O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 48
Capítulo 48 - Às Ruas


Notas iniciais do capítulo

"Se há algo que posso fazer disso
Ou alguma coisa enfim
Seria que o diabo odeia um perdedor e
Você pensou que tinha de tudo..."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/349667/chapter/48

-- Aqui é grande! – Exclamou Daniel após adentrar a barraca de Jeniffer. Ela era um pouco maior que as demais, e tinha alguns objetos hippies espalhados e pendurados, ela deveria ter um estilo bem excêntrico.

-- Gostou? – Perguntou Jeniffer sorridente.

-- Você sempre morou sozinha aqui? – Questionou Daniel sem responder a pergunta da garota.

-- Não... Tinham outras pessoas... Eu cheguei junto a mais duas! – Respondeu.

-- Sinto muito! – Exprimiu seus sentimentos Daniel, Jeniffer nada disse e ele prosseguiu – Bom... Já está tarde, é melhor irmos dormir... Annabelle precisa dormir!

-- Já? Ainda tá cedo! Podemos aproveitar melhor à noite... – Insinuou-se Jeniffer.

-- Vamos deixar a situação bem clara... Eu agradeço por você me acolher aqui, mas as coisas não podem continuar dessa maneira... Não há possibilidade de termos nada e queria que você soubesse... Caso queira eu vou embora! – Completou seu pensamento Daniel

-- Tudo bem! – Exclamou ela descontente – Pode ficar, eu já entendi!

Daniel acenou positivamente com a cabeça e passou a preparar a ‘cama’ de Annabelle. Com alguns cobertores amontoados e bem batidos ao chão, a criança foi posta em cima para que dormisse, tudo no improviso.

O lugar era formado por uma cama e alguns objetos pessoais espalhados pelo chão, e era no chão que Daniel iria dormir. Pegou em suas coisas outro cobertor e pôs ao chão, deitando-se em seguida. Olhou para Annabelle que já estava acostumada a todo esse ritual, a garotinha não estava habituada ao conforto, por isso pegava no sono rápido. Daniel olhou para trás e surpreendeu-se outra vez. Jeniffer estava completamente nua, havia retirado todas as suas roupas e estava deitada na cama. O corpo juvenil da garota que o acolhera envergonhou Daniel, que virou o rosto rapidamente, ao perceber isso ela disse:

-- O que foi? Eu sempre durmo assim! – Depois de uma pausa – Não estou dando em cima de você, olha se quiser!

Daniel ignorou os atos e palavras da moça, havia tido um dia cheio o suficiente para que isso se tornasse uma coisa importante. Precisava pensar, tomar decisões, não queria cair no mesmo conformismo que seus amigos, contudo, isso parecia se aproximar cada vez mais.

_____________________ X________________________

-- Já conseguimos bastante coisa! – Exclamou Valdemar sorrindo enquanto carregava algumas garrafas de cerveja.

Os três estavam abrigados em uma casa, realmente haviam conseguido muitos suprimentos, mas do que imaginavam. Rubão foi quem sugeriu o abrigo para eles, os coletores ainda não tinham precisado passar uma noite fora, até então todos os suprimentos eram rapidamente colhidos em Diamantino.

Essa era a vantagem de Rubão, ele viveu na estrada e sabia como tudo por lá funciona, não é possível passar a noite em um lugar desprotegido, por isso ele logo arrombou a porta de entrada de uma casa para que eles lá ficassem.

-- Senta aí grandão! – Exclamou Salomão sentado no que restou do sofá da sala, que estava bem deteriorado.

Rubão olhava pela janela, observava, lembrava-se de suas noites de sentinela junto a Daniel, Alex e Vic. Aquilo parecia ter se perdido, eles estavam tão distantes uns dos outros ultimamente. Após olhar bem para a rua e não avistar nenhum zumbi, o mesmo deslocou-se até o interior da sala e sentou-se ao chão.

