O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 30
Capítulo 30 - Como uma Foto Kirlian


Notas iniciais do capítulo

"O livro da vida está aberto diante de mim..."



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Daniel ainda se sentia mal pelo acidente que ocorrera, não é fácil passar por esse tipo de trauma sem ficar um pouco em choque, afinal, sua vida esteve por um fio naqueles poucos segundos decorridos. Estava sentado, havia acabado de ajudar Alex a se sentar também, ele ainda sentia muita dor, não havia tomado nenhum tipo de medicamento para a gravidade do problema pelo qual passara.

Victoria fazia alguns testes com And, não podia precisar a gravidade da concussão dela, e sem exames mais apurados, não poderia descobrir o grau da lesão que ela sofrera. O fato de ela estar acordada e lúcida não tão era animador quanto parecia, Vic conhecia diversos casos semelhantes em sua experiência profissional, e sabia que nem sempre as coisas são como parecem.

Rubão passara um bom tempo revirando o carro tombado na estrada, já havia retirado todos os pertences do local, mas algo lá dentro chamava sua atenção, ele persistia em procurar algo que ninguém sabia o que poderia ser.

A estrada seguia vazia, sem nenhum sinal da vida, e pelo menos por enquanto, sem nenhum sinal dos mortos também. O relógio deveria marcar quatro da tarde aproximadamente, e após o acidente nada mais ocorrera. Eles apenas seguiram quietos esperando por algo que eles sabiam que não aconteceria, um resgate.

–- Nós não temos mais o que fazer aqui! – Exclamou Daniel.

–- Não temos para onde ir... – Relatou Victoria.

–- Eu estava pensando... – Começou a dizer Alex – Não podemos ficar ilhados aqui... Não temos abrigo, logo vai anoitecer e sem falar que zumbis podem aparecer! – Fez uma breve pausa e seguiu – Eu sei que sou o motivo para não podermos partir, então... Podem ir sem mim, podem me deixar aqui...

–- Nem pensar! – Interrompeu Daniel, que prosseguiu – Não podemos sair a pé dessa forma... Vamos dar um jeito, não abandonaremos ninguém!

Victoria foi novamente até Alex verificar sua perna, com uma expressão não favorável ela se ergueu e foi até Daniel chamando-o para o canto, lá iniciaram uma conversa em tom baixo:

–- Como você acha que está a perna dele? – Perguntou Daniel.

–- Não posso dizer nada com certeza, mas nesse momento não está bem!

–- O que acha que pode ser? – Perguntou novamente Daniel.

–- É complicado Daniel... Ele não está tomando medicação, pode apresentar febre logo mais... Sem exames de imagem, não dá para precisar o estado da fratura. Não podemos dizer se ela foi total ou parcial... – Respondeu ela.

–- Então... Pelo que sei, se for total a calcificação vai ser bem mais complicada, mas se for parcial...

–- Temos esperança que ele possa voltar a andar em... Dois meses mais ou menos...

–- É muito tempo Vic... É muito tempo...

–- Essa imobilização tá muito ruim, isso também não está ajudando! – Disse ela.

–- Eu sei disso... Precisamos de dois pedaços de madeira que possam ser colocados ao lado da perna, vai ter mais firmeza e a fratura vai ficar imobilizada. – Respondeu Daniel.

Alex apenas observava os dois conversando baixo, já irritado com toda a dor e com a situação, exclamou:

–- É por isso que eu detesto médicos!

Depois de algum tempo conversando, os dois voltaram para o meio do grupo, ao chegar perto de Alex, ele disse a Vic:

–- Você estava falando para ele quanto tempo de vida eu tenho? – Perguntou irônico.

–- Não se preocupe... O pior já passou! – Respondeu com seu sorriso rotineiro.

–- Como está a And? – Perguntou Alex apenas para Victoria.

–- Ela bateu a cabeça muito forte... Ainda está meio grogue, mas isso também é normal! Temos que esperar qual vai ser a resposta dela nas próximas horas! – Respondeu no mesmo tom de voz.

–- O que o Rubão está fazendo? – Perguntou Daniel enquanto olhava o vocalista dentro do carro revirando tudo.

–- Não sei, ele está ali já faz um tempo! – Disse Vic.

–- Eu vou até ele, vou chamá-lo para procurarmos algo para melhorar essa imobilização! – Voltou a dizer Daniel

Ele caminhou até o veículo e chamou pelo nome de Rubão, nas duas vezes que exclamou seu nome, não obteve resposta. Ao chamá-lo uma terceira vez, espantou-se quando de súbito ele saltou para o lado de fora do carro. Com uma cara de espanto, Daniel perguntou:

–- Você tá bem cara? – Com os olhos arregalados, Rubão respondeu:

–- Firmeza brother... Tranquilo!

–- Eu estou indo procurar madeira para a perna do Alex, vem comigo?

