LEIAM AS NOTAS FINAIS

POV Edward

- Acorda, Bee. - Eu dizia enquanto beijava as costas da minha amada. - Bella. Vamos, Bee, levante. Tenho algo para você. - Ela se mexeu. - É, sua interesseira, - eu ri baixinho, - eu tenho mesmo algo para você. 

- Ed? - Sua voz saiu manhosa e eu senti meu coração dar um pulo. Como pode, depois de um ano inteiro de convivência, meu coração ainda ainda sambar ao ouvi-la dizer meu nome, ou ao olhar em meus olhos? Ela virou a cabeça em minha direção. - Deita comigo, Ed. Ta cedo ainda. - Ela abriu um pouco os braços. Um convite claro. - Me abraça.

Eu não pude resistir à carinha de sono dela, somada a voz manhosa e os braços abertos me esperando. Passei meus baços pela sua cintura e puxei seu corpo até colar ao meu.

- Bom dia, Bee. - Eu disse sussurrando em seu ouvido. Sorri ao vê-la se arrepiar. - Sabe que eu tenho mesmo uma coisa para você?

Ela se afastou o suficiente para olhar em meus olhos. Sério? era a pergunta que eu conseguia ver naquele mar de chocolate. Eles brilhavam para mim e eu lembrei quando eu lhe disse que os olhos só era daquela cor por causa do tanto de chocolate que ela comia.

Eu ri.

Tirei uma de minhas mãos de sua cintura e tateei os bolsos até encontrar a caixinha não tao grande e não tão pequena que continha o presente que eu comprei a ela.

A sentei em meu colo enquanto me endireitava na cama. Puxei seu rosto para o meu e beijei daquele jeito. Fomos perdendo o ar rápido demais. Então deixei seus lábios para beijar seu pescoço, mas parei por aí. 

Senti seu coração bater tão rápido quanto o meu e sua respiração se acalmar. Ela me olhou, brava.

- Por que você parou? - A expressão em seu rosto foi tão espontânea que eu ri.

- Porque eu quero ver sua reação ao ver o que eu tenho para te dar. - Com isso, ela pareceu se acalmar. Estendi a mão com a caixinha para ela, que pegou com um entusiasmo surpreendente para quem estava brava.

Vi o chocolate de seus olhos derreter enquanto seus olhos apreciavam a joia. O pingente único do colar expressavam a exclusividade dela em meu coração e a coroa era o símbolo de comando. Afinal, ela era como uma princesa em minha vida.

Ela colocou a caixinha em minhas mãos e se virou de costas. Eu não soube o que pensar, mas assim que a vi levantando os cabelos, eu entendi. Tirei cuidadosamente o colar da caixa e passei o pingente para sua frente. Fechei por trás e deixei um beijo em sua nuca.

- Olha pra mim. - Eu disse, virando-a para mim. - Está tão linda com uma distinção de ser minha, Bee.

Ela levantou a mão direita quase indignada.

- Isso significa o que, então? - Ela se referia ao anel de compromisso que eu havia lhe dado alguns meses antes.

- É um anel de compromisso. Mas não significa que você seja minha. O colar sim, é algo que me prova que você é minha de todas as maneiras existentes.

Ela sorriu fraco. Então sua expressão se acendeu, como que se lembrasse de algo.

- Também tenho algo para você. - Ela se esticou por cima de mim até alcançar o criado mudo. Abriu a gaveta e retirou uma caixa branca. Voltou a posição anterior e estendeu a caixa para mim. 

Seus olhos estavam tão ansiosos que não me importei em ficar curioso. Sabia que se ela havia ido atras do presente seria perfeito. E eu estava certo. O presente dela também consistia em um pingente, porém em um chaveiro.

Era redondo e um pouco mais grossa que uma moeda original. Havia uma parte em relevo em cada lado.

Na parte virada para mim, estava a letra E em uma caligrafia antiga e elegante. Virei e não me surpreendi ao ver um B na mesma caligrafia. 

- Nós somos como uma moeda. Apesar de estarmos em lados opostos, não conseguimos viver sem o outro, ou mesmo existir. - Bella disse em forma de sussurro, como se para não estragar meu momento descobrimento.

Eu coloquei-o carinhosamente em cima da cabeceira e me virei para ela. Puxei seu corpo para o meu, entrelacei suas pernas nas minhas e moldei seus lábios nos meus. Prendi uma de suas mãos a uma das minhas e coloquei a outra em suas costas enquanto sua outra mão ia para o meu cabelo.

Nos separamos ofegantes e eu disse:

- Feliz aniversário de um ano, meu amor.

Essa fala foi como a gota d'água. Nossas roupas foram sumindo, nossas mãos criaram vida própria, nossos lábios ansiavam por mais do outro, nossas pernas sempre entrelaçadas.

Não era fazer amor. Não era foder.

Era sexo com amor. 

Eu nunca fui muito de entender essas coisas. Eu gostava de alguém, investia, íamos para a cama, ficávamos uns três meses juntos, fim de relacionamento.

Mas Bee não era assim. Ela era especial. Ela tinha aquele Q de exclusividade. Ela era a minha fonte de amor, fonte de Afrodite. Eu era completo ao lado dela.

