Dramione - Nosso Reencontro escrita por karistiel


Capítulo 20
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente e infelizmente, chegamos ao epílogo.
Eu vou sentir muita falta de vocês e dessa fic, de verdade!

Espero que vocês gostem desse fim.
Até uma próxima vez ♥

Beijos, Karis Malfoy.



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5 meses mais tarde...

Eu acordei subitamente. Aquela maldita dor estava lá de novo. Sentei na cama com cuidado e pus a mão na minha barriga para massagear até que a dor parasse. Toda madrugada era assim, eu acordava com dores, mas pouco tempo depois passava. Era só o bebê se mexendo e querendo nos avisar que estava quase pronto para sair.

Mas meia hora depois e a dor não tinha passado, na verdade tinha aumentado. Puxei os lençóis para me levantar e percebi que estavam molhados. Ah, não, não, não!

— Merda! - Sussurrei exasperada. A bolsa tinha estourado.

Draco se mexeu ao meu lado e eu tive que me controlar para não gritar com a dor da contração que veio.

— Draco. - Chamei alto. Ele se mexeu um pouco mas não deu sinal que tinha acordado. - Draco. - Chamei mais uma vez. Ele resmungou e virou para o outro lado.

Bufei impaciente. Outra contração veio e o nome dele saiu como um grito. Ele se sobressaltou e sentou na cama bruscamente.

— O que foi? - Ele perguntou atordoado. Ele piscou algumas vezes e seus olhos focaram nos lençóis molhados. - Você fez xixi na cama, Hermione? - Ele perguntou abrindo um sorriso maldoso.

Lhe lancei um olhar mortal seguido de um tapa muito bem dado. Que insolência!

— Não seja idiota, Malfoy!

Ele se encolheu na cama quando eu tornei a gritar.

— O que houve? O que está acontecendo?

— A bolsa estourou. - Eu resmunguei sem ar.

— Que bolsa? - Ele perguntou confuso. Merlin me perdoe mas meu marido é burro feito uma porta!

— Sua filha tá nascendo! - Eu gritei para ele.

Ele me olhou com os olhos arregalados e levantou da cama. Eu me encolhi com a dor e respirei fundo. Quando abri os olhos Draco estava me puxando em direção ao armário no canto do quarto. Ele o abriu e tirou algumas roupas para mim, e depois para ele.

— Draco pelo amor de Merlin, o que você está fazendo? - Gritei.

— Trocando de roupa. Não vamos sair assim não é? - Ele perguntou com um semblante de confusão. Eu, inevitavelmente, rosnei para ele quando senti outra contração.

— Sua filha está nascendo e você vai trocar de roupa? - Ele se encolheu no canto do quarto. - Espero que você morra. Estou indo chamar Gina.

Fui andando até a sala e enfiei minha cabeça na lareira. Eu nem sabia que horas eram, mas quando eu apareci do outro lado soltei um grito. Meus dois melhores amigos estavam um em cima do outro no sofá da sala. Eu definitivamente poderia ter vivido sem ver essa cena.

— Vocês vão demorar muito? Tem alguém tendo um filho...- Minha frase ficou no ar quando eu perdi o fôlego com outra contração. Elas agora vinham mais rápido.

Os dois se viraram para mim assustados e pouco tempo depois saiam totalmente vestidos da lareira.

— Hermione! - Gina chamou. - Onde está Draco?

— Não sei onde está aquele inútil! - Vociferei.

— Estou aqui. - O bastardo entrou na sala correndo e me levantou do chão. - Hermione temos que correr para o hospital! - Ele disse, como se fosse um mistério que tinha acabado de resolver.

Eu bufei.

— Não me diga! - Ironizei. Meu gemido de dor invadiu a sala em silêncio. Os três ficaram parados sem saber o que fazer ou falar, somente olhando para mim. Gina foi a primeira a se manifestar.

— Vamos. Você Harry, avise minha mãe e os pais de Hermione. Você, Draco, pega a bolsa do bebê e vem com a gente.

