O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 20
Capítulo 20 - O Início do Fim (O Túmulo pt. 2)


Notas iniciais do capítulo

"Viver junto, morrer sozinho"



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–- Eu realmente queria que estivesse aqui... Se bem que... Talvez fosse muito sofrimento pra você vivenciar tudo isso... Ver tudo que está acontecendo com o seu amigo... Não se preocupe, eu te garanto que vamos encontrá-lo, que vamos resgatá-lo, que... Nós vamos conseguir Angélica! – Disse Alex ajoelhado sobre o túmulo de Angélica.

Ele estava visivelmente emocionado, tentava buscar respostas para suas dúvidas mais profundas. Sabia que teria de esperar o próximo contato dos raptores para agir, e isso o frustrava. Não sabia se Daniel ainda estava vivo, talvez a demora em resgatá-lo só piorasse a situação, mas não havia como saber, a espera era necessária. Alex levantou-se, olhou de pé para o túmulo antes de virar as costas e se dirigir até a ambulância.


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Daniel seguiu jogado no chão durante horas, estava inerte, ainda em choque por tudo que ocorrera, além de tudo ainda estava com fome e sede. Pensava no grupo que estava na praça, se eles tomariam alguma atitude, porém como saberiam onde ele estaria alocado? Já cogitava a possibilidade de não sair mais daquela situação. Pensava em Belle, em And, não queria morrer sem ver as irmãs novamente.

Um barulho na porta é ouvido, a maçaneta é girada e aberta, Daniel não tem reação alguma, segue estirado no chão. O homem que adentra o quarto é o mesmo que mostrara seus dedos decepados antes de sair, ele entra e fecha a porta, se abaixa onde Daniel está e diz:

–- Já fiz a entrega, já já vamos pegar as vadias! – O homem levanta-se e de pé segue falando – Nós ainda não decidimos... Não sabemos se vamos te matar antes ou depois de comer aquelas vagabundas! – Dá uma risada exagerada – Ou melhor... Podemos fazer você ver todos nós comendo aquelas putas! Aposto que iria gostar, não é seu veado?! – Pronuncia a frase com ódio e dá um chute no tórax de Daniel que segue caído, ele continua – Depois disso elas vão pagar por ter apagado nossos camaradas! Nós vamos matar todos vocês! – O homem já fala gritando – Vocês achavam que não íamos encontrar elas, depois de roubarem nossa camionete? Nem que fosse a última coisa nesse mundo, mas nós íamos encontrar! Vocês são burros mesmo... Deviam ter se livrado do carro! – O homem cospe em Daniel e sai da sala, batendo a porta.

Daniel assistiu a tudo sem ação alguma, estava em um estado de transe, em um coma mental, estava sofrendo todos os tipos de humilhação possíveis e não havia como reagir, estava sendo destruído física e psicologicamente.

Do quarto onde estava ouvia apenas risos e gritos vindos do restante o imóvel, a todo o momento imaginava se esses homens já tinham conseguido pegar Belle e And, e se desesperava. Queria agir, mais uma força gigantesca o puxava ainda mais para o fundo do poço.


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A noite passara de forma longa para todos na praça, na verdade, desde que o apocalipse começou, não havia mais quem tivesse uma noite completa e prazerosa de sono, o natural era sempre estar alerta, a todo o momento e em qualquer situação.

Alex levantou mais cedo e foi verificar as imediações da praça, para saber se algum recado havia sido deixado pelos sequestradores. Olhou em todos os cantos e nada encontrou, o que significaria que eles ainda não haviam passado por lá. Era então a hora de organizar a todos a espera de tais homens.

Andressa insistira bastante para que Belle comesse uma fruta naquela manhã, ela não queria aceitar, porém acabou cedendo após alguns pedidos. Gabriel também saíra cedo de sua van, caminhou um pouco e depois foi em direção as gêmeas:

–- Bom dia! -- Obteve como resposta um aceno positivo da duas com a cabeça – Vocês já comeram? – And mostrou uma fruta que estava em sua mão. Sem conseguir embromar mais, Gabriel disse – And posso falar em particular com você? Nada de mais Belle é só que... São assuntos...

