Adorável Prisioneira escrita por Angel Black


Capítulo 23
Capítulo 23 - Ausência


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo entremeia o tempo do capítulo anterior.



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- AGORA É SUA VEZ, POTTER! 

As palavras de Voldemort estavam ecoando na cabeça de Harry Potter que trazia a tona as cenas mais importantes de sua vida nas últimas horas...


ALGUMAS HORAS ANTES....

Harry fazia o discurso de seu plano no pátio de entrada:
 

- “E SE DRACO MALFOY ESTÁ CONOSCO ESTE É O PRIMEIRO INDÍCIO DE QUE HÁ ESPERANÇA. A UNIÃO É A ÚNICA FORMA DE VENCERMOS. E COMO VAMOS FAZER ISTO? ISTO EU LHES DIREI AGORA.... – Harry Potter, fazia um efusivo discurso para explicar o plano que concebera nos últimos dias. Era chegada a hora e as palavras, que antes nunca foram seu forte, arquitetavam-se em sua mente velozmente – POIS BEM: TEMOS DOIS PROBLEMAS PRINCIPAIS: O PRIMEIRO É TIRAR OS COMENSAIS DA MORTE DA JOGADA E A SEGUNDA É ISOLAR VOLDEMORT ENQUANTO FAZEMOS ISTO. 

Harry Potter revia todos os cálculos mentalmente enquanto sabia que todos estavam prestando atenção nele. 

- VOCÊS DEVEM ESTAR PENSANDO EM COMO VAMOS FAZER ISTO. EU DIGO: SOMOS UMA EQUIPE... NÃO UM EXERCITO, SOMOS UMA ARMADA E DORAVANTE É COMO EU LHES CHAMAREI. PARA ISTO VAMOS UTILIZAR TRÊS LINHAS DE ATAQUE. A PRIMEIRA LINHA SERÁ COMPOSTA POR TODOS OS ALUNOS DA LUFA-LUFA. A SEGUNDA LINHA SERÁ DOS CORVINAIS. VEJAM: NOS ÚLTIMOS DIAS VOCÊS APRENDERAM COMO CONJURAR PATRONOS. QUANDO O ATAQUE ACONTECER, VOCÊS CONJURARÃO PATRONOS COMO NUNCA. POR ISTO É QUE EU QUERO QUE ESTE ATAQUE ACONTECA DENTRO DO CASTELO, PARA QUE OS DEMENTADORES NÃO CONSIGAM ESCAPAR....

Ao acrescentar isto, a balburdia começou novamente. 

- Ataque dentro do castelo?

- Potter está louco...

- ESCUTEM! – Harry disse, com autoridade – A PRIMEIRA LINHA – OS LUFA-LUFAS - ATACARÃO AO MEU PRIMEIRO COMANDO. AO MEU SEGUNDO COMANDO, OS LUFA-LUFAS RETROCEDERÃO E OS CORVINAIS ASSUMIRÃO A FRENTE DE BATALHA. QUANDO EU LHES DER O TERCEIRO COMANDO, LUFAS-LUFAS E CORVINAIS RETROCEDERÂO E DARÃO A FRENTE AOS GRIFINÓRIOS E SONSERINOS E COM ELES OS PROFESSORES E OUTROS COLABORADORES.

Antes que a balburdia continuasse, Harry prorrompeu:

- LUFA-LUFAS E CORVINAIS: SEU PAPEL SERÁ FUNDAMENTAL DEPOIS DISSO, POIS VOCÊS UTILIZARÃO O FEITIÇO 'PROTEGO' PARA CRIAR UM GRANDE CAMPO DE FORÇA, UM ESCUDO PARA PROTEGER A LINHA DE FRENTE. 

- Harry! – disse Hagrid, destacando-se no meio da multidão – Tudo bem que consigamos deter os dementadores, mas e os comensais? E o pior.... ninguém consegue deter AQUELE QUE...

- VOLDEMORT!

- BEM... VOL... VOL..

- VOLDEMORT, HAGRID! A PARTIR DE AGORA, EU QUERO QUE TODOS CHAMEM VOLDEMORT PELO NOME...

- BEM... ENTÃO... VOLDEMORT – Hagrid completou. – Como vamos deter V-Voldemort. 

Harry olhou com o canto dos olhos para Hermione ao seu lado.

- BOM... PARA ISTO... VAMOS CONTAR COM HERMIONE. 

Hermione arregalou os olhos e olhou para Harry. 

- O que? – ela disse, apenas com os lábios. 

Harry estufou o peito. 

- TODOS TEMERAM VOLDEMORT DURANTE TODO ESSE TEMPO. MAS VOLDEMORT NÃO É TÃO PODEROSO ASSIM. E EU DIGO ISTO COM CONVICÇÃO, POIS EU VI E SEI QUE EXISTE ALGUÉM TÃO PODEROSO QUANTO VOLDEMORT: E ESTE ALGUÉM É HERMIONE GRANGER, A SUA FILHA...

Harry imaginou que a multidão iria prorromper em balburdia, mas ao contrário, um silêncio mórbido e admirante recaiu sobre Hogwarts naquele momento. 

Hermione podia sentir o olhar de milhares de pessoas sobre ela. 

