Sparkly Angel. escrita por Katherine Marshall


Capítulo 4
Goodbye


Notas iniciais do capítulo

É, gente, esse é o último capítulo da vida antiga de Claire. Me desculpem, sei que enrolei muito, é que eu gosto de por tudo detalhado etc, peço que tenham paciência, mais pra frente a história vai ser bem mais legal. É isso ai.



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Viro as costas pra ele, mas paro de andar quando penso que...
– Espere, Brandon.
– O que?
– Se você não sabia de nada... Quem me salvou?
– Como assim, Claire? – Perguntou com um olhar de quem não estava entendendo nada.
– Esquece. Adeus.

Sai correndo sem esperar ele responder, como assim? Se o meu "namorado" que Dr. Harry falou não era Brandon, então quem era? Um velho psicopata que passou dirigindo por ali? Não. Se ele falou que era meu namorado, devia ser jovem. Mas por que um jovem, que com certeza tem uma vida e coisas interessantes pra fazer, ia perder oito meses indo me visitar todos os dias e pagando uma clínica? E depois sumir misteriosamente, do nada? Porque, se ele queria ver minha recuperação, devia ter vindo me visitar depois, ou não?! Eu havia mesmo estranhado o fato de Brandon estar por perto, mas isso... Isso é ainda mais estranho, e até mesmo assustador.

Bom, quem quer que fosse, já estava bem longe a essa hora. Não devo ficar me preocupando com isso, certo? O importante é que estou aqui, graças a esse misterioso rapaz, sã e salva. Por mais que não seja exatamente isso que eu queira. Por mais que eu preferisse ter morrido com meu pai ou ao invés dele... Ele não tinha como adivinhar isso.

Fui em direção a casa de Kate, e toquei a campainha, abraçando logo quem abriu a porta, até perceber que não era Kate e sim Esther... Mesmo assim, outra pessoa de que eu sentira falta. Senti lágrimas caírem sobre meus ombros, eram lágrimas dela.
– Claire... É você?
– Engraçado, é a segunda vez que me perguntam isso hoje. – Respondo num meio sorriso. – Sou eu, sim, tia Esther. – Ela se afasta, limpa as mãos no avental branco e enxuga as lágrimas.
– Como é bom te ver... Tenho tantas perguntas... Mas, imagino que queira ver a Kate.
– Sim, se não se incomodar. Posso te contar tudo depois. – Respondi angustiada, mesmo que eu repetisse mil vezes tudo que acontecera comigo, a dor não diminuía, pelo contrário... Só aumentava.
– Tudo bem, ela está na cozinha. Cuidado, ela vai ter um ataque. – Disse rindo.
– Ok, vou tentar entrar de fininho para não assustá-la.
Fui até a cozinha e Kate estava sentada mordiscando um pedaço de pão, e ao me ver engasgou com ele na boca. Fui até perto para ajudá-la, dando leves tapinhas em suas costas.
– Meu Deus! – Ela disse finalmente.
– Melhorou?
– Claire, você quase me mata de susto, meu Deus, cara, por onde você andou? – Perguntou com seu jeito desesperado da Kate de sempre... Depois seus olhos aguaram e ela me deu um abraço. – Eu senti tanto sua falta, sua idiota. Nunca mais faça isso comigo. Nunca mais, entendeu?!
– Eu não tive culpa...
– Ah, teve sim! Poxa, Claire. Você podia ter telefonado.
– Eu perdi meu celular...
– Como?
– Vamos ao seu quarto e lá eu te explico tudo, certo? – Ela assentiu.
– Claro, como quiser. – Disse com uma voz mais calma e séria.
Fomos ao quarto dela e pedi a Kate que trancasse a porta, assim que ela trancou sentei em sua cama e só em pensar em todas as coisas que eu estava prestes a dizer agora meus olhos aguaram.
– O que foi, amiga? – Ela sentou ao meu lado e me envolveu num abraço aconchegante. – Me conta, desabafar faz bem.
– Tá... Só um minuto. – Respirei fundo várias vezes, tentando me recuperar. Não, desabafar não faz bem. Sei disso pelo que passei com Brandon. Só aumenta a dor que eu sinto... Mas como minha melhor amiga ela tinha total direito de saber – Bem, Kate, eu sofri um acidente e... Milagrosamente sobrevivi... Mas fiquei em coma por oito meses e... Meu pai... Ele não conseguiu... – Minha voz já falhava e as lágrimas voltaram, não consegui terminar, mas nem precisava, com certeza ela já tinha entendido, e estava me abraçando com muita força, ficamos uns minutos assim, até que eu me afastei, limpando as lágrimas com as mãos. – Eu já soube de você e Brandon, parabéns, você merece. Eu quero que faça ele muito feliz, ok? – Disse o meu sorriso mais sincero, eu gostava sim, de Brandon, mas mais como irmão. E namorar com ele não tinha tanta importância agora, não conseguia pensar em um relacionamento com ninguém, e aliás eu tinha que seguir em frente, e se fosse pra vê-lo com alguém, queria sinceramente que esse alguém fosse Kate.
– Olha Claire, me desculpa, eu...
– Não se desculpe, Kate. É sério. Fico feliz por você dois, de verdade, eu juro, ok? Não precisa se explicar. Eu nunca vou sentir raiva de você ou achar que você foi uma traidora. Eu amo vocês dois, e quero que sejam felizes juntos, agora que eu vou embora...
VOCÊ VAI O QUE?
– Embora. – Engoli em seco.
– Não, Claire, você não vai me deixar de novo. – Disse escandalosa, com voz de quem está prestes a chorar.
– Ei, eu não vou te deixar, ok? A gente mantém contato a distância, mas... Eu vou ter que morar em Oregon com minha nova família adotiva. Talvez eles me deixem vir visitar vocês as vezes, caso contrário, quando completar dezoito anos talvez eu votle.

– Ah, claro, daqui dois anos, certo? Por que não telefonou? Cara, minha mãe te adotava, ou sei lá.
– Eu não pude...
– Ah, óbvio que não pode. – Disse ironizando e revirou os olhos.
– Calma... Por favor, Kate. Eu vou embora e você ainda fica brava comigo? Eu não quero me despedir de você assim...
– Tá... Tá. Desculpa. – Ela me abraçou. – Desculpa tá? Eu vou esperar você voltar. Não esquece da sua melhor amiga aqui, combinado?
– Combinado. – Disse sorrindo e me afastando. – Agora eu tenho que ir.
– O que? Já? Não te deram nem uma semana pra ficar aqui?
– Não, nenhuma. – Menti. Eu não podia dormir de novo naquela casa, não podia ficar relembrando meu passado cada vez que eu via uma pantufa ou um chocolate estragado na geladeira, não podia chorar o dia todo, a semana toda. Eu só voltaria lá para pegar minhas coisas e iria embora.
– Ok então... Vou sentir sua falta.
– Eu também vou sentir sua falta, mas, como eu disse, quem sabe eu comece a passar minhas férias de verão aqui. – Retiro mentalmente o que disse. Férias de verão. Aqui? Jamais. Eu sentiria falta dos dois, mas, esse lugar só me trazia lembranças de meu pai, minha mãe... Lembranças ruins, e de brinde uma dor lancinante. – Quer dizer, ou você e Brandon poderiam ir pra lá, quem sabe.
– Eu adoraria. – Disse esboçando um sorriso.
– Agora tenho que ir mesmo, até... Algum dia.
– Até. – Pude perceber seu olhar triste antes de virar as costas e ir embora. Não me despedi de Esther ao perceber que ela não estava ali, melhor, assim não teria que explicar nada nem chorar outra vez.
(...)


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