O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 18
Capítulo 18 - O Início do Fim (Aliança)


Notas iniciais do capítulo

"Um pesadelo para se recordar"



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Após o homem desconhecido bater a porta e Daniel perceber a gravidade da situação, ele não parava de respirar fundo e alto, parecia passar mal. Olhava diversas vezes para a mão, não acreditando. Ainda estava sobre o efeito da possível droga, não sabia ao certo, apenas sabia que aquele não era seu estado normal.

A sensibilidade já estava quase toda de volta, mas a mão ainda estava estranha, sentia uma dor, mas não conseguia sentir os dedos, não sabia quais haviam sido arrancados, o homem lhe mostrara três, mas não podia no momento constatar se aquilo era realmente verdade.

Tentou frustradamente se levantar mais algumas vezes, ainda estava tonto, talvez pela forte pancada na cabeça que recebera, pancada essa que parecia querer competir em dor com a mão. Não tinha coragem de retirar a bandagem, tinha medo do que veria, ou no caso, do que não veria.

Seus pés estavam presos por uma corrente que ia de um pé para o outro, preso por um cadeado, aquilo o impedia de fazer movimentos com as pernas ou de se manter de pé. Foi se arrastando que Daniel conseguiu chegar até a porta, girou a maçaneta se esticando, pois estava no chão. Pressionou, empurrou, bateu na porta, mas aquilo tudo era inútil, estava sem força e sem chance de sair daquele lugar.

Encostou as costas na porta e por ali ficou, sem nada dizer, sem nada pensar, apenas torcia para que tudo fosse um pesadelo, mas a situação teimava em ser real. Ao que parece a curiosidade foi maior que o medo, Daniel foi criando coragem e aos poucos desenrolando a bandagem de sua mão.

Toda a região da mão esquerda estava sensível, bastante dolorida e quanto mais desenrolava, via que a mão havia sangrado bastante, pois o sangue seco no local denunciava isso. A bandagem estava um pouco grudada nos dedos, que agora percebia estar realmente decepados, foi desenrolando e desenrolando até ver a imagem que o chocou e o entristeceu.

Ao retirar toda a proteção, viu sua mão multilada. Apenas o dedo indicador e o polegar estavam inteiros, o restante havia sido arrancado de sua mão. Daniel pode ver que provavelmente foram arrancados com um golpe só, pois o ferimento estava retilíneo, por seus conhecimentos em Radiologia, viu também onde haviam sido decepados, na metade da falange proximal, quase na articulação com o metacarpo.

Daniel se desesperou, chegou a chorar olhando para aquilo que um dia foi um membro interiço. Era complicado saber que nunca mais teria os dedos daquela mão, ficaria impedido de realizar diversas tarefas. Já estava com o ombro machucado, agora os dedos, não sabia mais o que fazer, tentou enrolar a bandagem de volta na mão, não queria mais vê-la, até isso era difícil ser realizado. Sentia-se um inútil, como poderia ajudar o grupo com apenas uma mão? E o pior, será que ainda veria o grupo?

Parou para pensar nisso, pois estava em um lugar desconhecido, sendo torturado por pessoas desconhecidas, por um motivo do qual ele não tinha conhecimento, deitou-se no chão e seguiu lá inerte.

_____________________ X________________________

Andressa estava com Isabelle que se mostrou bem abalada com a notícia do ‘sequestro’ de Daniel. Ela andou seguida por And até uma parte mais afastada da praça, embaixo de uma árvore, onde se sentou seguida da irmã.

-- Calma Belle! – Afirmou Andressa logo após se sentar ao lado da irmã tentando fazê-la sentir-se melhor. Belle nada dizia, apenas olhava para o nada, sem ação, estava visivelmente triste.

-- Nós vamos dar um jeito! Vamos procurar alguma pista, nós vamos achar uma maneira de chegar até o Daniel e a quem levou ele. – Voltou a dizer And. Belle levantou-se e começou a falar em tom sério.