- HERMIONE É A ÚNICA CAPAZ DE FAZER LEGITIMÊNCIA TÃO BEM QUANTO VOLDEMORT. ELA VAI ISOLAR VOLDEMORT ENQUANTO ACABAMOS COM OS DEMENTADORES... DEPOIS VAMOS UTILIZAR TODO O ATAQUE SOBRE OS COMENSAIS. PENSANDO NISSO, OS GEMEOS WEASLEYS TROUXERAM ALGUMAS COISINHAS INTERESSANTES PARA UTILIZARMOS CONTRA OS COMENSAIS TAMBÉM.... SEI QUE É UM PLANO ARRISCADO... MAS É O ÚNICO QUE TEMOS... É A NOSSA MAIOR CHANCE DE VENCERMOS.... 

ALGUMAS HORAS MAIS TARDE... 

Na casa dos Granger...
 

Harry custou a dormir naquela noite. Ele tinha Hermione dormindo tranqüilamente em seus braços. Os olhos dela ainda estavam úmidos, afinal, ela tinha chorado muito. 

- Deus! Ela é tão linda! – Harry disse para si mesmo, enxugando as lágrimas da face macia de Hermione. 

Ele fez alguns cachinhos com seus cabelos. Ele queria tanto confortá-la. Ele queria tanto dizer que ela não precisaria enfrentar Voldemort, que tudo não passava de um pesadelo e quando ela acordasse ela estaria dormindo em seu quarto com todas as coisas de um trouxa normal. Ela não seria uma bruxa... ela seria uma excelente médica... talvez cientista.... ou uma matematica... quem sabe...Harry imaginava um futuro brilhante para sua amiga... para seu amor... seu maior amor... 

Harry aproximou seus lábios dos dela e os tocou levemente. Mas o desejo tomava conta de seu ser e começou a beijá-la com paixão. 

- Hermione.... eu preciso tanto de você! – ele disse para si mesmo, tentando refrear seus desejos...

- Harry.... – ela gemeu baixinho, ainda sem acordar.... aconchegando-se ainda mais em seus braços, embaixo da coberta macia. 

- Durma, querida... – ele disse, puxando o cobertor mais para cima, afim de cobri-la melhor. 

- Eu amo você.... – ela disse, baixinho.... 

Harry olhou para ela, mas ela ainda parecia dormir. Ele não conseguiu resistir às lágrimas que se insinuavam teimosamente em seus olhos. 

Ele precisava protegê-la.... ele jurara protegê-la.... Não.... ele não poderia deixá-la enfrentar Voldemort... ele sabia o que aconteceria. Ela lhe daria a chance que ele não tinha nesta batalha, mas em compensação... ela morreria... Harry trabalhou rapidamente para pensar num plano de contingência... mas não havia. Se ela o enfrentar ela morrerá! Eu não posso fazer isto. 

Ele sabia que precisava dela na batalha... “Eu sempre soube... Hermione tinha razão... desde o início... ela sabia que eu precisaria dela.... mas eu tive medo... eu estou com medo agora.... meu Deus”.

Harry puxou Hermione para si e começou a chorar, tomando o cuidado para não acordá-la.

Ele queria poder estar no lugar dela. Ele sabia que ela seria uma grande líder... e ele lhe daria o tempo que ela necessitaria para virar a batalha. Mas ele não aprendera Oclumência... e muito menos Legitimência... Seria tudo parte de seu destino. Será que o destino de ambos já estava traçado desde o início. Isto significava que se tudo voltasse do início ele faria as mesmas coisas: condenaria Hermione à Azkaban, faria dela uma prisioneira....? 

Harry olhou mais uma vez para Hermione. “O que eu vou fazer agora...?”, pensou ele, a beira da loucura... e enquanto contemplava o rosto de seu amor... o deus do sono o visitou reconfortando-o...


MOMENTO PRESENTE

Harry esperava o ataque iminente...

- AGORA É SUA VEZ, POTTER! 

Harry esperou, escutando os passos de Voldemort cada vez mais próximos. Ele conseguiu ver a sua sombra sobre si e quando viu o braço do Lord das Trevas se levantando, Harry levantou-se e virou-se instantaneamente. 

- AVADA QUEDAVRA! - disse o lord das trevas.

- INVERTERE ENCANTATIO! - disse Harry.

Um raio de cor azulada disparou da ponta de sua varinha, no mesmo instante em que um raio de cor verde disparava da de Voldemort. Os dois raios se encontraram bem no meio, com uma pequena explosão de energia. 

A mão de Harry tremia enquanto ele concentrava-se em manter as forças. Sabia que se o encanto de Voldemort atingisse a sua extremidade seria o fim... ele estaria morto. 

Enquanto sustentavam suas varinhas num duelo violento, um grito chamou a atenção de Harry que olhou para o lado. Lucius Malfoy havia atingido Draco bem no peito. Quando Draco atingiu o chão, Snape veio ao seu encalço e começou a duelar com Malfoy. Olhando na outra direção, Harry viu que o escudo que Minerva e Trelawney haviam conjurado para proteger os Weasleys estava enfraquecendo. Os Weasleys – e isto incluía todos os filhos e os pais – atacavam os comensais com as gemialidades Weasleys. Rony, muito animado, atirava uma estranha pasta com uma colher. A pasta, de cor de pus, criava tentáculos e furúnculos enormes instantaneamente no rosto dos atingidos. A cena estaria cômica, se um dos raios não perfurasse o escudo e atingisse Gina no peito, jogando-a para fora do campo de força. Rony também saiu do perímetro, a fim de ajudar sua irmã, mas Neville chegou primeiro à Gina e a ergueu no colo, protegendo-a dos raios que agora se abatia sobre eles.

