O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 29
Capítulo 29 - Efeito Determinístico


Notas iniciais do capítulo

"Pode voltar pelo mesmo caminho..."



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Andressa já os aguardava dentro do carro quando o grupo se aproximou dela. Por seu gênio forte, ainda remoia em seu interior a discussão que teve com Daniel anteriormente, não se arrependera do que havia dito, e pensava seriamente se seria possível seguir viagem a seu lado.

Daniel estava com a cabeça a mil, o problema com And, a situação de Klinger, estava extremamente confuso e não sabia como agir. Ficou triste e pensativo com o que Andressa havia dito, e apesar de lutar contra, em seu interior ele imaginava se o que ela dissera não seria realmente verdade.

Alex caminhava com dificuldade, a mordida que levara foi em uma região que ao caminhar é bem utilizada, ainda sentia dores e pensava no que Vic havia dito sobre a raiva. Rubão e Vic vieram andando juntos até o veículo que utilizariam para partir, os dois se aproximavam mais a cada dia, as personalidades distintas pareciam atrair-se.

-- Vamos logo pessoal! Não conseguimos nada de suprimentos aqui, temos que tentar chegar à próxima cidade! – Exclamou Alex aos demais.

-- Serviu pelo menos para tomarmos um banho e pegar água! Estávamos precisando dos dois! – Disse Vic.

-- Qual a próxima parada capitão? – Perguntou Rubão.

-- Ouro Preto D’Oeste, você conhece? – Respondeu Alex, devolvendo a ele uma pergunta.

-- Ouro Preto? Não... Não conheço brother!

-- Não podemos mais parar em uma cidade que não nos ofereça nada! Nossa gasolina não vai durar! – Disse Vic.

-- E se Ouro Preto nos oferecer isso? – Perguntou Alex.

-- Não sabemos nada sobre esse lugar Alex! Qual a próxima cidade tirando essa? – Perguntou Daniel, manifestando-se pela primeira vez.

-- Ji-Paraná. – Respondeu Alex.

-- Bingo! Lá nós sabemos que tem suprimentos e gasolina! – Disse Daniel novamente.

-- Esse plano não faz o menor sentido! – Exclamou And saindo do carro e entrando na conversa – Vocês acham que a gasolina não vai durar até Ouro Preto, mas vai durar até Ji-Paraná?! Isso não faz sentido! Ji-Paraná fica depois de Ouro Preto!

-- A questão é... Não podemos mais fazer paradas desnecessárias! Ji-Paraná e próximo de Ouro Preto... Eu concordo com Daniel, vamos até Ji-Paraná e evitamos entrar em mais um vilarejo! – Falou Alex.

-- Fechou então! – Disse Rubão batendo no teto do carro e entrando nele.

Todos adentraram o veículo, e após se posicionarem, começaram a seguir viagem. Dirigiram-se novamente para a BR 364, seguindo o caminho a Ji-Paraná. Estão agora cada vez mais próximos de saírem de Rondônia, ainda falta muita estrada até chegarem ao Nordeste.

_____________________ X________________________

O trajeto seguiu tranquilo, pelo menos aparentemente. Daniel e Andressa não se falavam, e isso acabou refletindo no clima interno da van. O silêncio prevalecia entre eles, parecia que um longo pavio havia sido acesso e que uma hora ou outra ele iria explodir.

Passado alguns minutos e quilômetros percorridos, um incidente acabara acontecendo, em dado momento da estrada, repentinamente o pneu traseiro esquerdo acabou estourando. Foi um grande estrondo, Vic era quem dirigia, e com o ocorrido acabou perdendo o controle do carro, saindo da estrada desgovernada. Vic ainda conseguiu trazer o carro novamente para a pista, mas ao realizar esse movimento, o carro tombou de lado e arrastou-se por mais ou menos 80 metros.

O carro finalmente parou, tombado na estrada, o acidente fora feio e barulhento. Vic abriu os olhos, piscava insistentemente, o incidente que durara segundos, parecia milésimos para ela, não entendia o que acabara de ocorrer. Sentiu que seu corpo estava sobre algo, era Alex, que sentara a seu lado.

Vic ainda sentia-se dolorida quando conseguiu reunir forças e se levantar chegando à porta e abrindo-a. Percebeu então que o carro estava deitado de lado na estrada, saiu e começou a mensurar o que acabara de ocorrer.

Rubão sentia uma fortíssima dor de cabeça, sua mochila e seu violão haviam batido violentamente contra ela durante o acidente. Passou a mão no rosto e viu que o mesmo estava ensanguentado, talvez um corte na testa, mas ele não conseguia distinguir de onde o sangue partira. Começou a levantar-se e saiu pela mesma porta que Vic abrira.

