The Who escrita por NK Winter


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

The Who está de volta (ou não, pode ser novidade para muitos). Eu escrevi essa estória há quase quatro anos atrás, eu levei um bom tempo para terminá-la e decidir postá-la, eu eventualmente tirei ela do site por motivos pessoais e ano passado eu pensei bastante e decidi colocá-la de volta depois de alguns ajustes e desenhos novos (que podem ser conferidos nas minhas redes sociais). Caso seja novidade espero que goste e que siga a história, um comentário ou favorito podem fazer a diferença e incentivar um autor, não se esqueça de apoiar o que gosta. E caso você já tenha de deparado com a estória anteriormente, espero que possa segui-la outra vez!



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Era meio de abril de 2034. Eu estava de mudança, precisava jogar fora o que não me era mais importante, teria que desfazer de quase tudo devido o tamanho do meu apartamento, eu ainda tinha muita coisa inútil guardada. Fazia um tempo que eu havia passado por uma separação difícil e o melhor a fazer seria mudar e me desfazer de tudo aquilo que me prendia à fase de minha vida que acabara.

Estava tudo tão silencioso e frio. A solidão que aquele lugar guardava criava um peso incrotrolável no ar. Era até difícil respirar. Eu queria terminar aquela mudança o mais rápido possível.

A parte mais alta e funda do meu armário guardava lembranças que nem mesmo eu sabia que tinha. Guardadas por uma mala antiga de viagem que não era usada há anos caixa de papelão escondiam algumas coisas velhas completamente esquecidas pelo tempo e dominadas pela poeira e mofo. A mala estava deitada na cama ao lado da caixa que explorava, além dela havia documentos velhos e exames nunca mais precisos.

Abri a caixa desvinculando suas abas superiores intercaladas, meu coração disparou com o conteúdo da caixa. Nela havia fotos antigas de mais, papeis, antigos ingressos, notas de compras, guardanapos com escritas a mão e muitas lembranças. Ao fundo vi um livro antigo de capa dura cor vinho o qual já estava um pouco desbotado. Dentro daquela caixa, o livro, era o único que não me era conhecido, mesmo que tivesse esquecido por completo da existência daqueles objetos, aquele livro não se encaixava às minhas lembranças. Tive que tomar cuidado ao pegá-lo, havia algumas folhas soltas e outras quase caindo. A capa tinha seu canto desgastado, a cor vinho desbotada e fraca. O livro parecia bem antigo com as folhas amareladas.

Ao abrir o livro percebi que era todo manuscrito, e por uma letra bem familiar, me acomodei na cama ao lado da mala. A primeira página estava manchada com um amarelo mais escuro, as pontas sujas como as demais folhas, eu folheei o livro, algumas folhas rasgadas nas pontas, manchadas como a primeira. Não havia nenhuma chamada, nome nem data na capa ou na contracapa. A segunda página estava totalmente coberta por textos como as seguintes páginas. Segurei o livro com cuidado e segui para seu inicio para lê-lo.

"Meu nome é Jane M. Summer e estou aqui escrevendo porque tenho medo que tudo o que guardei morra comigo, se um dia alguém encontrar isso quero que saiba que tudo o que foi escrito aqui é, foi e sempre será mais do que a verdade.

Tudo começou no primeiro dia do terceiro ano do ensino médio, o qual eu acreditava que seria o inicio do fim.

O dia começou normal. Revi antigos amigos que me fizeram falta e alguns que nem tanto. A diretora reuniu todos os alunos no auditório como de costume e tagarelou sobre regras, expectativas, proibições e castigos. Apresentou novos professores e deu boas-vindas aos alunos do primeiro ano.

Minha escola era apenas para alunos do colegial, consequentemente todo ano entravam alunos novos para o primeiro ano. E essa era a esperança que eu e meus amigos tínhamos; pessoas novas e oportunidades novas.

Éramos eu, Connor e Ron.

Connor tinha o meu tamanho, quase um metro e setenta, cabelos castanhos cumpridos. Era comum Connor estar com o cabelo preso num rabo ou coque, raramente o usava solto. E um de seus orgulhos era sua barba por todo o queixo, ele amadureceu mais rápido que os outros garotos, mesmo que ele fosse repetente e já tivesse dezoito anos, ele não parecia um aluno do ensino médio. Apesar de aparentar ser aqueles caras grandões violentos de vinte e poucos anos que curte rock, ele era um amor e muito atencioso. Ele havia sido meu melhor amigo por bons longos anos.

Ron ao contrario de Connor era alto e magro, um garoto bem esguio com pescoço e membros longos, ele deveria ter bem mais que um metro e oitenta. Ele era apaixonado por anime e manga, ou qualquer coisa da cultura japonesa, e por isso seu cabelo parecia tanto de um personagem de desenho. Ele era um tanto orgulhoso e debochado, mas ainda um irmão para mim.

Ah! E... Eu. Eu tinha cabelos castanhos claros, repicados no ombro, eu sempre tive mais amizade com os garotos o que me fez gostar mais de futebol do que de Barbie, e por causa disso as garotas começaram a me olhar torto. Depois de certa idade deixei de me importar com o que diziam sobre mim.

— Esse é nosso último ano juntos. Temos que fazer de tudo! - disse Connor, como tudo nele, sua voz também era madura e grossa.

Era nossa primeira vez na sala depois de tantos meses. E como de costume nos sentamos eu e Ron na mesma carteira e Connor na nossa frente virado para trás conversando.

— Groselha na caixa d'água! - exclamou Ron batendo o punho na mesa.

— Garotas novas - acrescentou Connor erguendo as sobrancelhas grossas, ele apoiava ambos os braços na minha mesa.

Eu aprendi que a vida é feita de momentos, lembranças, companhias e são os pequenos detalhes que fazem a diferença.

Após o sinal do final da aula tocar os corredores viravam um mar de cabeças e bolças, chegar ao fim da multidão que era difícil. Por todo meu colegial meus únicos amigos foram Connor e Ron, eu não era do tipo sociavel. Eu não era muito do tipo que falava, eu observava o mundo a minha volta... E naquele momento, observando os alunos novos uma mochila me chamou a atenção. Uma mochila cheia de botons com logos de super-heróis, flash, mulher maravilha e bandas de rock como the Beatles, Pink Floyd e outros que não reconheci.

Foi então que eu pisei em algo duro, levantei o pé e olhei para baixo.

Um Botom.

Obviamente era dela aquele Botom no chão com um alvo azul, vermelho e branco, era o simbolo da banda The Who.

Na hora podia não ter sido nada importante, mas lhe garanto que hoje sei que aquela menininha havia mudado toda minha vida apenas com um Botom do The Who.”

Fechei o livro e o pus na cama. Levei alguns segundos para enxergar o quarto à minha volta, minha cabeça girava dentro da história que o livro ainda contava em minha cabeça, foi díficil abrir os olhos e me ver na realidade. No vazio do meu quarto.

Aquele não era um livro qualquer. Era um diário. O diário de Jane. O livro era enorme e quanto mais eu o folheava mais lembranças se passavam, mais palavras lotavam as páginas. O Quão de sua vida estava escrito naquelas folhas velhas em minhas mãos? Como aquilo tinha parado naquela caixa? Como aquilo existia? Não sabia se deveria continuar lendo, não era meu, mas por outro lado... Eu queria saber o que estaria escrito ali. Eu precisava saber.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!

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