Valdemar estava com uma embalagem de salgadinhos de milho e algumas cervejas que havia encontrado. O produto estava quente e choca, mas isso não era um problema para eles, já fazia quase um ano que não provava destilados.

-- Com o que pegamos e com o que o grupo do galã deve ter pegado, vamos passar bem o próximo mês! – Exclamou Valdemar dando um gole na cerveja.

 -- Eu nunca tinha vindo em Alto Paraguai... – Disse Salomão enquanto olhava para as dependências da casa... Já pararam para pensar... Como será que eram as pessoas que moravam aqui? – Finalizou questionando.

-- Durante muito tempo eu fiz isso... Imaginei como era a vida dessas pessoas... Em cada casa que eu entrava... Acredite brow, você vai enlouquecer se continuar imaginando isso... – Disse Rubão que após isso pediu uma garrafa de cerveja de Valdemar.

-- Não vai beber? – Perguntou Valdemar a Salomão.

-- Não... Tenho outra coisinha aqui... Bem melhor que essa porra aí! – Respondeu. Ele levou a mão no bolso e puxou um pequeno cigarro, junto dele um isqueiro.

-- É da boa? – Perguntou Valdemar.

-- Quatro e vinte... Marijuana pura... – Respondeu. Salomão acendeu o cigarro e deu uma tragada, recostando-se em seguida e se mostrando bem mais relaxado. Após isso, ele passou o cigarro a Valdemar, que repetiu o gesto.

-- Vai querer grandão? – Perguntou ele.

Rubão parou para pensar, não sabia o que responder, passou as mãos nos cabelos, retirando o boné, sentiu o cheiro da fumaça, a brisa que começava a tomar conta da sala. Balançou a cabeça para os dois lados e em seguida respondeu:

-- Manda essa porra aí! – Valdemar sorriu e entregou o cigarro a ele, que tragou fortemente.

Aquilo mexeu com ele, as sensações de outrora estavam retornando, não sabia se isso era bom ou ruim. Rubão sentia-se desamparado, não sabia se alguns dos seus amigos ainda estavam a seu lado. Sem apoio, ele não se sentia incentivado em continuar resistindo, em continuar lutando.

_____________________ X________________________

-- Como pode ter tanto zumbi atrás da porra de uma porta! – Exclamou Heródoto.

-- Alguém deve ter prendido eles lá! – Exclamou Alex que completou – Eu disse! Avisei!

Os três começaram a recuar rapidamente, se deslocavam para a saída da loja de conveniências. Os zumbis se aproximavam velozmente, o primeiro chegou perto de Rodrigo, que não hesitou em atirar em sua testa, eliminando-o.

Alex se utilizou de dois fortes golpes de facão para eliminar outro zumbi. Eles sabiam que não seria possível acabar com todos eles naquele pequeno espaço, estavam altamente vulneráveis.

Os três se dirigiram até a saída, e foram acompanhados por todos os monstros que emaranhados, também saíram da loja em direção ao trio. Heródoto seguiu mais a frente, e tremendo encontrou dificuldades em abrir a porta. Rodrigo o empurrou e chutou a porta, abrindo-a bruscamente.

Eles saíram com os zumbis logo atrás, pareciam ser bem mais do lado de fora. Estavam sem veículo, portanto não lhes restavam muitas opções, ou lutavam ou fugiam. O beligerante Rodrigo escolheu a primeira opção, não queria deixar aquela ‘mina de ouro’ para trás, havia muitos produtos intactos por lá e eles seriam por demais necessário caso o outro grupo não obtivesse sucesso.

Rodrigo se utilizou de três balas para eliminar três zumbis, Heródoto fez o mesmo, porém o medo fez com que nenhum de seus tiros fossem certeiros. Alex partiu para cima de outros dois monstros, eliminando-os.

-- Temos que ir embora! Vamos! – Exclamou Alex.

-- Nada disso! Essa loja é nossa! – Refutou Rodrigo.