Luna apareceu do nada para ajudá-los também. Mas, desastrada como era, não viu quando um dos comensais disparou um raio contra ela. Se não fosse Rony, que pulou sobre ela, tirando-a da mira do raio, Luna seria atingida. 

- SEUS AMIGOS LOGO ESTARÃO MORTOS! – Harry escutou Voldemort falar. A junção do raio de ambas as varinhas estava cada vez mais perto de Harry agora. Ele não poderia fraquejar agora.... ele precisava suportar... suportar o suficiente até que maioria dos comensais tivessem sucumbido...

- MAS EU VOU TER O MAIOR PRAZER DE MATAR VOCÊ ANTES – disse Voldemort, fazendo força, tentando pressioná-lo psicologicamente. – ASSIM COMO MATEI A SUA AMADA. 

Aquela frase teve uma grande força sobre ele. Uma grande raiva perpassou seu cérebro tirando-lhe as forças, fazendo-o fraquejar.... ele dobrou os joelhos, ajoelhando-se ao chão. O raio verde agora, estava a poucos milímetro da sua varinha. 

- MAIS UM POUCO.... UHRRR.... – Voldemort forçava cada vez mais sobre Harry que tentava suportar.... ele iria morrer... morrer.... 

Mas então...um vento soprou sobre seu rosto e ele sentiu um cheiro gostoso de rosas... o cheiro de neve fofa.... o perfume adocicado que sentia em Hermione.... Harry conseguiu escutar em seu cérebro uma vozinha suave....

- Harry.... eu amo você.... eu amo você.... 

As palavras de Hermione surgiram em sua mente trazendo-lhe mais do que esperança. Trouxeram-lhe força... uma força muito maior do que Harry pudesse imaginar... e mais poderosa do que jamais Voldemort pudesse supor...

- AHRRR! – Harry levantou-se renovado pela força do seu amor... sua varinha vibrou com a energia que ele emanava. O raio de cor azul foi tomando força e espaço, subjugando os raios vermelhos, aproximando-se da ponta da varinha de Voldemort...

- NÃO! NÃO! NÃO PODE SER! MALDITO POTTER! EU NÃO POSSO.... AHRRR.... EU... EU NÃO CONSIGO.... 

VOOOBUMMMMM.....
 

Uma grande explosão irrompeu quando o raio azul atingiu a varinha de Voldemort. A energia foi tão forte que todos ao redor foram jogados para trás e uma claridade atingiu todos os espaços do aposento. A luz era de um azul muito brilhante e poderia ser vista mesmo de Hogsmeade. 

Harry caiu desajeitado no chão... o braço torcido num ângulo muito engraçado. Ele tossiu espelindo sangue pela boca, as escoriações alcançavam cada pedaço de pele que havia sobre o corpo do garoto. Mas mesmo ali, sangrando, machucado, dolorido... Harry esforçou-se arrastando-se pelo chão para alcançar uma das mãos de Hermione.

- Mione.... – Harry conseguiu pronunciar... sentindo o gosto cítrico de sangue em sua garganta.

A mão de Hermione, que também tinha algumas escoriações, estava fria... 

Ele fez um esforço para levantar o dorso. Ele queria beijá-la... queria tocar aqueles lábios tão doces pela última vez, mas seu esforço foi em vão, pois ele caiu sobre o ventre de Hermione. 

- Hermione – Harry chorou, agarrando-se a sua cintura.... sentindo que, enfim, a escuridão assomava-lhe a mente.... como um consolo ao mesmo tempo doce, ao mesmo tempo amargo.... ele queria que a dor passasse, mas temia nunca mais ver o rosto da mulher que amava...

Harry....

Eu preciso partir....

Eu tenho que partir... 

Mas não me deixe ir...

Lute por mim... 

Harry...

Lute por mim...

Harry acordou algum tempo depois, aturdido, confuso e todo dolorido. Levou alguns minutos para perceber onde estava e o que estava acontecendo, mas o que ele logo percebeu foi a ausência de Hermione. 

Ele fez um esforço sobre-humano para levantar-se. O pátio de entrada agora era o palco de uma cena de pós-guerra: corpos estirados ao chão; pessoas gritando desesperadas, outras confusas e desorientadas; mas alguns focos de fogo, fumaça, fuligem e sangue era o que mais dava a impressão da devastação. 

Harry olhou ao redor, tentando encontrar o corpo de Hermione, mas não conseguiu. Ele levantava corpo por corpo de pessoas que pareciam com Hermione, mas não conseguiu encontrar o seu rosto em nenhum deles. 

- Hermione – ele gritou, mas duvidou que alguém pudesse escutá-lo no meio da confusão. 

- Harry! – uma pessoa desconhecida parou-o para abraçá-lo – Nós ganhamos a guerra, Harry! Voldemort sumiu para sempre! Os comensais foram derrotados! Alguns fugiram, é claro, e outros foram detidos. 

