The Who escrita por NK Winter


Capítulo 6
Marie




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"Marie estava com a maquiagem borrada, seu lápis escorria pelas bochechas e seus olhos estavam vermelhos.

Eu ia sair dali, Juro. Não me sentia a vontade com ela tanto quanto ela comigo, não queria provoca-la, eu não me importava mais com seu ódio por mim, mas ainda gostava dela e a respeitava... Mas Marie se virou para a pia e apoiou o rosto nas mãos, ela não parecia bem.

— Você está bem? - perguntei.

Marie negou com a cabeça e encolheu o corpo.

— Eu estou meio tonta - gemeu.

Eu sei que não deveria, mas me aproximei de Marie.

— Você quer alguma coisa? Uma água? Se você se sentar, talvez melhore.

Marie se virou, me empurrou de leve com uma das mãos, foi até um dos banheiros e se sentou na privada apoiando os cotovelos no joelho e seu rosto nas mãos.

— Sai daqui - disse ela.

— Você realmente está parecendo precisar de ajuda. Vou chamar alguém - disse me virando para a porta.

Marie me puxou tão forte que perdi o equilíbrio ela me colocou contra a parede do banheiro, fechou a porta e a trancou.

— Não. Você não vai - disse Marie.

Era uma cena um tanto familiar ela me puxando pela camisa e me colocando contra a parede.

— Decida-se. Você quer que eu saia daqui ou fique trancada nesse cubículo com você? - perguntei.

Marie pareceu brava, mas ela estava tão tonta que mal conseguiu me bater.

— Você está bêbada - conclui.

Marie encostou-se à outra parede e passou a mal no rosto limpando-o.

— Talvez - disse por fim.

— O que houve? Você estava chorando? - perguntei.

— Não é da sua conta - respondeu.

— Não, não é. Posso ir agora?

— Não. Você vai falar pra alguém que eu estou aqui!

— Pra que? Por mim você fica ai - disse.

— Por mim também! - disse Marie aumentando seu tom de voz - Por mim você me deixa em paz.

— Ótimo! - respondi no mesmo tom - Foi você quem me puxou pra cá!

A porta do lado de fora se abriu e Marie tampou minha boca rápido. Seu toque me paralisou e não pude falar mais nada.

A pessoa do lado de fora abriu a torneira, ficou um tempo em silencio e então saiu.

— Vai contar para alguém que estou aqui? - perguntou mais calma.

— Não tenho nada a ver com você - respondi.

— Por que você fez aquilo aquele dia então?

— Aquilo o que? - perguntei mesmo sabendo do que se tratava.

— Por que me beijou?

— Pelo mesmo motivo que você retribuiu - disse.

Marie abaixou a cabeça e não pude ver seu rosto, sua franja ficou na frente de seus olhos, por um segundo me preocupei. Ela estava ali bêbada e conversando comigo, era errado me aproveitar da situação, e eu não iria, mas tinha que cuidar dela.

Ergui seu rosto e a olhei, ela tinha voltado a chorar, seus olhos estavam inchados e vermelhos, seu rosto sujo de maquiagem novamente.

— Marie... O que foi? - perguntei.

Marie balançou a cabeça e fungou baixo.

— Olha... Me desculpa se te fiz algo... Nunca foi a intenção - disse.

— Me desculpa pelo o que eu disse... - disse Marie.

Sequei seu rosto e sorri.

— Tudo bem. Agora pare de chorar...

— Você não devia ter beijado ele... - murmurou Marie.

— O que? Quem? - perguntei.

— Lukas - respondeu.

— Foi o desafio... É por isso que está chorando? Você gostava dele?

— Não! - respondeu - É por isso que estou bêbada... Só não conte pra ninguém!

Franzi o cenho e fiquei olhando Marie sem entender ainda, limpei seu rosto mais uma vez e ela me abraçou, apoiou a cabeça no meu ombro e ficou por algum tempo. Podia sentir sua respiração acalmando. Seu choro já havia parado quando ergueu a cabeça.

— Nossa... - sussurrou baixo - Eu estou muito tonta - riu.

— Marie... Acho melhor você se sentar ou se deitar... Você não parece bem. Quer que te leve para casa? - perguntei.

— Não... Não - Marie ria - Eu sei aonde quer chegar com esse papo de me levar para casa... Sei aonde quer chegar.

— Mas eu...

Marie me interrompeu com um beijo.

Ela me colocou contra a parede do banheiro de novo, me beijava intensamente e segurava minha nuca. Inicialmente eu retribui por instinto, eu queria beija-la, sempre quero, mas depois tentei pará-la e com dificuldade consegui, ainda não era certo.

— Você está bêbada. Vai se arrepender depois e ai a culpa vai ser minha.

— E se eu tiver? Aproveite! - disse.

— Não... Não vou fazer isso com você. Vou te levar em algum lugar que você possa deitar.

— Só se você deitar comigo - disse Marie.

Marie beijou meu pescoço e eu não sabia mais o que fazer, tudo aquilo era ótimo, mas não conseguia parar de pensar o quão ruim era. E mais uma vez tentei afastar Marie.

— Acha que eu teria coragem de fazer isso sóbria? - perguntou - Retribui o beijo porque gostei, mesmo achando errado, eu não quero ficar com você e gostar de você... Você é uma garota.

— Muito bem observado.

— Mas isso não muda o fato que eu gosto! - continuou - Eu só quero aproveitar o resto da noite já que amanha vou acordar com uma ressaca péssima e com muita dor de cabeça.

Eu não tinha mais o que responder. Ela havia dito tantas coisas pra mim da ultima vez que estávamos assim, eu contra a parede e ela na minha frente... Mas quer saber? Aposto que qualquer um faria a mesma coisa!

Marie se aproximou mais lentamente dessa vez, acariciou minha nuca e me beijou. Retribui com a mão em sua cintura. Marie terminou o beijo mordendo meu lábio inferior e o puxando. Sabia que ela só queria me provocar, e dessa vez, eu deixei.

Ficamos ali dento por horas, talvez por dias, não sei ao certo porque o tempo voou, mas sei que ficamos nos beijando ali naquele banheiro por boa parte do tempo. Não sei se sentiram nossa falta durante a festa, até hoje realmente não sei se alguém percebeu, além de Julie.

A cada segundo o beijo ficava mais intenso, e tudo ficava mais quente. Em algum momento Marie me sentou, se encaixou no meu colo e passou as pernas a minha volta. Tudo aquilo parecia surreal e muito bom. Eu até tinha esquecido que estávamos no banheiro.

Pude sentir Marie passar a mão em quase todo meu corpo, mas tinha receio de que fossemos para outro nível. Apesar de querer eu também tinha esse medo. Meu medo fosse que ela brigasse comigo no dia seguinte e me odiasse mais ainda, se ela ficou daquele jeito por um beijo, imagine por mais. Já o medo dela deveria ser de gostar mais ainda.

Desci meus beijos pelo seu pescoço e a respiração dela começou a mudar, foi ficando mais pesada. Suas mãos tiraram as minhas de sua coxa e subiram pela sua barriga. Meus beijos pararam automaticamente. Não por escolha minha, eu só estava nervosa de mais.

Marie segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou novamente, eu retribui, claro, com as mãos ainda onde ela havia as deixado.”


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Notas finais do capítulo

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