Tive que me esforçar muito pra conseguir achar um ponto onde ficasse completamente escondida, já que qualquer movimento em falso e com certeza W me encontraria. Pelo que eu entendi, Ichigo estava perguntando sobre coisas de armas.

Ichigo: Nossa, isso tudo é meio complicado.

W: Eu nunca disse que seria fácil. Usar armas de fogo é uma combinação de mira, força e concentração, ou seja, não é pra qualquer um.

Ichigo: Como a Ori conseguiu aprender tão rápido? Quer dizer, eu nunca a vi atirando, mas pra ter chegado até o ponto aonde todos vocês chegaram ela realmente deve ser fantástica.

W: Você sabe que a ruivinha é um caso a parte.

Ichigo: Ruivinha... É legal esse apelido, ninguém nunca chamou a Ori assim.

W: Por isso mesmo que eu chamo.

Ichigo: Escuta W, tem uma coisa que eu queria te perguntar...

W: Eu não estou apaixonado pela Ori, e nem ela por mim, na boa porque todo mundo cismou com isso?

Ichigo: Como você sabia?

W: Como eu disse, muita gente pergunta isso.

Ichigo: Você tem que entender, eu amo a Ori, e vocês dois sempre parecem tão... próximos e você sabe exatamente o que se passa na cabeça dela. Se fosse com sua namorada não iria agir assim?

W: Não mesmo. Olha Ichigo, eu e a Ori somos amigos, companheiros, e até bem iguais, mas é só. Coloca isso na cabeça de uma vez.

Ichigo: Como se fosse uma tarefa fácil. Vocês dois estão tempo todo juntos, e eu quase não ajudo em nada, talvez a Ori pudesse sei lá...

Ele não conseguiu terminar porque W tomou uma atitude que nem mesmo eu esperava, deu um soco na cara de Ichigo.

Ichigo: O que diabos...

W: JÁ CHEGA! QUAL O SEU PROBLEMA HEIN? Essa é a questão, você não estar ajudando muito? Você sinceramente acha que a ruivinha pararia de te amar porque você não quer que sua família corra riscos? Se acha que ainda é fraco, fique forte. Se acha que ainda consegue melhorar, treine. Mas não suspeite do amor e do caráter da mulher que você ama.

Ichigo: VOCÊ FALA COMO SE FOSSE FÁCIL!

W: E você acha que tá sendo fácil pra ela? Ter que aguentar ver a Milly te agarrando a todo instante, e antes ela não tinha nem uma explicação de porque isso está acontecendo. Mas ela confiou em você. E eu te juro Kurosaki Ichigo, se você a magoar por causa de ciúmes bestas eu vou te caçar até os confins do inferno, e acredite, não vai querer ter um inimigo como eu.

Ichigo: Foi mal.

W: Desculpas não são necessárias, só não aja mais assim.

Ichigo: Certo. Valeu W, fico te devendo essa.

W: Não me deve nada, só estou cuidando para que o futuro de uma amiga seja bom.

Ichigo: Posso ficar com a arma para praticar mais?

W: Consegue esconder em algum lugar seguro?

Ichigo: Dou meu jeito. Só mais uma coisa. (dá um murro em W) Só para ficarmos quites. Até outra hora.

W: Até.

Ichigo saiu tão distraído que nem me viu no meu precário esconderijo. Nossa, eu definitivamente tinha conseguido sucesso nessa missão de espionagem....

W: Ei ruivinha, não vai sair agora? Qual é, eu sei que está ai.

Orihime: Desde quando?

W: Preciso dizer?

Orihime: Desde o começo?

W: O que acha?

Orihime: Vai ficar só fazendo perguntas?

W: E você?

Orihime: AHHH.

W: Eu amo te irritar. Senta ai. Então, o que achou da lição de moral que dei no seu namoradinho?

Orihime: Foi bom ter esclarecido as duvidas dele, mas precisava do murro?

W: Ele também me bateu.

Orihime: Foi à melhor parte, te por no seu lugar, metido.

W: Me poupe, isso nem fez cócegas.

Orihime: Mentiroso.

W: Qual é, eu já levei facadas e tiros, um murro é a mesma coisa que nada.

Orihime: Convencido.

Uma pausa longa sucedeu a conversa. Eu queria perguntar uma coisa, mas ao mesmo tempo tinha medo que isso trouxesse lembranças desagradáveis ao meu amigo. Porem, a curiosidade estava realmente me matando.

W: Então, o que está querendo tanto perguntar?

Orihime: O que? Como assim, do que está falando?

W: Ruivinha...

Orihime: Certo. W, porque você nunca disse seu nome a ninguém, nem mesmo a T-suki?

W: Ah é isso? Eu não considero meu nome importante, e você entende isso, afinal não deixa mais ninguém te chamar de Inoue ou Orihime.

Orihime: Tudo bem, deixa pra lá...

W: Porque quer tanto saber?

Orihime: Sei lá.

W: Tudo bem, eu conto.

Orihime: Sério?

W: Somos parceiros não é? Sem segredos. Mas não conte a ninguém.

Orihime: Eu prometo.

W: Vamos nos apresentar de novo. Eu sou Leonard Connors.

Orihime: É um nome... Normal.

W: Viu, não faz a mínima diferença saber.

Orihime: Acredite, faz muita.

W: Tanto faz. Vamos pra casa então?

Orihime: Claro... Leonard.

Saímos da loja normalmente, e eu estava tão distraída que acabei tropeçando e quase caindo de cara no chão, mas por sorte, W me segurou. Era estranho, mesmo agora sabendo seu nome verdadeiro, eu nunca o chamaria por ele. Realmente é como eu pensava antes, aquele nome poderia significar coisas ruins do passado. Mas sabê-lo era de extrema importância, já que aumentava ainda mais a forte confiança que tínhamos um pelo outro. E isso ia, com certeza, ser essencial cada vez mais que nos aprofundássemos na investigação, e consequentemente, lutássemos contra Milly e Evans. Porque era no campo de batalha, com inimigos fortes e dependendo apenas dos nossos instintos e habilidades, que dava pra compreender o porque de eu e W sermos tão iguais.