Parecia que fazia anos em que eu não dormia tão bem. Eu estava feliz e satisfeita. Não queria que o sonho acabasse. Bem, até eu acordar e perceber que foi real.

O que me tirou dos sonhos tão bons quanto à realidade foi meu maldito despertador. Ele tocava insistentemente. Eu o ignorava, até que meu celular vibrou embaixo do meu travesseiro. Uma mensagem.

“Um Bom Dia para uma linda Bella”

Eu não dormiria depois dessa. Edward havia mandado a mensagem. Sorri e respondi:

“E um Bom Dia para você, que me acordou do sono encantado”

Fui para o banheiro escovei meus dentes e olhei minha imagem no espelho. Aquela era eu? Os olhos castanhos estavam brilhantes, a pele cintilava, os lábios estavam mais vermelhos que o normal e pareciam querer sorrir. Era o “Efeito Edward”.

Após o banho, coloquei uma saia de cintura alta e uma camisa branca. Prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo, passei uma maquiagem que deixaria Rosalie satisfeita. Tomei meu café com pedaços de bolo e fui para o trabalho. Eram 08h30min e meu expediente começava as 09hr. Eu estava no horário.

Entrei no meu carrinho lindo e fui.

O Sr Hale ainda não havia chegado, mas Jasper estava sentado na cadeira dele. Por mais calmo que parecesse, ele era tão curioso quanto Alice. Em seus olhos se via a ansiedade e a vontade de saber o que tinha se passado no final de semana. Eu não ia me livrar dessa.

- Bom dia, Srta Swan. – Formal, mas necessitado. Eu acenei para ele. – Sente-se, por favor. – Quem ele achava que era? Sr Hale? De certa forma ele era...

- Estou aqui, Jasper. Diga o que quer. – Eu fiz uma cara de desentendida.

- Não se faça de desentendida, mocinha. – Ele levantou e começou a caminhar em minha direção. – Quero saber o que fez com o Cullen. – Ri da forma que pronunciou o sobrenome de Edward. – Aonde foram, o que fizeram, porque fizeram... Essas coisas. Você como uma irmã, e eu vou fazer o que irmãos fazem.

- Não desta vez, Jazz. – Eu sorri carinhosamente. – Você é meu irmão, mas Edward não vai me fazer mal. – Ele olhou em meus olhos com uma distancia um pouco menor que um metro e riu.

- Já? – O olhei, confusa. – Está se apaixonando, Isabella.

Porque todo mundo está insistindo nessa de “Isabella”?

Antes que eu respondesse, meu celular tocou. Outra mensagem. Tirei o celular da bolsa sob o olhar questionador de Jasper.

“Bem que você parece a Branca-de-Neve. Mas tenho que trabalhar, Branca. Que tal um almoço?” Sorri. Meu Deus. Tem pessoa mais fofa que essa?

Para acabar com a minha felicidade, uma risada. Jasper Hale estava rindo como uma hiena. E com gosto. Parecia se divertir. E, enquanto isso ocorria, a porta foi aberta e o Sr Hale entrou com uma expressão confusa.

- Bom dia, filho. – Olhou para mim. – Isabella.

- Bom dia, Sr Hale. Pronto para mais uma semana? – Isso fui eu, é claro. Jasper ainda ria como o idiota que era. Juro, eu ia contar para Alice.

- Sempre!

- Bom... Dia, pai... – Jasper dizia entre risadas. – Vou... Para minha... Sala.

BABACA!

Minha expressão não devia ser das melhores, porque o Sr Hale andou até mim e colocou uma de suas mãos em um de meus ombros. LÁ VEM BOMBA. E ele disse:

- Fiquei sabendo sobre seu encontro de final de semana. – Respirei fundo. – Não fique brava com eles. Mas eu fico feliz por saber que está se dedicando a algo que não seja esta empresa, minha cara. - Eu sorri. E foi um sorriso verdadeiro. Sr Hale me tratava como filha e não como funcionária. E parecia que eu o conhecia desde que nasci. Só que não. Eu o conhecia há pouco menos de um ano. – Eu sei que Jasper pode ser um idiota quando quer, mas ele te ama. Você está abaixo de Alice para ele.

Tive que rir com essa.

- Eu sei, Sr Hale, mas o problema é que ele leva essa coisa de irmã tão a sério que até as piadinhas e encheções de saco ele inclui. – Exclui esse pensamento. – Agora: ao trabalho.

- É assim que eu gosto, Srta Swan.

Passei a manha inteira analisando contratos e propostas de clientes novos, para logo depois entregá-los para o Sr Hale dar a ultima revisão e, então, assinar. Pouco antes do meu horário de almoço, meu celular vibra outra vez.

“Tenho uma surpresa para você, Branca. Já está saindo para o almoço?”

”Surpresa? Para hoje? Estou saindo agora.”

Sr Hale me olhou interrogativamente e depois sorriu.

- Era o diretor das empresas Cullen’s, certo? – Assenti e ele riu. – Aposto que ele está na portaria do meu prédio esperando certa dama descer. – Ri. – Desça. Chame-o aqui em cima, ou traga-o depois do almoço.