- Voldemort sumiu? – Harry lembrou-se de perguntar, não conseguindo ordenar os pensamento, mas logo empurrou a pessoa a sua frente para erguer outra garota morta ao chão: mas não era Hermione. 

- Hermione! – ele gritou novamente. Outras pessoas olhavam para ele, agora. 

Luna estava chorando descontroladamente muito perto dali, e Rony a abraçava, tentando, em vão consolá-la. 

- Rony! – Harry aproximou-se, contente por ver que o amigo havia sobrevivido à explosão. 

- Ei, Harry! – Rony levantou-se numa perna só. Na outra, havia um estranho objeto fincado na cocha – O que aconteceu com o seu braço?

Só então, Harry olhou para o braço direito, no qual havia uma horrorosa fratura exposta.

- Onde está Hermione? – ele perguntou, sem se importar com o braço.

- Hermione? – Harry viu o sorriso na face de Rony morrer – Eu não sei, Harry. Lupin chegou trazendo todos os medi-bruxos possíveis do St. Mungus. Ele não conseguiu chegar a tempo para a guerra, porém, mas disse que ia organizar o melhor atendimento possível nesta hora. Tonks está com ele, é claro. Não que sejam medi-bruxos, mas eles estão tentando acalmar a situação e controlar os comensais que foram presos na masmorra.

- E o que aconteceu com a Hermione? – Harry perguntou, sem dar muita atenção às informações que Rony acabara de dar – Ela estava junto comigo. Eu acordei e ela não estava mais lá. 
Rony parecia um pouco confuso. 

- Como eu te disse, eu não sei, Harry. Faz alguns minutos só depois da explosão. Acho que todo mundo desmaiou. Eu fui um dos primeiros a acordar e não vi nada. Não vi onde foi Hermione. Estava mais preocupado em ver onde Voldemort estava e para falar a verdade eu também não o vi. As pessoas estão dizendo que ele queimou e sumiu, mas eu não sei nada disso. 

Uma pontada afundou no estômago de Harry naquele momento. E se Voldemort tivesse sobrevivido.... e se ele tivesse levado Hermione consigo?

Mas Rony, lendo sua mente, respondeu no mesmo instante. 

- Eu não acho que devamos nos preocupar. De qualquer maneira, Harry, Voldemort não poderia ter sobrevivido. A explosão aconteceu bem na varinha dele. Se você já está todo estourado só porque estava um pouco mais perto dele... imagina... ele não poderia ter sobrevivido. 

- Acho que nunca vamos saber! – Harry disse, com um notável desânimo – E Hermione, Rony? Ela não poderia ter sumido sozinha. Ela estava...  – Harry respirou fundo para enfrentar as próprias palavras – Eu não creio que ela possa ter sobrevivido. Ela foi azarada com a maldição FIO VITAE. 

Como Rony fez uma expressão de total ignorância do termo, Harry completou:

- Hermione mesma já tinha falado sobre esta maldição. Ela causa uma Hemorragia que não cessa até que a pessoa esteja morta! E não há cura para tal azaração. 

Rony abaixou a cabeça, mas Harry viu no mesmo instante, uma lágrima rolando pelo rosto sardento do amigo. 

- Você gostava dela, não é? – Harry perguntou, constatando naquele momento, algo que há muito tempo desconfiava. 

- Eu nunca disse a ninguém... nem a você. Primeiro porque era muito claro que ela gostava de você. Depois veio Krum, por último Malfoy... você acha que eu, um pateta completo em magia, poderia ter alguma chance com uma bruxa poderosa como a Mione? Eu achei melhor guardar em segredo todos os meus sentimentos. 

Harry não disse nada, mas se sentiu mal por Rony. Rony, Harry e Hermione sempre foram grandes amigos, grandes companheiros... e ele amava a Rony como a um irmão.... e por muito tempo era como ele amara Hermione... como a uma irmã... até perceber que a simples menção da sua ausência faria-o sofrer mais que a própria morte. Ele soube disso no dia em que ela assassinara Belatrix na pele de Gina. Ali ele viu que o perigo era iminente e que ele precisava afastar Hermione daquele cenário que estava se formando. Porém, ele falhara em afastar Hermione e fizera-a sofrer muito. 

- Por falar em Malfoy – Harry continuou, tentando afastar aquele pensamento e notando que o corpo de Lucius estava há alguns metros dali. – O que aconteceu com Draco?

- Pelo que entendi, Snape matou o Malfoy pai e levou o Malfoy filho para a enfermaria – Rony respondeu, secando as lágrimas com as costas das mãos. – Snape ainda prefere salvar a vida do Draco, que até bem pouco tempo atrás estava jogando no lado do Voldemort a ver como você está. 

- Eu? Por que eu? Snape e eu nunca fomos muito chegados. – Harry perguntou, sem entender.

- Você é nosso herói, Harry! – Rony falou, tentando forçar um sorriso sem sucesso – É o que todos estão falando. Acho até que o pessoal achou que você estava morto, porque ninguém tentou ajudar você ainda. 

Mal Rony tinha terminado a frase e um casal de Medi-bruxos parou ao lado de Harry, espantados. 

