Talvez... escrita por Thamii WPLB


Capítulo 13
Dorea e Charlus Potter




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Capítulo 13 - Dorea e Charlus Potter

No mesmo dia, voltaram para Hogwarts. A bolsinha permaneceria em posse de Dumbledore, mas o mesmo afirmara que não faria nada, ou ao menos tentaria destruí-las.

Acreditando na palavra do diretor, os cinco desceram as escadas em direção a suas casas. Rony havia sido acordado assim que saíram da casa, e estava esperando a explosão de Gina a qualquer momento.

Mas, por uma infelicidade do destino, ela nunca veio.

Enquanto os três Grifinórios caminhavam em direção ao sétimo andar, avistaram cabelos negros e encaracolados correndo desesperadamente pelas escadas.

–Harry! - gritou assim que avistou a morena. - Você viu a Luna?

–Esse desespero todo para encontrar a Luna? - brincou Rony. - Está mesmo caído por ela.

–Não é essa a questão. - interrompeu o Black nervosamente. - Soube que a Luna é uma ótima pessoa quando se trata de conselhos e ajuda sentimental. Bom, necessitamos disso agora.

–O que aconteceu, Sirius? - perguntou Hermione. - Aconteceu algo com vocês?

–Não comigo, nem com o Remo. É meio que com o Tiago. - respondeu, coçando a nuca nervosamente.

Harry sentiu seu coração se apertar diante da resposta do futuro padrinho. Nas poucas horas que passara fora para ajudar a salvar o futuro do mundo, seu pai fora atingido por algo.

O que teria dado errado? Tudo parecia ocorrer tão bem, mas sempre existe algo para acabar com a felicidade deles.

–O que houve? - perguntou Harry, tentando conter a emoção em sua voz.

–Não foi bem com o Tiago. Foram com os nossos pais. - completou. - Desde que eu fui morar com o Tiago no verão passado, comecei a chamar o Sr. e Sra. Potter de pai e mãe também.

“Ao que parece, eles estavam doentes a meses, mas não quiseram nos contar com medo de sairmos de Hogwarts para ficar com eles. E estavam completamente corretos ao pensar que faríamos isso. Mas hoje de tarde, Alastor Moody, um auror, enviou uma carta avisando sobre o falecimento deles. Moody era um amigo próximo da família.” - explicou. “Tiago ficou arrasado ao receber a carta. Eu e Remo não podemos fazer nada, em um segundo ele estava do nosso lado, e no minuto seguinte havia sumido.”

–Já procurou no mapa? - perguntou Hermione, que parecia estar se controlando para não cair em lágrimas.

–O mapa também sumiu. - respondeu exasperado.

–Acho que sei onde ele está. - murmurrou Harry, antes de voltar a subir as escadas o mais rápido que pôde. Sirius e Hermione o seguiram apressadamente, enquanto Rony descia escadas indo à procura de Luna.

–Harry... Nesse corredor só tem a...

–Sala Precisa, eu sei. - completou Harry, finalmente virando-se para a amiga. - Lembra no quinto ano? Ela só se revelou para o Neville quando precisamos dela. A quem mais ela se revelaria se não ao Tiago? Principalmente em um momento desses.

Hermione decidiu manter-se calada, concordando com o que amigo dissera com um simples aceno de cabeça. Sirius continuava ao lado dos dois, sem entender uma palavra do que eles disseram, apenas na esperança de que pudesse achar seu melhor amigo.

Andaram mais um pouco até que parassem em frente a tapeçaria do trasgo dançando balé. Harry andou em frente ao tapete três vezes, repetindo em pensamento. “Quero encontrar meu pai. Quero encontrar meu pai. Quero encontrar meu pai.”

Assim que a porta se abriu, Harry entrou sem pensar duas vezes, mas o local estava completamente diferente do que poderia imaginar.

Ao invés de uma sala de duelos, que foi o que imaginara, um modo que Tiago pudesse descontar toda a raiva e saudade que sentia; encontrou uma pequena e aconchegante sala, as paredes eram pintadas num tom de azul claro, penduradas por elas estavam vários quadros, alguns apenas paisagens, outros pareciam ser velhos familiares.

Também tinha uma lareira um pouco mais ao canto, onde dois sofás a rodeavam. E para sua surpresa, entre os dois sofás, ao chão, apenas se via um monte de cabelos pretos e espetados. Os óculos descansando ao seu lado, no chão.

Seus ombros balançavam a cada soluço que ecoava pela sala. Junto aos seus óculos, estavam várias fotografias espalhadas.

Sirius, muito calmamente, aproximou-se do amigo, ajoelhando-se ao seu lado e pondo a mão em seu ombro. Tiago nada fez para demonstrar que percebera o amigo ali, apenas os soluços que aumentaram consideravelmente.

