Depois de chorar por algum tempo, eu já estava me sentindo um pouco melhor, e voltamos aos negócios.

T-suki: E então, o que fazemos agora?

W: Bem, esse ataque do Ichigo serviu para nos deixar alerta. Se eles conseguiram aquela foto podem estar monitorando a casa da Orihime, então sem mais reuniões lá. A partir de agora vamos para minha casa, onde eu acho que consigo abrir a porta do porão sem ninguém de fora ver, e mesmo se virem, seria quase impossível entrar lá. Eu e a ruivinha vamos falar com Marco e John só para garantir, mas eu acho que a Milly colocou mais gente para espionar alem deles.

Orihime: Que tal acabarmos com esses também?

W: Qual é, a uma chance quase zero deles serem idiotas feito Marco e John.

Orihime: É só irmos para algum lugar meio deserto, fora da cidade, e se acharmos alguém suspeito, bem... Fazemos o que tem de ser feito. Por hora, devemos falar com os idiotas e eu também quero checar se tem alguém vigiando minha casa agora.

W: Como vamos fazer isso?

Orihime: Você vai falar com os idiotas sozinho. Eu estou de um jeito que não conseguiria ameaçar alguém sem fazer uma besteira só para descontar minha raiva. Rangiku, você ainda tem perucas e coisas do tipo na sua casa?

Rangiku: Claro.

Orihime: Olha o que nós vamos fazer. Eu e você vamos chegar na minha casa segurando algo que pareça suspeito. A T-suki vai estar disfarçada por perto e se ver alguém suspeito vai tirar uma foto discretamente com o celular.

W: É um bom plano.

Orihime: E ai vocês topam?

T-suki: Por mim tudo bem.

Rangiku: Igualmente.

W: Então estamos combinados, depois de tudo nos encontramos na minha casa. Boa sorte.

Fomos direto para a casa de Rangiku, para produzir o disfarce de T-suki. Tinha que ser algo eficiente, que não chamasse muita atenção, mas que ao mesmo tempo ocultasse completamente sua identidade. Eu estava realmente feliz por ter arrumado alguma coisa útil para fazer, exercitar meu cérebro e me meter em planos para poder esquecer meu coração destroçado. Enfim, acabamos escolhendo uma peruca ruiva bem curta e um vestido rosa claro.

T-suki: Ok, eu pareço uma patricinha.

Rangiku: Isso é ótimo.

T-suki: Só se for para vomitar.

Orihime: Se você odeia as roupas, ninguém espera te ver com elas. Agora vamos logo ao trabalho ok?

T-suki: Certo.

Pegamos uma bolsa redonda, e colocamos uma coisa pesada nela. Pegamos um taxi, já que W tinha levado a moto, mas T-suki saiu um pouco antes para não chamar a atenção. Eu e Rangiku descemos algumas ruas antes da minha casa, e fomos carregando juntas o peso da bolsa. Logo avistamos T-suki, mexendo no celular tranquilamente, e a atuação dela era perfeita, uma pessoa que não soubesse o que está havendo facilmente diria que ela era só uma adolescente esperando um amigo ou algo assim.

Eu e Rangiku entramos e ficamos esperando T-suki vir, o que demoraria um pouco, já que ela teria de pegar um taxi até uma distancia segura da casa, trocar o disfarce por suas roupas comuns e depois voltar.

Rangiku: E ai, como você está? E não me venha dizer que está bem.

Orihime: Sei lá. Por hora eu acho que devo deixar o assunto pra lá. Eu conheço bem o Ichigo, tenho que dar um tempo para a raiva dele passar e ele conseguir pensar racionalmente.

Rangiku: E por enquanto que isso não acontece o que vai fazer?

Orihime: O que uma garota normal de coração partido faria... Fingir que está tudo bem durante o dia, e de noite chorar no travesseiro até dormir. A boa noticia é que do jeito que as coisas andam, em breve eu nem terei tempo para dormir, então...

T-suki: Cheguei.

Orihime: E ai.

T-suki (pega o telefone): Conheçam o nosso espião.

Olhei atentamente para a foto. Era um homem de altura média, careca, usando uma roupa aparentemente bem cara, olhos grandes e castanhos. Não sei antes, mas na hora que a foto foi tirada ele estava claramente observando atentamente algo, no caso eu.

T-suki: Eu percebi que ele tinha uma arma escondida, mas ela devia ser só por precaução. Depois que vocês foram embora, se passou uns 5 minutos, ele entrou numa lanchonete aqui da esquina e depois foi embora.

Orihime: Você acha que ele te notou?

T-suki: Duvido, não olhou para mim uma única vez, e mesmo quando eu tirei as fotos dei a entender que estava passando uma mensagem.

Orihime: Esse homem... Eu acho que eu já o vi em algum lugar...

Rangiku: Não me diga que foi com a Milly ou com a Rukia?

Orihime: Não, quer dizer eu acho que não, sei lá.

T-suki: Porque não ligamos para o W?

Orihime: Boa ideia. (liga para W) Iae, como vão às coisas?

W: Algumas informações interessantes, e ai?

Orihime: Pegamos nosso cara.

W: Perfeito. Quer dar alguma mensagem aos nossos amigos por aqui?

Orihime: Só que eles vão ganhar muito se continuarem contribuindo conosco.

W: Vou tratar de informar isso. Nos vemos na minha casa daqui a pouco ok?

Orihime: Certo, tchauzinho.

W: Tchau.

T-suki: E ai, como está indo lá?

Orihime: Bem. Vamos indo para a casa do idiota desbotado?

T-suki: Claro.

Pegamos mais um táxi, e eu fui a maior parte do trajeto calada. Realmente me sentia um pouco melhor agora, sufocar minha dor com trabalho duro não era uma má ideia. E havia algo dentro de mim avisando que em breve meu confronto direto com Milly aconteceria e ai finalmente as coisas seriam decididas. Se o fim ia ser ruim ou bom, pelo menos ia existir um fim...