Eu e Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 21
Capítulo XXI - As consequências de um banho gelado


Notas iniciais do capítulo

Minha terceira recomendação!!!! Estou muito feliz :D. Este capítulo é dedicado a IzaC, que fez com que meu final de semana se torna-se mais agradável. Obrigada IzaC!
Vocês sempre estão me surpreendendo meu lindos leitores!



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Entro na cozinha trancando a porta atrás de mim. Se eu tivesse tomado um banho daqueles também estaria furiosa.

– Abre a porta! – grita Peeta.

– Não! – falo.

– Katniss! – grita, enquanto bate fortemente na porta, tentando a abrir.

– Você vai dormir ai fora – digo saindo da cozinha.

Peeta parece estar furioso. Todas as outras entradas da casa estão fechadas. Peeta dificilmente irá conseguir entrar em casa, hoje. Bem feito, Peeta Mellark, quem mandou ser tão cretino e me fazer aquilo... Agora você vai dormir na casinha do cachorro, na verdade, não temos cachorro, mas você iria dormir em uma se tivéssemos um cachorro.

Entro em meu quarto. Estou exausta, preciso dormir. Foi realmente um longo dia. Quanto a você, Peeta, fique ai, no jardim, enquanto eu durmo em minha confortável cama.

Visto meu pijama, composto de um moletom velho e uma camiseta, que são perfeitos para dormir, já que são muitos confortáveis. Me jogo na cama, imediatamente meus olhos se fecham. No entanto, antes que caia em um sono profundo, sou despertada por batidas na porta de meu quarto.

– Katniss! Katniss! – Peeta me chama.

– Como você entrou aqui?

– Pulei a janela da cozinha – responde.

A voz de Peeta, estranhamente, não me soa furiosa. Contudo, não cairei neste truque. Peeta pode fingir muito bem, quando quer. Ele é um mestre nisto. Não vou me deixar enganar por sua voz calma. Não, mesmo.

– Katniss... – nada falo – Katniss... – sua voz diminui de tom – Katniss... – sua voz é quase um murmúrio.

Peeta se cala. Será que ele desistiu de bater em minha porta?

– Peeta? – digo após um momento de silêncio. Este silêncio me soa suspeito – Peeta, você está ai? – não recebo resposta alguma.

Me aproximo da porta vagarosamente, quase na ponta dos pés. Coloco meu ouvido na porta. Nada escuto, parece que Peeta desistiu de me atormentar. Após alguns minutos de silêncio, com a minha orelha colada na porta – nunca pensei que um dia estaria nesta posição, Peeta me faz fazer coisas impensáveis – resolvo abrir a porta.

Abro a porta vagorosamente. E encontro... Peeta com as mãos apoiada na porta, bloqueando a passagem. Nem penso duas vezes, em fechar a porta novamente. No entanto, sou impedida de concluir o ato pelo pé de Peeta, que não permite que eu feche a porta.

– Sai daqui Peeta! – falo, ou melhor, praticamente grito.

Peeta nada responde, apenas me olha, ele se quer se move de sua posição.

– Sai, logo, Peeta, tenho aqui um spray de pimenta... – na verdade, eu não tenho nenhum spray de pimenta, mas foi a única coisa que me ocorreu – E sei usar!

– Katniss... – sua voz é quase um sussurro.

Só então reparo no estado de Peeta, suas roupas estão molhadas, tem quase uma poça de água na porta de meu quarto. E ele está muito pálido, está tremendo.

– Peeta?! – falo assustada.

– Não estou bem... tenho frio...

Coloco minha mão em sua testa. Sua pele está queimando. Peeta está com muita febre. Só me faltava esta, ser responsável pela morte de Peeta Mellark!

Peeta entra no meu quarto quase se arrastando e senta-se no chão perto da minha cama. Ou melhor, praticamente se joga no chão.

Pego uma toalha e dou para Peeta, que se enrola na toalha. Vou até o quarto de Peeta e pego uma muda de roupa. Ele precisa se trocar urgentemente, antes que seja pior.

– Peeta, é melhor você vestir isso... – digo lhe estendendo as roupas.

Peeta apenas me olha, parece estar fraco demais para fazer qualquer movimento ou até mesmo falar. Por isso, ele não apanha as roupas que tenho em minhas mãos.

– Peeta... – falo um pouco sem jeito. Não quero trocar suas roupas, isto realmente seria constrangedor – Você precisa trocar suas roupas, elas estão molhadas... – ainda não recebo nenhuma reação por parte de Peeta – Vou deixar as roupas aqui... – coloco-as no chão, perto de Peeta – Vou procurar por remédio... Não se esqueça de se trocar... – digo saindo do meu quarto e fechando a porta atrás de mim.

Tento pensar onde estão os remédios. Eu não tenho nenhum remédio em meu quarto. Procuro pelo quarto de Peeta, mas não encontro nada. Prim sempre tem vários remédios, devido a suas constantes ressacas, talvez eu encontre algo em seu quarto. Depois de procurar por um bom tempo no quarto de Prim por remédio, finalmente acho algum remédio no banheiro de Prim.

Encontro em meu quarto, um Peeta todo suado, completamente pálido e tremendo. O que eu faço? Nunca cuidei de alguém doente antes. Na verdade, eu fico em pânico quando vejo alguém doente, pois não sei o que fazer.