-- And, quem levou o Daniel foram aqueles caras que invadiram nossa casa! – Andressa levantou-se com uma cara de espanto e disse:

-- Impossível, eles nunca nos achariam! – Belle mais uma vez voltou a dizer:

-- Não pode ter sido outra coisa! Aqueles caras nos acharam de algum modo e levaram ele! – Disse já chorando.

-- Não... – Andressa não queria aceitar, porém tudo aquilo fazia muito sentido. Belle prosseguiu:

-- Nós devíamos ter contado tudo logo que chegamos, o Alex e o Gabriel deveriam saber disso... – Disse emocionada.

-- Se nós tivéssemos contado, eles não teriam nos aceitado, o próprio Daniel disse isso... – Percebe que seu tom de voz não está ajudando, se acalma e após chegar mais próximo da irmã diz – Vamos falar tudo para eles! Vamos contar e ver o que podemos fazer... – As duas se abraçam por um momento, enquanto isso do outro lado da praça, Gabriel explica a Alex como encontrou Beto.

-- Nós estávamos na loja quando ele apareceu, ele nos ajudou e pediu uma carona... Não tinha como deixar o cara para morrer naquele pátio! – Argumentou Gabriel.

-- Tudo bem, nesse momento é o que menos importa desde que ele fique longe do martelo por enquanto. O mais importante é saber o que vamos fazer nessa questão do Daniel. – Disse Alex.

-- Nós não sabemos nada do que ocorreu, você estava distante, como disse, simplesmente levaram ele, não tem como ir atrás! – Refutou Gabriel frustrado.

-- Temos que fazer alguma coisa, você viu como a Belle ficou? – Dá uma pausa em sua fala – O pior é que isso não faz sentido algum, porque levariam ele assim do nada? Os únicos inimigos dessa praça eram Lincoln e Selina, mas... Bom, você sabe o que aconteceu!

Gabriel assentiu com a cabeça, os dois estão sem ação, não fazem ideia de como começar uma busca e ficar de braços cruzados é frustrante, principalmente para Alex, que no fundo se sente culpado pelo desaparecimento do companheiro de sobrevivência.

Depois de toda a confusão e a ‘aceitação’ de Beto naquela pequena comunidade, o mesmo preferiu se afastar da confusão interna gerada por algo que ele não sabia, e talvez fosse melhor não tomar conhecimento. Estava organizando seus poucos pertences na sacada do restaurante da praça. Outrora aquele local recebera Daniel, Gabriel e também Angélica e Geraldo, em tão pouco tempo tal lugar já tinha cravado em si uma história, história que Beto nem imaginava existir.

Colocou sua mochila no chão, sentou-se e retirou uma garrafa de água de dentro, começou a tomar e a observar as pessoas daquele local. Via Alex e Gabriel extremamente preocupados e conversando, via Isabelle e Andressa também em um ar dramático no outro canto. O ambiente estava muito pesado, ele tinha consciência de que algo sério acabara de ocorrer aquele povo, estava disposto ajudar, porém não queria ser mal interpretado e passar a impressão de estar se intrometendo em um assunto interno daquele grupo fechado.

Beto não sabia se ficaria ali por muito tempo, mas tinha ciência de que era um ótimo local, um lugar com portões e correntes, com um bom espaço e cercado, era o ideal em meio a todo o caos instalado.

Imaginava um futuro utópico, uma verdadeira comunidade instalada naquela praça, vivendo de subsistência, tendo sua própria plantação já que a área era relativamente grande, e todos sobrevivendo. Porém a realidade não era tão bela, estava em meio a estranhos que o achavam perigoso, porém talvez os perigosos fossem eles, como saber? Beto apenas iria deixar o tempo resolver tudo.

Mais um estrondo é ouvido, seguido por uma arrancada de carro do lado externo. Alex e Gabriel que estavam mais próximos do portão correm até lá, e são seguidos por Andressa e Isabelle. Ao aproximar-se do local, constatam seis zumbis nos portões, forçando a entrada, era cada vez mais comum ver monstros naquela região, talvez o lugar não fosse tão seguro como pensavam.