-- Já era Rodrigo! Acabou! – Insistiu Alex.

Rodrigo não concordou, deu mais um tiro e parou para recarregar sua arma. Os tiros disparados chamaram a atenção de outros zumbis, que começaram a se amontoar na rua, vindo por trás deles, praticamente cercando-os.

-- Tem muitos Rodrigo! – Exclamou Alex.

Rodrigo se utilizou de sua lanterna para olhar a redor, à noite não os deixavam enxergar com precisão, isso era mais um agravante. Ao ver a gravidade da situação, Rodrigo exclamou:

-- Retirar! Retirar! Vamos! – Fazendo sinal para que todos corressem.

_____________________ X________________________

A brisa causada pelo cigarro de maconha já tomava conta de toda a sala. Salomão não tinha apenas aquele guardado, outros mais que estavam escondidos em seu bolso, agora eram consumidos por ele, Valdemar e Rubão.

-- A minha filha me pegou fumando de madrugada uma vez... – Disse Salomão alucinado – Aí ela me disse: “Porra pai, além de velho e corno, tu ainda é maconheiro!” – Finalizou com uma longa tragada enquanto todos riam.

-- Que filhadaputagem! – Exclamou Rubão soltando bastante fumaça pelas narinas.

-- Porra... Que fome! – Disse Valdemar.

-- Já tá na larica seu puto?! – Exclamou Rubão causando mais risadas entre eles.

Todos estavam completamente alucinados e alienados, a maconha os havia retirado da tensão por alguns instantes, porém ficar completamente relaxados não era nada recomendado naquele momento, a atenção é o fator mais importante nesse novo mundo.

-- Querem ouvir uma história? – Perguntou Valdemar.

-- Não! – Respondeu Rubão.

-- Eu era segurança de uma empresa, e hoje... Eu continuo sendo segurança de uma empresa... Transportadora! – As últimas palavras foram praticamente cuspidas por Valdemar.

-- E aí Grandão... Você ainda acha que as coisas vão voltar ao normal? – Perguntou Salomão a Rubão.

-- As coisas... – Soltou mais fumaça – São como são... Quem não se acostumar se fode! No mundo de hoje ou você mata ou você morre... Ou morre e mata! – Exclamou.

-- Que merda não é?! Tinha a porra de uma crente que ficava gritando na frente da minha casa que o apocalipse estava perto e bla bla bla... Eu nunca liguei... A filha da puta dizia que seria salva e o resto de nós iríamos para o inferno... Parando agora para pensar acho que ela estava certa... A vadia foi a primeira que eu vi ser comida por essas coisas! Quem sabe esse não é inferno... Quem sabe não estamos no inferno! – Vociferou Valdemar.

-- Você ainda tem alguma dúvida brother? – Indagou Rubão.

_____________________ X________________________

-- Tá muito escuro Rodrigo! Para onde vamos?! – Perguntou em tom de desespero Heródoto.

-- Controle-se porra! – Exclamou Rodrigo – Vamos nos separar, rápido! – Finalizou.

Os zumbis se aproximavam cada vez mais, o desesperador era o fato de estar tudo escuro, pois na maioria deles apenas os sons eram escutados, o que dava um tom mais dramático a situação. Ao ouvir as palavras de ordem vindas de Rodrigo, Alex empunhou seu facão e mesmo sem luz alguma, correu seguindo a rua, sem olhar para trás. Ele percebeu que os outros dois também haviam se deslocado.

Foi preciso eliminar mais dois durante o trajeto para que ele pudesse sair daquele emaranhado de zumbis famintos. Alex correu e chegou até um carro, jogando-se atrás dele. Sabia que não poderia ficar ali por muito tempo, os monstros sentem seu cheiro e quanto mais tempo em um único lugar, mais zumbis iriam até ele.

