A cada minuto meu coração falhava uma palpitada. Hoje era o dia. Eu terminaria com Rony.

Esperava ansiosa por sua chegada, ele viria até minha casa e eu soltaria a bomba, nada mais do que cinco minutos... Então eu estaria livre, mas ainda teria Pansy em meu caminho. Na verdade, nunca achei que Draco fosse realmente terminar com ela, mas acho que uma hora ou outra as pessoas terão que saber sobre meu filho e de Draco, não sei se a Parkinson aceitaria de bom grado um enteado. Provavelmente não.

A campainha tocou e eu larguei a xícara sobre a mesa da cozinha e fui atender. A primeira coisa que avistei foi a cabeleira ruiva e então vi seu sorriso para mim. A maioria das garotas achariam no mínimo fofa, a cena que se desenrolava à minha frente, mas eu não.

— Senti saudades... – O ruivo me agarrou me levando para dentro. Senti ele colar seus lábios nos meus enquanto me arrastava para a sala, mas não correspondi. – Algum problema? – Ronald me largou e me fitou.

— Não foi por isso que eu te chamei aqui... – Falei baixinho, com medo de sua reação.

— Foi por que então? – Ele perguntou e pelo tom de sua voz, percebi estar desconfiado.

Me afastei ainda mais dele e fui para um dos cantos da sala. Olhei para os lados, prestando atenção nas cores claras para que me trouxessem um pouco de paz, um gesto inútil.

— Rony... Ultimamente as coisas tem estado estranhas entre nós dois. Há tempos não fazemos mais nada... – Olhei para o chão me lembrando de minha noite com Malfoy. – E percebo que não temos mais aquela paixão dos tempos de escola, você mudou, eu também... Todos mudaram na realidade... E muito... – Os olhos cinzentos e a sensação de seu toque contra minha pele apareceram em minha mente. – Eu acho que não tem mais como continuarmos juntos...

Rony ficou em silêncio por um momento, apenas me fitando.

— Se foi por causa do que aconteceu... Olha, Mione... Eu já pedi desculpas! Foi automático eu não queria te machucar.... – Sua voz estava quase suplicante.

— Não Rony, não é por isso... Aconteceu... – Olhei para o sofá onde meu filho foi concebido. – Aconteceu uma coisa... Não podemos continuar juntos depois disso...

Ronald seguiu meu olhar e encarou o sofá também. Se usemblante de antes, uma expressão desesperada, se transformou. Pude ver sua pele tomar uma coloração mais avermelhada e sua expressão se tornar dura e fria. Seus olhos estavam sem brilho e de repente pude ver raiva ser transmitida deles.

— Dormiu com ele! Você dormiu com ele. – Ronald gritou. - Me responde sua vadia! Dormiu com ele ou não? – Ronald veio até mim e segurou meu braço com uma força sobre-humana. – Anda Hermione! Eu quero uma resposta.

Comecei a tremer, meu corpo já não respondia mais aos meus comandos. As lágrimas desciam furiosas por meu rosto e eu devia estar com uma expressão extremamente culpada em meu rosto, pois Ronald apenas com uma mão jogou meu corpo em direção ao chão.

— Vadia! – Rony deu um tapa forte em meu rosto. – Eu sabia que você e ele tinham algo a mais! Sabia que toda aquela proximidade era algo mais! – A essa altura Rony berrava tão alto que eu tive certeza que os vizinhos podiam escutar. – Mas isso não vai ficar assim, não mesmo!

Em um impulso, abracei minha barriga de forma protetora esperando pelo soco ou murro que viria a seguir, afinal, eu era muito mais fraca que Rony e seria totalmente inútil tentar me defender. Escutei um estrondo enorme vir da porta de entrada no mesmo momento em que Ronald me deu um soco na costela.

Minha visão deu uma escurecida, mas pude distinguir a figura de Draco na entrada da sala. Sua pele branca estava mais vermelha que um tomate, seu nariz levemente inflado, indicando raiva e seus pulsos cerrados ao lado do corpo.

O loiro voou sobre o ruivo que tentou em vão se defender, e antes que ele pudesse sequer levantar seu braço, Draco lhe aplicou uma série de murros em seu rosto, fazendo com que várias partes como nariz e boca sangrassem. Depois de muito apanhar, o ruivo conseguiu levantar e se afastou com raiva, Draco veio até mim que também começava a me levantar e me ajudou.

— Nunca mais encoste um de seus dedos imundos no que é meu! – Draco gritou para Ronald que sorriu com desdém.

— Achei que Pansy fosse sua! – O ruivo soltou o insulto com a voz carregada de veneno.

— Pansy já não significa mais nada, assim como você! – Draco gritou de volta. – Se encostar mais uma única vez em Hermione, você vai se arrepender! Agora eu cuido dela!

