Adorável Prisioneira escrita por Angel Black


Capítulo 21
Capítulo 21 - O Retorno de Malfoy




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- É um retrato da Hermione? – perguntou Harry, curioso e confuso. 

- Não! – exclamou o professor Dumbledore com aquela calma usual. – Eu sempre achei que Hermione me lembrava alguém, mas não conseguia me lembrar quem. Alguém que morreu da última vez que Voldemort tentou dominar o mundo. 

- E quem é? – perguntou Harry novamente, sentindo-se extremamente aborrecido por não entender nada. 

- Helena Voldemort! – disse Arthur Weasley, entre gemidos, tentando se apoiar na parede para se levantar. 

- Fique quieto, Arthur, já vamos ajudá-lo – disse o professor Dumbledore conjurando duas macas. 

Arthur deitou-se numa maca, enquanto Dumbledore e Harry tentavam colocar Schakebolt na outra. 

- Certo! – disse Harry, quando conseguiram colocar Quim sobre a maca – E quem é Helena Voldemort? 

Weasley e Dumbledore se entreolharam, constrangidos. 

- Olha só, acho que todo mundo já aprendeu a lição que esconder segredos não é a coisa mais sábia a se fazer... e eu quero saber o que faz um retrato de uma mulher igual a Hermione aqui no Ministério da Magia. – Harry falou, agora bastante irritado. 

Os dois se entreolharam novamente.

- Helena foi uma bela mulher. – Começou Arthur Weasley - Uma grande bruxa, muito grande mesmo. Ela era tão forte que acabou chamando a atenção de Voldemort que a perseguiu durante muitos anos. 

“Nesta época, Harry, todos nós já sabíamos quem Voldemort era e a guerra estava cada vez pior. A última notícia que soubemos de Helena é que ela havia fugido para evitar que Voldemort a pegasse. Ela ficou longe de nossa memória durante muito tempo. Todos acharam que ela havia conseguido fugir. No ano passado quando descobrimos que Lucius ainda era um comensal da morte, o ministro Fudge pediu-me pessoalmente que trilhasse os caminhos de Malfoy, para tentar descobrir o que mais ele tentou fazer no Ministério. Nessa investigação, descobrimos este quadro.”

- Um quadro que é a própria imagem de Hermione.... – concluiu Dumbledore, um pouco surpreso com suas próprias palavras. 

- No início ninguém sabia que este quadro não era de Hermione. Mas como é muito antigo, fizemos uma investigação. Descobrimos toda a história de Helena. 

- E o que esta Helena tem a ver com Hermione?

- Harry.... este é o problema... e vou pedir que não revele isto a Hermione por enquanto. - falou Arthur, com dificuldade para respirar.

- Eu não vou fazer isto... prometi a mim mesmo que contaria tudo a Hermione. 

- Se conseguir, Harry, fará um grande favor a todos nós...

- Por que? – perguntou Harry, com medo da revelação que Weasley estava prestes a fazer – Falem logo, o que isto tem a ver com Hermione!

- Bom...HERMIONE É...

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Quando os testrálios com Harry, Dumbledore, Arthur Weasley e Quim Schakebolt chegaram, muitos dos membros do Ministério e alunos do colégio vieram recebê-los. Gina e Rony vieram correndo para abraçar o pai. Hermione ficou um pouco mais atrás, emocionada em ver a cena em que os Weasleys se abraçavam. 

Harry desceu do Testrálios com os olhos fixos em Hermione. Ah, pensou Harry, como se arrependera de ter sabido o que soubera. Como seria difícil para ele ver Hermione sofrendo com o que precisava revelar. Ela sofreria tanto! E ele.... mal sabia como revelar a ela que....

Deus, dê-me forças, rezou Harry, baixinho, aproximando-se de Hermione. 

- Hermione... – disse ele, sussurrando no ouvido da amiga. – Será que você pode vir comigo um instante. 

- Agora, mas... – Hermione fazia menção em ficar para comemorar com os Weasleys.