- Harry Potter? – perguntaram olhando a cicatriz de Harry que brilhava, ardendo. – Você está bem? Precisamos levá-lo para a ala hospitalar. Ninguém ira descansar até que tenhamos recuperado nosso herói. 

- Por acaso, algum de vocês viu onde foi a garota a qual eu estava abraçado quando estava desmaiado no chão?

- Não creio, senhor. – um deles respondeu – Chegamos a poucos segundos e só começamos a recolher os feridos agora. E quando estávamos chegando não vimos nenhuma garota sair daqui. Só vimos alguns homens. Ao que me parece esses homens eram comensais. 

- Ela é magra e tem os cabelos muito espessos de cor castanho. Seus olhos também são castanhos... ela é um pouco menor do que eu.... vocês devem tê-la visto. 

Os medi-bruxos se entreolharam desconfiados da sanidade mental de Harry que não havia certamente se dado conta de que acabara de dar a descrição de metade das alunas de Hogwarts. 

Ao ver a falta de reação por parte dos medi-bruxos, Harry agarrou um deles e o sacudiu. 

- O nome dela é Hermione! HERMIONE! – Harry gritou. 

- Não vimos nenhuma garota, senhor... sentimos muito... mas não vimos. 

- Eles não a viram, Harry! – disse Rony também, ajudando o medi-bruxo a afastar as mãos de Harry presas em seu jaleco. 

Harry soltou o homem e pensou por um minuto tentando ordenar seus pensamentos. 

- UMA PANTERA NEGRA! – Harry gritou, de repente, iluminando seu rosto – VOCÊS POR ACASO VIRAM UMA PANTERA NEGRA?

De novo os medi-bruxos se entreolharam, mas como se finalmente pudesse entender alguma coisa.

- É... – respondeu o homem que Harry havia agarrado. – Eu vi sim, senhor... uma grande pantera negra... Eu a vi de muito longe e pensei ter visto uma miragem... não é engraçado... uma pantera negra aqui?

Harry se virou novamente para Rony que parecia assustado. 

- Eu preciso procurá-la... você me ajuda? – Harry perguntou esperançoso. 

- Er... eu.... eu não posso, Harry. – Rony respondeu sem jeito – Veja, Luna precisa de ajuda. E eu ainda preciso ver como o resto da minha família está. Gina foi levada para a enfermaria. Meus pais e meus irmãos estão lá com ela. Eu preciso ir ver como ela está também. É a minha irmã, Harry... e como você mesmo disse... Hermione não pode sobreviver por muito tempo!

Harry nem esperou para Rony finalizar a frase e já estava afastando-se ele, gritando o nome de Hermione... como se ela pudesse se levantar dos mortos e vir correndo ao seu encontro. 

- Harry! Harry, espera! – disse Rony que vinha atrás dele, mancando com muita dor. – Você precisa ir para a ala hospitalar, Harry... você não está bem...

- Eu não me importo.... – e dizendo isto, Harry correu para fora do castelo. 

- HERMIONE! – Harry gritava e corria os jardins de Hogwarts tentando encontrá-la mesmo na forma de uma pantera. Sabia que ela estava ferida e sabia que ela estava morrendo... então precisava encontrá-la... não para salvá-la, pois Harry tinha a triste consciência de que era tarde demais... mas para dizer adeus.... e para dizer que ele a amava... e para dizer que ela era a vida dele... era a alma dele... e a alegria e sua razão de viver... e que sem ela.... 

Harry gritou e gritou e correu e correu... mas não a encontrou. Por fim, a dor no seu braço começou a latejar cada vez mais.... ele foi perdendo as forças e, quando percebeu, não corria mais, mas rastejava... tentando encontrar forças na única coisa que tinha a força de um furação: seu coração.

Harry acordou algumas horas depois na ala hospitalar. Muitos feridos já haviam sido transferidos para o hospital St. Mungus, mas os que estavam em boas condições ainda estavam na enfermaria. 
Gina e Luna estavam já quase recuperadas, sendo observadas especialmente por Neville e Rony respectivamente, mas quando Harry, que ocupava a cama entre as duas garotas, acordou, Neville e Rony se viraram para ele. 

Eles conversaram por muito tempo. Gina e Luna tentando consolá-lo. Dizendo que Hermione não poderia ter sobrevivido, mas que ele deveria continuar com a vida, mas Rony e Neville estavam calados. 

Rony comentou sobre Draco que havia sido transferido a St. Mungus as pressas. Ele tinha dores terríveis e sangrava muito. Tinha um sangramento que não se estancava. Ele também havia sido atingido pela maldição do VIO VITAE. 

Harry não quis pensar em Hermione, mas sabia que ela deveria estar sofrendo ainda mais do que Draco. 

Por fim, ele deixou o sono o dominar novamente e dormiu sem muita ansiedade de acordar. Não havia motivo, não havia razão... havia somente aquele sentimento de ausência... e com ele... a tristeza.

No outro dia, Luna, Rony, Gina e Harry receberam alta e puderam tomar o café da manhã no salão Principal. 

Harry ficou calado o tempo todo. Mesmo Rony, que sempre era o mais conversador, estava calado, deixando o cargo a seu pai Arthur que comentava animado o sucesso da batalha do dia anterior. O castelo ainda refletia o cenário de guerra, mas aos poucos voltava ao normal. Dumbledore ainda estava no hospital, acompanhado da prof. Minerva e Snape estava acompanhando Draco, restando à Professora Sprout a direção temporária de Hogwarts. 