Era possível ouvir a movimentação e os passos medonhos na rua. Alex queria perceber quantos deles poderiam estar ali, e tentar traçar uma rota de fuga sem esbarrar com nenhum deles. Estava muito ofegante e bem assustado, apesar de já ter cruzado várias vezes com zumbis, essa talvez fosse a situação mais desesperadora de todas. Estar no escuro, sem ter noção de quando um deles poderia aparecer sem que fosse percebido era o que mais pesava no momento.

Alex respirou fundo e parou para pensar, precisava decidir rápido o que fazer. Lembrou-se de tudo pelo qual seu grupo já passara outrora e resolveu que o melhor era conseguir entrar em alguma das casas, já que lá ele estaria mais protegido e com a aproximação da manhã, veria tudo de uma melhor forma.

Resolveu arriscar, levantou-se e correu para o outro lado da rua, topando nas paredes e quase caindo sentiu algo que poderia ser uma porta. Pisou com todas as forças que ainda lhe restava e conseguiu arrombar o lugar. Entrou imediatamente e bateu a porta.

_____________________ X________________________

Rodrigo correu para o lado oposto da rua ao que Alex escolhera. Estava com a lanterna e por isso tinha uma vantagem sobre os demais. Viu um beco e adentrou, o lugar estava tão escuro quanto os demais, porém parecia mais sombrio, o ar do lugar era diferente. Isso não o abalou, sentou-se ao chão e passou a verificar seu armamento, estava com sua pistola carregada.

Desligou a lanterna e se atentou aos sons que viam da rua, era assustador se encontrar em tal situação, porém sua frieza acabava falando mais alto e ele não se deixava levar pelo emocional, relaxou, respirou fundo e manteve-se quieto, sabia que qualquer que fosse o barulho que emitisse, poderia chamar a atenção de um dos zumbis.

Seguiu na posição em que estava, apesar de todo o seu porte, não seria possível e nem viável encarar aquela horda que por ali rondava, portanto era necessário que permanecesse da mesma forma. Um barulho foi ouvido, passos acelerados em sua direção, preparou sua arma e acendeu a lanterna.

-- Não atira! Não atira! Não atira! – Exclamou Heródoto ao chegar de supetão, surpreendendo a Rodrigo.

-- Porra Heródoto! Eu não disse para nos separarmos!

-- Desculpe, mas é que... – Rodrigo o interrompeu fazendo sinal para que ele falasse baixo – Eu não tinha para onde ir... Resolvi te seguir!

-- Fica calado! – Exclamou Rodrigo.

Heródoto respirava fundo e ininterruptamente, demonstrava estar muito assustado. Os dois ficaram quietos e Rodrigo apagou a lanterna. A intenção era essa, permanecer por ali o quanto fosse seguro, mantendo-se vivo até os primeiros raios solares.

-- Você sabe para onde o galã correu? – Sussurrou Rodrigo.

-- Acho que ele correu na direção contrária! – Respondeu Heródoto também sussurrando.

Os dois se mantiveram em silêncio e no escuro por mais alguns minutos, até Rodrigo ouvir um barulho. O clique do engatilhar de um revolver fora escutado por ele, que disse em seguida:

-- O que foi Heródoto? – Não ouve resposta. Mais um pequeno espaço de tempo fora passado e Rodrigo sentiu que algo se levantara, no mesmo instante ligou sua lanterna e se deparou com Heródoto de pé apontando sua arma para ele.

Rodrigo desligou a lanterna e empunhou rapidamente seu revolver disparando contra o homem que estranhamente agora o ameaçava. Heródoto atirou no mesmo instante acertando-o duas vezes, o tiro que Rodrigo disparara acertou Heródoto de raspão na orelha.

Um grito de dor vindo da direção Rodrigo fora escutado, suas mãos deixaram cair a lanterna que fora juntada por Heródoto, deixando-o para trás. O homem correu, passou a mão na lateral da cabeça e sentiu que uma grande quantidade de sangue escorria, sentiu também que parte de sua orelha não existia mais. Ouvia um zumbido perpétuo em seu ouvido, talvez ficasse surdo.

