Logo, já era Março. E, então, Abril. 

Dia 3 de Abril seria o dia da nossa partida. Eu, Edward e mais dois homens de total confiança dos diretores. Nós três éramos os escolhidos "a dedo" para participarmos da diretoria oficialmente, já que já fazíamos parte de todas as reuniões importantes.

Eu levava três malas enormes. Uma tinha minhas roupas formais, aquelas que mostrariam meu lado diretora de ser. A segunda tinha meus vestidos e shorts, e tudo aquilo que eu usaria nos finais de semana "livres" de trabalhos e cursos. E a ultima tinha nada mais, nada menos do que sapatos e maquiagens. Alice e Rosalie que me ajudaram. Óbvio.

Passamos o final de Fevereiro e o mês de Março inteiros planejando tudo. Hotel, empresa, salas, professores, passeios, tudo.

James Smith e Laurent McGrew eram os outros escolhidos e dividiriam o quarto durante os dois meses de estadia. Ambos estavam na empresa a mais de quatro anos, mas entenderam o porque de eu estar ali. Eram dois dos homens que ainda usavam o meu apelido "Garota gênio" e amavam me ver vermelha. 

Se bem que Edward não foi muito com a cara de James. Ri com esse pensamento. Afinal, Edward nunca gostava das pessoas que gostavam de me ver vermelha. 

Nós estávamos entrando no Aeroporto com um carrinho com nossas cinco malas mais a minha bagagem de mão. Edward reclamava do tanto de malas que eu estava levando e eu o ignorava completamente.

- Porque nós só vamos ficar durante dois meses, então você não precisava levar todo o seu guarda-roupa. Afinal, o que são dois meses? Nós não vamos passear tanto assim, o hotel pode lavar suas roupas e... - Ou seja, blábláblá. 

Me dirigi ao posto de check-in e ouvi Edward resmungar algo sobre como eu nunca o ouvia, mas mesmo assim me seguia. Nós embarcamos as malas e entramos pelo Portão 2 de embarque internacional e eu quase pulei. Eu estava tão animada.

Fiquei olhando os produtos do Free Shop enquanto nosso voo não era anunciado. Dividia minha atenção entre os produtos de beleza e os aparelhos eletrônicos. Minha mente voava para todas as possibilidades da vida em Londres quando ouvi ao fundo: "Passageiros do voo 349 com destino a Londres, por favor se dirigirem à porta 13. Passageiros do voo 349 com destino a Londres, por favor se dirigirem à porta 13."

Minha mão foi agarrada por uma grande e masculina que me puxava em direção à porta 13. Então eu não era a única animada, hein?

Sorri para Edward enquanto íamos ao nosso destino e peguei nossos passaportes na minha pequena bagagem de mão. (É pequena sim, ta?). 

Foram três horas e meia de pura tortura. Eu estava sentada na janela no avião com um Edward dorminhoco com lado, perto de um leitor e de um amante de músicas. Assim eu não aguentaria.

Minha ansiedade não me deixava fazer nada. Eu estava quase me desesperando quando senti uma mão de Edward na minha perna, fazendo com que eu parasse de tremê-la. Um tique que eu tinha quando ficava ansiosa. 

- Pare, Bee. - Ele disse tentando esconder seu sorriso. - Já estamos chegando. E não é como se você nunca tivesse ido lá. 

Revirei os olhos. 

- Não importa. Ainda é Londres, ainda é a monarquia da minha vida, ainda é primavera, e eu ainda estou ansiosa, Sr Cullen. - Senti os pelos do braço de Edward se arrepiarem ao me ouvir chamá-lo desse jeito e sorri. - Agora estamos quites.

Me virei para a janela e consegui me distrair com o lindo céu azul que se preparava para a subida total do sol. Tudo se iluminava a partir da minha janela, já que todas as outras pessoas preferiam o escuro ao sol. 

Senti meu rosto ficar mais vermelho com o calor que vinha do sol e estiquei minha mão para pegar meus óculos escuros. Coloquei-os e continuei observando o céu enquanto pensava no hotel onde nos hospedaríamos. Edward havia se encarregado disso e não havia me dito qual era o nome de lá.

Em alguma parte do voo, eu dormi. Acordei com beijos distribuídos pela minha bochecha e lábios, e com uma voz manhosa e baixinha pedindo "Vamos, Bee. Acorde. Você sabe onde estamos, não sabe? É Londres, Bee."

Com a ultima frase eu acordei em um salto. Senti quando o avião tocou o chão da pista de decolagem e passei a mão no rosto afastando o sono para chegar linda na minha cidade amada.

Edward riu de minha reação e pegou minha mão. Peguei minha bolsa e guardei tudo que tínhamos tirado durante o voo. Nesta hora, minha ansiedade estava multiplicada por mil.

Mas onde ficaríamos?

- Ed? - Chamei. - Onde estamos hospedados mesmo?

Eu o observava atentamente e pude perceber um sorriso mínimo crescer em seus lábios, e, logo, seu característico sorriso torto estava mais que iluminado em minha direção. 

Eu estava quase sorrindo de volta, mesmo sem saber o porque, mas parei ao ver duas aeromoças sussurrarem uma para outra com sorrisos sonhadores enquanto apontavam para o meu Edward.

Meu English man.

Nós saímos, pegamos nossas malas e entramos em dois táxis. Meus olhos brilhavam para todos os lugares alcançáveis e minha mente devorava cada pedacinho daquela cidade. 

O Táxi andava pelas ruas e eu prestava atenção no caminho, sempre encarando as pessoas com um sorriso bobo nos lábios. Mas, ainda sim, não percebi que já estávamos em frente ao hotel. Eu descido táxi, tendo esquecido de ler a placa com o nome do hotel, e peguei duas malas, entrando logo no local.

Eu parei ao ver o Hall. 

Não. Acredito.

Respirei fundo para não gritar. Me virei para Edward que sorria docemente ao meu lado.

- Surpresa. - Ele disse baixo. 

E eu quase morri.

Claro, quem mais esperaria estar hospedada por dois meses no The May Fair? Hotel cinco estrelas com vista fantástica para o Palácio de Buckingham, London Palladium Theatre, The Mall e para Piccadilly Circus. 

Oh, meu Deus.

Suspirei ao ver o saguão e a recepção. Dois homens com o uniforme do hotel logo trouxeram dois carrinhos para malas e colocaram nossas cinco malas em um deles, e as quatro de James e Laurent em outro.

Confirmamos nossos quartos e pegamos os cartões magnéticos que abririam as portas.

E eu estava prestes a gritar.

Eu não podia acreditar que estava ali. Era ali que eu queria estar sempre. Olhar o sol da primavera nascer no fim da The Mall e ver o brilho no Palácio branco.

Suspirei. 

Subimos de elevador até o quarto andar e fomos até o quarto 113, deixando James e Laurent no 112. 

E eu literalmente babei. O quarto era lindo. Não precisava de nada. Eu me joguei na cama bem arrumada e me deixei por lá. Senti a cama afundar e logo os lábios de Edward no ponto abaixo da minha orelha direita. 

- Amo deixar você feliz. - Ele disse.

Me virei para ele.

- Você já faz isso. - Eu sussurrei olhando em seus lindos olhos verdes. - Todos os dias.