Não sei como, porém, Peeta conseguiu mudar de roupa, sozinho. Não sei o que faria se ele não tivesse feito isto. Ele está deitado em minha cama enrolado no cobertor.

Me aproximo de Peeta, colocando minha mão em seu rosto. Sua febre parece ter aumentado. Não tenho como medir sua febre, pois não consegui encontrar um termômetro.

Pego um comprimido, preciso fazer Peeta tomar este remédio. No entanto, Peeta está dormindo.

– Peeta, acorda Peeta! – chamo, porém ele nem se move – Peeta! – chamo desta vez o cutucando, mas isso não tem nenhum efeito – Peeta, por favor, acorda! – tento mais uma vez, chacoalhando seu braço.

Observo gotas de suor escorrendo da testa de Peeta, tenho que fazer alguma coisa, antes que isso piore. Amasso o comprimido e o dissolvo em um copo de água. Pego a cabeça de Peeta e a inclino um pouco, coloco o copo de água com o comprimido dissolvido perto de seus lábios e lentamente vou entornando o copo até que consigo fazer com que a água vá parar em sua boca, depois retiro o copo e faço a cabeça de Peeta voltar a posição normal. Ansiosamente espero os resultados, fico feliz ao perceber que Peeta engoliu a água. Repito a operação várias vezes, até o copo ficar vazio.

Vi em algum lugar (geralmente as pessoas fazem isto nos filmes) que a melhor solução para a febre é uma toalha com água fria. Não tenho nada a perder, afinal deve funcionar na vida real, não? Espero que os filmes estejam certos. Pego uma toalha, a molho, e a coloco na cabeça de Peeta.

Por que Peeta tinha que ficar doente? Tudo porque ele caiu na água gelada. Isso me faz a culpada por sua doença. A sorte nunca está a meu favor, definitivamente.

Troco a toalha várias vezes. São quase cinco horas da manhã, quando Peeta abre os olhos finalmente.

– Peeta, como você está? – pergunto preocupada.

– Estou bem... – sua voz é quase um sussurro, mas vejo que ele se esforça para torna-la tranquilizadora.

Peeta me olha docilmente, nunca vi este olhar em seus olhos antes, é tão... inocente. Peeta está com uma toalha rosa com desenhos de ursinhos – foi a única que encontrei – em sua cabeça, enrolado em seu cobertor, e tem este olhar em seus olhos. Quem o visse neste estado, nunca imaginaria que é o mesmo garoto arrogante e irritante que vive se achando pelos corredores de Panem. Riu dos meus pensamentos.

– O que foi? – pergunta Peeta.

– Nada, é só que você assim, desta maneira, se alguém da escola te visse não te reconheceria.

Peeta sorri. Céus! Que sorriso, é doce, inocente, puro. O sorriso mais lindo que eu já vi. Não é aquele sorriso sedutor que Peeta sempre usa, não, é completamente diferente, é um sorriso verdadeiro. Um sorriso, que eu nunca pensei que alguém como Peeta fosse capaz de ter.

Preciso desviar minha atenção de seu sorriso. Coloco minha mão em sua testa, embora ele ainda tenha febre, ela já está mais baixa. Pego outro comprimido e dou para Peeta.

Estou exausta e com frio. Meus olhos começam a querer se fechar, luto para mantê-los abertos, mas minhas pálpebras me parecem pesar centenas de quilos.

– Katniss... – diz Peeta, me olhando, enquanto me entrega o copo de água, após tomar o remédio – Você está tremendo de frio... deita aqui – levanta parte do cobertor me indicando um lugar a seu lado.

– Não, não precisa – falo com minhas pálpebras quase se fechando.

– Vem logo, Katniss – pega a minha mão e me puxa, não resisto.

Me deito perto de Peeta, ele nos cobre com o cobertor. Aqui está tão quentinho... Em menos de um minuto, estou dormindo.

Acordo lentamente, olho para o despertador, que me avisa que já é quase uma hora da tarde. Sinto o braço de Peeta em cima de minha cintura, e sua respiração em minha nuca. Sua respiração é tranquila, o que indica que ele já está melhor.

Retiro o braço de Peeta da minha cintura, cuidadosamente me levanto, não quero acordar Peeta. Deixo Peeta dormindo e vou ver o estado da casa.

Levo um grande susto, a coisa está pior do que pensava. Tenho que arrumar tudo isso o mais rápido possível. Começo limpando o chão da sala, recolhendo as garrafas de bebidas e os cacos de vidro do chão. O tapete persa da minha mãe está um desastre, não faço a mínima ideia de como vou limpar isto, pois quando mais eu tento limpar, mais sujo parece ficar. Depois de um tempo, consigo pelo menos limpar o vômito. Obrigada, pessoa que vomitou no tapete, só fez meu trabalho dobrar.

Arrumo as coisas que estavam fora de lugar. Consigo fazer com que a sala fique pelo menos apresentável. Quando dou por mim já são quase cinco horas da tarde. Não acredito que passei a tarde toda limpando a bagunça de Peeta!

Mas o que realmente me preocupa agora é a garrafa de vinho quebrada. Haymitch fará picadinho de Katniss e Peeta quando voltar da viagem, antes tivéssemos incendiado a casa! A onde vou conseguir 50 mil dólares! E outra garrafa de vinho? Como vamos esconder isso de Haymitch?



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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? O que acharam do Peeta doente? Ele mereceu ou não?