- Agora!

Harry puxou Hermione, afastando-se com ela, para longe do alvoroço. 

- O que foi, Harry? – Hermione perguntou, percebendo que Harry estava muito estranho. 

Harry só começou a falar quando estavam perto do lago. Exatamente no lugar onde ficaram juntos pela primeira vez. 

- O que aconteceu, Harry – insistiu Hermione. 

- Hermione... eu.... – Harry falou. Sua garganta estava seca e seus olhos começavam a arder. Tinha medo de não conseguir contar o que precisava. – Eu... preciso contar algo muito grave que descobri no Ministério agora. 

- Meu Deus! – Hermione sussurrou, preparando-se para algo ruim, mas o que Harry precisava contar era ainda muito pior do que poderia imaginar. 

- Hermione... você precisa ser forte. Eu descobri que existe um quadro que... - iniciou ele, temeroso.

- GRANGER! – ambos viraram-se automaticamente ao escutarem uma voz conhecida chamando por Hermione. 

- Malfoy?... Malfoy! – Hermione sorriu e correu para os braços de Draco que se abriram num abraço. 

- Hermione! – Malfoy disse, apertando Hermione contra si. – Eu senti tanto a sua falta. Eu pensei tanto durante tanto tempo e decidi que eu precisava voltar... voltar e lutar do seu lado... só assim eu seria digno... para você!

Hermione estava alegre por ver Draco bem, mas era só. Antes que pudesse se desvencilhar dos braços de Malfoy, porém, ele a surpreendeu com um beijo apaixonado. 

- Draco, não! – disse Hermione, sem graça, afastando Malfoy para olhar para o lugar onde Harry estava há um minuto atrás: agora não havia nem sinal de Harry, por perto. – Draco... – disse Hermione, voltando a olhar para o amigo. – Eu fiquei muito preocupada com você, mas isto não significa que nós dois... 

- Eu sei! – disse Malfoy, sinceramente – Eu sei e respeito isto, Hermione! Eu sempre serei seu, mas vou respeitá-la, eu juro. Mas se um dia precisar de alguém, saiba que pode contar com a minha ajuda. 

- Eu vou contar mesmo! – disse Hermione, com um sorriso. – Harry precisa de toda ajuda possível. 

- Ah... Harry! 

- Sim, Harry! – insistiu Hermione. – Mas estou contente por vê-lo bem, Malfoy... estou contente mesmo. 

Hermione deu um novo abraço em Draco. Sentia-se feliz por ter finalmente convertido um dos seus piores inimigos.

Um vento soprou de repente, chicoteando seus cabelos e um arrepio invadiu de novo seu corpo como uma sensação gelada que invadia seu coração. Era a mesma sensação que ela sentira no dia em que vira Draco pela última vez. Era um pressentimento ruim, que Hermione tentou sufocar com um sorriso sem graça nos lábios. 

- Está ficando frio... é melhor entrarmos, Draco.

Hermione não poderia saber o que estava por vir, mas sabia que aconteceria algo muito ruim. 


Quando Hermione, na companhia de Draco, entrou no castelo, Rony, que ainda se encontrava abraçado ao pai e a Gina, fez uma careta de reprovação. 

- Onde está Harry? E o que Malfoy faz aqui?

- Calma, aí, Rony. Lembre-se que Malfoy ajudou a mim e a sua irmã a fugirmos das garras de Voldemort. Ele está do nosso lado agora! 

- Não tenho tanta certeza!

- Ora essa, Wezzle! – falou Malfoy despeitado, repetindo a forma como o ministro chamada Rony - Não tenho que te provar nada! E para falar a verdade, estou do lado de Hermione, que é o meu lugar. 

- Calem a boca vocês dois. – Ralhou Hermione, impaciente - Agora é hora de juntarmos as forças e não de rixas infantis. Você devia estar contente por ter seu pai bem, Rony!

- É meio difícil com esse bando de gente gemendo por aqui. E onde está Harry? 

