Adorável Prisioneira escrita por Angel Black


Capítulo 13
Capítulo 13 - A revelação da profecia




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— Meu Deus, Gina – disse Hermione abraçando a amiga – eu pensei que você estava morta! Eu pensei que eu havia matado você!

— Então não estavam me procurando? – Gina perguntou. A garota estava muito abatida com olheiras muito profundas e alguns quilos a menos.

Hermione não soube como responder. Não estava entendendo muito mais do que ela.

— Na verdade, você assassinou Belatriz Lestrange na noite em que você pensou ter matado Gina. Você deve lembrar de Belatriz? – Mafoy revelou, aproximando-se das garotas e ajoelhando-se ao lado delas.

— Eu lembro muito bem – disse Hermione, afagando os cabelos de Gina para mantê-la calma. Ela estava muito emocionada por ver Gina bem, mas precisava manter-se forte por ambas. – Lestrange matou Sirius, o padrinho de Harry. Ela tomou a poção polissuco, não?

— Sim, verdade. Como sab..? Pra que eu estou perguntando. Você é a melhor aluna de Hogwarts. Deve até saber como se faz esta complicada poção.

Era verdade. Hermione fizera a citada poção no segundo ano em Hogwarts.

— Como e quando Gina foi seqüestrada? – Hermione perguntou, sem paciência.

— Não há tempo para explicações, Hermione – Draco revelou num tom de urgência. LORD DAS TREVAS saiu para uma missão, mas deixou minha mãe cuidando de vocês duas. Eu consegui estuporá-la, mas ela não vai ficar desacordada por muito tempo. Precisamos fugir antes que ela acorde, ou antes que VOCÊ-SABE-QUEM VOLTE.

— Por que quer nos ajudar? – Hermione perguntou. Ela estava desconfiada, mas dadas às circunstâncias não podia recusar sua ajuda.

Como Malfoy hesitou em responder, Hermione teimou em perguntar, acentuando ainda mais suas desconfianças.

— Se o final é a nossa morte, Malfoy, não faça joguinhos emocionais, eu já estou cansada de..

— EU AMO VOCÊ! – Malfoy declarou de uma vez só, como se não tivesse coragem se tivesse que falar uma segunda vez. – Demorei em descobrir isto, mas desta vez é de verdade.

Por mais que aparentasse inocência, Hermione não podia acreditar.

— Você me ama tanto que me entregou a seu mestre? – Hermione perguntou num tom sarcástico. – Eu estou rodeada de pessoas que querem o meu bem, fazendo-me mal.

Hermione desabafou. Estava tão cansada! Mas não podia se deixar derrotar. Havia uma renovação de esperanças a ver Gina bem, isto é, viva, pois Gina parecia muito abalada.

Malfoy não respondeu à provocação de Hermione. Ficou parado olhando para o nada como se estivesse pensando.

— Você vai nos ajudar ou não vai? – perguntou Hermione entre os dentes.

Draco saiu de seu marasmo perplexo.

— Vou, claro que vou. Será que Gina pode andar? – Malfoy perguntou.

— Posso, sim – Gina respondeu timidamente ainda abraçada à Hermione, que, mesmo debilitada, ajudou a garota a se levantar.

Draco seguiu à frente das garotas e abriu a porta. Saíram para o que parecia ser uma cozinha, num estado ainda mais precário do que o quarto onde estavam. Havia uma mesa com apenas uma cadeira que estava virada, caída no chão. Ao lado, Narcisa Malfoy jazia desmaiada.

— Venham! – Malfoy puxou Hermione pela mão até a porta de saída.

O sol da manhã ofuscou a vista de Hermione por uns instantes, mas quando conseguiu ver melhor, soube exatamente onde estava: era uma parte bem distante de Hogsmeade. Ela já havia estado ali antes no ano anterior com Sirius na forma de cachorro. O casebre ficava perto da Casa dos Gritos, mas ficava longe do povoado para que pudessem pedir ajuda.

— E agora? – perguntou Hermione a Draco. – O povoado fica muito distante, jamais chegaremos lá antes que sua mãe desperte.

— Não é ela que me preocupa – reiterou Draco – De qualquer forma, há uma passagem secreta na casa dos gritos que leva até Hogwarts. Um dos lacaios de VOCÊ-SABE-QUEM, chamado PEDRO PETIGREW nos contou. É por ali que Lestrange saía e entrava em Hogwarts quando estava disfarçada de Gina.

— Eu sei! Conheço aquela passagem secreta, mas a casa está fechada.

— Eu conheço uma entrada... vamos.

Draco apressou o passo em direção à Casa dos Gritos. Hermione correu para acompanhá-lo tomando cuidado em olhar para trás, puxando Gina que estava muito pálida. Tinha medo que Gina desmaiasse. Com esta preocupação acabou esquecendo-se de suas próprias dores.