A diretora temporária passava entre os corredores agora, verificando os alunos, perguntando a eles como estavam e se precisavam de alguma ajuda. Tonks e Lupin vieram um pouco depois. Eles estavam de mãos dadas e pareciam contentes também, apesar de tudo. 

Harry estaria radiante se Hermione estive ali do seu lado, mas seu lugar estava vazio.

- Dumbledore ainda está inconsciente! – o Sr. Weasley informou, enquanto a sra. Weasley o servia. – Pobre Homem! Os Dementadores quase lhe deram o beijo. 

- O problema é que ele já é bem velhinho! – Gui falou. 

- Gui! – repreendeu-o a Sra. Weasley. 

- É verdade! – Gui se defendeu.

- E o Draco? – Carlinhos perguntou. 

No mesmo instante a Sra. Weasley pigarreou. Harry sabia que ela tentava desviar do assunto, pois lembrar de Draco era também lembrar de Hermione, afinal ambos foram atingidos pelo mesmo feitiço. A diferença era que Hermione o recebera com maior intensidade, afinal, ela fora azarada pelo próprio Lord das Trevas. 

- Ele está muito mal! – respondeu o Sr. Weasley, olhando para Harry que mantinha a cabeça abaixada. – Os médicos disseram que ele não vai sobreviver muito tempo. A hemorragia não pára e ele está sofrendo dores horríveis: foi o que Snape me disse. Na melhor das hipóteses, viverá apenas alguns dias, talvez uma semana ou duas.

Harry não conseguiu agüentar ao comentário e se levantou, encaminhando-se para fora do salão principal. Quando chegou ao saguão principal, escutou os passos de alguém que o seguia. 

- Harry, espere! – Gina disse, segurando em seu braço. 

- Gina... me desculpe... mas preciso ficar só. 

- Harry... olha só. Eu sei que você está sofrendo agora, mas você precisa aceitar que Hermione não poderia estar viva, não?

- Gina... agora não, tá?

- Espere, Harry. – Gina o segurou quando ele fez menção de se afastar. – Eu só quero dizer que se precisar de alguém... eu estou aqui para te ajudar. 

- Está bem! Obrigado, Gina!

Harry deixou Gina para trás para sair do castelo. Lá fora o vento primaveril trouxe um aroma de flores que torturam-no com a lembrança de Hermione que tinha a mesma fragancia. 

A primavera havia chegado trazendo vida nova aos jardins de Hogwarts. O gelo e a neve davam lugar a arbustos cheios e relvas macias numa coloração verde claro. 

Algumas centenas de flores silvestres completavam o ambiente dando tonalidades diferentes aos jardins, compondo uma paisagem maravilhosa. 

Apreciando o cenário, Harry nem percebeu que seus passos o estavam guiando para a beira do lago. Era o mesmo lugar em que Harry e Hermione haviam se refugiado durante tantas vezes. O lugar em que eles ficaram juntos pela primeira vez. 

O sol começava a sumir por entre as arvores ao redor da floresta proibida, emanando uma luz dourada num belíssimo crepúsculo. Harry não sabia se era o calor do sol ou o perfume das flores, ou mesmo os tentáculos do polvo gigante se agitando sobre as águas calmas do lago, mas tudo ao seu redor parecia conter a presença de Hermione, tanto que chegava a doer em seu coração. 

- Lindo, não é? 

Um grande batimento acelerou seu coração antes de Harry se virar. Ali, a sua frente, com o sorriso triste mais gracioso do mundo, estava Hermione: os cabelos presos numa trança caprichada, usando um vestido rosa claro que lhe caia perfeitamente, diferente do uniforme escuro de Hogwarts. Ela estava tão diferente que Harry levou alguns segundos para se dar conta de que ela era real e não uma miragem. 

- Mione? – ele balbulciou, piscando várias vezes, torcendo para que ela não sumisse – Meu Deus? Você está viva!

Harry sentiu que seus joelhos fraquejavam, mas sustentou-os para se aproximar de Hermione e abraça-la calorosamente. Ele chorava muito e demorou muitos minutos para perceber que havia alguma coisa diferente em Hermione. 

- Hermione, você está bem? – Harry afastou-se um pouco para observá-la melhor – Você está tremendo!

Hermione abaixou a cabeça para evitar o olhar de Harry. 

Harry tentou prescrutar-lhe os sentimentos, mas ela estava quase indecifrável. 

- Você sumiu! Eu a procurei em toda parte. Eles disseram que não havia como você estar viva. Mas eu sabia que você era forte. Vai ficar tudo bem, não vai?

Hermione não respondeu, mas Harry viu que em seu rosto uma lágrima deslizava. 

- Não vai, Hermione? – Harry insistiu. 

De novo, ela não respondeu, mas ergueu a cabeça para encará-lo. Nos olhos dela, Harry viu que nada ficaria bem. 

- Harry.... eu preciso que me escute agora – ela começou a dizer, com a voz tremulante. 

Harry ficou em silêncio, mas seu coração parecia querer falar, já que os batimento estavam quase audíveis. 

