Eu e Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 1
Capítulo I - Só mais um ano


Notas iniciais do capítulo

Esta é a minha primeira fic. Então, por favor, não sejam rigorosos comigo.



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Sozinha. Sempre sozinha. Sou a garota estranha, a que ninguém presta atenção, a que todo mundo esquece quando pergunta com quem estuda ou aquela que serve de piadinha para os colegas em suas horas de tédio, quando procuram algo para passarem o tempo. Sim, eu sou esta garota. Porém, eu já não me importo com isso.

“Mais um ano, só mais um ano”, repito esta frase todo dia quando acordo com o som do despertador. Este é o meu mantra, “mais um ano, só mais um ano”. Acho que repito esta frase desde que tinha treze anos e vim parar neste lugar. Mas, agora esta frase irá se tornar realidade.

Assim que acordo, coloco a primeira roupa que vejo pela frente. Esta é mais uma das diferenças que me distingue das pessoas que me rodeiam, elas estão sempre vestidas com roupas de grifes famosas. Quanto a mim... digamos que eu realmente não me importo com isso.

Desço quase correndo as escadas, se minha mãe me visse, certamente ganharia um sermão de quatro horas sobre meu comportamento inadequado. No entanto, para minha sorte, minha mãe está, a essas horas, a milhares de quilômetros de distancia de mim. Se tem uma coisa com que me beneficiei neste casamento foi, com certeza, o fato de manter minha mãe bem ocupada e distante de mim, portanto salva de seus longos sermões.

Minha mãe, Effie, certamente não existe pessoas tão opostas quanto nós duas. Serei adotada? Isso explicaria muita coisa...

– Bom dia – diz Prim bocejando.

Tenho que admitir mesmo com enormes olheiras e com cara de alguém que bebeu todas na noite passada, Prim continua linda.

– Passe o chá – diz ela, enquanto massageia a cabeça – Sabia que não deveria ter bebido – resmunga entredentes.

Já ouvi esta frase tantas vezes, que me limito a passar o chá e ficar calada.

Ser a top model mais cobiçada do mundo da moda (segundo a revista Celebridades e a Moda, ou CM, para os mais íntimos, a revista mais influente do mundo da moda) tem suas desvantagens Primrose.

Morar com a senhorita top model número 1, só me faz lembrar que eu realmente não pertenço a este mundo. Olho para mim no reflexo do meu café com leite. Meu cabelo está quase um verdadeiro ninho de pássaro...

Quem acreditaria que sou a pequena irmã de Primrose, a top model? Quer dizer ela não é minha irmã realmente. Acontece que nossos pais se casaram quando eu tinha treze anos.

Eu era uma garota normal de treze anos. Tá legal, talvez não tão normal assim. Vivia em um pequeno apartamento com minha mãe, perto do escritório, onde ela trabalhava como secretária. E de repente, minha mãe casa-se com seu chefe Haymitch. E lá estava eu, de garota pobre a filha de um multimilionário. De meu pequeno apartamento, que eu chamava carinhosamente de apertamento, a uma mansão em que muitas vezes me pegava pedindo informações aos empregados para chegar até meu quarto! E foi assim, sem a menor explicação que passei a viver neste mundo, ao qual não pertenço.

Mas a pior parte foi ganhar dois novos irmãos. Primrose, a reencarnação de Afrodite, a deusa da beleza, com seus dezesseis anos, na época, já levando a loucura o mundo da moda. Eu sempre a via nos comerciais da TV e nas revista de moda que minha mãe comprava. Quase não acreditei quando a vi pessoalmente. Eu nunca me importei com o mundo da moda, porém, ter Primrose em minha frente era muito surreal.

Eu quase nunca via Prim. Ela sempre estava ocupada demais com suas viagens e desfiles. E quando eu a via, ela sempre me parecia um pouco distante e fria. Ótimo, ganhei uma irmã postiça indiferente.

No entanto, a indiferença de Prim, não era nem de longe o meu maior problema. Meu problema era ele, Peeta Mellark. Desde que o vi pela primeira vez sabia que o odiava.