Quando alcançaram a Casa dos Gritos, um estranho vento soprou do norte. Hermione sentiu uma estranha sensação na boca do estômago. Já havia sentido isto uma vez antes: apenas uma vez. No dia em que Sirius morreu, Hermione sabia que alguma coisa estava estranha. Naquela ocasião, tentou com todas as forças manter Harry no castelo, mas este insistiu em ir atrás de Sirius. Hermione não gostava daquela sensação: era como se aquela brisa adocicada trouxesse más notícias.

— Hermione? – Draco chamou a sua atenção – Você está bem?

— Sim, estou. E agora Draco, o que fazemos? – ela perguntou, dissipando seus pensamentos sobre aquela brisa incomum e sua estranha sensação ao chegarem à Casa dos Gritos.

— Suba a trepadeira. A janela da esquerda tem uma tabua em falso.

Com esforço Hermione subiu pela trepadeira, agarrando-se à parede e a calha para escalar a casa. Quando chegou a janela que Draco dissera, bateu em todas as tábuas até que uma cedeu para dentro como uma portinhola.

Gina chegou um pouco depois de Hermione, que ajudou a ruiva a passar pela estreita abertura.

— Você está bem? – Hermione perguntou para Gina que parecia um pouco melhor.

— Estou. Onde estamos Mione? Vamos mesmo para Hogwarts? Será que não é uma armadilha de Malfoy? – Gina perguntou.

— Não sei, Gina, mas só podemos confiar nele agora, não há mais ninguém que possa nos ajudar.

Um barulho de fora atraiu a atenção das meninas que se viraram depressa para a janela.

— Draco? – Hermione perguntou, sem obter resposta.

O rosto de Malfoy surgiu na janela. Ele estava lívido.

— O que foi? – Hermione perguntou a Draco, assustada, correndo para ajudá-lo a transpassar a janela.

— Não é nada! – Malfoy respondeu, fingindo displicência. Hermione sabia que alguma coisa estava erra. – Vamos logo, desçam a escada.

Hermione puxou Gina para baixo seguida de perto por Malfoy que apressava o passo. Chegaram até o alçapão que abria a passagem secreta. Draco o abriu sem esforço e ajudou Gina a descer.

Um barulho de estalido fez se ouvir no andar de cima, chamando a atenção de Hermione e Draco.

— O que foi isto? – Hermione perguntou, amedrontada.

— Não é nada! – Malfoy respondeu. – Vá em frente, Hermione. Eu vou depois.

— NÃO, NÃO VAI NÃO. VOCÊ NÃO VAI SUBIR ESTAS ESCADAS. EU SEI MUITO BEM O QUE ESTÁ ATRÁS DE NÓS.

— Hermione agora não é hora...

— É SIM.... SE VOCÊ VAI SUBIR EU VOU COM VOCÊ.

— HERMIONE! – Draco gritou aborrecido. – FUJA, GAROTA TOLA, VOCÊ NÃO SABE O QUE ELE FARÁ COM VOCÊ SE A PEGAR.

— NÃO! – Hermione levantou o queixo. – SÓ SE VOCÊ FOR COMIGO!

— Não há tempo...

— Sempre há tempo... – Hermione segurou a mão de Draco. – Vamos Draco, venha comigo.

— É tarde demais para mim. – Draco disse olhando Hermione nos olhos. – Eu preciso lhe falar uma última coisa: quando amamos alguém, damos nossa vida para o bem estar do ser amado, Hermione. Lembre-se disso. Uma grande paixão pode nascer de uma singela amizade ou do mais avassalador ódio, mas um amor verdadeiro só pode surgir entre duas almas que se compreendem e se completam. Quando aceitei esta verdade percebi o que tive de fazer. Não se culpe por isto, Hermione. Eu amo você. E o meu amor é verdadeiro, mas sei que para você sou uma paixão que queima, mas há de se apagar...por isto... não é a mim que pertence.

Os olhos de Hermione marejaram. Uma lágrima cruzou seu rosto e caiu sobre as mãos de Draco.

— Eu já nem sei mais o que é o amor... – Hermione desabafou. Malfoy aproximou-se de Hermione ainda mais. A tensão entre os dois parecia extravasar para fora de seus corpos, mas Hermione não afastou o pretenso inimigo. Os lábios de ambos estavam a um milímetro de distância...

Os estalidos no andar de cima aumentaram. Parecia que alguém ou alguma coisa havia, enfim, quebrado a portinhola, despertando os dois jovens de sua divagação.

Draco soltou sua mão e subiu as escadas correndo antes que Hermione pudesse impedir. Derrotada, Hermione desceu o alçapão e, puxando Gina que parecia sem fôlego começou a cruzar o tenebroso e escuro corredor.

