Capítulo 4- A primeira Horcrux

Dois dias se passara desde a discussão de Gina e Sirius, desde então não tinham se visto os Marotos azarando ninguém. Já corria até boatos de que os Marotos tinham se “aposentado”.

Nesse momento, estavam Rony, Harry e Hermione em mais uma aula de História da Magia.

Harry tentava a todo custo se manter acordado. Rony dormia descaradamente em cima do livro, já Hermione prestava atenção, e copiava tudo o que o professor explicava. O mesmo se podia ser dito de Tiago, Sirius e Remo, até mesmo na mesma ordem.

–Sr. Werkhaizer, isso não é hora para dormir. – exclamou o fantasma do professor Binns. – O mesmo para o Sr. Sr. Black!

–Só mais um minuto, tia Dorea. – resmungou Sirius, enquanto Rony esfregava os olhos.

–Ah, cara! Não chama a minha mãe enquanto está dormindo, isso é estranho! – exclamou Tiago, enquanto alguns alunos riam.

–Prestem atenção na aula. – exclamou o professor outra vez, antes de voltar a explicar o assunto.

–Se a aula fosse pelo menos com alguém vivo, ajudava. – resmungou Sirius, para Tiago.

–Se você pelo menos tentar ser mais discreto. – comentou Remo, voltando a prestar atenção ao que o professor dizia.

–Não sei como vocês entendem o que esse professor diz. – resmungou Rony.

–Nessa eu tenho que concordar com você. – sussurrou Harry.

–É por que eu pelo menos tento prestar atenção, vocês nem ao menos isso fazem. – sussurrou Hermione em resposta. – Nem sem como conseguiram passar do primeiro ano assim.

–Isso é por que nós tínhamos você. – sussurraram os dois ao mesmo tempo.

A morena apenas revirou os olhos, voltando a ouvir o que o professor dizia.

–Sr. Black! – exclamou o fantasma do professor Binns, fazendo com que Sirius caísse da cadeira, causando risos em toda a sala. – Sr. Black! A minha aula não é hora para você dormir!

–Se sua aula fosse mais viva. – disse Sirius se levantando, causando mais risos ainda.

–Detenção Sr. Black! – exclamou o professor Binns.

~*~

–Só você para conseguir uma detenção faltando dois minutos para o fim da aula. – comentou Tiago rindo, enquanto seguiam para a aula de Defesa Contras As Artes Das Trevas.

–Tenho que culpa se a aula daquele fantasma dá sono? – resmungou.

–Apesar de dá sono, eu consigo prestar atenção, e por que você não? – questionou Remo.

–Por que você é estranho. – exclamou.

–Hermione. – chamou Gina, quando viu a morena virando no corredor.

–Olá Gina. – cumprimentou se aproximando da amiga.

–Gina. – chamou Sirius, mas a ruiva nem ao menos virou em sua direção e continuou andando em direção a sala de DCAT enquanto conversava com Hermione.

–Vai precisar de muito mais que isso para conseguir com que a Gina volte a falar com você. – comentou Harry.

–E como você sabe disso, mini-Pontas?

–Simples. Eu conheço a Gina desde que tinha 11 anos e ela 10. Ela cresceu com 6 irmãos protetores demais, por isso tinha que ser ela mesma, ou seja, até mesmo seu irmão mais velho de 30 anos tem medo dela. – respondeu Harry, deixando todos surpresos.

–E em que trabalhava esse irmão dela? – perguntou Sirius com superioridade.

–Carlinhos era domador de dragões, Gui trabalhava para o Gringotes pelo mundo, quebrando maldições, Percy trabalhava no Ministério, Fred e Jorge tinham uma loja de logros, e Rony... bom, Rony sempre foi medroso. – respondeu fazendo o amigo bufar e Tiago e Remo rirem.

–Domador de Dragões? – perguntou Sirius, com um tom de preocupação em sua voz. – Como é que um domador de Dragões tem medo dela?

–Acredite, a Gina pode ser pior do que um dragão quando quer. – comentou Rony rindo seguido de Harry.

–É melhor arranjar um jeito de se desculpar logo. – disse Tiago ainda rindo.

–Se um domador de dragões tem medo dela, eu sou um cachorrinho indefeso. – mumurrou, causando mais ainda da comparação.

~*~

–Como vocês conseguem fazer a proesa de dormir até mesmo na aula de DCAT? – perguntou Hermione, virando-se para ficar de frente a seus dois melhores amigos.

–Já sabemos todos os assuntos, até mesmo já praticamos tudo isso. Para quê prestar atenção? – perguntou Rony, e Harry concordou.

–Como assim já viveram tudo isso? – perguntou Remo, virando-se para os dois.

–Quando atacaram nossas famílias. – explicou Harry e Rony concordou.

–Isso não significa que não precisam prestar atenção. – ralhou Hermione.