Alex que estava com a arma na mão, eliminou três, porém ficou sem munição. Isabelle se afastou um pouco do grupo e se dirigiu a algo que chamara sua atenção. Viu um pacote jogado ao chão, um envelope que estava com uma pedra amarrada como peso, provavelmente fora jogado pelo lado de fora da praça. Ela faz sinal para todos, sinalizando o que acabara de encontrar e abre o envelope.

Belle não esperava ver o que viu, não estava preparava, ao constatar o conteúdo jogou o envelope para cima após um grito alto. Todos se assustaram, Gabriel juntou e abriu o que haviam recebido e também se espantou.

-- Meu Deus! Olha isso Alex! – Disse Gabriel espantado. Alex pegou o envelope e viu os três dedos de Daniel dentro.

-- Puta que pariu! – Exclamou ele. Alex não era de dizer muitos palavrões, mas aquela era uma situação extrema. Depois de todo o susto, ele pode analisar melhor e viu um bilhete junto aos dedos.

Isabelle chorava mais do que anteriormente, estava quase em choque, não sabia o que pensar, como agir, apenas torcia para que Daniel estivesse vivo. Ninguém ligava mais para os zumbis que seguiam ali com os braços e corpos pressionando a entrada da praça.

Alex retirou o bilhete e viu seu conteúdo, havia uma mensagem escrita de caneta azul em um papel amassado, ele releu algumas vezes aquela escrita e seguiu sem entender. Gabriel se dirigiu até ele e disse:

-- E aí, o que diz? – Alex olhou para Gabriel e disse para ele em particular mostrando o que estava escrito:

-- Elas vão ter que nos explicar, elas devem saber o que está acontecendo! – Disse ele.

Andressa estava abraça com a irmã, e foi aos poucos a levando para longe daquele lugar. Gabriel estava bem confuso após ler o bilhete, olhou para os zumbis e novamente para Alex e em seguida questionou:

-- E essas coisas? Vamos deixar aí mesmo?

-- Damos um jeito depois! – Exclamou Alex após virar as costas para ele e sair caminhando em direção à ambulância, alguns segundos depois, Gabriel fez o mesmo.

A noite chega, e todos menos Alex estão reunidos na sacada do restaurante, eles improvisaram uma fogueira para iluminar um pouco o lugar e ali ficaram quietos. Andressa e Isabelle estão sentadas lado a lado, Belle apoia sua cabeça no ombro da irmã, ela segue com um olhar perdido, o choque havia sido muito grande. Gabriel e Beto também estão em volta da fogueira, Beto fora convidado por Gabriel para se juntar a eles.

Alex saiu da ambulância com uma caixa em mãos, andou até eles e começou a falar:

-- Eu sei que o momento é delicado, mas preciso falar uma coisa. Junto com os... – Hesita em falar a palavra ‘dedos’ – Junto com o envelope havia um bilhete, um bilhete que eu e Gabriel não entendemos, mas talvez vocês – Diz olhando para Belle e And – Entendam. – And já imaginava o conteúdo do bilhete, sabia que naquele momento teria que contar tudo o que omitira a Alex. Ele tirou o bilhete do bolso e proferiu as palavras que nele continham:

-- “Queremos as putas! Elas têm que pagar pelos nossos camaradas! Estamos com o veado e só o liberamos quando nos entregarem as vadiazinhas! Mandamos os dedos dele junto para que vocês saibam que não estamos brincando, se não nos atenderem, ele e todos vocês vão morrer! Entraremos em contato!”.


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Notas finais do capítulo

Aqui foi mais um capítulo! Espero que estejam gostando!

Eu não estou postando os capítulos no mesmo horário por conta de fatores externos...

Comentem, opinem, e continuem acompanhando!







Säteily



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