Eu e Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 28
Capítulo XXVIII - Perdição


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo é bem sugestivo rsrsrs



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Encontro Chaff contando uma piada de mau gosto para Haymitch e minha mãe. Me sento no lugar mais afastado que encontro na sala. Estou preocupada com a cena que acabei de presenciar, os olhos cheios de dor de Peeta não saem da minha mente. Para minha sorte, todos estão ocupados demais para prestar atenção em mim. Por isso, quando eles, finalmente, se dão conta da minha presença já estou um pouco melhor e consigo fingir – dentro dos meus limites – que acho a piada de Chaff engraçada.

– Onde está Peeta? – pergunta Chaff para mim.

– Ele já está descendo – minto, não sei se Peeta irá vir para a sala depois daquilo.

– Haymitch, acho que podemos ir ver suas novas bebidas, enquanto Peeta não chega.

Não posso permitir isso, tenho que fazer alguma coisa.

– Tenho algumas fotos aqui... – digo, pegando um dos álbuns. Abro o álbum esperando que a sorte esteja a meu favor e neste álbum esteja uma foto bem vergonhosa – Olha esta foto, Chaff... sou eu... – Se minha intenção era passar vergonha, a foto serve exatamente para este propósito.

Olho para a foto, lá estou eu, toda labuzada de sorvete, com treze anos, após Peeta me fazer ir comprar sorvete para ele e seus amiguinhos em um dia quente. A sorveteria era longe, e quando cheguei os sorvetes estavam todos derretidos, tão derretidos que haviam lambuzado minha roupa. Minha mãe quis me matar ao ver meu estado. Porém, antes tirou uma foto para registrar o momento. Obrigada, mãe, por eternizar este momento.

– Pequena Katniss, é você! – diz Chaff, pelo menos consegui chamar a atenção de Chaff.

– Sim, é ela! – diz Peeta, rindo atrás de mim.

Olho para Peeta, espantada, em seu rosto não há o menor sinal de toda a dor que vi há alguns minutos. Agora, quem está em minha frente é o velho Peeta, arrogante, irritante e prepotente.

– Chaff, você quer saber como ela ficou desta maneira? – senta-se ao meu lado.

– É claro, que quero! – responde, mais do que rápido, Chaff.

– Neste dia, Katniss, resolveu comer tanto sorvete que ficou assim! Nem te conto quantos sorvetes ela comeu! – ri.

– Peeta, e você que comeu todos aqueles algodões doces! – digo, mostrando uma foto de Peeta com um cinco ou seis anos segurando um algodão doce – Peeta me contou que comeu tantos algodões doces, neste dia, que nunca mais quis ver outro algodão doce em sua frente. Ele até hoje tem trauma de algodão doce!

– Não acredito nisto, Peeta – ri Chaff.

Esta história do algodão doce é mentira. Foi a primeira coisa que me passou pela cabeça, ao ver a foto de Peeta com o algodão doce.

– Pode acreditar nisto, Chaff – fala Peeta – Eu tenho trauma de algodão doce! – ri.

Peeta e eu começamos a inventar histórias vergonhosas de fotos que encontramos ao acaso. Algumas nem precisam de histórias vergonhosas, já que a foto já é vergonhosa por si só. Acabo me divertindo com tudo isto, as fotos de Peeta criança são tão fofinhas... Peeta também parece se divertir. Tanto que acabo por deixar aquela cena bem longe de meus pensamentos.

– É quase uma hora da manhã! – diz Chaff olhando para o relógio. – Preciso ir, amanhã tenho uma reunião importante. Trabalho até nos finais de semana, acredita, Haymitch?

– Eu sei como é isso, Chaff.

– É uma pena que não vi suas bebidas novas – lamenta Chaff.

Neste momento eu e Peeta trocamos olhares apreensivos, já nos preparando para colocar fogo na casa se isso impedir de Haymitch chegar perto da adega.

– Fica para a próxima visita – completa Chaff, para nosso alívio.

Chaff se despede, outra vez me lambuzando com um beijo molhado na bochecha.

– Este cara quer me afogar em sua saliva! – digo, limpando minha bochecha, enquanto minha mãe e Haymitch acompanham Chaff até a saída.

– Acho que sim – ri Peeta.

– Queria ver se fosse você!

Peeta ri de meu estado.

– Aposto que se eu fosse uma garota, Chaff já teria feito muito mais que beijar minha bochecha.

– Rararara – falo irônica – Muito engraçado!

– É sério, Katniss, imagine se eu fosse uma garota?! Teria que me esconder, caso o contrário, Chaff me atacaria toda a vez que me visse... não só ele – fala todo convencido.

Tento evitar, mas não consigo não rir de Peeta. E até começo a pensar em uma versão feminina dele, agora que não posso evitar cair na gargalhada. Aliás, nós dois caímos na gargalhada.

– Katniss, quer jogar? – diz, contendo o riso com esforço, quando passamos diante da sala de jogos.

– Só se for agora! – com tudo o que aconteceu hoje, estou com muita adrenalina para conseguir dormir.

