O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 26
Capítulo 26 - Novos Ares


Notas iniciais do capítulo

"The evil that men do, lives on and on..."



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-- Espera aí! O que é isso?! – Perguntou Daniel abrindo a porta do carro e saindo para confrontar os que traziam Rubão.

-- Ele sabe como chegar a BR 364, vai nos mostrar o caminho! – Disse Alex.

-- And... – Voltou a dizer Daniel.

-- Lavo minhas mãos! – Respondeu ela.

-- E aí brother, me chamo Rubão, você... – Rubão estendeu a mão para cumprimentar Daniel, porém ele segurava na mão direita o martelo e a esquerda expunha os dois dedos restantes.

-- Daniel! Respondeu ele sem corresponder o cumprimento.

-- Foi mau cara, eu não sabia que cê só tinha dois dedos! – Disse Rubão batendo no ombro de Daniel.

Ambos entraram no carro, Alex foi para o volante e ao dar a partida perguntou a Rubão:

-- E agora Rubão, pra onde vamos?

-- Segue reto até chegar à primeira curva a direita! – Respondeu.

Eles seguiram pelo caminho indicado por Rubão, enquanto dirigiam, Victoria se dirigiu ao novo membro:

-- Olá Rubão! Me chamo Victoria!

-- Olá! – O cumprimento saiu longo e com um sorriso no rosto, Victoria correspondeu o sorriso e voltou a perguntar:

-- O que fazia nessa loja? Está sozinho?

-- Bom Vic... É uma história bem longa e complicada, mas pra resumir... Eu era, ou sou, sei lá, vocalista de uma banda de skate punk chamada Bocas Ordinárias! Estávamos fazendo uns shows por aqui, e bom, vocês sabem o resto!

-- Bocas Ordinárias? – Perguntou Daniel.

-- Conhece brother? Nós não fizemos muito sucesso, mas tivemos os nossos bons momentos! – Disse Rubão rindo.

-- Na verdade eu não conheço, mas achei o nome interessante. – Respondeu Daniel.

-- Isso aí foi um acidente? – Perguntou Rubão se referindo os dedos de Daniel.

-- Não, arrancaram enquanto eu estava drogado! – Respondeu ele.

-- Sei bem como é... – Daniel olhou espantado para ele – Não os dedos! – Completou.

-- E você está sozinho? – Perguntou novamente Victoria.

-- Sim... Já perdi muita gente Vic...

-- Sabemos como é! – Disse Daniel.

Eles seguem o caminho indicado por Rubão, fazem a curva e dirigem em linha reta por uma avenida de mão dupla. Alex novamente o questiona:

-- Então Rubão, depois dessa rua vamos para onde?

-- Espera... Bom...

-- Ele não sabe o caminho! – Exclama Andressa.

-- É claro que sei... Mas tenho que ver um mapa... Espera... – Rubão pega sua mochila e abre diversos bolsos a procura do mapa, irritada And prossegue:

-- Você não disse que era daqui?! Nós só te trouxemos por que achávamos que você saberia o caminho!

-- Você sabe ou não o caminho? – Pergunta Alex frustrado.

-- PORRA! Se eu falei que sei a droga do caminho é porque eu sei a droga do caminho! Desde que eu entrei nessa merda de carro que só tenho levado patadas de vocês! Eu to querendo ajudar caralho! – Tira um papel do bolso e joga no colo de Andressa – Esta aqui a porra do mapa! E se quiserem que eu saia é só abrir a porra da porta! – Rubão exclamou de forma forte, exaltado. O homem que se mostrava engraçado e simpático revelava agora a outra face, estourado e irritado.

Todos se calaram, apenas Daniel se pronunciou. Com a mão no ombro de Rubão ele disse:

-- Calma... Calma! Ninguém vai expulsar ninguém daqui! – Disse olhando para And – Olha para o mapa e vê o caminho.

O silêncio prosseguiu, nem mesmo a falante Andressa se pronunciou, a irritação de Rubão era um pouco compreensível, ninguém ali havia o recebido de forma amistosa. Ele se dirigiu para uma das janelas da van e a abriu, tirou um cigarro do bolso e o acendeu, passando a fumar e expelir a fumaça para o lado de fora do veículo.

Passado alguns minutos, e mais algumas ruas depois, o grupo conseguiu chegar a uma ponte que os levariam até Santo Antônio, haviam encontrado o caminho e saído de Porto Velho. Atravessaram a ponte e seguiram na BR 364, ao verem que estavam no caminho certo, Alex comentou:

-- Conseguimos, voltamos para a BR!

-- É o que parece! – Disse Rubão depois de uma forte tragada em seu cigarro. Ele fumava ininterruptamente, já deveria ser o quinto ou sexto cigarro, mostrava-se relaxado, recostado ao banco apreciando a paisagem, seguia quieto.

Eles seguiram por algumas horas, encararam uma forte chuva que não os deixava enxergar pelo vidro do carro, em um dado momento precisaram parar para evitar que se perdessem ou saíssem da estrada. Alex cedeu seu lugar a Victoria, que passou a conduzir o carro até certo ponto.

Mais estrada fora deixada para trás e mais uma cidadela se aproximava, Santo Antonio. Uma cidade pequena, que antes do vírus destruir tudo, seria transformada em uma cidade apenas para os operários de uma hidroelétrica construída no Rio Madeira. As poucas casas estavam abandonadas, e a típica chuva nortista deixava os céus pintando-os de cinza.

