Mal fechei os olhos e já estava na hora de ir pra escola. Hoje eu tinha que estar mais calma que o normal, já que tínhamos feito um movimento bastante arriscado na noite anterior. Evitei a conversa no caminho, tentando me concentrar ao máximo nos meus objetivos. Sim, hoje a atuação teria que ter algumas pequenas mudanças. Tentei prestar atenção na aula, e apesar da reclamação pelas minhas faltas, não teve nada de muito importante. Na hora do almoço, nem esperei W e as garotas e fui para a mesa de Milly e companhia.

Orihime: Oi pessoal.

Renji: Nossa Ori, quanto tempo.

Milly: Ori-chan, você anda faltando muito, algum problema?

Orihime (fica meio cabisbaixa): Não nenhum, só tive que resolver uns probleminhas da minha casa. Sabe como é, eu moro sozinha.

Milly: Entendo. Ei, vocês viram no jornal, o executivo Murter foi salvo de um assassino por um grupo misterioso.

Renji: Acho que eu vi no jornal. Já é a segunda pessoa rica envolvida nesses casos ultimamente.

Milly: Sério, então acho melhor eu tomar cuidado, que bom que eu tenho o Ichigo-chan pra me proteger, não é querido?

(Ichigo fica sério e começa a suar)

Milly: Não vai responder bobinho?

W: Ei, não comecem a comer sem a gente.

T-suki: Como estão pessoal?

Milly: Ah, W-chan, T-suki-chan, Rangiku-chan, vocês também estão de volta! E ai, vocês não vão mesmo contar o que andaram aprontando?

W: Nada demais.

Milly: Escuta... Eu me sinto meio constrangida em fazer essa pergunta, mas é só pra eu não acabar fazendo alguma besteira... T-suki-chan, W-chan, vocês terminaram?

W: Não, porque a pergunta?

Milly: É que você e a Ori-chan vivem juntos, eu pensei que... Ah, esquece.

Essa tinha sido uma jogada de mestre, eu tenho que admitir. Qualquer atitude tomada por T-suki ali podia ser perigosa: Se ela nem ligasse para o comentário, ia soar falso demais e a Milly ia perceber nossa atuação, mas se ela se irritasse realmente, poderia correr o risco e acabar falando alguma besteira.

T-suki: Olha Milly, na minha opinião uma garota não tem que ficar muito em cima do namorado, ou ele acaba cansando da sua cara. É melhor você seguir essa dica ou o Ichigo vai acabar cansando de você ouviu? (cai no riso)

Aquilo foi no mínimo, genial. Todos na mesa começaram a rir e levaram a situação como se fosse uma brincadeira. T-suki soube realmente o que fazer, era bom saber que todos do meu ‘‘time’’ sabiam como lidar com Milly adequadamente. Logo fomos pra sala de volta, e quando o ultimo sinal tocou, senti alguém me puxando pelo braço na saída da escola.

Orihime: O que foi, seu maluco?

W: Só me segue. Sem perguntas.

Subimos na moto e eu comecei a ficar realmente nervosa. W não estava nem normal nem serio, estava com uma expressão facial totalmente indecifrável. Seguimos por um caminho meio estranho até chegar num lugar que eu sabia que se alugavam quartos, o que ele pretendia fazer? Subimos algumas escadas em silencio, e quando chegamos na porta de um dos quartos, W respirou fundo e começou a falar.

W: Espero que você goste.

Não tive nem tempo de formular alguma duvida na minha mente, pois logo que a porta se abriu, e vi a pessoa que eu mais queria estar perto nesse momento.

Orihime: Ichigo...

Ichigo: Oi...

W: Qual é, vocês dois, parem de timidez. Eu tive o maior trabalho pra encontrar esse lugar seguro e me assegurar que não fomos seguidos, então é melhor aproveitarem bem.

Ichigo: Escuta Ori, e você também W, antes de qualquer coisa, eu tenho uma coisa a dizer. Eu sei que foram vocês que salvaram o Murter.

W: Eu já sabia. Olha, nós vamos conversar sobre isso e sobre algumas outras coisinhas, mas acho melhor os dois pombinhos matarem a saudade primeiro.

Orihime: Tem certeza que isso é seguro?

W: Fica fria. Eu vou ficar de vigia do lado de fora, então, por favor, não façam nenhum barulho comprometedor.

Orihime: Ok... E W...

W: O que?

Orihime: Obrigada.

W: Não é nada colega.

W saiu, me deixando completamente sozinha com Ichigo. Nossos olhos se encontraram, e eu praticamente corri pros seus braços, o único lugar que eu realmente conseguia me sentir totalmente segura nessa confusão da vida.

Enquanto isso, fora do quarto...

W: Evans, não precisa se esconder, eu sei que você está ai...

Evans: Não estou me escondendo, só guardando uma coisa.

W: Ah entendo, está ligando pra sua chefe pra nos dedurar?

Evans: Você sabe muito bem que eu não sou de obedecer ordens garoto, afinal de contas, não seria burro o suficiente de organizar esse encontro se visse algum risco.

W: Então quer dizer que agora sua missão é seguir o Ichigo? Desde quando foi rebaixado de assassino a stalker?

Evans: E desde quando parou de me tratar como se eu fosse uma assombração?

W: É, me pegou nessa. Enfim, você não vai fazer nada mesmo? Nem tentar nos deter?

Evans: Não agora. Eu só comecei a trabalhar para aquela pirralha mimada porque achei que ela poderia ser interessante, mas ela é só mais uma ambiciosa, e isso não tem a mínima graça. Porem, tanto você quanto a sua amiga ruivinha parecem adversários bem interessantes, então, quando a hora certa chegar eu vou tirar cada gota de sangue de seus corpos. Mas por enquanto, vou fazer vista grossa para esses encontros de drama adolescente.

W: Não que eu me importe com suas ameaças, mas você pode acabar morto.

Evans: Você sabe que eu faço qualquer coisa por uma briga interessante. Bem, eu já vou indo, nos vemos outra hora, tente não morrer até nossa briga, e isso vale pra sua amiga ruivinha também.

W: Assim como pra você.

Evans: Eu queria saber desde quando você ficou tão confiante pirralho.

W: Desde que parei de ter medo de mim mesmo e comecei a usar minha maldição pra tentar ajudar os outros.

Evans: Isso não é vida para alguém como nós.

W: Corrigindo, não é vida pra alguém como você. Tchau, até nossa briga.

Evans: Ou o inferno.

W: Tanto faz...