Os dois rapidamente se moveram. Draco correu de volta para o quarto e voltou segundos depois com a bolsa amarela pendurada no ombro. Harry correu para fora da casa para aparatar.

— Nós vamos via Flu. - Gina decretou. Eu nem pensei em retrucar, só me concentrava em controlar a dor que estava sentindo. Por que ninguém nunca havia me dito que doía tanto ter um filho?

Draco me segurou pelos braços e nós dois entramos na lareira. Ele gritou "Hospital Bruxo Saint Louis" e as chamas verdes nos engoliram. Saímos da lareira na recepção do hospital e fomos direto para o balcão, Gina vinha logo atrás.

— O que desejam senhores? - A mulher atrás do balcão perguntou.

— Minha filha está nascendo. - Draco falou rápido. A mulher olhou diretamente para Draco e sorriu abertamente, olhando-o de cima abaixo.

— Se você puder parar de paquerar meu marido e me levar até um medi-bruxo eu agradeço. - Eu rosnei. Eu estava rosnando muito hoje.

A mulher piscou algumas vezes e voltou sua atenção para mim envergonhada. Draco suspirou ao meu lado e passou uma mão pelo cabelo, a outra mão enlaçando minha cintura. Do nosso lado, Gina ria descontroladamente.

— Posso saber do que está rindo, Cabelo de Fogo? - Ela me olhou estupefata e depois riu ainda mais alto.

— Aqui senhora, preencha essa ficha e aí eu vou chamar o medi-bruxo. - Ela me ofereceu um bando de folhas que eu sequer tinha capacidade de começar a ler.

— Eu não vou preencher nada, eu quero uma porra de um medi-bruxo! - Gritei atirando as folhas de volta na direção dela. A dor agora era quase agonizante e constante. - Se eu tiver minha filha nessa recepção eu vou ter o prazer de lançar uma imperdoável em você!

— Hermione... - Draco chamou em tom de aviso.

— Você cala essa boca, seu inútil!

A secretária saiu, chamando o nome do medi-bruxo pelo corredor enquanto outra apareceu com uma cadeira de rodas para mim. Draco me ajudou a sentar. Eu me apertava, me contorcia, choramingava, xingava, Draco pedia para eu me acalmar, eu xingava ele de novo. Enfim, o medi-bruxo chegou.

— Somente família. - O Doutor Stryder disse. Gina se despediu, dizendo que esperaria pelos outros na sala de espera e Draco entrou na sala de parto comigo.

Doutor Stryder tinha se tornado meu medi-bruxo depois do casamento. Ele atendia a mãe de Draco quando ela estava grávida e Draco quis que eu fosse me consultar nele. Aceitei para fazê-lo feliz. Além de que, o medi-bruxo era ótimo.

— Senhor Malfoy, é bom ver o senhor. - O doutor cumprimentou meu marido. Draco acenou para ele.

— É bom ver o senhor também.

— Ah, eu me lembro de quando fiz o parto de Narcisa. E agora, tantos anos depois, estou aqui fazendo o de sua esposa. Isso é realmente uma honra. - O doutor começou a divagar. Draco sorriu para ele e eu bufei.

— Não sei se alguém notou mas eu estou com dor. - Respirei fundo. - Muita dor.

— Ah, isso é normal Sra Malfoy.

— E não tem nada que pare a dor? - Perguntei

— Infelizmente não, agora só podemos esperar o momento do bebê nascer.

— Ótimo! - Murmurei agitada e sem fôlego. 

— Não escute o que ela diz, todas elas ficam assim. - O doutor Stryder sussurrou para Draco em tom brincalhão.

— Eu estou ouvindo! - Gritei para os dois. O doutor riu e Draco soltou uma risada nervosa.

Doutor Stryder saiu e logo uma enfermeira entrou. Pediu que eu vestisse a camisola do hospital e me deitasse na cama. Fiquei mofando mais alguns minutos quando a enfermeira entrou junto com o medi-bruxo.

— Contrações a cada 1.5 minutos, doutor. - Informou uma das enfermeiras que havia ficado na sala.

