Depois de algum tempo de inevitáveis e altas risadas, tivemos que limpa a loja, afinal de contas não queríamos que ninguém visse as poucas manchas de sangue no chão. Deixamos tudo um brinco, trancamos, e seguimos discretamente para a minha casa, onde W apenas me deixou na porta.

W: Nos falamos na reunião mais tarde.

Orihime: Certo.

W: E ruivinha, eu sei que você viu ele.

Orihime: O QUE?

W: Não se faça de boba, está mais do que obvio que você andou vendo o Ichigo.

Orihime: Andou me espionando?

W: Não, mas eu vi que você anda alegrinha demais. Está tudo bem, desde que não haja riscos.

Orihime: Não há, ele me encontrou sem combinar nada em um lugar bem escondido tarde da noite.

W: Ótimo. Admitindo a verdade, é bom pra você vê-lo, ajuda a se controlar. Aquela cabecinha de fogo do Ichigo deve iluminar os pontos negros da sua alma.

Orihime: Você é hilário W, porque não vai apresentar um programa de comedia, e fica por lá mesmo?

W: Como se você fosse aguentar a saudade de mim. Eu já vou indo pra casa...

Orihime: Até outra hora, seu maldito convencido de cabelo desbotado.

Entrei em casa e fui logo tomar um banho. A água avermelhada do sangue em minhas mãos e rosto agora estava descendo pelo ralo, enquanto eu tentava reformular minha vida na cabeça. Para as coisas não ficarem ainda mais confusas de novo, resolvi fazer uma lista básica de coisas que teriam de acontecer não importa o que viesse a seguir. Peguei uma pequena folha rosa de papel logo que sai do chuveiro e anotei com uma letra caprichada:

1-Desmascarar Milly

2-Proteger meus amigos

3-Controlar meu monstro interior

4-Ser feliz com o amor da minha vida

Coloquei o pequeno papel dentro da carcaça do meu celular, para que sempre que eu me sentisse perdida dar uma olhada, e refrescar minha memória de como o curso da existência iria seguir. Vesti uma roupa simples e me deitei no sofá, procurando algum programa interessante na televisão, mas logo desliguei o aparelho quando vi na maioria séries policiais. Eu já tinha ação demais na minha vida normal. Engraçado como as coisas haviam virado de cabeça pra baixo em algumas poucas semanas...

Acabei cochilando no sofá mesmo, tinha esquecido de como meu corpo estava exausto, e só acordei quando ouvi a campainha tocando insistentemente.

Orihime: Pessoal?

T-suki: Nossa que cara hein?

Orihime: Vocês não chegaram cedo demais?

Rangiku: Dá uma olhadinha na hora fofa.

Orihime (olha a hora no celular): Ah meu Deus, eu acabei apagando.

W: Tá chega de drama bela adormecida, vamos aos negócios.

T-suki: O W conseguiu umas informações interessantes naqueles papeis que ‘‘pegamos emprestado’’.

Orihime: E deixa eu adivinhar, ele ainda não contou...

Rangiku: Como sabia?

Orihime: Esse ai ama fazer um drama... Sem enrolação, fala logo ou eu jogo descolorante no seu cabelo.

W: Tá com pressa ruivinha? Enfim, vamos lá. A primeira coisa que eu afirmo com certeza, é que se Kuchiki Byakuya está envolvido nessa sujeira, ele sabe disfarçar muito bem, o que eu duvido muito.

T-suki: Então estamos lidando apenas com as das patricinhas.

W: E o esquadrão de bandidos contratados. Enfim, hoje eu e a ruivinha conseguimos convencer os caras que a Milly contratou pra nos seguir a serem aliados.

Rangiku: Como conseguiram?

Orihime: Temos nossas cartas na manga. Continuando, então já que o Byakuya não está ajudando, tudo que pegamos no escritório dele foi inútil?

W: Claro que não. Eu achei umas coisas bem interessantes no meio daquilo. Uma tabela com os maiores competidores da tal empresa do Byakuya e do pai da Milly. E usando a lógica, percebi que eles estão sendo eliminados em ordem decrescente. Ou seja, de acordo com os meus cálculos, o próximo alvo será Anthony Murter.

Orihime: Nossa, tenho que admitir, foi bem pensado. Bom trabalho. E qual foi à outra coisa que você encontrou?

W: A fatura de um cartão de credito, que ele fez para uso pessoal da senhorita Kuchiki Rukia. E nela, consta o aluguel de um apartamento nos arredores do centro da cidade.

T-suki: Será que poderia ser o QG delas?

Orihime: Elas provavelmente não guardariam nada de incriminador, mas quem sabe podemos ver algo interessante se observarmos o local?

W: Mas esse não é o nosso plano imediato.

T-suki: E qual é?

W: Eu estava lendo o jornal, e vi que o senhor Murter vai sair em viagem depois de amanhã, só retornando a Karakura daqui a alguns meses. Acho que a Milly não vai deixar seu alvo escapar tão fácil assim, não concordam senhoritas?

Orihime: Mas ainda não temos provas suficientes para prendê-la, o que podemos fazer?

W: Eu digo o que VAMOS fazer. Antes de me chamarem de louco, ouçam a explicação. Nós vamos impedir a Milly de assassinar o cara. Apenas estando na hora certa no local certo.

Orihime: É sério, você pirou de vez W. Como pretende fazer isso sem que a Milly descubra, ou pior sem que os capangas dela nos transformem em pedaços de carne mastigada?

W: Não vai ser tão difícil. Temos nossos cãezinhos infiltrados, que com um pouco de treino podem conseguir informações. De acordo com a agenda publica do tal Murter, ele ira a um jantar naquele restaurante hiper caro que tem um cassino amanhã. Acho que vão aproveitar o caminho de volta para pegá-lo, afinal de contas, um executivo bêbado é bem fácil de se matar. Mas esse assassinato planejado não vai acontecer graças a uma defesa muito melhor planejada. E ai garotas estão comigo?

Rangiku: É, quem sabe não funciona...

T-suki: Fazer o que, eu sempre acabo me metendo nas furadas desse meu namorado idiota mesmo...

W: E quanto a você ruivinha?

Orihime: Você ainda pergunta? Somos parceiros seu idiota, é claro que eu tô nessa.

W: Perfeito. Então vamos lá garotas, eu vou explicar a vocês como salvar um executivo de um exercito de bandidos comandado por uma assassina sádica. O tempo de brincar de espiões e invadir casas, agora vamos ser mandados direto para o campo de batalha.