Quando é que você sabe que vai amar uma pessoa sempre? Existe alguma maneira de antecipar? De, sei lá, quem saber tentar evitar? E se existisse… será que tentaria?

De certa maneira eu sabia que iria amá-lo para sempre. Não daquela maneira dos contos de fadas, ‘e eles viveram felizes para sempre’. Na verdade, quando nos conhecemos eu era muito novo para pensar nesses termos, ou para sequer identificar o sentimento. Mas anos depois… não… não foi algo que eu notei casualmente ao olhar para trás, era uma daquelas coisas que vivem dormentes dentro de você, e são tão confortáveis e certas que você nunca pára para pensar a fundo no assunto.

É claro que eu iria amar Riku para sempre. Era óbvio, era destino, era… apenas era.

Ele iria sorrir para mim e eu iria sorrir, nós iríamos lutar e competir, e nos machucar e sorrir, e sorrir e sorrir. E seríamos melhores amigos, melhores raivais, melhores inimigos e melhores companheiros. E eu iria amá-lo, amá-lo e amá-lo, mesmo depois de tudo o que ele fez, tudo que ele fizesse e tudo que ele venha a fazer. Porque sei que tanto quanto eu estou amarrado a esse destino de amá-lo ele está amarrado ao destino de me amar. E ele amou durante tudo o que aconteceu, antes e depois.

Quando é que você sabe que vai amar uma pessoa para sempre? Eu sempre soube. Riku sempre estaria comigo, sempre seria uma parte de mim, sempre seria meu melhor tudo.

Mas e quando, de repente, você percebe que está apaixonado por uma pessoa?

Quando seu peito explode e os olhos se enchem de lágrimas e você não sabe mais se é de alívio ou de simplesmente ver aquela pessoa de novo. Quando tocar nela e confirmar sua existência faz com que todo o resto seja o resto e que tudo pareça estar bem quando na verdade não está.

E você de repente percebe que desistiria de tudo, tudo mesmo (a não ser de si mesmo porque você precisa de você mesmo para que as coisas sejam como elas devem ser) para que o seu final feliz seja o final feliz dele, e não importa que qual final é esse, desde que vocês possam compartilhá-lo.

E é tudo tão complicado mas tão, tão simples, que você quase fica sem ar, quase engasga e quase não consegue acreditar.

E se eu pudesse, passaria o resto da minha vida ao lado dele, assistindo o céu roxo que se reflete no mar, onde pelo menos o barulho das ondas é igual, assim como o encontro do céu e do mar, tornando-se um só, mas não totalmente.

E não seria aquele final feliz dos contos de fadas, mas seria o nosso final.