Gabriel não terminou a frase, de qualquer forma não obteve resposta de Belle, a mesma estava cada vez mais incomunicável. Andressa levantou-se e caminhou junto a Gabriel, que seguiu:

–- And... Você sabe que nós podemos sofrer um ataque a qualquer momento e... Bom, eu já estive com más pessoas, eu conheço esse tipo de gente, não tem limites...

–- Aonde quer chegar? – Perguntou And.

–- Bom... Eu estou preocupado com esse jeito da Belle. Se nos atacarem, ela vai poder ajudar?

–- Ela está em choque, é difícil pra ela... Infelizmente ela parece gostar mesmo do barbicha, e... Ela viu os dedos dele num envelope...

–- Eu sei disso, mas...

–- Quando ocorrer ela vai estar pronta! Talvez tudo isso que está sentindo a deixe mais forte! Não se preocupe, nós cuidamos uma da outra, ela não será um peso para ninguém!

–- Não foi isso que eu quis dizer... Eu realmente estou preocupado com ela!

–- Tudo bem, tudo bem! Agora eu preciso ir, tenho outras coisas para fazer!

Andressa saiu caminhando dando as costas a Gabriel, que ficou pensando, que coisas ela teria para fazer em uma praça cercada e abandonada? Percebeu que ela só queria se livrar daquela conversa e chegou até a rir, apesar de toda a marra aparente que Andressa passava, Gabriel a via com naturalidade e humanidade, gostava de seu jeito. Tentava ler seu interior, via alguém que já havia sofrido bastante e tentava compensar tudo aquilo com essa imagem forte externamente. Gabriel achava-a interessante.

Alex foi até Beto entregar-lhe o martelo e passar a ele parte do plano que havia bolado durante a noite para pegar de surpresa os sequestradores.

–- Beto, você é o único que está com uma arma de curto alcance, então eu pensei em uma tarefa perfeita para você.

–- Tudo bem pode falar.

–- Esses caras estão vindo aqui de carro, entregando o recado e saindo de carro novamente. Foi assim quando capturaram o Daniel, e foi assim quando deixaram os dedos dele em um envelope.

–- Continue.

–- Se nós ficarmos aqui dentro, nuca conseguiremos fazer nada contra esses caras... E é aí que você entra.

–- O que quer que eu faça?

–- Quero que fique lado de fora escondido e de prontidão! Quando o cara chegar para entregar o recado, você age!

–- Quer que eu mate ele?

–- Não. Quero que deixe ele desacordado. É importante que tenhamos um deles vivo conosco!

–- Entendi, pode contar comigo!

Alex entrega o martelo a Beto e faz sinal para que ele o acompanhasse. Ele reúne a todos no restaurante para contar a sua ideia.

–- Bom, eu estive pensando em diversas coisas, em diversas maneiras de fazer algo para ajudar o Daniel. – Alex está de pé, e é formado um semicírculo com o restante do grupo, que o ouve atentamente. – O mundo mudou... Infelizmente, mas essa é a verdade. Se eles pegaram um dos nossos, dane-se, vamos pegar um deles! Se nós conseguirmos capturar um daqueles desgraçados, podemos usar como moeda de troca! Eu sei que pode parecer cruel, mas crueldade é o que estão fazendo com o Daniel, pensem nisso! – Todos o olham fixamente, ele prossegue – E aí, o que acham? Concordam comigo?

Todos olhavam e ouviam atentamente o que Alex proferia, naquela circunstância ele se posicionara como um verdadeiro líder, apesar de nada a esse respeito ter sido organizado na praça.

No pensamento geral, aquele era o certo a se fazer, não haveria espaço para pudores, era uma vida que estava em risco, e isso fez com que todos concordassem com Alex.

–- O que sugere Alex? – Perguntou Gabriel.

–- Eu já pensei em tudo, só preciso saber a opinião de vocês.

–- Então diga. – Disse novamente Gabriel, Alex respondeu:

–- Bom, como eu já havia dito para o Beto, não adianta de nada esperar por eles aqui dentro. Eles vêm pela avenida e saem quando querem, e nós de uma forma ou outra estamos presos aqui dentro. – Todos seguem olhando – O Beto ficará lá fora escondido com o martelo, quando o ‘garoto de recados’ deles chegarem, ele será atacado e nós iremos capturar ele. Podemos fazer ele nos contar onde o Daniel está e usá-lo como moeda de troca!