–- Eu... Bom... Beleza!

Os dois foram caminhando até a beira da estrada onde o grupo se encontrava. Daniel havia estranhado o comportamento de Rubão anteriormente, mas sem entender ao certo o que ocorria, relevou.

–- Vic, Alex... And... Vamos procurar algo para melhorar essa imobilização – Disse Daniel olhando para a perna de Alex.

–- Tem certeza? – Perguntou Alex um pouco receoso.

–- Onde vão procurar? – Complementou Victoria.

–- Bom... Eu olhei no mapa, e voltando um pouco a BR, tem uma espécie de atalho a direita... Uma estrada de terra, lá deve ter árvores... Enfim... Acho que podemos conseguir por lá! Não se preocupem! – Respondeu.

–- Levem suas armas! – Indicou Alex.

–- Sem problemas!

Daniel já portava seu martelo na mão direita, e Rubão tinha seu taco de baseball também em mãos. Após uma breve despedida, os dois seguiram viagem rumo a essa estrada de terra. Daniel seguia estranhando o comportamento de Rubão, ele parecia quieto e agitado ao mesmo tempo, apesar de não saber o que ocorria, Daniel podia atestar que aquele não era seu natural.

–- Tá tudo bem mesmo Rubão?

–- Tudo... Tudo... Tá beleza irmão! – Respondeu.

Daniel não insistiu mais, enquanto caminhava, ele resolveu o questionar sobre outros assuntos:

–- O que você acha que aconteceu Rubão? O nosso pneu estourou do nada...

–- Foi esquisito mesmo...

–- E o corte, como ficou?

–- A doutora já estancou... Tá de boa!

Os dois seguiram caminhando, já saiam do raio de visão dos que ficaram reclusos na BR, estavam sós, e tinham uma importante missão a cumprir. Era de suma importância que conseguissem uma forma de melhorar a famigerada imobilização mal feita, Alex dependia dos dois naquele momento.

Daniel insistia em olhar o mapa diversas vezes, fazia questão de não perder nenhum detalhe, não queria arriscar e acabar adentrando em um local errado, apesar de não ser difícil de encontrar o caminho, ele não queria que nada desse errado.

Passava-se dos setenta minutos de caminhada, o entardecer já se despedia, começava pouco a pouco a escurecer, e era preciso acelerar o passo. Caminharam e caminharam até chegarem ao sonhado destino. Seguiram as indicações do já amassado mapa que tinham, e adentraram a estrada de terra como planejado.

Daniel e Rubão olhavam para todos os lados, estavam caminhando por um local inóspito e bem mais estreito que a BR anterior. No começo do trajeto, podiam avistar apenar um barranco que se seguia ao lado do caminho de barro. Após explorarem mais um pouco o lugar, puderam ver as primeiras árvores, seguiu-se então uma mata repleta de plantas e outras árvores.

–- É aqui! – Afirmou Daniel. Rubão olhou para os lados e para cima, viu que a estrada segue seu trajeto com todo aquele matagal ao redor. Pararam ali mesmo, saíram da estrada de terra e adentraram aquele campo desconhecido em busca da madeira.

–- Procura um pedaço de madeira forte, um galho de árvore resistente! – Disse Daniel a Rubão.

–- Pode deixar! – Disse ele brevemente.

Os dois seguiram esgueirando-se em meio a todo aquele mato, cada um seguiu para um lado. Daniel foi adentrando e explorando o lugar até encontrar uma árvore caída ao solo, verificou sua consistência e atestou que seria o suficiente para utilizar na perna de Alex. Sorrindo, ele ergueu o corpo, e olhando para a direção onde Rubão se encontrava disse:

–- Ei, Rubão! Encontrei, acho que vai... – Sua fala fora cortada por um engatilhar de uma arma, o tal som vinha de suas costas. Daniel virou-se lentamente e pode ver um homem velho, aproximadamente sessenta e cinco anos, cabelos brancos curtos e bagunçados, escondidos por um chapéu típico de pantaneiro, usando uma camisa azul com botões e uma calça social, tinha em mãos uma espingarda. Daniel nada disse, apenas escutou o homem dizer:

–- O quê que ocê tá fazendo aqui?!






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Notas finais do capítulo

Aqui foi mais um capítulo, espero que tenham gostado...
Esse capítulo foi curto, mas serviu como apresentação para um novo fato...

Eu recebi algumas sugestões de personagens, e queria dizer que todos que eu aceitei serão introduzidos na história, mas tudo a seu tempo, ainda teremos novidades logo mais que trarão espaço para todos eles... Não se preocupem, todos se encaixarão, é só aguardar.

Chegamos ao 30º capítulo e passamos de 100 comentários! Obrigado a todos, vocês fazem dessa fic algo agradabilíssimo de se construir!

Comentem, opinem e continuem acompanhando!







Säteily



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