— Dilatação de 10 centímetros, Doutor Stryder. - Informou a outra que havia entrado com o medi-bruxo.

O medi-bruxo sorriu para mim com olhos brilhantes.

— Está na hora Sra Malfoy.

Eu nada respondi, apenas gritei de dor quando mais uma contração veio. Draco se aproximou de mim e eu agarrei sua mão, desesperada. Ele estava suando, tanto quanto eu. E parecia prestes a desmaiar a cada segundo que passava. Aproximei seu rosto do meu e sussurrei quando consegui pegar fôlego.

— Se você desmaiar eu vou fazer com que todo mundo saiba disso. Pare de ser tão covarde! - Ele engoliu em seco quando eu apertei sua mão e ficou ainda mais pálido.

O medi-bruxo olhou para mim e sorriu de novo. Alguém arranca esse sorriso da cara desse homem?

— Vou precisar que você faça força. Muita força. Agora é a hora, Sra. Malfoy.

Fiz o que ele pediu e a dor era ainda maior. Eu apertava a mão de Draco e apertava sem dó, gritava a plenos pulmões e chorava.

— Respire fundo. - Draco pediu. A enfermeira estava do meu outro lado secando o suor da minha testa e auxiliando o medi-bruxo.

— Respirar fundo? - Gritei para ele, desnorteada. Mais uma vez fiz força e senti tudo se esticando dentro de mim. - Isso tudo é culpa sua! Você fez isso comigo!

Outro grito, outra contração, outro xingamento.

— Eu te odeio Malfoy. Se tocar em mim de novo eu vou te castrar!

Se eu não estivesse tão preocupada em insultar meu marido, eu teria notado o quão mais pálido ele estava.

— Já está quase lá. Mais um pouco, apenas mais um pouco Sra Malfoy!

Com um último grito sofrido e uma dor lancinante, tudo parou. A única coisa que pôde ser ouvido no cômodo era o som da minha respiração barulhenta, o choro de bebê e o estrondo do corpo de Draco no chão.

— É uma menina! - Anunciou o medi-bruxo.

Eu olhei para o lado pra ver meu marido desmaiado no pé da cama. Meu Deus, ele era um frouxo mesmo. A enfermeira correu para ele e eu finalmente fixei meu olhar na minha filha. Um das enfermeiras a enrolou em uma manta e colocou ela em meus braços. Foi nesse momento que eu senti as lágrimas escorrerem mais freneticamente pelas minhas bochechas. A olhei de queixo caído; ela era tão linda!

Notei que Draco já havia despertado e olhava para ela também, fascinado.

— Papai ficou tão feliz quando viu você que desmaiou. - Sussurrei para ela enquanto acariciava suas mãozinhas. - Nós vamos contar isso para todo mundo não vamos, meu amor? - Eu ri suavemente.

Ela era tão branquinha, os cabelos castanhos mais claros que os meus. Seu nariz era fino e seus lábios eram cheios e rosados. Ela era tão pequenininha e mantinha os olhinhos fechados.

A enfermeira voltou e chamou nossa atenção.

— Vou ter que levá-la por alguns minutos. Precisamos limpá-la e fazer todos os exames necessários.

— Está tudo bem com ela? - Perguntei com um tom de desespero.

— Sim. São apenas exames de rotina. - A enfermeira sorriu e saiu. Poucos minutos depois outra apareceu para me ajudar a tomar banho. Draco saiu do quarto dizendo que avisaria aos outros que estavam esperando lá fora.

**

— Nasceu! - Cheguei correndo na sala de espera. Estava lotada. Quando todos ouviram começaram a festejar. Uma mulher nos olhou feio e pediu para que falássemos baixo.

— Graças a Merlin! - Sra Weasley falou. - Nós podemos vê-la?

— Ainda não. Hermione está tomando banho e nossa menina está com o doutor Stryder. Eles estão fazendo exames de rotina pra saber se está tudo bem.

— Como minha afilhada é? - Gina perguntou.

— Linda. - Eu suspirei, completamente apaixonado. Eu estava em êxtase.