- Eu ainda estou muito confusa com o que aconteceu. Quando acordei, você estava desmaiado eu suponho, mas na hora eu achei que você estava morto... eu achei que todos estavam mortos... ninguém se movia. Nem mesmo os comensais da morte. Eu achei que meu p... Voldemort havia vencido a guerra e que todos haviam sucumbido...

- Houve uma explosão.... todos desmaiaram... mas nós vencemos... bem.... eu espero... Voldemort simplesmente desapareceu. - explicou Harry. 

- Sim... foi o que escutei hoje cedo no Cabeça de Javali. 

- É onde você estava? No Cabeça de Javali? Você está hospedada naquele lugar? – Harry perguntou incrédulo. O Cabeça de Javali não era lugar para uma garota. 

- Eu fiquei horas perambulando... com muitas dores, mas agora estou bem! – ela acrescentou, vendo a expressão preocupada no rosto de Harry – Eu pensei muito no que fazer Harry... – Hermione respirou fundo, preparando-se para revelar sua decisão. – Eu só voltei aqui, Harry, para lhe dizer que eu preciso partir. 

- O QUE? COMO PARTIR, HERMIONE? Você precisa de cuidados médicos agora. Você precisa ficar aqui conosco para que possamos cuidar de você. Acabou.... tudo acabou. Nós vamos ficar juntos agora... para sempre...

- Harry...

- Eu sei que você está muito abalada, agora. Você teve que enfrentar Voldemort e tudo mais, sabendo que ele era seu pai. Recebeu uma maldição terrível. Veja: Malfoy está com feridas terrivelmente dolorosas... Nenhum medi-bruxo sabe como deter a hemorragia e não consigo pensar como você conseguiu sobreviver...

Harry olhou para o ventre de Hermione, mas não havia sinal de feridas, nem de sangue. 

- Harry... eu estou bem, não preciso de cuidados médicos. Eu preciso de outro tipo de cuidado agora. 

- Seja o que for, eu posso fazer.

- Não... não pode – ela disse, firmemente, embora seus olhos marejassem novamente – Se eu ficasse, Harry, eu jamais saberia se o que eu sinto por você é realmente amor ou é apenas gratidão. E eu preciso estar certa dos meus sentimentos agora. Eu preciso refletir a minha vida e o meu caminho daqui para a frente. 

- Não, Hermione, não! – Harry disse, sentindo que perdia o fôlego. – eu não vou deixar você ir embora, assim. Eu não entendo o que você está querendo. Se é para me castigar...

- Eu não quero castigar você, Harry. – Hermione disse, recomeçando a chorar. – Não é isso, mas eu preciso ficar sozinha. 

- Eu acho que é. É o que você quer Hermione, depois de tudo o que eu fiz, não é? – Harry estava fervendo e sentia o sangue subir para o rosto. – Você pode me castigar... eu não me importo. Se jamais quiser olhar nos meus olhos novamente, tudo bem, eu não me importo. Mas não vá. Eu morreria de preocupação. Isto é castigo demais, até mesmo para mim, Mione... 

- Harry... não... – Hermione soluçava e seus lábios tremiam – Eu não quero que você se preocupe... você não está facilitando as coisas para mim. 

- NÃO... NÃO QUERO... E NÃO VOU FACILITAR... escute: - Harry disse, agarrando um dos braços de Hermione – até hoje, tudo o que eu fiz foi no intuito de protege-la. Eu quis te proteger quando vi que Voldemort estava interessado em você. Eu pensei que era por minha causa. Um erro estúpido, mas eu nunca fui muito brilhante como você que consegue perceber as coisas como ninguém. Eu quis tanto te poupar do sofrimento, mesmo que eu tenha causado ainda mais. Mas eu também sofri... sofri tudo o que você sofreu em Azkaban e ainda mais por que eu era o responsável por aquilo. Eu quis te proteger quando vi que a guerra estava se aproximando... Eu a beijei naquele dia para te convencer, isto é verdade, mas também é verdade que eu já te amava... se eu não te amasse como eu a amo, mione... eu não teria me importado. Eu não tentaria afastar você mesmo no momento em que Voldemort invadia o castelo. 

- Isto não foi legal, Harry. Nós havíamos combinado... e mesmo assim você deu para trás no ultimo momento. 

- Porque eu sabia o que iria acontecer... eu sabia que voce iria morrer nas mãos de Voldemort... Hermione... eu sabia e fiquei desesperado... eu queria evitar... eu teria dado a minha vida e a vida de todos naquele castelo só para te salvar... Hermione... é por isso que eu não sou nenhum herói, porque eu preciso de você tão desesperadamente que a sua ausência me é insuportável... eu prefiro morrer... eu prefiro morrer a te perder...

- Eu não quero falar sobre isto... – Hermione remendou, dando dois passos para trás – Eu vou embora, agora...

- NÃO! – Harry deu alguns passos para a frente e agarrou Hermione com força na cintura, puxando-a para si. No mesmo instante, Hermione gemeu, segurando-se nele para não cair. 

Harry olhou para as mãos. Estavam sujas de sangue... e agora, no vestido de Hermione, apareciam algumas manchas vermelhas. 

- Eu sinto muito – ele falou, sinceramente, e envolveu-a em seus braços delicadamente – Eu não queria te machucar, querida. Você está ferida, precisa de cuidados... por favor... Hermione... deixa eu te ajudar... eu te imploro... eu te suplico.