Ao ver Rubão sair, Daniel também tentou erguer-se, ao primeiro momento não conseguiu, olhou para as pernas e notou que parte da bagagem que carregavam estava sobre o seu corpo. Sentia uma forte dor no joelho e estava um pouco enjoado por todo o movimento que o carro fizera durante o acidente. Novamente tentou erguer o corpo e percebeu mais uma coisa, estava sobre And.

Tentou movimentar-se para o lado, em vão. Começou então a gritar por socorro, chamando os nomes de Vic e Rubão. O primeiro a atender seu chamado fora Rubão, que foi até a porta já aberta do carro e disse:

-- Calma brother... Tô indo aí! – Ele estava extremamente ofegante, Daniel viu que o rosto do vocalista estava bastante ensanguentado.

Rubão adentrou o carro e foi até onde Daniel estava. Começou retirando os pertences de cima dele, e em seguida estendeu as duas mãos e o levantou.

-- A And, a And... – Repetia Daniel.

Rubão viu que And a realmente estava debaixo de Daniel, chamou seu nome algumas vezes e não obteve resposta, após isso ele pediu para que Daniel saísse do veículo para poder retirar Andressa.

Daniel o fez, com mais espaço Rubão pode levantar And e carregá-la até o lado de fora, ela estava inconsciente. Percebeu a presença de Alex deitado na parte lateral do carro que agora tocava o solo. Chamou por ele e também não obteve resposta, assim como Andressa, ele estava desacordado. Passou os braços por baixo dos ombros de Alex e conseguiu erguê-lo, levando-o assim para fora do veículo.

Rubão deitou Alex ao lado de And no solo da estrada. Vic estava sentada ao chão ainda em choque pelo acidente repentino. Daniel passava as mãos no rosto como que não acreditando em tudo aquilo. Rubão foi até ele e disse:

-- Ei... Ei brother! Temos que começar a organizar as coisas! Os dois estão desmaiados ali... – Daniel hesitou um pouco, mas respondeu em seguida:

-- Claro... Claro... Vic! -- Após uma breve pausa, Vic levantou-se do chão e foi até Daniel e disse:

-- Você está bem?

-- Sim... Só um pouco dolorido, mas acho que não foi nada... – Respondeu ele – E você?

-- Só a cabeça... – Ela olha para Rubão e diz – Rubão... Você está com um corte... Acho que é no supercílio... – Rubão mais uma vez passou a mão no rosto, que continuava escorrendo sangue – Não se preocupa, é um ferimento simples...

Ela e Daniel se dirigiram então até os dois desmaiados. Alex já começava a retomar os sentidos, começou a abrir os olhos lentamente. A primeira coisa que disse foi:

-- Minha perna! – Alex soltara uma exclamação de dor.

-- O que foi? É a mordida? – Perguntou Victoria.

-- Não... Minha perna! – Daniel então começou a verificar a perna de Alex, e ao tocar na parte abaixo do joelho ouviu um grito alto de dor. Daniel olhou para Vic e balançou a cabeça negativamente. Percebendo isso, Alex voltou a falar:

-- O que foi... Por que esse não com a cabeça?!

-- Provavelmente você está com uma fratura! – Disse Daniel – Vic olhou para ele e perguntou:

-- Não acha melhor examinarmos antes?

-- Claro...

Daniel atendeu ao pedido de Vic, apesar de saber que estava certo, era realmente necessário um exame mais detalhado. Naquelas condições um exame mais detalhado seria examinar a perna rasgando a calça.

-- Rasga a parte da calça que está na perna direita! – Disse Vic a Daniel – Eu vou ver a And.

Nesse mesmo momento, Rubão se aproximou, havia tirado a camisa e estava passando a mesma no rosto para enxugar o sangue. Ao ir até Victoria, ele perguntou:

-- Tá precisando de alguma coisa? – Vic olhou para ele e respondeu.

-- Pega o que puder de suprimentos médicos no carro, o que você conseguir achar! – Prontamente Rubão se dirigiu até o carro atendendo ao pedido da médica.

Vic começou a examinar Andressa que seguia desacordada, provavelmente ela havia batido fortemente a cabeça no acidente. Ao passar a mão na parte de trás da cabeça dela, constatou sua teoria, ela estava com um sangramento na parte dorsal do crânio. Um ferimento parecido com o de Klinger há um tempo.

Daniel já havia rasgado a perna da calça de Alex no lado direito, e passou então a tocar com os dedos sua perna para tentar descobrir a possível fratura. Ao tocar o meio da canela de Alex, constatou que ali se situava o problema. Alex soltou um forte grito de dor, e Daniel voltou o olhar para Vic dizendo:

-- É aqui! – Ela foi até Alex e passou a examinar da mesma forma que Daniel fizera, tendo o mesmo diagnóstico, ela disse então a ele:

-- Olha só Alex... O que o Daniel disse é verdade mesmo... Você está com uma fratura interna na tíbia!