–- Não sei Alex... Esses caras parecem ser barra pesadas. E se eles vierem em mais de um? – Perguntou novamente Gabriel.

–- Eu pensei nisso também. And disse que talvez eles estejam em dez, mas eu duvido que eles venham todos. Quando o Beto estiver lá fora, alguém com arma também vai estar, vai servir de cobertura.

–- E o restante? – Pronunciou-se Beto.

–- And e Belle devem ficar de isca, ficar a mostra em uma posição em que ele possa vê-la, talvez chame a sua atenção.

–- Você não acha que devia nos consultar sobre isso de nos deixar como isca? – Perguntou Andressa séria.

–- É o que estou fazendo! – Afirmou Alex.

–- Não vamos começar outra vez! – Disse Gabriel que continuou – Seu plano está muito bom, precisamos decidir quem vai ficar lá fora junto com o Beto.

–- Eu mesmo posso ficar! – Disse Alex.

–- Perfeito então, todos já sabem o que fazer. Vamos nos organizar! – Disse Gabriel.

–- Espera! Vocês querem que eu fique aqui e não faça nada com esses caras?! Eles estão atrás de mim e da minha irmã, acho que eu deveria ser a atiradora! – Afirmou And.

–- É importante que você fique aqui para que eles te vejam, talvez isso os distraia, sei lá. Nesse ponto eu concordo com o Alex, temos que manter o elemento surpresa, e se eles avistarem vocês não vão esperar serem atacados. – And suspirou e pareceu engolir a derrota, antes de virar as costas ela disse:

–- Mas eu vou ficar com uma das armas!

–- Justo. – Disse Alex apenas observando ela andar. Belle seguia lá, de pé os observando, Alex a questionou:

–- Belle, tá... Tudo bem? – Mesmo relutante ela respondeu.

–- Vai ficar... Eu também vou ficar com uma arma, quero muito matar esses caras! – Depois de disso ela saiu andando na direção da irmã.


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O homem careca que torturara Daniel voltou a adentrar o quarto onde ele era feito prisioneiro. Ele seguia jogado ao chão, estava fraco pela falta de comida e água, e ainda muito sentido por tudo que estava ocorrendo.

–- Levanta! – Afirmou o homem que não obteve resposta. – Levanta porra! – O homem já irritado foi até ele e o colocou de pé puxando-o violentamente. – Vamos fazer um passeio!

Este homem estava com uma camisa velha em mãos, ele a pegou e amarrou no rosto de Daniel, cobrindo sua visão completamente. Depois disso, saiu arrastando-o para fora daquele lugar.

Daniel mesmo sem enxergar, percebeu que foi levado para um lugar maior, com mais pessoas. Brutamente fora sentado em uma cadeira. Uma voz masculina disse:

–- Qual o nome daquelas vadias, o que elas faziam?! – Daniel nada disse, não obtendo resposta o homem voltou a dizer. – Amarra ele!

Daniel teve as mãos amarradas pulso a pulso bem apertadas, seus pés seguiam acorrentados. Ele estava totalmente imobilizado naquele momento.

–- Nós estávamos pensando em deixar mais um recado para as putas... Mas pensamos melhor e decidimos ir buscá-las hoje mesmo, afinal, pra que esperar mais? Mas não se preocupe, vamos fazer você assistir a tudo de camarote, área VIP! – Voltou a falar o homem. Todos riram.

–- Deixem elas em paz seus filhos da puta! – Gritou Daniel.

–- Opa... Vai xingar a minha mãe agora? Disse novamente a voz em tom sarcástico – Vamos fazer você aprender a ter respeito!

Daniel começou a levar diversos chutes, a cadeira onde estava fora derrubada e ele seguiu sendo agredido no chão. A voz seguiu falando:

–- Vai ser um massacre, não vai sobrar ninguém vivo... Ou talvez até sobre, pois aquelas loirinhas são bem gostosas! – Disse rindo. – Tudo bem, acho que ele já entendeu o recado! – Os homens pararam de agredir Daniel – Levanta ele e vamos logo resolver esse problema! Tem duas gêmeas nos esperando!





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Notas finais do capítulo

Chegamos ao 20º capítulo!
Obrigado aos leitores por fazerem essa fic segir em frente, obrigado!

Espero que tenham gostado do capítulo. Comentem, opinem e continuem acompanhando!






Säteily