- Não sei – Hermione respondeu – Achei que ele tivesse entrado. 

- Não! 

Hermione abaixou a cabeça... um pouco preocupada.

- Malfoy? – Gina se aproximou e abraçou Malfoy que retribuiu a gentileza, beijando-a sobriamente na testa.

- Ai, meu Deus, que isso? Agora até a minha irmã... - falou Rony, irritado.

- Ele me salvou, Rony.... - defendeu Gina, ainda abraçada a Malfoy.

- É isso aí, Wezzle. - retrucou Malfoy, provocando.

- Pare de me chamar de Wezzle...



Enquanto Malfoy, Rony e Gina conversavam, Hermione resolver voltar para fora do castelo, discretamente. Foi até o lago e olhou para os lados, mas não havia sinal de Harry. 

Caminhou um pouco mais e se encostou na árvore ao lado do lago, no mesmo lugar em que ambos se beijaram pela primeira vez. 

Havia passado tanto tempo desde aquela noite. Hermione conseguia sentir o gosto dos lábios de Harry nos seus... mas tudo fora uma grande mentira inventada por Harry para destituí-la de ficar no castelo. Aquilo a fazia sofrer muito. 

Agora, apesar da situação caótica em que o mundo mágico se encontrava, pelo menos estava livre das acusações e estava livre... livre para ir e vir aonde bem entendesse. Malfoy havia retornado e estava bem. Não poderia haver outra acusação contra ela, nem que Fudge quisesse.

Ainda não entendia porque Voldemort e Fudge estavam tão preocupados com ela, mas agora era tarde para tentar entender qualquer coisa. A guerra estava ali e aconteceria mais dia menos dia. O ataque ao Ministério era somente uma batalha perdida para avisar que o pior ainda estava por vir. O retorno de Malfoy era como um sinal de que haveria muitas águas a rolarem por aquele rio.

Ela sentia-se muito bem com Draco agora. Sentia que ele a amava e que poderia confiar nele. Uma confiança que nunca pode sentir por ele antes. Mas isto mudara o que sentia por Harry?

A lembrança daquela noite em que sentiu o suposto amor de Harry por ela ainda doía muito, tanto que fazia seu coração palpitar e seu estômago se contorcer. 

Hermione levantou-se ao perceber que não passava muito bem. O mais certo a fazer era ir para o seu quarto, afinal de contas, apesar de Madame Pomfrey dizer que sua saúde estava quase que completamente restaurada, ela não poderia descuidar. 

Quando voltou a torre da grifinória, tomou cuidado para não passar por onde as pessoas estavam, mas quando subia as escadas, escutou a voz de Gina avisando que Molly e o restante da família Weasley chegariam em breve. Não era somente eles que viriam a Hogwarts. 

- Harry deu ordens para que todas as pessoas que estão em condições para lutar viessem imediatamente para Hogwarts! – Gina falou orgulhosa. Hermione também estava orgulhosa. Harry finalmente seguia seus conselhos e tentava liderar a guerra. 

- HARRY deu ordens? – Malfoy perguntou incrédulo. Hermione percebeu uma pontinha de ciúmes em Draco. Era bom ser amada, embora não pudesse compartilhar daquele sentimento com Draco. Imaginava se não era o mesmo que Harry sentia. 

Depois disso, sentindo um forte baque no estômago, resolveu subir as escadas rapidamente. 

Quando entrou na sala comunal, porém, encontrou Harry que, fora uma corujinha dourada que sobrevoava a sala em círculos, era o único habitante àquela hora. 

- E então? – Harry perguntou com um sorriso sarcástico no canto dos lábios – Já matou saudades de Draco? Imagino que estejam namorando. Se é que isto se pode chamar de namoro. 

- Não. Não estamos namorando – Hermione respondeu com calma, ao ver que Harry parecia nervoso. – Ele é apenas um amigo. 

- Não se beija um amigo da forma como você o beijou, Hermione. 