Depois do nosso momento, nós ficamos deitados na cama dela, abraçados, comendo a barra de chocolate que tinha nas gavetas dos criados mudos. Ela parecia estar longe, mas eu não estava muito diferente.

Minha mente voava pelo ano que nós tivemos. Bem, eu sabia que não seria fácil. Nunca é. Mas não sabia que nunca chegaríamos a qualquer ponto perto do fim do relacionamento. Ela era sempre o meu compromisso sério.

Eu olhava as emoções passarem pelo seu rosto enquanto ela divagava por algo longe de mim. Ou perto. Eu não sabia realmente.

- Um bombom pelos seus pensamentos. - Eu puxei sua mente para a realidade. Um sorriso se abriu em seu rosto. - Aposto que eu estava neles. - Brinquei.

Ela suspirou.

– Eu estava lembrando do ultimo ano. Sabe que nos conhecemos há apenas um ano. - Ela riu. Uma risada natural, verdadeira, cativante e apaixonada. Ah, com eu amava aquela risada.

Puxei seu rosto para ficarmos com os olhos na mesma altura. Não podia ser. Eu a conhecia a mais tempo, eu tinha certeza. Não podia ter  amor da minha vida a tão pouco tempo ao meu lado, tinha que ser mais.

– Ah, mas eu te conheço há mais tempo, minha querida. - Eu lhe disse, sabendo que era verdade.

Ela voltou a sua divagação pelo mundo distante de Bella.

Então minha mente começou a voar para os momentos em que nós reagíamos um ao outro. Como suas reações a mim, ou minhas a dela. Seus arrepios involuntários, seus sorrisos envergonhados, suas risadas marcantes, suas mordidas nos próprios lábios, suas bochechas quase sempre coradas, suas mãos agitadas na hora de falar, sua cara de indignada ao me ouvir dizer uma frase machista demais, sua expressão brava de quando eu fazia "arte", seu sorriso apaixonado em minha direção, seus pés macios passando pelas minhas pernas involuntariamente... 

Era tanta coisa. E ela era a minha menina. 

E eu reagia a ela silenciosamente. Meu sorriso ao vê-la acordar, meu coração pulante ao vê-la sorrir, minhas mãos trêmulas ao ouvi-la cantar, minhas mãos coçando para tocar seu corpo, meus lábios vermelhos formigando de necessidade de sentir os seus...

E era bom me sentir assim, era completo.

A musica que ela cantava estava em minha cabeça e, por um momento, ela pareceu se encaixar perfeitamente nos meus pensamentos.

Hey, baby, I think I wanna marry you

Eu sabia que não seria agora, hoje ou amanha. Mas era com ela, Bella, minha Bee, com quem eu me casaria. Não tinha mais duvidas, não tinha mais medos, não tinha mais inseguranças. Tinha eu, Bee e nosso futuro juntos.

Voltei à realidade quando um sorriso se estendeu no rosto de porcelana de Bella. Seus pensamentos estavam mais distantes que os meus.

Apertei sua cintura onde ela tinha cócegas.

– Agora, sob tortura, você me contará cada pedacinho de pensamento que passa pela sua cabeça, Bee. - Eu apertava sua cintura freneticamente enquanto ela se contorcia ao meu lado. 

– N-N-Não-o. - Ela alternava entre a risada e a fala. Seus olhos já lacrimejavam e eu me sentia feliz por ser aquele que fez ela soltar aquelas gargalhadas - Par-a, E-d-d-w-a-a-a-a-ar-d. - Eu ri junto a ela.

– Como eu amo sua risada, my little stubborn. - Ri mais ainda ao parar de apertá-la. Minha pequena teimosa, isso combinava tanto com ela. Suas bochechas ficaram vermelhas pelo esforço e eu fiz o que tanto queria, beijei-as - Como eu amo suas bochechas. - Mordi a direita. - Elas ficam vermelhinhas com qualquer coisinha.

Ela se fingiu de indignada, olhando em meus olhos.

– Qualquer coisinha? Sr Cullen, você fez eu me debater de cócegas e ainda a mordeu. Queria o que? Que ela ficasse mais branca do que normalmente é?

Nós rimos e puxei seu corpo para ficar deitado sobre o meu e não ao meu lado. Era hora do almoço, mas eu havia acordado ela cedo demais. Sua cabeça pousou sobre meu peito e eu nos cobri com seu edredom enorme. 

Senti sua respiração pesada e soube que seus sonhos estavam além da minha imaginação. Mas eram tão puros que ela sorria.

Alguns minutos depois, eu ainda estava ali, velando seu sono quando algo inesperado, bom e apreciado aconteceu.

- Ed? - Ela disse e eu pensei que havia acordado. Mas então vi seus olhos fechados e a voz mais sonolenta que o normal. - Ah, eu te amo tanto, Ed. - Ela suspirou e apertou seus braços a minha volta. - Você é só meu, tudo bem?

Eu fiquei um tempo esperando ela continuar antes de sussurrar para minha Bella adormecida:

- Sim, meu amor, eu sou só seu e você é só minha. E eu também te amo.