Não havia pensado duas vezes, atirara em Rodrigo e o deixara para trás, para morrer pelos ferimentos causados pelos tiros ou pelos zumbis que provavelmente chegariam até ele. Precisava ser rápido a partir de agora, era necessário encontrar um abrigo antes que ele também fosse pego.

_____________________ X________________________

Alex percebeu que havia entrado em uma casa, tateando por toda a parte, coseguiu encontrar um sofá, que foi rapidamente empurrado para a porta servindo como uma proteção extra. Agora era preciso manter-se calmo e no mais absoluto silêncio, para que tudo fosse superado.

Começou a andar pela casa com muita cautela, por estar escuro, temia que alguma coisa fosse derrubada, chamando a atenção. Achou o que provavelmente seria um armário, e começou a abrir as gavetas na esperança de encontrar algo que lhe fosse útil.

Ao mesmo tempo em que revirava as coisas um cheiro muito ruim o incomodava, cheiro esse que vinha da sala. Alex parou por um instante para ver se percebia alguma movimentação, mas apenas o cheiro era perceptível. Seguiu revirando as gavetas até encontrar uma lanterna, era o que mais precisava.

Ligou e passou a iluminar o lugar, tinha certo receio de que lá houvesse algum zumbi. O fedor já se tornava insuportável, tanto que ele passou a tapar as narinas com a palma da mão, andou em direção à sala, e se utilizando da lanterna pode ver a origem do tal cheiro ruim.

Na parede da sala, a frente do sofá que fora retirado, havia uma mensagem escrita com o que parecia ser sangue: “O melhor caminho é a morte!”. A frente da mensagem, três corpos pendurados pelos pescoços, duas crianças e uma mulher. Um frio percorreu por toda a espinha de Alex, a imagem era muito forte, ver uma família suicida era algo que ele não esperava presenciar. Certamente aquelas pessoas se entregaram a todo aquele mal que caíra sobre a terra. Observando bem a cena, ele entendia o lado de quem optara por isso, afinal, qual destino seria melhor do que esse? Viver em um mundo onde homens se alimentam de homens? Não seria mais sensato optar pela incerteza da morte? A única certeza que ele tinha, era a de que talvez aquela família estivesse em um lugar melhor que ele.

Seguiu observando por mais alguns instantes, até decidir olhar por toda a residência, queria cobrir toda a área, saber se não estava vulnerável ali dentro. Verificou todas as portas e janelas, e atestou que o lugar estava seguro, pelo menos aparentemente.

Jogou-se ao chão e exausto, permaneceu por ali, com o facão em mãos e sempre atento. O fedor sepulcral não o incomodava mais, talvez já estivesse acostumado, ou acostumando-se. O mais importante naquele momento era manter-se vivo, e para isso, era necessário ficar inerte o máximo que pudesse.

A manhã foi se aproximando e Alex passou a ficar mais atento, ele passara todas àquelas horas acordado torcendo para que nada ocorresse ao mesmo tempo em que estava pronto para o que viesse.

Foi até a janela principal da casa e passou a olhar por ela. Vários zumbis ainda rondavam o lugar, que agora se mostrava não ser nada seguro, ele precisava sair dali e voltar para onde haviam deixado o carro. Alex preparou-se e cuidadosamente afastou o sofá de fronte a porta.

Mais cuidadosamente ainda ele abriu a porta e deixou o recinto, começou a andar pela rua e logo três zumbis se aproximaram. Alex preparou seu facão e acertou o primeiro, abrindo seu crânio, o segundo teve sua cabeça decepada no momento em que Alex aproveitou-se do movimento em que eliminou o primeiro. O terceiro teve um braço cortado para depois ter sua cabeça destruída.

Alex passou a correr, desviando dos lentos monstros que tentavam se aproximar dele. Virou uma curva e se deparou com mais deles, um partiu para cima de Alex e foi recebido com um chute. Ele abaixou-se e finalizou o serviço acertando fortemente o facão contra a cabeça de seu flagelo.