- ELE me beijou, Harry. E só conseguiu porque me pegou de surpresa. Se tivesse ficado lá e não sumisse como você sumiu, você saberia. 

- Não precisa me dar as explicações. Eu lhe entreguei a carta e você escolheu. Escolheu a pessoa que tentou te matar, mas não cabe a mim julgá-la, não é mesmo, Mione?

- Está bem, então! – disse Hermione, querendo desesperadamente terminar aquela discussão. Agora começava a sentir frio e estava um pouco tonta – Agora vou me deitar... não me sinto muito bem.

Mas antes que ela chegasse a escada que dava para o dormitório feminino, Harry puxou seu braço. 

- Desculpa, Hermione. – disse Harry, num tom mais calmo. – Eu... sinto pelo que eu falei. Mas eu preciso muito lhe contar algo... algo muito grave. 

Mas uma vez Hermione sentiu um forte enjôo. O coração palpitava cada vez mais rápido. 

- Seja o que for, Harry, pode ficar para amanhã. Eu não me sinto muito bem, amanhã a gente se fala. 

- Hermione, o que foi? Quer que eu te leve a ala hospitalar... você parece pálida. 

Harry estava preocupado. Sabia que apesar de nos últimos dias, Hermione estar bem melhor, a sua saúde ainda era muito delicada. Ela quase morrera duas vezes, uma das vezes fora nos seus braços e isto era o bastante para deixá-lo aflito. 

- Não é nada. Só preciso descansar. O dia foi longo com muito treino e depois o que aconteceu com o Ministério... só estou cansada. Não é nada de grave. 

- Como não? Fala comigo Hermione. Eu me preocupo com você. 

Hermione deu as costas sem lhe responder e subiu as escadas, mas tropeçou num dos degraus e passando mal, caiu, quase desmaiando. 

Harry, instintivamente, subiu as escadas para socorrê-la, mas os degraus viraram uma rampa e ambos escorregaram até o chão. 

- Hermione? – Harry perguntou, tentando ajudá-la, mas esta o empurrou, mantendo uma mão espalmada no peito dele, como que para manter uma distância segura. 

- Estou bem. 

- Eu te levo para a ala hospitalar. 

- Já disse que não quero... eu estou bem. – disse Hermione empurrando Harry e correndo escada acima. No dormitório, Hermione fechou a porta com estrondo, deixando um Harry muito aflito, as palavras de Hermione ainda ecoando em sua cabeça, perturbado ao vê-la passar mal novamente. 

Neste mesmo instante, Gina, Rony e outros integrantes entraram num alvoroço na sala comunal. 

- Harry, tudo bem? – Gina perguntou, ao ver a expressão preocupada de Harry. 

- Gina, sobe lá em cima e vê como a Hermione está. Acho que ela não está legal, mas ela não aceitou a minha ajuda. 

- Tá, fica calmo, Harry, eu já vou... – disse Gina, subindo as escadas. 

O dormitório em que Gina ficava não era o mesmo que o da Hermione, por não estarem na mesma classe, por isso, Gina não tinha o acesso que gostaria de ter naquele momento, mas não se deu por satisfeita e deu algumas batidinhas na porta. 

- Mionee! – perguntou, sem obter respostas. 

Retornou a bater, agora mais fortemente. 

- Mionee! É a Gina, você está bem?

Novamente Gina retornou a bater, quando escutou uma vozinha fraca respondendo. 

- Estou sim, Gina! 

- Mesmo, Mione? O Harry está preocupado com você.... ele disse que você passou mal. 

- Estou bem, agora! Só preciso descansar um pouco. 

- Mione... se quiser conversar.... – disse Gina com a mão na maçaneta, pronta para abrir a porta. 

- Estou cansada... preciso descansar agora.

- Está bem! – disse Gina, desistindo. – Se precisar de mim...

- Eu te chamo... Gina... eu juro... mas agora me deixe em paz... eu preciso mesmo descansar...
 


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