— É loira? - Harry perguntou curioso.

— Não. - Eu ri. - Parece que os genes Malfoy foram fracos dessa vez.

Todos riram.

— Ela se parece com a Hermione. Se fosse possível diria que ela fez sozinha.

Um súbito silêncio se fez. Eu fiquei confuso, afinal, não tinha falado nada demais. Quando pensei em retrucar, ouvi um pigarro às minhas costas e me virei.

— Mãe? - Arregalei os olhos para ela. O que ela fazia ali? Olhei em volta e depois para a porta.

— Ele não está aqui. - Ela disse, sabendo que estava falando de meu pai. - Ele não sabe que estou aqui.

— O que a senhora quer aqui? - Perguntei com cautela.

Ela me olhou triste.

— Vim conhecer minha neta.

— Como soube que..-

— Eu avisei. - Molly Weasley falou.

— A propósito, obrigada Sra Weasley. - Minha mãe sorriu para ela.

— Sem problemas. - Sra Weasley respondeu.

— Desculpe se atrapalho alguma coisa, eu só queria saber se estava tudo bem. - Ela suspirou.

— Está tudo ótimo.

A enfermeira que estivera comigo mais cedo nos avisou que as visitas estavam liberadas. Todos se encaminharam para o quarto no qual Hermione tinha sido transferida. Esse tinha enormes janelas que deixavam a luz do nascer do sol entrar.

Bati na porta de leve e chamei.

— Hermione? - Coloquei a cabeça para dentro e ela me olhou sorrindo. - Tem umas pessoas que querem ver vocês.

"Umas pessoas" era elogio. Os pais de Hermione foram os primeiros a entrar. A Sra Granger chorava enquanto se aproximava da filha. O Sr Granger depositou um beijo na testa dela e acariciou a menina.

Em seguida entraram os Weasleys e Potter. Os gêmeos trouxeram um monte de balões encantados que mudavam de cor toda vez que alguém tocava. Molly e Artur Weasley se juntaram aos pais de Hermione perto dela. Gina e Harry abriram caminho por entre as pessoas e ficaram ao lado dela. Logo minha filha já estava nos braços da ruiva. Minha mãe foi a última a entrar. Hermione olhou um pouco espantada para ela mas sorriu.

— Sra Malfoy, que surpresa.- Cumprimentou Hermione.

Percebendo o momento íntimo, todos saíram, deixando somente eu, minha mãe, Hermione e o bebê.

Hermione ofereceu o pequeno embrulho para que minha mãe pegasse. Os olhos de Narcisa brilharam e ela prontamente segurou. A pequena se aconchegou nos braços de minha mãe e abriu os olhos.

— Oh, ela tem os olhos dos Malfoy. - Minha mãe sorriu com lágrimas nos olhos.

E tinha mesmo. As duas orbes cinzentas vasculhavam tudo ao redor, curiosos e perdidos.

— Sei que não é hora pra falar disso, mas estou me divorciando de seu pai. - Minha mãe falou para mim ainda olhando para o pequeno embrulho em seus braços.

Eu engasguei.

— Por que?

— Porque eu queria conhecer minha neta. - Ela falou baixo, olhando para a menina que agora olhava para ela com olhos sem foco. - E eu senti tanta saudade de você, filho.

Eu a abracei e ela me deu minha filha para segurar. Era a primeira vez que eu a pegava. Ela era tão pequena e tão frágil. Eu cuidaria dela com a minha vida. Eu ia mantê-la protegida de todo mal.

— Ela já tem um nome? - Minha mãe perguntou, de repente.

Eu olhei para Hermione e ela sorriu para mim e assentiu.

— Narcisa. - Respondi.

Minha mãe piscou algumas vezes e eu vi algo que não via a anos. Minha mãe estava emocionada e não se importou em chorar.

— Porque a vovó é a mulher mais forte que eu conheço. - Eu sussurrei para a menina em meus braços.

FIM.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora, mas eu estive sem cabeça pra escrever. Mas mesmo assim, espero que tenham gostado.

Obrigada por tudo. Amo vocês!