A hora do jantar é aquela em que todas as conversas separadas se dissipam e se tornam uma só.

Eu fui encarada por olhos invejosos, curiosos, e admirados. E sorri educadamente para todos.

E, realmente, das doze pessoas ali presentes, só haviam quatro com menos de 40 anos. Eu, Jasper, Edward Cullen e um moreno que estava ao seu lado.

Este outro homem era imenso. Eu chutava dois metros de altura. Seus músculos me faziam sentir como se eu tivesse braços de boneca de pano, me faziam sentir como uma criança. Além disso, o homem não parava de sorrir, o que fazia com que suas covinhas não o abandonassem nunca.

Cada homem ali me cumprimentou. E eu respondia todas as questões que me faziam, sorria brevemente e me apresentava. Não necessariamente nessa ordem. Quero dizer, eu respondi a todos menos a ele.

A ele eu mandei um sorriso brilhante, só para morder o lábio inferior em seguida. Fui respondida com um sorriso torto de tirar o folego de qualquer uma. E ele fez com que tudo a minha volta se apagasse e com que todos se calassem.

E essa sensação pareceu durar horas quando, na verdade, foram apenas segundos. Durou até eu quebrar a conexão e me concentrar no jantar enquanto criava uma conversa com Jasper.

Quando os garçons levaram os pratos para longe, ouvi uma risada escandalosa, que vinha do moreno musculoso das covinhas, e vi que o lugar dele estava vazio.

Aonde ele havia ido? Aonde ele havia ido?, minha mente gritava.

A mesa entrou em um silêncio profundo enquanto todos encaravam um ponto acima de minha cabeça. Eu já ia me virar para ver o que era quando ouvi a voz mais linda do mundo, e parecia pertencer a um anjo:

– Com licença, - senti o toque em meu ombro descoberto. Me virei - daria-me a honra de uma dança?

E agora? Bem, eu deveria ser educada e dispensar Edward Cullen. Porque? É que, sabe... Eu não sei dançar.

– Desculpe-me, - me virei totalmente para ele, - eu não sei dançar.

– Mas a senhorita não concorda que tudo depende de quem a conduz? - ele provocou e sorriu torto.

Coração? Volte a bater normalmente, por favor?

Sorri da mesma maneira e respondi:

– Não, pois sei que seu pé será esmagado sem piedade pelo meu salto. Então, prefiro deixar seu pé inteiro e minha boa fama intacta.

Pude ouvir a risada de Jasper e do homem-músculos. Edward também riu e eu quase morri ao ouvi-lo. Sorri instantaneamente.

Ele persistiu:

– Confie em mim. Meu pé sobreviverá e prometo não contar a ninguém se pisar nele. - Seu sorriso permanecia em seu rosto perfeito. - Vamos. Só uma musica.

– Tudo bem, Sr Persistência, o senhor venceu. Mas apenas uma musica.

Ele estendeu sua mão e eu aceitei sem hesitar (é claro).

Andamos até o centro da pista e ele me puxou para perto de si. Pude ver a curiosidade transbordar de seus olhos antes dele perguntar:

– Então, Isabella, como conseguiu chegar a posição que muitos homens desejam?

Ah, essa era fácil.

– Eu fiz o que os homens fariam: mostrei que era a melhor.

Ele riu.

– Fácil assim?

– Fácil assim. - concordei corando.

Por um momento ficamos em silêncio que, por incrível que pareça, não era desconfortável. E, como antes, ele o quebrou:

– Vê, Isabella? Está dançando.

"Isabella". Parece tão formal.

– Por favor, me chame de Bella.

– Tudo bem, Bella. Mas ainda está dançando.

Eu ri. E começamos a conversar:

– Diga-me, Edward, quantos anos tem?

– Tenho 29 e você?

Por algum tempo, trocamos perguntas de todos os tipos, nunca parando de dançar. Só paramos quando vimos a sobremesa sendo servida.

Ah, qual é? Eu amo doces.

Quando eu me dirigia para a minha cadeira, senti seus dedos em meu pulso e me virei. Ele disse:

– Jantaria comigo no sábado à noite? - Ele parecia nervoso.

Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Minha mente gritou.

Mas respondi:

– Posso pensar no seu caso. Ligue-me amanha. - E passei-lhe meu telefone.

O resto do jantar ocorrei tranquilamente. O contrato foi assinado com ambas as empresas satisfeitas.

Senti alguém me cutucar no ombro e me virei.

Seria Edward?

E lá estava... Jasper.

– Nossa! Parece que eu destruí suas esperanças. Você achou que fosse o Cullen se despedindo, não? - Assenti. - Quem diria, hein? Minha pequena Bella encontrando o amor. - Ele parecia orgulhoso. Continuou: - Você tinha que ter visto. Parecia que vocês se conheciam há anos e...

– Ok, Jazz. Eu também te amo e também achei que ele é diferente e talvez o certo para mim, mas chega, né?