Foram precisos mais confrontos e mais ruas percorridas até que ele chegasse a um lugar seguro, onde aparentemente aquelas coisas não haviam tomado. Os zumbis estavam concentrados em uma parte mais central da cidade, parte essa superada por Alex.

Faltava agora achar o carro, o ponto inicial e onde eles haviam marcado o encontro de volta. Não demorou muito para que Alex detectasse algumas vozes mais a frente, uma delas fora reconhecida, a de Rubão.

Rapidamente ele foi se deslocando até reconhecer o lugar onde estava, era por onde haviam entrado na cidade, lugar onde o carro havia sido deixado. Rubão, Salomão e Valdemar estavam encostados à frente do veículo, apenas aguardando a chegada dos demais.

Exaurido, Alex andou na direção deles, estava sem forças até para falar. Rubão foi o primeiro a vê-lo e correu em sua direção, perguntando-o em seguida:

-- O que aconteceu brow? – Alex apenas tentava respirar normalmente, havia corrido bastante para chegar até ali. Rubão pegou uma garrafa de água e deu a Alex, que vorazmente bebeu tudo.

-- Nós fomos cercados por uma horda! Estava tudo escuro... Tivemos que nos separar! – Exclamou.

-- E onde estão os outros? – Perguntou Salomão.

-- Eu não os vi... Acho que cada um foi para um lado... – Respondeu.

-- Então temos que ajudá-los! Vamos logo, eles podem ainda estar lá! – Exclamou Salomão. Valdemar começou a se preparar, enquanto ainda ajudavam Alex. Seus movimentos foram interrompidos por uma voz:

-- Não adianta! – Heródoto se aproximou de todos igualmente exausto e ainda com a mão sobre o ferimento na lateral da cabeça.

-- Heródoto! – Exclamou Valdemar se deslocando até ele e o ajudando – Você viu o Rodrigo?

-- Ele... Ele foi pego!

-- Como sabe? – Perguntou Alex.

-- Eu corri junto dele... Nós entramos em um beco e tinham vários zumbis, como ele estava à frente... Ele foi devorado! – Finalizou tentando demonstrar um sentimento de angústia.

-- Caralho! – Exclamou Salomão com as mãos na cabeça, ele estava desolado, todos tinham uma visão bem específica sobre Rodrigo, principalmente os coletores que faziam as buscas junto a ele. Rodrigo era a representação do Músico dentro da transportadora, era sua transfiguração. Sem ele, seus soldados ficavam sem um solo rígido para porem os pés.

-- O que foi isso na sua orelha? – Perguntou novamente Alex.

-- Eu estava com muito medo... Estava escuro... Acabei disparando minha arma sem querer... Por pouco não me suicido! – Respondeu demonstrando nervosismo.

Alex fitou o homem, estava com uma sensação desagradável, não confiava em suas palavras, desconfiava que talvez sua história fosse mentirosa. Ele não conhecia profundamente Rodrigo, mas não conseguia imaginá-lo sendo morto por zumbis, o próprio Alex já havia contornado situações piores, e o frio e forte Rodrigo provavelmente conseguiria contorná-las. Havia algo de errado ali, mas tudo estava apenas no campo da suposição. Restou a ele adentrar o veículo e seguir o caminho de volta a Transportadora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui foi mais um capítulo, espero que tenham gostado...
Comentem e opinem!


Desculpem a demora, mas ela foi causada por diversos fatores... Bom, vocês sabem como esses dias tem sido bem movimentados!

Mais uma fez frisarei, eu não abandonarei essa fic, é um projeto no qual estou investindo, e é claro, recebendo respostas positivas de quem está lendo, me incentivará ainda mais...


Ainda há muito por vir... Não deixem de acompanhar, talvez se surpreendam com o que virá!









Säteily



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.