— Estamos quase chegando, Gina, quase chegando... – Hermione incentivava Gina a caminhar.

Logo a luz apareceu no fim do túnel, revelando os primeiros contornos dos terrenos de Hogwarts. No mesmo instante, um barulho muito forte fez se ouvir de algum ponto às suas costas. Hermione olhou para trás tentando divisar alguma coisa na penumbra. De repente, conseguiu enxergar dois olhos avermelhados e demoníacos em forma vípera aproximarem-se rapidamente.

— VAMOS!

Hermione agarrou Gina pela cintura e começou a correr em direção à luz o mais rápido que pode.

Atravessou o buraco, puxando Gina para cima, pisando na grama verde e acidentada de Hogwarts: estavam salvas!

Antes que pudesse se dar conta, algo atingiu as garotas na altura de seu estômago jogando-as alguns metros longe: eram os galhos indisciplinados do salgueiro lutador que as atingira.

Hermione rolou de dor no chão, mas, ao longe, viu a imagem enevoada de dois garotos correndo em sua direção.

— GINA, MEU DEUS, GINA! – Rony correu e abraçou a irmã que, como Hermione, rolava no chão, as mãos sobre o estômago atingido.

Gina também abraçou Rony quando percebeu que seu irmão estava ali. Harry que vinha um pouco atrás, ajoelhou-se ao lado de Hermione.

— Mione! Você está bem? – Harry perguntou debruçando-se sobre a amiga.

Hermione viu uma pequena saliência no bolso de Harry e divisou o cabo da varinha. Num rápido movimento, Hermione a sacou e levantou-se, apontando a varinha diretamente para Harry.

— Hermione? O que você está fazendo? – Harry perguntou incrédulo, levantando-se lentamente. A esta altura, Rony já havia ajudado Gina a levantar-se e ambos olhavam para Hermione com ar assustado.

Hermione abaixou a varinha e deu as costas à Harry caminhando em direção ao salgueiro lutador.

Harry correu e pôs-se a frente de Hermione.

— Hermione, pelo amor de Deus, o que você quer fazer? – Harry perguntou ao perceber a intenção de Hermione.

— Eu vou me vingar de Voldemort. Juro que vou.

— Não seja tola, Hermione. Voldemort matará você se você o atacar.

— Eu não me importo, morrerei vingando meus pais.

— Então morrerá em vão!

— Saia da minha frente! - gritou ela, sem paciência, sentindo seu rosto corar.

— Não, não saio. E se quiser passar terá de me matar.

Hermione tentou cruzar o caminho de Harry, mas este a segurou pela cintura. Ela ainda se debateu nos braços do amigo, mas como este era muito mais forte do que ela e estando ela tão debilitada acabou desistindo, desabando desconsolada sobre os ombros de Harry.

— Me deixe ir... Draco precisa de mim... - disse ela, por fim, entregando-se às lágrimas e ao cansaço.

— Draco é um dissimulado.

— Draco foi o único que ficou do meu lado enquanto o mundo desabou em cima de mim... ele foi o único. Eu precisava de você Harry. Precisei tanto de você e você me abandonou.

— Eu não te abandonei, Hermione. Eu nunca te abandonei. Você não sabe...

— O que eu não sei? O que você não me contou?

— Eu não posso contar, Hermione... eu não posso.

— Me deixe ir... me deixe ir... – Hermione começou a se debater novamente. Harry apertou-a ainda mais contra seu corpo. – Eu preciso matar VOLDERMORT.

— Você não o matará, Hermione. SÓ EU POSSO MATAR VOLDEMORT. O MEU FIM TERMINARÁ SENDO A VITIMA OU O ASSASSINO DE VOLDEMORT. É ISTO O QUE DIZIA A PROFECIA, HERMIONE. ERA ISTO O QUE DIZIA A PROFECIA.

Hermione enfim acalmou-se abalada pela revelação de Harry. A triste constatação do fim de Harry foi o tiro de misericórdia para ela que já estava sobre tamanha pressão.

— Harry... – Hermione começou a chorar desconsoladamente aconchegada ao peito de Harry. Ambos tremiam depois daquela batalha psicológica, mas Hermione finalmente chegara à sua exaustão física e emocional.

— Rony! Corra ao castelo e avise DUMBLEDORE que Voldemort está na Casa dos Gritos. – comandou Harry.

Rony, de mãos dadas à irmã, correu em direção ao castelo.

Harry tomou Hermione nos braços e começou a caminhar em direção ao castelo. Hermione envolveu o pescoço do amigo com os braços, sem conseguir controlar seu pranto copioso.

Mesmo perturbado com a sua discussão com Hermione, não havia ninguém em Hogwarts mais feliz do que Harry Potter, carregando sua amada amiga com carinho.


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