–Vejo que os senhores já sabem o assunto. Então por que não vem à frente e executam o Patrono? – perguntou o professor, olhando para o quarteto.

Harry e Rony se levantaram entediados, Hermione se levantou envergonhada por um professor ter lhe chamado a atenção, já Remo estava normal, calmo como sempre.

–Pensem numa memória feliz e repitam... – começou o professor sendo interrompido pelos quatro que disseram em coral:

–Já sabemos.

–Então se já sabem, podem executar. – ordenou em tom de desafio.

Os quatro tiraram suas varinhas das vestes, pensando na memória mais feliz que tinham.

Hermione pensava no seu primeiro ano, quando virara amiga de Harry e Rony, essa era a sua memória mais feliz.

Harry pensava no álbum em que Hagrid havia te dado no fim do primeiro ano, especialmente na foto de seus pais no dia de seu casamento.

Rony se lembrava de toda a sua família, todos sorridentes, e com Fred ainda entre eles.

Remo se lembrava quando Sirius e Tiago descobriram sobre seu probleminha peludo, como Sirius dizia, e mesmo assim, continuaram seus amigos, até mesmo viraram animagos para te ajudar.

–Expecto Patronum. – exclamaram os quatro levantando suas varinhas.

Da varinha de Hermione, saiu uma lontra prateada, que era perseguida pelo cão prata de Rony. Da de Harry saiu um cervo prateado, que ficou parado ao lado do enorme lobo prateado de Remo.

–Excelente! – exclamou o professor impressionado. – São Patronos corpóreo! Quase ninguém consegue executá-los! Cinquenta pontos para a Grifinória! – avisou, causando entusiasmo nos Grifinórios, enquanto os Sonserinos bufavam de raiva.

~*~

–Como vocês conseguiram fazer aqueles Patronos? – perguntou Lily entusiasmada, seguida de Dorcas, Marlene e Alice.

–Foi a primeira vez que vocês fizeram? – Dorcas.

–Qual é a sua lembrança feliz? – Marlene.

–Podem me ensinar? – Alice.

–Uma pergunta por vez, por favor! – pediu Hermione, rindo.

–Respondendo a pergunta da Lily e a da Dorcas, não é a primeira vez que fazemos. Na verdade eu aprendi com o melhor professor que já tivemos. – respondeu Harry, olhando significativamente para Remo, antes de desviar o deixando confuso.

–Bom, a minha lembrança é de toda a minha família reunida. – disse Rony, sorrindo para Gina, que o abraçou.

–Eu sei que você me ama. – brincou.

–A minha é uma foto dos meus pais, no dia do casamento deles. – respondeu Harry, sorrindo tristemente.

–A minha foi quando eu virei amiga do Rony e da Gina. – respondeu. Sua memória verdadeira era a de quando virara amiga de Harry e Rony, mas não poderia dizer isso, pois agora ela e Harry eram irmãos.

–Qual é a sua, Remo? – perguntou Gina.

–Er... Hm...

–Se não quiser dizer tudo bem. – tranqüilizou Hermione, enquanto se sentava em baixo de uma arvore as margens do lago negro.

–Obrigada. – suspirou baixinho.

–Vocês podem me ensinar? – perguntou Alice animada.

–Na verdade na nossa antiga escola, tínhamos um grupo de vários alunos, somente para ensinar a se defender. – disse Harry.

–E não tinha professor de DCAT? – perguntou Lily.

–Ter, até que tinha. A sapa velha. – resmungou Rony.

–Aquela mulher me dá náuseas. – disse Gina.

–O que ela fez para que vocês a odiassem tanto? – perguntou Tiago.

–Ela queria implantar que a história de Voldemort era mentira. – explicou Harry.

–Não diga o nome dele. – repreendeu Lily, fazendo com que Harry abrisse um sorriso radiante.

–O medo do nome, só faz aumentar o medo da própria coisa. – disse Remo e Hermione ao mesmo tempo.

–Cara, isso foi estranho. – comentou Sirius rindo.

–Enfim, essa professora não nos deixava usar magia nas aulas, só queria que nós aprendêssemos a teoria, e quando o Harry a enfrentou em frente a toda turma, ela o colocou em detenção, e o fez usar uma Pena de Sangue. – explicou Hermione.

–Isso é tortura! – exclamaram Lily, Dorcas, Marlene e Alice. A primeira abraçando Harry, fazendo com que ele sorrise e Tiago fechasse a cara.

–Nós sabemos. Ela já tentou usar a Cruciatos em mim. – disse Harry, fazendo Lily arregalar os olhos. – Mas depois um bando de centauros com um gigante a levou para o meio da Floresta Proibida e nunca mais de ouviu falar dela.

–Pera! Vocês são amigos de um Gigante e dos Centauros? – perguntou Sirius.

