O Outro Lado escrita por Isa


Capítulo 1
Lição 1: Jogue esse sorriso fora...


Notas iniciais do capítulo

Iae pessoas da Terra, como estão? Começando aqui minha segunda longfic de Bleach, mas a primeira de universo alternativo (no caso aqui eles não tem poderes) Ela vai ser narrada pela Orihime. Bem, espero que gostem.



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Aquele dia estava cinza e chuvoso, mas mesmo assim haviam aulas, então peguei um guarda chuva e fui o mais rápido possível para a escola. Consegui chegar um segundo antes da professora entrar na sala, e apesar de estar encharcada, fiquei feliz porque ‘‘ele’’ não parecia ter pegado a pior parte da chuva.

Ele é Kurosaki Ichigo, a pessoa que eu mais amo no mundo, mas que para todos era apaixonado por Kuchiki Rukia, minha melhor amiga... Que ironia. Apesar de tudo, pra mim o que sempre importou foi a felicidade de todos a minha volta, então eu escondia todas as minhas frustrações debaixo de um sorriso. Mas naquele dia, era como se minha consciência e meu coração não aguentassem mais tanto fingimento. Espantei esses pensamentos malucos e tentei me concentrar na aula.

Depois de uma prova de matemática já era hora do almoço, e eu estava montando um sanduíche enorme pra mim enquanto Rukia reclamava.


Rukia: Aquele professor é doido, só pode.

Ishida: Só porque ele te deu um zero?

Rukia: Para de ser metido só porque teve a melhor nota!

Ishida: Eu não fui o único a ir bem, não é mesmo Inoue-san?

Orihime: O que? Desculpe, eu estava pensando se devia colocar chocolate ou pimenta no meu sanduíche de queijo e maçã. O que acha Ishida-kun?

Ishida: É... Enfim... Você também foi bem na prova certo?

Orihime: Sim, eu tirei um 8.

Ichigo: Viu nanica, deixa de descontar a raiva pela sua burrice nos outros. Se faz tanta questão, eu te ensino matemática hoje.

Rukia: Vou desconsiderar os insultos e aceitar a proposta.

Orihime: Mas Kurosaki-kun, nós tínhamos combinado de fazer o trabalho e depois dar uma volta hoje.

Ichigo: Ah, o trabalho é só pra daqui 1 semana, fazemos depois. Sem problema né?

Orihime: Claro... Acabei de lembrar que esqueci meu celular na sala, vou lá buscar.


Aquela foi a ultima vez naquele dia que eu consegui mostrar meu habitual sorriso. Logo que me virei, meu rosto se contorceu numa expressão de raiva e desespero que eu sempre procurava evitar. Corri direto para o telhado da escola, e apesar de estar chovendo e trovejando, me mantive na mesma posição imóvel, sentindo as grossas rajadas de chuva frias como meu coração solitário atingindo meu corpo. Eu invejava tanto o céu. Queria poder ser que nem ele, poder mostrar meu lado cinza e tempestuoso sem medo do que vem a seguir...


W: Parece que você finalmente chutou o balde, certo Inoue Orihime?


Me virei e lá estava ele. Um garoto de cabelos negros e olhos avermelhados, tão encharcado quanto eu. Por algum motivo eu tinha curiosidade de ouvir o que ele tinha a dizer.


W: Você parece confusa, então é melhor eu começar a me explicar. Parece que você finalmente cansou dessa vida de fingimento, de esconder seus sentimentos e oprimir seus desejos para agradar as pessoas ao seu redor.

Orihime: Não é isso, é só que...

W: Não precisa mentir pra mim, desde o inicio eu consigo ver o ódio e as lagrimas escondidos por trás desse seu sorriso. Mas não pense coisas erradas, eu não estou te perseguindo, apenas quero te ajudar, porque eu já fui igual a você.

Orihime: Sério?


Havia alguma coisa, um certo magnetismo, puxando minha atenção para aquele garoto. Eu precisava ouvir mais.


W: É. Eu tinha um pavor inexplicável de estar sozinho um dia, então engolia e obedecia todos os meus amigos como se fosse um empregado. Mas eles não eram legais como os seus, se aproveitavam da minha bondade e por isso, foi um pouco mais simples pra mim enxergar meu verdadeiro eu. Mas a questão aqui é: E você? Já esta cansada de viver como um robô? Esta cansada de nunca ter ou fazer o que quer? De reprimir sua personalidade com medo do que os outros vão pensar?


Olhei fixamente aquele cara na minha frente. Era estranho, talvez até loucura, mas eu sentia no fundo da minha alma que podia confiar nele. Mas será que eu realmente estava pronta para mudar uma vida inteira? Foi ai que percebi que só o que estaria perdendo seria um caminho sem graça, forçado, de noites banhadas a lagrimas, e provavelmente observando Ichigo e Rukia vivendo felizes para sempre só porque eu nunca fui corajosa o suficiente para confessar meu amor. Cheguei mais perto dele, dei o primeiro sorriso sincero em anos e tomei minha decisão.


Orihime: Quando começamos?

W: Ótimo, fico feliz sabendo que você vai tentar.

Orihime: Posso saber seu nome?

W: É W, muito prazer.

Orihime: W?

W: Apenas um apelido. A maioria acha estranho, você também deve ter achado.

Orihime: Desculpe.

W: A primeira regra é não ficar se desculpando por tudo. Dar sua opinião não é vergonhoso, guarde essa palavra tão importante pra momentos melhores.

Orihime: Certo. Escuta W, porque você quer tanto me ajudar?

W: Eu já disse não foi? Nós dois somos parecidos. Na verdade, não só nós, mas os meus outros amigos e minha namorada. Todos foram condenados por essa ‘‘maldição’’, então nos ajudamos para sermos felizes. Mas só uma coisa Inoue... Às vezes você descobre coisas em si mesma que nem imaginava... E elas podem ser ruins... Mas você não tem que escondê-las, apenas aprender a viver com elas. Bem, então isso é tudo. Escuta, você tá livre hoje a noite?

Orihime: Por quê?

W: Vou apresentá-la ao pessoal e te levar pra começar sua transformação.

Orihime: Certo.

W: Agora, que tal sairmos dessa tempestade? Eu sei que disse para fazer o que bem entender, mas não vai conseguir isso se pegar uma pneumonia.

Orihime: Claro.


Andamos até a porta de saída. Tinha um casaco em volta da maçaneta e W o colocou em minhas mãos.


Orihime: Não tem problema, fique com ele você.

W: Qual é, pode aceitar tranquila, tenho uma roupa seca na mochila. Eu passo na sua casa as 7 ok?

Orihime: Certo.


E ali começava uma nova pagina da minha vida, um novo caminho a ser seguido... Se eu estava com medo? Obviamente. Mas, misturado com ele estava um sentimento quase como de felicidade, como se logo eu fosse alcançá-la se continuasse assim. Tirei a blusa molhada e a joguei no telhado, ficando apenas de camiseta. Vesti o casaco de W e segui em frente. Aquela blusa ficaria ali, como sinal de tudo que eu estava abandonando. Disfarces, farsas, e principalmente, aquele irritante sorriso forçado. Era minha hora de recomeçar.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews? Bjus até o proximo!