The Who escrita por NK Winter


Capítulo 5
Verdade ou Desafio


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO

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"- Jane! Jane! - Ron me gritava enquanto corria em minha direção no corredor do nosso andar.

— O que? - perguntei preocupada.

— Quero que se aproxime da minha fuinha! - respondeu.

— Quem é? - perguntei fechando meu armário.

— A bolinho...

— Não. Definitivamente, não - respondi.

Virei as costas para Ron e fui para a sala de aula. Ron me seguia e implorava para que fizesse amizade com a tal garota.

— Bom dia - disse Connor ao entrarmos na sala de aula.

— Bom dia - respondemos.

Eu e Ron nos sentamos juntos atrás de Connor e arrumamos nosso material. E então alguém entrou na sala chamando a atenção de Connor e Ron.

— Veja, Ron... O bolinho está ótimo hoje - disse Connor.

— Redondo como sempre - concordou.

— Vocês são nojentos - disse.

— Olha, Jane! Não é um ótimo bolinho? - perguntou Ron gesticulando com a cabeça para uma menina da nossa sala.

Olhei para onde ele mostrava e tive que segurar a risada.

— Vocês não prestam.

Bolinho era outro adjetivo único que Connor e Ron usavam para que ninguém percebesse que estavam falando besteira. Bolinho era nada mais e nada menos do que bunda.

Eu os proibi de ficarem olhando para a bunda de todas as meninas e ainda comentarem na cara dura. Então eles só olhavam para bolinhos. E a tal 'bolinho' que eles tanto observavam era Emily, uma garota da nossa sala, ela era tímida, mal conversava com as pessoas, apenas com sua melhor amiga Samantha.

Emily era muito bonita, tinha cabelos pretos cumpridos e lisos, rosto fino e alta. E segundo Ron e Connor... Tinha um ótimo bolinho.

— Ron já te contou quem ele escolheu como fuinha, Connor? - perguntei.

Connor me olhou e olhou para Ron.

— A bolinho de novo? - perguntou.

— Ah! Não é justo! Jane escolheu uma Hétero, eu quero uma da nossa sala - disse Ron.

— Mas Jane está lidando sozinha com a dela - acrescentou Connor.

— E como vai sua fuinha, Connor? - perguntei tentando mudar de assunto.

— Vai bem, obrigado! Vamos sair esse fim de semana - respondeu.

— Convida a Emily, Jane! - pediu Ron - Eu acho alguém pra ir com você!

— Nem pensar! - interrompeu Connor - Vocês vão estragar meu encontro!

— Não vamos, ninguém vai atrapalhar ninguém - garantiu Ron.

— Eu posso falar com ela... - disse.

— Obrigado! - Ron me abraçou forte - Sabe que te amo né?

Eu conhecia Emily porque já tinha feito trabalhos com ela e sua amiga e já tinha ajudado ela algumas vezes com biologia, mas não sabia como chegar nela e chamar pra sair com meus dois amigos que a chamavam de bolinho.

Mas de algum jeito eu teria que começar, durante o intervalo de uma das aulas puxei uma cadeira e me sentei ao lado dela.

— Oi, Emily - disse.

— Oi, Jane!

— Como estão as coisas...? Precisa de alguma ajuda? - perguntei.

— Não... - respondeu - Por enquanto está tudo certo, mas se precisar eu aviso.

— Que bom... É só avisar... Mas então... Eu e meus amigos estávamos indo para o cinema esse fim de semana e pensamos se você não quer vir junto... E...

— O Connor vai? - perguntou me interrompendo.

Essa não... Pensei.

— Vai - respondi.

— E ele está namorando ou algo assim? - perguntou.

— Ahm... Ele...

— Por que ele é muito bonitinho, não conte para ele, por favor! - pediu.

— Não... Claro que não... Pode deixar. Mas sabe... Ele está namorando sim. - menti.

— Uma pena...

Ron gostava de Emily desde o inicio, desde o primeiro dia de aula do primeiro ano. E finalmente ele decidiu tomar uma iniciativa e eu descubro que ela gosta de Connor... Nenhum dos dois iria descobrir nada daquilo, nunca. Uma pena se eles estiverem lendo isso agora. Consegui guardar o segredo por quase 40 anos.

— Ela não está interessada, Ron. Sinto muito - disse ao voltar pro meu lugar ao lado de Ron.

— Não? - perguntou desanimado.

— Não... - respondi.

Era uma pena chateá-lo daquele jeito, mas melhor do que descobrir o verdadeiro motivo.

Resumindo: Connor saiu com sua fuinha do primeiro ano naquele fim de semana e deu tudo certo, eles ficaram e Connor foi o 'primeiro' a conseguir sua fuinha. Não conta que eu fiquei com Marie antes deles ficarem juntos... E minha fuinha já tinha me dado o fora, Connor teria outra chance. Não quis tirar sua vitória.

Finalmente tinha chego sexta-feira que esperei durante a semana toda. Sábado seria o aniversário de Pam e eu passaria a noite toda com o primeiro ano. A festa seria em um buffet não muito longe de casa.