–Também temos três elfos que ficam conosco pro vontade própria.

–Como assim? – perguntou Marlene.

–A Mione é contra a escravidão dos elfos, então eles são livres, mas mesmo assim querem continuar conosco, então os pagamos, eles tem folgas, e principalmente, não podem se punir. – explicou Gina. – Essa é a única regra.

–Eu também sou contra a escravidão dos elfos. - disse Lily animada.

–Não podemos esquecer que o Harry consegue falar com as cobras, é o único que consegue chegar perto do Rabo-Córneo Húngaro. O Bicusso, um Hipogrifo. Um cachorro de três cabeças e um Lobisomem. – disse Gina.

–Espera! Você consegue chegar perto de um Dragão? – perguntou Remo impressionado. – Principalmente um Rabo-Córneo Húngaro.

–Na verdade, ele consegue até mesmo montar nela e sair para um passeio sem ferir ninguém. – disse Rony.

–Nela? É fêmea? – perguntou Dorcas.

–Sim. BlackMoon é adorável. – respondeu Harry.

–Cara! Virei teu fã! – exclamou Tiago.

~*~

–Como você ficou de detenção? – perguntou Gina impressionada.

–Ah, eu só disse para a professora que ela era estranha. – respondeu Luna dando de ombros, fazendo Hermione e Gina rirem.

–Só você mesmo.

–Quando é sua detenção? – perguntou Hermione.

–Hoje as nove. – respondeu, brincando com seu uniforme.

–O Sirius também está de detenção. – disse Hermione.

–Pelo menos não vou ficar sozinha. – disse Luna dando de ombros.

~*~

Às nove da noite, Sirius e Luna caminhavam em direção a sala dos troféus, seguindo o zelador Filch, que parecia extasiado de alegria.

–Volto à meia-noite. – avisou, antes de fechar a porta atrás de si, trancando.

–Ah, cara! Olha só quanta coisa para limpar. – resmungou Sirius.

–Então é melhor começarmos logo. – disse Luna, conjurando alguns panos para começar a limpeza.

–Como você está com a varinha, ele não tomou a sua? – perguntou confuso.

–Quem disse que ali era minha varinha? – perguntou rindo. – Era só um pedaço de madeira em formato de varinha. – explicou, fazendo Sirius a acompanhar na risada.

–Vou lembrar-me dessa mais tarde. – disse rindo, antes de pegar um dos panos que Luna oferecia.

–Então, como ficou de detenção? Você parece tão calma. – comentou Sirius, enquanto pegava alguns troféus, começando a limpá-los.

–Ah, eu só disse que a professora de Artimância era estranha e ela se ofendeu, gritando: “Srta. Lovegood, está de detenção por me desrespeitar.” – disse tentando imitar a voz da professora, falhando miseravelmente. – Mas eu não entendi, eu não a ofendi, só disse a verdade.

–Você é tão inocente, Luna. – disse Sirius rindo.

–Todo mundo diz isso. – comentou dando de ombros e voltando a limpar os troféus.

–Você ficou ofendida? Desculpa-me Luna, não queria te ofender. – disse Sirius, se virando para encarar a loira.

–Não fiquei ofendida Sirius, mas já estou acostumada a me chamarem de coisa pior. – disse dando de ombros.

–Como assim? Quem fala essas coisas para você?

–Ah, são só uns idiotas com que eu estudava. Costumavam me chamar de Di-Lua Lovegood. – respondeu serenamente. – Mas eu nunca me importei para o que eles me chamavam, eu até acho legal esse apelido. – disse sorrindo.

–Só você mesmo Luna.

Continuaram a limpar os troféus em silêncio por uns dez minutos, até que Luna resolveu puxar conversa.

–E você? – perguntou.

–Eu o quê? – perguntou confuso.

–Como ficou de detenção?

–Ah, só disse que a aula do professor Binns estava meio morta. – respondeu sorrindo maroto, fazendo a Corvinal soltar uma gargalhada.

Já havia se passado mais ou menos duas horas que estavam limpando os troféus, acreditavam que já se passava da meia-noite, faltava apenas uma última prateleira.

–Segura a escada, por favor. – pediu Luna. – Eu vou te passando os troféus e depois colocamos no lugar.

–Tudo bem. – respondeu, segurando a escada como Luna havia pedido.

Faltava apenas um troféu na prateleira, mas ao tentar tocar nele, foi empurrada há dez metros, com se tivesse sido atingido por um feitiço estuporante.

–Luna. – desesperou-se Sirius, correndo em direção a loira, que se encontrava desacordada no chão. – Luna, acorda! – pedia balançando ela, como viu que isso não ia adiantar a colocou nos braços, pegando sua varinha, abrindo a porta e correndo em direção a Ala Hospitalar.

O troféu que havia feito isso. Pertencia a Tom Marvolo Riddle.