-- Na tíbia? – Perguntou ele.

-- Talvez na fíbula também... Mas só um raio-x ia responder isso! – Respondeu a médica.

-- Como eu... —Alex sentia bastante dor – Como eu vou cuidar de uma fratura aqui?!

-- Temos que improvisar uma imobilização! – Respondeu Daniel se adiantando a Victoria.

-- Puta que pariu! – Exclamou Alex.

Vic se levantou e foi até Rubão, que não conseguira recolher muitos suprimentos médicos, pois a quantidade não era muita, e as bandagens eram bem poucas, já que haviam sido gastas em Klinger.

-- Deixa-me ver esse seu corte...

-- Ai! Calma aí Doutora! – Reclamou Rubão quando ela tocou o dolorido ferimento abaixo da sobrancelha.

-- Tá tudo bem, foi só um corte... Essa parte é bastante irrigada, por isso todo esse sangue! – Disse ela. – Pressiona com isso! – Deu a ele algodão.

-- Valeu! – Respondeu.

-- O que vamos fazer agora?! – Perguntou Daniel.

-- Primeiro... – Respondeu Victoria – Fazer um curativo na And e no Rubão...

Victoria foi até Andressa e realizou um curativo em sua cabeça, Daniel e Rubão a levaram para o lado da estrada, tirando-a da pista. Rubão foi o próximo a ser atendido, seu ferimento apesar de ter gerado bastante sangue, era pequeno e rapidamente Vic conseguira revertê-lo.

Feito isso, o próximo a ser transportando fora Alex, com muita dificuldade e sentindo bastante dor, ele foi levado até a beira da estrada e deitado ao lado de Andressa, que começava a abrir os olhos.

-- Daniel! – Disse Rubão chamando sua atenção – Temos que tirar as coisas do carro, trazer para o lado de fora!

-- Beleza! – Respondeu ele.

Os dois foram até o carro e começaram a retirar os mantimentos e mochilas de dentro do veículo tombado, trazendo inclusive as armas dos mesmos. Após tudo ser transportado e reunido no mesmo local, começaram as conjecturas:

-- O que vamos fazer agora?! – Começou a exclamar Daniel – Não temos mais carro! Estamos na beira da estrada e longe da próxima cidade! Caralho! O que vamos fazer?!

-- Não... Não podemos nos desesperar! – Disse Alex em meio à dor – Vamos dar um jeito!

Daniel calou-se, percebeu que o desespero não era nem um pouco necessário naquele momento. Respeitou muito Alex também, pois em meio a toda a dor, ele seguia sensato e com seu nato e nem um pouco forçado espírito de liderança.

-- Temos que imobilizar essa perna logo! – Disse Vic olhando para Alex.

-- A fratura... É muito séria? – Perguntou ele.

-- Não tenho como dizer... O animador é que não foi exposta, seria bem pior! – Respondeu.

Andressa acabara de acordar, tentou erguer o corpo mais o sentiu pesado, sentiu também uma forte dor na parte de trás da cabeça, passou a mão e sentiu a bandagem, olhou para o lado e exclamou ainda grogue:

-- O que aconteceu?

-- Andressa! – Exclamou Victoria – Calma, calma! Não tenta se levantar ainda... Nós sofremos um acidente!

-- Como assim? Eu... – Desistiu de se levantar – O carro ficou destruído? – Perguntou And.

-- Não vamos mais poder usar essa caranga baby... – Respondeu Rubão olhando para ela.

Sem material adequado para realizar o atendimento a Alex, Daniel e Rubão arrancaram as capas duras de dois livros de Gabriel que haviam ficado no carro, e juntamente com alguns cadarços de tênis, improvisaram uma imobilização bem rústica. Ela era necessária para manter sua perna reta facilitando uma possível calcificação.

Vic sabia que aquilo era muito prejudicial a Alex, ele precisava de atendimentos médicos reais e não da forma que estavam fazendo. Porém, não havia outra forma de contornar aquela situação e as coisas deveriam ser feitas, já que, dificilmente ela conseguiria achar um hospital ou equipamentos melhores do que tinham.

_____________________ X________________________

Todos seguiram ali, sem ação, sem saber realmente o que fazer. Não tinham carro e estavam ao relento, expostos a possíveis zumbis que poderiam parecer a qualquer momento. Além disso, todos estão feridos, e Alex não poderá andar por algum tempo. O problema precisa ser contornado o quanto antes, é arriscado demais continuar onde estão. A cidade está distante para tentar chegar até ela a pé, e há problemas demais para tentar tomar uma decisão de imediato. É preciso racionar, raciocinar e decidir qual será o próximo passo.


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Notas finais do capítulo

Aqui foi mais um capítulo, comentem e opinem!
Espero que tenham gostado!











Säteily



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