Sparkly Angel. escrita por Katherine Marshall


Capítulo 7
A Demon's Fate




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Ele abre um sorriso ainda mais bonito e radiante do que o anterior ao me ouvir dizer isso, e inclina a cabeça muito próxima a minha, por um minuto, parecia que estava prestes a me beijar... Por realmente apenas um minuto, pois depois ele olha para a porta, pedindo para que eu abrisse para entrarmos.

Entramos e fui até a cozinha, estava com fome por não tomar nada no café da manhã e nem comer nada na hora do intervalo. Abro a geladeira e pego uma maçã e um copo de suco de laranja.

– Está com fome?

– Não, obrigado. Eu já comi. – Disse e parecia estar enjoado só de olhar para a maçã. Talvez ele não goste de frutas.

Procurei a sala naquela casa imensa, e Caleb me seguiu. Me sentei em um sofá e ele em outro, e ficamos em silêncio. O que estava me incomodando. Já não bastava ter convidado um completo estranho numa casa que nem é minha, ele não ia mesmo falar nada?

– Hum, mas me conta sobre você. Já que pelo visto já sabe várias coisas sobre mim, você e o colégio todo. – Digo finalmente, interrompendo o silêncio. Ele fica pensativo por um segundo, e depois responde.

– Não gosto de falar sobre mim. – Ele parecia sério.

– Por que? Só o básico, vai, onde mora, que lugares gosta de visitar... Não precisa contar nada pessoal.

– Você ainda vai saber.

– Como assim? – Pergunto, confusa.

– Com o tempo você vai descobrir, só isso... Você já está se sentindo bem? – Perguntou, cutucando o dedo na ferida. Eu não poderia dizer que estou totalmente bem, mas estar aqui com ele, de alguma maneira faz com que eu me sinta melhor. Ainda mais depois que ele sugeriu que podíamos ser amigos. Era disso que eu precisava, de um amigo.

– Estou.

– Então, posso te levar a um lugar?

– Que lugar?

– Eu gostaria de fazer uma surpresa.

– Por que está fazendo isso?

– Isso o que? – Ele riu, nervoso. Pude perceber a aflição em seus olhos. Ele olhou para relógio de ouro em seu braço.

– Isso, faltar a aula para estar aqui com uma completa estranha, você nem me conhece e agora quer me levar a algum lugar... Não é nada pessoal, você parece ser legal, isso é só... Estranho.

– Só quero fazer amizade. – Disse dando de ombros.

– Ah, justo com a menina que deve ser considerada uma louca traumatizada por perder o pai e ficar em coma por quase um ano. Ok.

– Calma, se não queria que eu ficasse aqui, era só falar.

– Não é isso. – Respiro fundo. – Eu só estou meio nervosa esses dias, desculpa ok? Esquece isso. Podemos ir a esse tal lugar um outro dia?

– Claro, se é isso que você quer.

– Eu vou tomar um banho, você me espera?

– Espero. – Deu um sorriso fraco. – Ela não se lembra mesmo de nada... – Ouço ele sussurrar.

– Eu não me lembro do quê?

– De nada, eu só pensei alto... Não é sobre você.

– Ah.. Entendi. – Respondi, ainda achando aquilo tudo muito estranho, mas tento me distanciar esses pensamentos enquanto subo as escadas. Vou até meu quarto, escolho uma roupa e vou até o banheiro em seguida.

Tomo um banho rápido e me visto, e assim que volto ao meu quarto Caleb estava ali, sentado na cama.

– Como soube que meu quarto era esse?

– Acho que porque está escrito Claire. – Ah, claro. Eu havia me esquecido completamente disso.

– Ah...

– Claire...

– Sim?

– Desculpa a pergunta, mas, só por curiosidade. Como é dormir por oito meses? Você não sentiu nada, nada?

– Era como se eu estivesse morta, eu acho. – Suspiro. – Eu até fui ao paraíso. – Digo, brincando.

– Sério? – Ele parece surpreso.

– Não... – Rio. – Quer dizer, tive alguns sonhos em que eu estava em um lugar bonito. Um não, muitos. Mas nada demais. Tinham várias pessoas que me ajudavam nos sonhos, mas, não me lembro do rosto ou da voz de nenhumas. Não me lembro de quase nada, a não ser o primeiro sonho. Em que eu atravessava pro outro lado.

– E como foi? – Ele pergunta parecendo entretido.

– Estranho. Você não vai querer saber. – Sorri pra ele. – Coisa de fantasia, sabe?

– Conta.. Por favor, Claire. – Ele pegou minhas duas mãos e olhou nos meus olhos. – Eu quero muito saber.

Estremeci com seu toque e ao lembrar do sonho. Era realmente muito estranho.

Eu estava numa estrada escura e deserta. Ao meu redor, árvores com folhas que aparentavam ser negras, e acima de mim, nuvens cinzentas e de formatos estranhos, que mais pareciam artificiais, como se tivessem sido... Pinceladas. E uma lua escondida, mas que brilha. Ou melhor, brilhava. Um momento depois, tudo a minha volta se resumia em uma única palavra: Escuridão. O medo tomou conta de mim, mas só por um instante, pois tinha algo ali que não me deixava temer. Algo que estava... Me guiando. Ou alguém. Mas não conseguia ver o que realmente era, só conseguia sentir a presença ali, como se brisa segurasse meu braço com delicadeza e me conduzisse por entre um túnel onde no final haveria luz.

E quando essa "brisa" toca minha mão eu posso sentir o que realmente é. A mão era pálida e gélida, mas me aquecia, me protegia e me mantinha segura. Tão concentrada na sensação de paz que estava sentindo, quase não percebo que a lua havia voltado a brilhar. E agora eu poderia ver... Poderia, se a mão não tivesse se soltado da minha no mesmo instante e se eu não sentisse duas mãos agora na minha cintura, provocando uma sensação totalmente oposta da outra, de dor, solidão e angústia. Assim que me viro, trêmula, só tenho tempo de fazer uma única pergunta ao me deparar com apavorantes olhos pálidos, sem pupíla:

– O que você é?


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram do capítulo? Por favor, comentem. Quero melhorar pra vocês, mas tenho que saber o que estão achando pra isso..



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