Passaram lentamente pela cidade atrás de um comércio ou localidade que pudessem reabastecer e passar a noite. Já estavam ficando habituados a essa manobra, por toda cidade que passavam, sempre saqueavam e enchiam o tanque.

Chegaram a um pequeno posto de gasolina e conseguiram realizar parte da missão, reabastecer. Já eram seis horas da tarde e era necessário encontrarem um lugar para ficar rápido, pois com o tempo nublado, ficava escuro mais rápido.

Depois de encherem o tanque, se dirigiram até uma pequena casa que fora avistada perto dali. Levaram suas coisas, e após estacionarem o carro perto da entrada da casa, arrombaram a porta e adentraram. A primeira coisa com a qual se preocuparam, foi arrastar o sofá da sala da pequena casa e recostá-lo na porta, para dar mais segurança.

Uma vez dentro do local, começaram a explorá-lo. Era uma casa simples, de apenas três quartos, sala, cozinha e um banheiro. Todos os móveis ainda estavam lá, mas não havia sinal de vida, o local havia sido abandonado. Alex e Andressa foram até a cozinha, Victoria que estava cansada por ter dirigido por um certo período, dirigiu-se até um dos quartos e se jogou na cama. Daniel ficou olhando pela janela, e Rubão se dirigiu para outro quarto.

Victoria apagara, havia um tempo que não sentia o conforto de uma cama, e por isso, logo que se deitou dormiu. Andressa, Daniel e Alex comiam na cozinha, haviam encontrado alguns ovos que julgaram que não estavam estragados, e usando os utensílios da própria casa, conseguiram preparar uma refeição um pouco mais completa, inclusive usando os enlatados que tanto recolheram durante o percurso.

Alex preparou um prato e Daniel se ofereceu para levar até Rubão. Ele adentrou o quarto onde o vocalista estava, e o encontrou sentado na cama tocando fortes acordes no violão e cantando:

-- The evil that men do lives on and on! The evil that men do lives on and on -- Ao ver Daniel, ele para de tocar, Daniel diz:

-- Iron Maiden…

-- É isso aí brother! – Responde ele.

-- Pensei que não fosse seu estilo de Rock n’ Roll! – Volta a dizer Daniel.

-- Clássico é clássico... – Rubão volta a pegar um cigarro e o acende, Daniel volta dizer:

-- Aqui está – Entrega-lhe o prato – Fizemos essa comida na cozinha, ovos com carne enlatada, é o melhor em semanas...

-- Com certeza! – Afirma ele.

-- Foi mal pelo que aconteceu na van, não fomos legais com você...

-- Sem grilo brother! Sem problemas... – Deu outra tragada – Vocês estão se protegendo! Eu sou assim mesmo, estava tentando ser simpático com vocês, mas nunca fui de dar muita trela para as pessoas, ultimamente tenho sido muito recluso...

-- Você deve estar só há algum tempo, não é?

-- Estou sim brother! Eu perdi muita coisa nos últimos tempos, tenho desafiado a morte andando por aí sozinho, mas parece que nem ela quer me fazer companhia! – Daniel dá uma breve risada.

-- Sempre quis aprender! – Diz Daniel se referindo ao violão.

-- Sempre é tempo! – Afirma Rubão chegando à metade do cigarro.

-- Na minha situação não! – Responde Daniel mostrando os dois dedos da mão esquerda.

-- Ora, tem algumas notas que dá pra fazer com dois dedos... A galera do punk, por exemplo, mal sabe três acordes! – Os dois dão risada, parece que começaram a se entender.

-- Bom, deixa agora eu provar desse maravilhoso banquete... Quem fez, foi o fortinho ou a gata brava? – Perguntou Rubão.

-- Foram os dois! – Disse Daniel rindo.

A noite se passara, Alex dormiu na sala, e Victoria e Andressa ocuparam cada uma um quarto. Após Rubão tirar da mochila uma garrafa de whisky, ele e Daniel passaram a noite bebendo e tocando violão, cantando músicas dos anos 70 e 80, enquanto Rubão tentava ensinar Daniel a tocar alguns acordes.

Alex foi o primeiro a acordar, na verdade ele quase não dormira, parte pela algazarra dos dois bêbados no cômodo ao lado, e também por sua preocupação quanto à segurança do lugar, estava sempre à espreita e esperando pelo pior.

Acordou Victoria e Andressa, e foi até o quarto onde Daniel e Rubão estavam. Daniel estava ao chão abraçado com o violão e Rubão jogado na cama. Depois de muito esforço, os dois levantaram e se juntaram ao resto do grupo para seguir viagem.

Depois de organizarem as coisas, adentraram o carro e saíram da pequena cidade retornando a estrada. Alex olhou no mapa e viu que a próxima cidade chama-se Caritianas.

Daniel e Rubão estavam com uma ressaca aparente, Daniel bebia bastante água e Rubão colocou um óculos escuro e recostou-se no banco. Andressa assumiu a direção e eles seguiram pela BR rumo ao próximo destino.


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Notas finais do capítulo

Aqui foi mais um capítulo, espero que tenham gostado!

Quem quiser, pode enviar sugestões de peronagens para esse segundo ato.

Comentem, opinem e continuem acompanhando!







Säteily



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