Peeta começa a escolher um de seus jogos para colocar no vídeo-game. Olho para ele. Lembro-me da cena em seu quarto, de seus olhos cheios de dor. Não quero pensar nisto, não quero ver seus olhos assim, novamente.

– O que foi, Katniss? – diz, me entregando um dos controles.

– Nada – digo, tentando sorrir – Estava pensando em uma estratégia! Você não vai conseguir me vencer!

– Quero só ver!

Começamos a jogar. De fato, consigo vencer Peeta! Só não sei como, ele é um ótimo jogador.

– Katniss, você andou treinado? – pergunta, colocando seu controle no chão.

Estamos sentados no tapete, em frente a enorme TV, bem próximo um do outro, nossos braços estão quase se tocando.

– O que você acha? Não se pode derrotar Katniss Everdeen tão facilmente – falo de maneira divertida.

– Katniss, você está me surpreendendo, hoje! – olho para Peeta – Nunca pensei que teria tanta imaginação! Que história é essa de que eu corro de algodão doce? E que na oitava série, quando teve a festa do algodão doce no colégio, eu me escondi no banheiro do colégio e só sai de lá quando a festa acabou? – diz ele, rindo.

– Sei lá, falei a primeira coisa que me veio a cabeça, só queria que o Chaff não fosse para adega – falo, rindo da história que inventei.

– Chaff depois destas histórias deve acreditar que nós somos dois loucos!

– Espero que ele ache que somos dois loucos e não volte aqui tão cedo! Não aguento mais receber seus beijos molhados em meu rosto e nem seus abraços apertados.

Peeta me olha, rindo. Também olho para ele, em seus belos olhos azuis... tão azuis que sou capaz de me perder. Estamos muito próximos, tanto que sinto o cheiro de sua colônia. Peeta se aproxima mais de mim, seu rosto está apenas alguns centímetros do meu, sinto seu hálito, que cheira a hortelã.

Seu olhar está me hipnotizando, levando toda a minha razão, tudo o que desejo neste momento é ficar ainda mais perto dele. Devido a isso aproximo meu rosto mais um pouco, a ponto do espaço que nos separa ser mais breve que a espessura de uma caneta. Sem saber o que estou fazendo – os olhos de Peeta levaram todo o meu juízo – sinto meus lábios se unirem aos lábios dele. Seus lábios são quentes e macios, tão macios... Sua língua vai parar em minha boca e começa a se mover como um pequeno filhote de cachorro brincalhão que brinca com minha língua. Seus braços me envolvem e me apertam contra seu corpo. Minhas mãos vão parar em suas costas.

Definitivamente, não sei o que estou fazendo. Só sei que quero mais. Sinto um calor tão agradável estando nos braços de Peeta, um calor que se espalha por todo meu corpo. Só sei que preciso de Peeta, me aperto ainda mais contra ele. O calor está aumentando, quero mais, não quero parar agora.

Os lábios de Peeta saem dos meus lábios e vão parar em meu pescoço, seus beijos são vorazes. Uma de minhas mãos (não sei como, não me pergunte) vai parar de baixo da camiseta dele percorrendo suas costas nuas. Enquanto a outra mão percorre o seu cabelo.

Peeta para de me beijar e me olha. Em seguida faz com que eu me deite no chão, inclinando seu corpo sobre mim. Ele se coloca sobre mim, seus lábios vão parar sobre os meus novamente. Uma de suas mãos entra debaixo de minha blusa. Minha pele se arrepia com o contato de sua mão. Porém, este arrepio é bom, quero mais, anseio por mais.

Minha mão começa a levantar sua camiseta. Peeta percebe o que estou fazendo, para de me beijar e retira sua camiseta. Olho para seu corpo perfeito, ele está soerguido sobre mim, minha mão vai parar em seu peito, o percorrendo. Peeta pega minha mão que percorre os músculos de seu peito e a beija suavemente, colocando minha mão em seu rosto, o acariciando com minha mão. Leva novamente minha mão a boca e a beija. Ele se inclina sobre mim e pressiona seus lábios sobre os meus. Meus braços envolvem o torso nu de Peeta, o apertando fortemente contra mim. Uma das mãos de Peeta sobe parte de minha blusa, deixando minha barriga à mostra. No entanto, não estou preocupada com isto, quero mais de Peeta, quero sentir ainda mais este calor que me consome. Estou totalmente arrebatada por Peeta, me sinto embriagada por seus beijos. Eu perdi completamente a razão, tudo o que me importa agora é meu corpo e o corpo de Peeta.

Os lábios de Peeta sugam os meus. Quando percebo eles estão em minha orelha, ele morde suavemente minha orelha, minha reação é puxar forte seu cabelo. Uma das mãos de Peeta percorre minha perna. Ele está com uma de suas pernas entre as minhas, apoiando sobre elas para que seu peso não caia sobre mim.

Sinto novamente os lábios de Peeta sobre os meus. Estou completamente perdida, sei disso, mas não tenho forças para fazer nada. Meus pensamentos, minha razão foram parar em algum lugar que não consigo encontrá-los.

– Peeta – ouço a voz de Haymitch que vem do corredor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Quem está com vontade de atirar Haymitch pela janela?