Ele riu.

– Bella resmungona.

Então, o manobrista chegou com meu lindo carrinho. Dei um beijo na bochecha de Jasper, acenei para o Sr Hale que estava por perto, entrei no meu carro e fui em direção ao meu apartamento.

Bem, ele era simples e completo. Duas suítes, sala, cozinha (importante!), varanda e banheiro social. Era minha paixão. E a localização? Perfeita. Está a quatro quadras de distancia do apartamento de Alice e a duas do de Rosalie.

Entrei em casa acendendo as luzes. Vi que haviam dois recados na secretária eletrônica e apertei o play. Ouvi enquanto tirava os sapatos e o vestido.

"Bella? É a mamãe. Então, querida, vai ter o aniversário de Jacob no domingo, será um churrasco na hora do almoço. Venha, ok? Faz quase seis meses que não nos vemos. Beijos de todos aqui. E de Charlie."

Ri enquanto o aparelho fazia BIP e começada o próximo recado:

"hmmm... Bella? Oi. é o Edward, do jantar. Eu estou ligando porque já passou da meia-noite, então, já é amanha. (risada nervosa). Então, você me acompanha em um jantar hoje a noite? Vou ligar de novo daqui a menos de vinte minutos e vou esperar você atender. E espero que esteja em casa, ou terá que me ligar de manha para confirmar... Droga de negocio, me sinto falando sozinho. Porra, ainda ta ligado...(silêncio)... Tchau, Bella."

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. Quanta fofura!!

E, assim que pensei nisso, o telefone tocou. Atendi no primeiro toque.

– Alô?

– Bella! Chegou bem em casa?

MEU DEUS!

– Sim. Acabei de chegar e ver seu recado. - Soltei uma risadinha.

– Ah, não. - Ele me interrompeu. - Queria ter ligado alguns segundos antes, assim você não teria visto... Droga. - Eu comecei a rir.

Silêncio do outro lado da linha.

– Edward? - Ouvi um resmungo do outro lado e reprimi uma risada. - Foi muito fofo o que você fez. Talvez a coisa mais fofa que já fizeram.

Ele riu.

– Mesmo? - Continuou a rir. - Então as pessoas não sabem ser fofas, han?! - Eu ri. - Bem, você ainda não respondeu o que quero que responda.

– Você viria me buscar? - Devolvi com uma pergunta.

– Com certeza.

– E eu posso saber aonde vamos?

– Claro... que não.

– Ei. - Protestei.

Ele riu mais ainda.

– O que foi? é uma surpresa.

Eu me sentei no chão ao ao lado do telefone e continuamos a conversar. E só paramos quando ele ouviu meu bocejo e disse:

– Ei, linda! Vai dormir que amanha nós nos vemos, ok? Já são 4:28 da manha.

Eu me levantei do chão, resmungando de dor.

– Ok. Boa noite, Edward.

– Boa noite, Bella!

Só desligamos após alguns segundos de silêncio.

Me arrastei até o meu quarto e me enrolei no edredom do jeito que estava. Dormi com os olhos verdes a minha frente e a risada de anjo ecoando em minha mente.

-.-.-

Acordei com o sonho vívido que tive com o cara que conheci na noite anterior. O cara com quem passei quatro horas conversando sobre as mais diversas coisas, como rotina, sonhos, carros, trabalho... Trocamos celulares e e-mails. E, bem, conheci mais sobre ele. Foi perfeito.

Puxei o celular debaixo do travesseiro para ver as horas e pulei.

12:54

Corri para o banheiro tirar a maquiagem, escovar os dentes e tomar uma ducha. Depois, fui para a cozinha preparar meu almoço. E liguei para Alice, que atendeu gritando:

– Bellinhaaaaa!

– Oi, Allie.

– Já sei de tu-do! Jasper me contou. Vocês vão sair hoje, não vão?

– Sim, e preciso de você e da Rosalie aqui às 17 horas. Edward chega as 20:30.

– Com certeza, baby. Estaremos aí.

Liguei meu IPod na caixa de som e comi ouvindo minhas musicas preferidas.

Me joguei no sofá, esperando Alice e Rosalie, e assisti televisão.

Às 17 em ponto, minha campainha toca.

Passo as três horas seguintes sendo barbie das suas malucas que chamo de amigas.

Se bem que valeu a pena.

Meu vestido tomara-que-caia preto deixava minha pele mais parecida com a porcelana. Minha maquiagem leve só realçava meus lábios. Meu salto deixaram minhas pernas mais atraentes. Ou seja, eu estava um show.

Às 20:29, meu celular toca.

– Oi?

– Estou aqui em baixo te esperando.

– Já desço.

Gritei um "tchau, doidas" para Allie e Rose. Elas tinhas as chaves mesmo. Mas se eu conheço as duas, elas vão me esperar sentadinhas no meu sofá.

Eu ri, enquanto saia do elevador.

Encontrei, então, ele.

O meu anjo.