— E desde quando você tem alguma autoridade sobre essa vadia? – Ronald perguntou e Draco avançou para ir até o encontro do ruivo que recuou, mas eu segurei seu braço o impedindo de socar a cara de Ronald novamente.

Draco respirou fundo, e falou com uma calma surpreendente.

— Desde que dormimos juntos nesse mesmo sofá... – Draco apontou para nosso sofá e depois continuou. – E agora nosso filho cresce no ventre de Hermione!

Antes que eu pudesse dizer algo ou impedir, Ronald voou sobre Draco, socando seu rosto furiosamente. Em um acesso de medo, peguei minha varinha e murmurei o primeiro feitiço que veio a minha mente naquele momento.

— Petrificus Totalus... – Felizmente o feitiço atingiu o ruivo que caiu todo duro para o lado.

Encarei Malfoy antes de me abaixar e o abraçar. A essa altura, as lágrimas caiam por meu rosto molhando sua roupa. Nos levantamos e Malfoy se soltou de mim.

— Chega! Vou tirar esse idiota daqui! – Draco levou Ronald para fora de minha casa e aparatou com ele, momentos depois já estava de volta. – Está feito. Deixei ele do lado de fora da Toca, alguém o encontrará... – Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa eu pulei em seu colo e o beijei.

— Obrigada por me defender! – Disse ainda colada a ele.

Draco nos separou e colocou sua mão em meu rosto, fazendo uma leve carícia em minha bochecha com seu polegar.

— Você é minha agora... Vou terminar com Pansy! – Draco sorriu para mim. – Vamos cuidar dessa criança juntos!

Por um momento cheguei a acreditar, mas então os pais de Draco e a fúria de Rony me vieram à cabeça, com certeza Pansy não ficaria para trás quando soubesse.

— Não podemos Draco! – Falei me afastando. – É impossível!

— O Impossível é só questão de opnião... Nós vamos passar por isso. – Draco me abraçou de novo. – Juntos!

Ficamos abraçados por incontáveis minutos, até que me lembrei de algo. Peguei minha varinha e murmurei um feitiço que curasse suas feridas sem deixar qualquer vestígio de que um dia estiveram lá, então depositei um beijo em seus lábios e Malfoy me deu impulso, fazendo com que minhas pernas se enlaçassem em sua cintura.

— Sofá? – Perguntei quando nos separamos.

— Não... Em outro lugar hoje... – Draco foi comigo ainda em seu colo para fora e nós aparatamos juntos.

Senti minhas costas baterem em algo macio e os lábios de Draco voltarem a trabalhar, passando de minha boca, para meu pescoço e quando chegou ao colo senti seus dedos abrindo calmamente os botões de minha camisa, ao mesmo tempo que seus lábios iam descendo e só pararam quando chegaram ao cós de minha saia.

Comecei a puxar sua camisa para cima e Draco se livrou dela rapidamente. Me sentei e ele começou a abrir meu sutiã no mesmo tempo que chutei meus sapatos para qualquer lugar. Assim que o fez, começou a brincar com meus seios, me causando delírios. Abri sua calça e a puxei para baixo e assim ele também fez com minha saia que deslizou facilmente.

Suas mãos faziam trilhas por meu corpo, deixando sensações sobre minha pele. Seu toque me excitava, seu cheiro me extasiava, os beijos ficavam cada vez mais profundo em função de nosso desejo, logo, Draco já estava dentro de mim, me levando ao paraíso, senti que ele estava cuidadoso comigo, fazendo o mínimo de pressão possível contra minha barriga para não causar nenhum dano ao bebê.

Beijei seus ombros e seu peito nu, o incentivando a aumentar cada vez mais o ritmo, logo, chegamos juntos ao nosso ponto máximo. Draco caiu ao meu lado, nós dois com a respiração ofegante.

Olhei em volta e me dei conta de que não conhecia aquele lugar, claramente estávamos em um quarto, as mobílias e a decoração eram todas em tons escuros de preto e vinho. Grandes janelas se estendiam do chão até o teto, clareando o lugar e nós dois estávamos sobre uma enorme cama de casal com lençóis e fronhas de cetim.

Draco puxou um grosso edredom e nos cobriu. Suas mãos passaram em torno de meu corpo e uma de suas mãos pousou sobre meu ventre.

— Onde estamos Draco? – Perguntei baixinho.

— No meu quarto, há tempos penso em você aqui, dormindo assim comigo. – Ele falou e eu sorri.

— Seus pais estão em casa? – Perguntei temendo que alguém possa ter escutado algo.

— Sim. – Senti que corei. – Mas fica tranquila, o quarto deles fica bem longe daqui e eles nunca vem até aqui.

Suspirei de alívio e Draco depositou um beijo no topo de minha cabeça.

— Agora dorme, amanhã nós dois teremos um dia cheio. – Assenti e depositei um beijo leve em seus lábios.