Claro... que não. Minha mente sabia que eu não faria isso.

Peguei minha bolsa, desacreditando que Edward estaria ali. Mas quando abro a porta vejo o sol. Ele que iluminou meu fim de semana. Edward Cullen. Ele estava ignorando uma das secretárias do Sr Hale, a Lauren.

Uma de suas mãos estava para trás de suas costas enquanto a outra estava sendo usada para se apoiar no balcão. Me aproximei. Parecia que o mundo tinha parado. A voz irritante de Lauren finalmente silenciada. Não existia mais nada além daqueles olhos verdes penetrantes e aquele corpo que me deixou avoada.

Respirei fundo antes de falar alguma coisa e saiu:

- Oi.

Ele sorriu. Sorri junto.

- Oi. – Ele estendeu a mão que estava atrás de suas costas e uma linda rosa vermelha foi revelada. – Trouxe para você. - Eu queria pular no pescoço dele ali mesmo. Mas minha mente ficava repetindo: Local de trabalho. Local de trabalho. Peguei a rosa. – E vim te acompanhar em um almoço de lanchonete onde a melhor coisa que se pode pedir é um hambúrguer e batatas fritas.

Meu sorriso se alargou.

- Acertou em cheio, Sr Cullen. Era exatamente o que eu ia almoçar. Tirando o fato de que ia ser sozinha.

Rimos.

Mas como nada é perfeito... Ouvimos um pigarro e, de repente, tudo voltou. Até a voz da secretária. Sr Hale estava parado, nos olhando com um sorrisinho de canto, a mão estendida para Edward

- Sr Cullen. Olá.

Edward andou até ele e apertou sua mão.

- Bom dia, Sr Hale. – A voz perfeita dele preencheu o ambiente. Suspirei.

O único problema de quando as coisas não são perfeitas é que elas podem sempre piorar. O elevador escolheu aquele momento em particular para se abrir. Duas pessoas, uma alta e loira e uma baixa e morena, passaram pelas portas conversando com as mãos entrelaçadas.

Jasper e Alice escolheram aquele momento para olharam para frente e verem uma Bella vermelha de vergonha, um Edward sorridente em direção ao meu chefe, um Sr Hale lhe sorrindo divertido, e uma Lauren babando no que, com certeza, seria meu.

Respirei fundo querendo que meu rosto esfriasse e minhas bochechas voltassem ao branco-porcelana de sempre. Alice soltou das mãos de Jasper e veio saltitando em minha direção. Jasper olhava aquele ato, feliz.

- Bellinha. Bom dia. Quase boa tarde. Sabe que Jasper disse sobre hoje de manha e... – Agora ela viu Edward. - Ah, olá. Eu não acho que eu te conheça. – Ela andou até ele. – Sou Alice Brandon. – E sussurrou: - Futura Hale.

Edward sorriu para mim e se virou para a baixinha que vai morrer.

- Sou Edward. Edward Cullen.

Alice soltou um grito fino e feliz e se virou para mim.

- Ai, meu Deus. – Não, Alice, por favor, não. Minha mente gritou. – É ele? – Senti vontade de bater em minha própria testa. Assenti, mais vermelha do que antes. Ela riu. – Então você não mentiu. Com licença a todos. Tenho que fazer uma ligação.

Ah, não. Em alguns minutos Rosalie Hale apareceria se eu não fosse almoçar naquela hora.

Edward pareceu pensar em algo parecido já que disse:

- Bom, eu e... – Hesitou. - Isabella temos que almoçar. Já estamos de saída.

Deixei a rosa na mesa de Lauren, depois eu me encarregaria de cuidar dela, acenei para Jasper e para Sr Hale, entrelacei meu braço no de Edward e andamos em direção ao elevador.

Ao entrar, soltei a respiração que eu não sabia que estava prendendo. Edward pareceu entender.

- Isso foi... Estranho. – Edward disse. Eu concordava em tudo.

- Era isso que eu queria te prevenir antes de vir aqui... Agora já era. – Gemi em desgosto.

Edward se aproximou de mim, os lábios a centímetros de distancia.

- Desculpe-me, Branca. – Sério que ele ia manter o apelido? – Mas eu queria ver a reação de todos quando eu viesse. – Ele riu. – Eu assinei um contrato com essa empresa. Tenho passe livre. – Ele dizia de forma sussurrada e sensual. Então me beijou. Até eu perder o ar.

- Desculpado.  – Eu disse e ele riu.

O almoço se passou com um Edward atencioso. Vez ou outra ele se esticava e limpava minhas sujeiras com ketchup, ora com um papel, ora com o polegar. E eu corava a cada vez que o fazia.

Desta vez, conversamos sobre trabalho e o que cada um fazia. Ele parecia mais ousado, mais certo, mais... Confiante.

Sim, essa palavra definia Edward naquele momento. Confiante.

Ele me beijou outra vez, na frente do prédio.

Subi o elevador com a mente naquele homem. Não esperava ouvir um grito bem familiar:

- ISABELLA SWAN. – Era Rosalie, para quem não entendeu. – Você também está saindo com um Cullen?