... - Eu sempre soube que era uma pessoa virada, mas nunca soube que era tão covarde a ponto de bater em uma mulher, Jacob.

Senti a marca de seus dedos no outro lado do meu rosto, assim como a dor, mas levantei meu queixo em um desafio silencioso. Não é como se eu nunca tivesse levado um tapa na cara antes.

– Vai desafiar? A mim? - Jacob falava com seu sorriso debochado. - Será que eu peguei a Bella certa? Aquela que abaixava os olhos para mim quando eu pedia? Aquela que sorria para cada sorriso meu? Aquela que sabia que eu poderia me tornar... Violento a qualquer momento?

Olhei em seus olhos tentando passar para ele todo aquela raiva e um quase ódio que eu sentia por ele. Não é como se nunca tivéssemos brigado sério antes.

Mas eu sabia, e ele sabia que havia um limite. Limite esse que ele estava quase ultrapassando. Sua risada debochada e seu sorriso malicioso estavam fazendo com que eu visse vermelho.

Mas antes que eu abrisse minha boca para respondê-lo a altura, Jacob e seus capangas saíram da sala, me deixando ali, presa e jogada em um sofá velho e mal cheiroso.

Não sei bem como eu consegui, mas eu acabei dormindo. Quando eu acordei, meu pescoço e meus braços doíam. Eu me sentia observada. De um jeito ruim, devo acrescentar.

Abri os olhos lentamente, praguejando baixo ao sentir a luz forte atacando meus olhos. Senti vontade de esfregar meus olhos, para afastar o sono e me situar.

OH, MY FUCKING GOD.

Eu ainda estava presa. Olhei em volta, desesperada para encontrar respostas ou saídas, mas só encontrei Jacob. Ele sorria como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse passado quatro anos desde que havíamos namorado, como se eu não fosse sua prisioneira, como se eu ainda fosse a Bella submissa.

Senti meu rosto ficar vermelha pela raiva que subiu em minha cabeça. Aquele filho da... Respira, Bella, respira. Mantra.

Ele se levantou da cadeira localizada no canto da sala e veio andando lentamente até mim. Suas mãos passaram pelos meus pés e subiram para minha panturrilha, quase chegando na minha coxa.

– Lembra, Bells, como você ficava excitada quando eu fazia isso? Lembra como nós éramos felizes? - Ele dizia, completamente calmo. Não sei ele, mas agora eu só conseguia sentir nojo dele e de suas mãos. - Mas, Bells, você amava quando eu levantava seus vestidos, mesmo antes de eu deflorar você. - Ele disse as ultimas palavras com uma ironia pesada. Ele riu. - Antes era só isso mesmo que eu queria: te deflorar. Mas agora eu quero você por inteiro. Porque eu pensei que você sempre seria a menina boazinha que corria atras de mim.

Ele se afastou bruscamente, sua expressão suave se tornando ameaçadora.

Eu comecei a me debater para abaixar meu vestido, tentando controlar o nojo que eu sentia da parte que foi tocada por ele. A vontade de tomar um banho era enorme.

Ele se virou ao perceber minha movimentação e veio andando a passos duros em minha direção. Quando percebeu o que eu queria fazer, ele riu. Uma risada dura e completamente sem humor. Ele pegou a barra do meu vestido e a rasgou.

E assim foi.

Ele pegava a ponta e ia tirando, formando fitas azuis. Fitas finas que o faziam rir ao ver que estavam perto de mostrar partes que eu não queria que ficassem a mostra para ele.

Meu desespero se juntou à raiva e eu me senti entrar em pânico. O que só aumentou ao ouvir alguma porta se abrir.

– A policia inglesa está atras dela, chefe. - A voz de James preencheu a sala e engoliu o ruído que o rasgar das fitas faziam. - E se depender do namoradinho dessa aí, a CIA e o FBI vêm junto. - Ele apareceu e seus olhos brilharam ao ver o meu estado. - Ora, mas se não é Isabella Swan perdendo toda sua pose e sua dignidade.

Ele sorriu para Jacob.

Eles riram cúmplices, compartilhando a piada que eu havia perdido. E eu não estava gostando do efeito disso. Eles pararam na minha frente, sempre com o sorriso nos lábios.

James pegou meu rosto em uma de suas mãos apertou. Eu gemi de dor e foi o suficiente para seu sorriso alargar. Calma. Ele fez com os lábios. Nós não queremos o seu mal.

Ah, ta.

Como se eu fosse acreditar nisso.

Puxei meu rosto para longe do seu e sua mão se soltou. Tarde demais para perceber meu erro. A mão de Jacob, agora na minha coxa, deixou um tapa estalado e ardido no local.

Respirei pesado. Ah, mas quando eu me soltasse esses dois seriam muito mal tratados pelo salto do meu sapato.

Outros dois brutamontes entraram e eu percebi que não eram os mesmos que me carregaram até ali. Eu os observei e percebi que eu já tinha visto eles em algum lugar. E isso fez meu pavor subir. Se eu havia visto eles em algum lugar, é porque eu fui seguida e vi seus rostos em horários de rotina.

Oh, Puta que pariu.

Mas, então, só pra deixar minha mente mais confusa, assim que Jacob e James transferiram suas atenções para mim, um dos gigantes encostados na parede sorriu para mim e piscou com um dos olhos. Mas... O QUE?

E eu percebi que, apesar das mudanças no rosto dele, os olhos eram os mesmos de quando ele sorria. E quase suspirei aliviada. Eu estava salva.

Ou não.

Jacob continuou com a tortura de rasgar as tiras do meu vestido e, logo, eu estava apenas dede calcinha e sutien e dezenas de pedaços de tiras do meu vestido espalhados pela sala. Fui bruscamente levantada, ainda se saltos no pé. Senti uma pontada no ombro esquerdo e lembrei de ter sentido ele fora do lugar na noite anterior.

E eu estava vestida com um conjunto especial para Edward. Eu havia preparado uma surpresa para ele, e esses imbecis estragaram.

E foi nessa hora que eu percebi que a presença do conhecido não era tão salvadora assim. Porque nessa hora, mais três homens-músculos entraram na sala e me devoraram com os olhos.

Eu sentia os brilhos nos olhares, pensando em como e quando seria a vez deles de tirar a mínima peça de tecido que eu usava.

Mais uma vez o nojo tomou conta de mim. E a vontade de revirar os olhos balbuciando um "Homens" foi grande, até eu pensar em Edward.

Pelo visto, não estava nos planos de Jacob deixar os desejos dos homens se realizarem naquele momento. Pois ele fez o conhecido e um outro cara sentarem nas cadeiras dos cantos da sala para me observar e me empurraram para o sofá.

– Até amanha, delicia. - James riu. - Se você aguentar.

Apesar do conhecido estar ali, eu não me senti bem. Afinal, o outro cara era um "bom capanga", por assim dizer, e eu sabia que o denunciaria se fizesse algo.

Seriam seis homens contra o meu conhecido.

Droga.

Agora era esperar para ver.