Hermione agarrou com força o robe de Harry, sem conseguir conter o choro, amparando-se em seus braços. 

Por um instante... um maravilhoso instante, Harry pensou tê-la convencido, mas no instante seguinte, o mundo desabou sobre ele. 

- Eu espero um dia... Harry.... ser digna do teu perdão...

Hermione desvencilhou-se dos braços de Harry e antes que ele pudesse agarrá-la novamente, sua imagem desapareceu no ar, como pequenos pontinhos brilhantes levados pelo vento. A última coisa que Harry conseguiu tocar em Hermione foi sua mão que escapou levemente pela ponta dos seus dedos. 

- HERMIONE! – Harry gritou com toda a força que ainda havia em seu peito...

Mas Hermione não respondeu... Harry sabia... ela se fora para sempre...

No instante seguinte, Hermione aparatou na frente de uma casa em estado deplorável... ela se ajoelhou e se deitou sobre a relva irregular e deixou as lágrimas verterem livremente. 

Depois de muito tempo, ela enxugou as lágrimas no vestido, que agora tinha uma grande mancha vermelha desde o ventre até as costelas, e entrou na casa. 

- Onde estava? – Hermione escutou uma voz sibilante perguntar de uma sombra. Era de um homem sentado sobre um sofá. 

- Em Hogwarts. – Ela respondeu, firmemente, embora sentisse muito medo. 

- Eu disse que não queria que fosse para lá. 

- Se eu não fosse, Harry procuraria por mim. Assim, ele sabe que não vai adiantar e vai desistir. 

- ó, sim! O grandioso Harry Potter. – disse o homem ironicamente, levantando-se e aproximando-se de Hermione. – Eu espero que não esteja me traindo novamente, criança. 

- É claro que não! – Hermione respondeu... sentido seu coração disparar e as dores em seu abdomem piorar. 

- Você está sangrando novamente. Deve tomar a poção que lhe fiz. 

Hermione tomou da mão do homem um frasco com uma substancia brilhante e a tomou, sentindo que as dores paravam lentamente. 

- Está melhor, criança? – O homem perguntou, com um olhar maléfico.

- Sim.... papai....

 

- Eu não acredito! – Rony esbravejou quando Harry lhe contou o que havia acontecido. – Eu não posso acreditar que Hermione fez uma coisa dessas. Ela deve estar louca!

- Não sabemos a razão, Rony! – Gina repreendeu o irmão, olhando atentamente para Harry. – De qualquer forma Harry. Acho que Hermione tem razão em querer tocar a vida em outro lugar... você também deve querer continuar a vida... se é que me entende.

Harry estava sentado numa das poltronas observando as chamas morrerem nas cinzas da lareira na sala comunal. 

- Eu não sei se consigo. – disse Harry, numa tristeza profunda. 

- O que pensa em fazer agora? – Rony perguntou. – Eu pergunto por que se você quiser desistir da escola... eu estou com você. 

- Rony! – Gina o repreendeu novamente. 

- Não... não vou deixar a escola...

Rony fez uma cara de desânimo, como se esperasse uma vida de aventuras. 

- Bom... você sabe que o ano que vêm é o ano dos NIEMs... e vai ser bem difícil sem Hermione por aqui. 

Harry sorriu, certo da teoria que tentava formular. 

- É por isso mesmo, Rony. Se existe uma coisa que consegue atrair Hermione, esta coisa são os exames.... eu acho que ela vai voltar... eu preciso acreditar nisso.... de qualquer forma, ainda tem muitas coisas que eu preciso descobrir...

- Como o que? – Rony perguntou. 

- Como é que Hermione parecia bem quando Malfoy estava quase nas ultimas... 

- Bom.... você disse que ela estava sangrando por ultimo.

- Sim... mas ela sangrou depois de muito tempo e depois que eu a machuquei sem querer, o que indica que ela está tomando alguma poção. Uma poção muito poderosa.... 

- Pode ser Harry, mas qual é o mistério nisso, Hermione é a melhor aluna em poções mesmo. 

- Eu sei Rony, mas se nem mesmo os medi-bruxos conseguem achar a cura para a maldição de Malfoy, como é que Hermione poderia ter achado se nem mesmo completou os NIEMs? Não... na minha opinião é outra coisa... ou outro alguém... e eu preciso descobrir quem. Ela me disse que precisa de ajuda... outra ajuda... e eu pretendo descobrir de que forma eu poderei ajudá-la.... 

“Nem que seja a última coisa que eu faça”, Harry pensou, tentando ordenar os pensamentos. 

Hermione não voltou simplesmente para se despedir... ela voltou para lhe dar um aviso... um aviso que somente ele poderia entender....

O último mês em Hogwarts passou rápido e quando viu, Harry já estava indo de volta para Londres, no Expresso de Hogwarts. 

Ele olhava para fora da janela apreciando a paisagem... imaginando se no ano que vem voltaria a ver Hermione. 

Ele sabia que não era o fim... mas não havia dor mais profunda do que a dor daquela ausência.... a ausência de Hermione.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de ler "Adorável Prisioneira 2" com a continuação desta história de amor e a revelação de um grande mistério...