Posso não ser a pessoa mais vaidosa do mundo, ou da cidade... Ou da minha rua. Mas passei a tarde toda procurando o que iria vestir. Não que eu gostasse de me emperiquitar como qualquer outra menina que passa um quilo de blush na bochecha, mas eu sentia necessidade de impressionar Marie, ou provocá-la, se possível.

Tinha sido uma ótima semana na escola, nenhum contratempo ou chateação. Conversava todos os dias com o primeiro ano e percebi que a cada dia Marie estava menos irritada. Talvez ela estivesse começando a aceitar que eu estava ali por Pam e Fay e não por ela. E que não sairia dali tão cedo.

Afinal, eu continuava fazendo o que tinha me pedido, não falar com ela.

A chegada de sábado foi ótima, me arrumei e fui animada para a festa, tinha ótimos pressentimentos. Era um ótimo jeito também de me aproximar ainda mais de todos eles.

Era uma festa casual, sem frescura. Pam estava com um vestido preto simples e salto alto. Fay também com um vestido tomara-que-caia e salto alto. Tocha de jeans e polo. Marie estava com uma blusa de ombro caído e all star. Ela estava linda, eu odiava admitir, mas ela conseguia mexer com meu coração mesmo virando a cara para mim. Sua maquiagem era básica, o que não tornava seus olhos como de um guaxinim e boca de peixe, ela era absolutamente perfeita exatamente como era.

Tinham muitas pessoas, familiares e um pessoal da escola tanto do primeiro ano quanto algumas de outras salas. Ao chegar Fay logo veio me cumprimentar.

— Que bom que veio! Vem, vamos sentar com a gente - disse me puxando para uma mesa com o pessoal do primeiro.

Havia musica, uma pista de dança, uma área para as mesas e bastante bebida. A pista de dança era bem afastada da área das mesas. Imaginei que todos os adultos e familiares ficariam sentados sem atrapalhar quem estaria na pista querendo beber.

Não. Ninguém tinha idade para beber. Como se isso impediria alguém. Eu nunca fui de beber, então só bebi um pouco para não fazer desfeita, mas nada que pudesse me fazer mal.

Inicialmente todos ficaram conversando na mesa e fazendo brincadeiras. Foi então que decidiram jogar verdade ou desafio. Fomos todos para um canto da pista de dança e pegamos uma garrafa.

Sentamos em circulo. Se me lembro bem:

Pam, Fay, Tocha, Julie, Marie, Lukas, Robert o garoto que gostava de Pam, e mais dois meninos e uma menina que não sabia o nome.

Rolaram verdades embaraçosas e outras nem tanto, desafios como virar um copo de sei-lá-o-que, selinhos e alguns nem tão desafiadores.

Depois de um tempo de brincadeira a garrafa parou virada para o menino que não lembrava o nome e para mim.

— Verdade ou Desafio? - perguntou.

— Vou começar com Verdade - respondi.

— É verdade que você gosta de algum garoto daqui? - perguntou.

'Algum garoto'.

— Não. Não é verdade - respondi com a maior sinceridade.

— Próximo! - disse Pam e girou de novo a garrafa.

E pela segunda vez seguida a garrafa parou virada para mim e dessa vez apontava para o Tocha também.

— Vai ter que ser desafio agora! - disse.

— Tudo bem - ri - Manda!

— Eu te desafio... A dar um selinho em alguém daqui... - disse pensando - Mas em quem...?

Tocha deu uma olhada em volta.

— Podia ser numa garota! - disse Lukas.

As garotas riram, mas logo se manifestaram se mostrando contra a ideia.

— Nem pensar! - disse a menina que não sei o nome - Escolha um de vocês.

— Ok - concordou Tocha - Que tal no Lukas?

Lukas ficou vermelho e eu ri.

Todos os garotos agitaram concordando com a escolha de Tocha.

Olhei para Marie e ela estava emburrada olhando para o lado, sua cara de saco-cheio já estava me irritando. E então me levante e dei um selinho em Lukas. Todos vibraram e continuaram a brincadeira.

A brincadeira acabou algumas rodadas depois. Todos foram beber e dançar e alguns foram num cantinho ficar. Todas as vezes que olhava para Marie ela estava com um copo novo cheio na mão, confesso que fiquei preocupada, mas ai então passou. Rápido assim.

Eu e Fay dançamos um pouco juntas, depois dancei com Tocha. E assim revezava, Tocha estava com sua namorada na festa, então não pude conversar muito tempo com ele, nem com Pam que estava ficando com Robert. Fay era a única que ficava livre mais vezes.

Mas teve horas que não tinha ninguém livre, então eu tirava uns minutinhos para beber alguma coisa ou ir ao banheiro.

Quando entrei no banheiro vi que tinha alguém, mas inicialmente não identifiquei Assim que fechei a porta a pessoa virou com o barulho que fez.

Era Marie.

Meu corpo gelou e minha garganta travou. Eu não deveria ficar no mesmo cômodo pequeno sozinha com ela. Eu não deveria me importar, deveria deixa-la irritada sozinha e fazer o que precisava, mas eu também não ficava a vontade sozinha com ela.

— M-Me desculpa, não vi que você estava aqui, já estou saindo - disse.

Marie não respondeu, foi então que reparei em sua maquiagem borrada, seu lápis escorria pelas bochechas e seus olhos estavam vermelhos."


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Notas finais do capítulo

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