Peeta tinha a mesma idade que a minha, só era alguns meses mais velho. Se eu era baixa demais para minha idade, ele era alto demais. Louro, olhos azuis, alto e belo. Era nítido que Peeta e Prim eram irmãos. O Peeta de treze anos já deixava todas as garotas caídas a seus pés, até mesmo as garotas do último ano de nosso colégio suspiravam por ele. O número de fãs só foi aumentando com o passar do tempo...

Dois irmãos que mais pareciam deuses do que reles mortais. E, de repente, eu fazia parte desta família. O posto de patinho feio da família já estava ocupado, com a diferença que este patinho não se transformaria em um belo cisne com o passar do tempo, como ficou comprovado.

Mas voltando a Peeta Mellark. Desde que eu o vi pela primeira vez, travamos uma guerra. Na verdade, ele decretou uma guerra contra mim. Não podia me ver sem fazer uma piadinha sem graça. Eu sempre fui calada e tímida. No começo suportei quieta, mas com o tempo a implicância de Peeta ficou cada vez mais insuportável, e eu comecei a responder a suas provocações. Nem todas, diga-se, pois ele fazia com que eu ficasse com tanta raiva, que não conseguia pensar em nada e as palavras não saiam. Tudo isso agravado com o fato de não ser boa com as palavras em meu estado natural. Aliás, eu nunca conseguiria responder a Peeta a altura, ele é ótimo com as palavras. Está ai, mais um dos inúmeros atributos do senhor perfeição!

– Resolveu criar pássaros? – essa voz sempre me deixa a beira de ter um ataque de nervos.

Olho para Peeta que sorri. Me limito a tomar meu café com leite. É de manhã, e meu cérebro não consegue pensar em nenhuma resposta apropriada. Além do mais, estou testando uma nova técnica, já que não sou boa com as palavras, o melhor é me fazer de desentendida e ignorar Peeta. Não como nos velhos tempos em que eu ficava calada, mas se via claramente que eu não havia gostado. Agora, eu não lhe daria este gostinho, estou aprendendo a ocultar minhas emoções. E até que esta é uma boa técnica.

Peeta se senta ao meu lado e meu olha. Porém, não dá tempo para ele lançar outra piadinha sobre meu cabelo ou minha roupa, seu celular toca.

– Ok, já estou saindo... Então, passa aqui...

Quem seria? Espero que não seja um de seus amiguinhos populares. Mas, talvez não fosse um de seus amiguinhos irritantes, e sim ele...

Meu pensamento foi interrompido. E lá está ele, com um sorriso imenso nos lábios...

– Gale, vai tomando café, enquanto pego minha mochila – maldito Peeta até isso ele consegue estragar! Por um instante é como se não existisse mais nada além de Gale e eu. Porém, a voz de Peeta conseguiu estragar tudo.

Gale Hawthorne, melhor amigo de Peeta. Ele é lindo, mas ao contrário de Peeta não é nenhum um pouco arrogante e irritante. Foi o único que não me viu como a irmã esquisita do príncipe do colégio. Não, Gale era diferente, ele me viu como eu realmente era, uma garota assustada e com medo.

– Bom dia, Katniss. Bom dia, Prim – diz com aquele sorriso que me deixa louca.

– Só você mesmo, Gale, para estar feliz em plena segunda-feira de manhã! – fala Prim, levantando-se de sua cadeira – Vou pegar um remédio para essa dor de cabeça, antes que minha cabeça exploda de vez.

Espera, estou sozinha com Gale! Não costumo agir assim, como uma babaca apaixonada. Aliás, uma das coisas que mais detesto no mundo são os babacas apaixonados. No entanto, quando estou com Gale, esqueço de tudo, e passo a agir feito uma completa idiota.

– Katniss?! – por que ele está me olhando dessa maneira?

– Ahã?

– O café, me passe o café – diz com um dos sorrisos mais encantadores que conheço. Droga, estou agindo como uma idiota novamente!

Passo o café para ele, e então acontece, nossas mãos se tocam. Gale me olha, e eu, pela primeira vez em muito tempo, olho diretamente em seus olhos. Sua mão aperta a minha. Estou sonhando? Gale está apertando a minha mão? Ou é só impressão minha?







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Notas finais do capítulo

E o que acharam? Mandem sua opinião.