar a melhor amiga. Ao mesmo tempo, queria saber se a roqueira estava bem. Provavelmente estaria... Ou não?

Estava em casa e seus pensamentos foram interrompidos pela campainha tocando. Seu irmão prontamente atendeu e Lia logo avistou a melhor amiga.

-Ju? Eu posso falar com você?

-Se você veio se fazer de santinha, perdeu a viagem. – a fala de Ju chocou a roqueira.

-Que?

-Isso mesmo que você ouviu. – Juliana se aproximou da amiga – Eu sei que vocês não dormiram juntos juntos por causa do seu machucado, mas vocês terem passado a noite juntos na sala de robótica não tem explicação! E eu que pensei que você fosse minha amiga...

-Eu sou sua amiga, Ju! Sua melhor amiga, lembra? – a voz de Lia estava instável.

-Tô bem de amiga... – Ju riu seca. – Olha, Lia, sinceramente? Por que você não vai pra casa, se recuperar do presentinho que o karma te deu, que é o melhor que você faz?

-Ju! Ju, por favor, me escuta! Não rolou nada! O Dinho não falou com você?

-Ah, então o Dinho vindo atrás de mim também fazia parte do seu teatrinho? – Ju perguntou, irônica.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;) bjsss e comentários são sempre mais que bem-vindos, desejadíssimos!