–E-eu vou chamar a Lily. - sussurrou Hermione, com a voz terrivelmente embargada para Harry, que assentiu ainda sem tirar os olhos da cena que via a sua frente.

–Tiago. - chamou Sirius, a voz soando incrivelmente estável diante a cena. O moreno levantou os olhos para o amigo, mesmo não enxergando, tanto pelas lágrimas, tanto pela ausência dos óculos, mas mesmo assim olhou diretamente para o amigo. - Eu não posso dizer que sei pelo que você está passando, pois nunca tive pais de verdade comigo. Ou que isso vai passar, o que seria uma mentira. - continuou, a voz quebrando aos poucos. - O mais próximo que já tive de pais de verdade foram Dorea e Charlus Potter, e pode ter certeza que eles foram os melhores que eu poderia escolher em todo o mundo. E foram para um lugar muito melhor, não? - aos poucos lágrimas enchiam os olhos dos Black. - Quer dizer, não há guerra, não há mortes trágicas nem assassinatos. Não há um maníaco a solta por lá. Eles estão bem melhor.

E com isso, Sirius Black finalmente sucumbiu as lágrimas e finalmente elas escorreram por seu rosto normalmente brincalhão.

Aos poucos, Harry aproximou-se dos dois amigos que continuavam ajoelhados no meio da sala. Com a aproximação, pôde perceber que ao redor de ambos, várias fotos estavam espalhadas. Mostrava uma mulher ruiva sorrindo, tinha os mesmos olhos e o mesmo sorriso que Tiago; já o homem era a cópia fiel do filho, os olhos mudando por poucas tonalidades.

E então a verdade lhe acertou em cheio, aqueles eram os seus avôs; Dorea e Charlus Potter, os quais nunca tinham visto, apenas soube que fora uma das poucas pessoas que não morreram pelas mãos dos seguidores de Voldemort.

–Tiago. - chamou hesitante, por dentro estava gritando para chamá-lo de pai, mas sabia que não podia. - Eu sei pelo que você está passando.

–Não... Você não sabe... - murmurrou, sua voz mais rouca que o comum. - Está dizendo isso para apenas fazer com que eu me sinta melhor.

–Não, não estou. - rebateu firmemente. - Quando eu tinha uma ano de idade, meus pais foram mortos.

Tiago finalmente levantou a cabeça, prestando atenção ao que ele dizia.

–Ninguém soube o por que do assassinato... Afinal, o que dois simples dentistas poderiam ter feito de mal. - inventou rapidamente, esperando que Tiago aceitasse - Desde então eu moro com o Rony e a Gina. Hermione também sofreu muito com isso, mas parece que só serviu para que amadurecesse mais rápido e tornar-se a pessoa incrível que hoje. Então todos os dias, quando penso sobre a morte dos meus pais, eu me inspiro na Hermione e tento fazer o melhor possível para mim. Um mundo melhor, onde meus pais gostariam de viver.

Ao fim do discurso, as lágrimas voltaram a cair pelas bochechas de Tiago; o próprio Harry tinha lágrima nos olhos, ao contar sua história para o próprio pai.

Sirius não sabia o que estava fazendo entre eles. Aquele momento era um momento pai e filho, mesmo que Tiago não soubesse isso. Mas para a sua sorte, a porta da Sala Precisa se abriu, mostrando os outros quatro.

Rony e Hermione estavam ofegantes, pareciam ter corrido muito para chegar até lá. Luna continuava calma como sempre fora, e caminhou em direção a Tiago, começando a falar algumas coisas em voz baixa que nem mesmo Harry e Sirius que estavam por perto, conseguiram ouvir.

Lily continuou parada ao lado de Hermione, o choque parecia ter lhe dominado, nunca imaginou o maroto, Tiago Potter, completamente abalado como o estado que estava no momento. Estava tão abalada e distraída, que nem mesmo percebera que estava em um lugar que nunca estivera antes.

Após alguns minutos, Luna se afastou de Tiago após abraçá-lo suavemente. Agora não parecia mais tão abatido quanto antes, apesar de a tristeza continuar ali.

Ao levantar-se, Luna chamou Lily para perto. Saindo do transe, a ruiva aproximou-se do moreno, ocupando o lugar onde antes a Corvinal estava.

–Vamos sair daqui. - falou Luna. - Eles precisam desse tempo sozinhos.

E pegando a mão de Sirius, o puxou suavemente para cima, repetindo o ato com Harry instantes depois. Rony e Hermione continuavam parados a porta, apenas a espera dos amigos.

A última coisa que Harry pôde ver antes de fechar a porta atrás de si foi Lily abraçando Tiago.


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